Um "perigosa" suspeita de ser terrorista

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Menina de 6 anos no index dos EUA

Seleção argentina apoia Avós da Pça. de Mayo para o Nobel da Paz

Seleção argentina apoia Avós da Pça. de Mayo para o Nobel da Paz
Seleção de Maradona é politizada

Matéria paga censurada pelo Financial Times

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Grande imprensa britânica não se comporta democraticamente

Barão de Itararé

Barão de Itararé
Pai da imprensa alternativa, um batalhador de causas justas e muito bem humorado

Crianças palestinas acorrentadas

Crianças palestinas acorrentadas
A foto fala por si só

Piñera y al fondo su mentor

Piñera y al fondo su mentor
Será coincidência?

Manchete de jornal venezuelano em 1992

Manchete de jornal venezuelano em 1992
El Nacional informa

Ministro Jobim não se dá ao respeito

Ministro Jobim não se dá ao respeito
Em traje de campanha, Ministro da Defesa se exibe para a mídia

Personagens da época da Guerra Fria

Personagens da época da Guerra Fria
EUA patrocinou o golpe que derrubou Jango

Ingerência da CIA na Colômbia

Ingerência da CIA na Colômbia
Uribe acabou e agora faz falta um outro de melhor aparência

Uribe no fim de linha

Uribe no fim de linha
Presidente colombiano é marionete dos EUA

Coca Colla boliviana

Coca Colla boliviana
Refrigerante competirá com a Coca-Cola na Bolívia

A importância da agroecologia

A importância da agroecologia
Transgêniucos prejudicam a agroecologia

Uma publicação sintonizada no seu tempo

Uma publicação sintonizada no seu tempo
New Left Review

Plataforma Ocean Guardian

Plataforma Ocean Guardian
Objetivo é encontrar um mar de petróleo nas Malvinas

Cutrale a, a multinacional que tudo pode

Cutrale a, a multinacional que tudo pode
Alerta de Latuff

Uma visão sobre a impunidade

Uma visão sobre a impunidade
O desejo de muitos brasileiros

Mais arte popular desconhecida do Haiti

Mais arte popular desconhecida do Haiti
Visão de mulheres trabalhadoras haitianas

A pouco conhecida arte do Haiti

A pouco conhecida arte do Haiti
As riquezas da cultura do Haiti

General Lazaro Cardenas y Fidel em 1959

General Lazaro Cardenas y Fidel em 1959

america latina

america latina

a gente não se despede de mario benedetti

a gente não se despede de mario benedetti
um escritor imortal

boris casoy

boris casoy
boris para o lixo

quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

(Brasil - Comissão de Verdade e Justiça) - Manchete do Estadão é desmentida

Governo nega qualquer movimentação na área militar por causa do projeto de criação da Comissão de Verdade e Justiça*

Por Redação - do Rio de Janeiro

Na ânsia de denunciar o que seria a maior crise institucional já vivida pelo Brasil, nos últimos 40 anos, um dos maiores e mais antigos jornais do país jogou por terra parte da sua credibilidade ao publicar, na manchete desta quarta-feira, a notícia de que o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e os três comandantes militares brasileiros, teriam pedido demissão, em uma carta entregue ao comandante-em-chefe das Forças Armadas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em uma reunião de emergência, no Aeroporto de Brasiília, às vésperas do Natal.

A carta não existe, segundo o Palácio do Planalto, o encontro não aconteceu e muito menos houve qualquer alteração no humor da caserna por conta da Lei de Anistia a ser revogada, após análise da comissão especial criada pelo Poder Executivo, para rever a questão das torturas e dos assassinatos ocorridos nos porões da ditadura militar que assolou o país durante mais de 20 anos, no século passado.

Na matéria publicada pelo conservador diário paulistano O Estado de S. Paulo, haveria um ambiente de revolta por parte dos militares, que teriam considerado – segundo as repórteres Christiane Samarco e Eugênia Lopes – a terceira versão do Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3) uma forma provocativa de revisão da história recente do país. Segundo a reportagem, "na avaliação dos (ministros) militares e do próprio ministro Jobim, o PNDH-3, proposto pelo ministro da Secretaria de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, e lançado no dia 21 passado, tem trechos 'revanchistas e provocativos". O assunto não mereceu qualquer tipo de repercussão nas três esferas das Forças Armadas, por determinação direta dos comandantes da Aeronáutica, brigadeiro-do-ar Juniti Saito, do Exército, general Enzo Peri, e da Marinha, almirante Moura Neto, que teriam "aderido" à decisão de renúncia do ministro da Defesa.

O ministro Jobim, por sua vez, também orientou seus assessores a não se pronunciar sobre a matéria veiculada e coube à Presidência da República, que funcionou nesta quarta-feira em regime de plantão, encerrar a série de bravatas atribuídas aos setores militares do país com a informação de que o presidente Lula não recebeu carta alguma, de quem quer que fosse, e muito menos pretende dissuadir a comissão criada no âmbito do PNDH-3 de avaliar, com isenção e liberdade, a legislação que rege a anistia concedida logo após os 'Anos de Chumbo'.

– A reunião que houve entre o presidente Lula e o ministro Jobim aconteceu aqui no Palácio (do Planalto) – disse um dos assessores, que desconhecia qualquer encontro, às pressas, no angar do avião presidencial, em Brasília.

A matéria do jornal paulistano também foi questionada no ponto em que cita uma espécie de "acordo político: Não se reescreve o texto do programa, mas as propostas de lei a enviar ao Congresso não afrontarão as Forças Armadas e, se for preciso, a base partidária governista será mobilizada para não aprovar textos de caráter revanchista". Segundo um alto funcionário da secretaria nacional dos Direitos Humanos, que prefere o anonimato – diante da situação peculiar do ministro Paulo Vannuchi, de suposto pivô de uma crise militar no país –, a informação "não faz o menor sentido".

– O programa (PNDH-3) não está aí para afrontar ninguém, mas para restabelecer a verdade dos fatos e, ao que se saiba, a verdade não faz mal a ninguém – disse.

Tanto Vannuchi quanto seus principais assessores estão de folga, por conta das festas de fim de ano e nenhum deles foi chamado à secretaria por conta da crise institucional divulgada pelo diário paulistano.

Outro ponto descartado foi a declaração de um militar sobre a questão: "Se querem por coronel e general no banco dos réus, então também vamos botar a Dilma e o Franklin Martins', teria dito o general da ativa aos jornalistas, referindo-se à ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, e ao ministro de Comunicação de Governo, que participaram da luta armada. "Não me venham falar em processo para militar pois a maioria nem está mais nos quartéis de hoje", completou a reportagem.

– Tanto tudo isso não passa de uma matéria encomendada por setores da direita conservadora, sem qualquer respaldo na realidade das Forças Armadas, que ninguém se mobilizou em favor das declarações atribuídas a um "general da ativa", que não se identifica perante a opinião pública e deseja colocar os militantes da esquerda brasileira no mesmo banco dos réus em que se encontram torturadores contumazes – afirmou o funcionário federal.

(*) Divulgado pelo jornal eletrônico Correio do Brasil - edição de 31 de dezembro de 2009

(Uruguay - Festival de Cine) - Montevidéo será sitio de Festival de Cine Documental

Festival de Cine Documental Globale MVD 2010, del 7 al 14 de mayo 2010, se realizará en Montevideo por segundo año consecutivo el festival de cine documental denominado Globale. És un espacio de difusión de audiovisuales que se viene realizando desde hace 6 años en Alemania.

El Festival Globale MVD es un espacio que propone, a través de la difusión de cine documental y de ámbitos de debate, reunirse, visualizar y confrontar opiniones con un público amplio sobre temas relacionados con los procesos de la globalización.

Globale nació en Berlín en el 2003, como idea de festival de cine documental social y político y se extiende hasta Montevideo, Uruguay, donde se realizará por segunda vez en 2010.

Convocatoria

En este marco hacemos un llamado nacional e internacional a quienes dispongan de documentales, particularmente a los realizadores de audiovisuales para que nos envíen sus trabajos.

Los ejes temáticos abordados en esta edición serán:

• Resistencias populares

• Comunicación Alternativa

• Trabajadores Olvidados

• Transnacionales en América Latina

• Inmigrantes

Como participar

Las películas enviadas (cortos o largometrajes) no podrán tener una extensión mayor a 1 hora 30 minutos aproximadamente

El material deberá enviarse en formato DVD a la dirección siguiente:

Festival Globale MVD – calle San José 981 – Apto 1001 – Montevideo – Uruguay

Deberá venir acompañado de una autorización escrita firmada por los realizadores, autorizando al Festival Globale su proyección pública y gratuita.

Previo al envío de los documentales solicitamos se nos informe por mail una breve reseña de la película y su ficha técnica a: contacto@festivalglobale.org

o a través del formulario de contacto en el sitio:

http://www.festivalglobale.org

La convocatoria está abierta hasta el 31 de enero del 2010.

El interés de Globale MVD en general, y en particular en Montevideo es amplio:

* Acercar al público el cine documental, que permite a través del lenguaje cinematográfico, sensibilizar, denunciar e informar. Mostrando aspectos de la realidad que generalmente son ignorados o tergiversados por las grandes corporaciones mediáticas.

* Generar espacios de intercambio y reflexión, debates críticos sobre el proceso de globalización, e identificar sus impactos y sus consecuencias en Latinoamérica.

El Festival

El Festival Globale MVD 2010 se desarrollará del 07 al 14 de mayo en distintos espacios de la ciudad. Con la idea de llegar a un público amplio se realizará en Cinemateca Uruguaya y otros espacios como facultades, cines barriales, centros sociales, etc.

El Colectivo promotor

Globale MVD es un espacio abierto, integrado por un grupo heterogéneo de gente, en su mayoría relacionada con otros proyectos culturales y sociales que trabajan en ámbitos específicos y con un público propio y diverso. El grupo se propone consolidarse como proyecto a nivel local, y a su vez, crecer y reforzar su relación con la red Globale.

Para contactarse con el colectivo pueden hacerlo al correo electrónico: contacto@festivalglobale.org

Los medios de comunicación por favor comunicarse con la casilla prensa@festivalglobale.org

www.festivalglobale.org

(Brasil - Indígenas) - Entidades repudiam atentado contra o Museu do (Brasil - Indígenas) - Entidades repudiam atentado contra o Museu do Índio Índio

Movimentos indígenas se solidarizam com movimento pela preservação do Museu no Rio de Janeiro como patrimônio indígena

A Comunidade Indígena Tapuya da Terra Indígena Santuário Sagrado dos Pajés em Brasília e a Associação Cultural Povos Indígenas (ACPI) do Santuário dos Pajés repúdiamos o atentado sofrido pelos nossos irmãos indígenas no Museu do Indio no Maracanã no Rio de Janeiro na madrugada desse sábado dia 19 de dezembro e nos solidarizamos com a luta de resistência do Movimento Tamoio de Defesa desse Patrimônio Indígena na nossa eterna capital Tupinambá..

A reocupação Tribal do espaço do Museo do Índio no Maracanã e sua destinação indígena para fortalecer os laços de identidade indígena e étnica e a valorização de nossa Tradição e Cultura pelo próprio movimento indígena autonônomo e tribal é um grande exemplo do Altaneiro Espírito das Sementes Ancestrais de nossos maiores guerreiros e guerreiras, uma luz que desperta nossa profunda ligação com essa terra..

Todo a moléstia antiindígena que asssola o Brasil procurou destruir sistematicamente nossos territórios, nossa tradição, cultura e a desindianização de nossa alma ancetral sustentado com o apoio patrimonialista do Estado brasileiro e com o racismo da subcultura colonial ocidental luso-brasileira em terras ameríndias deve ser denunciado e combatido com a força de nossa Tradição Viva e o aparo da Constituição Federal que lutamos para conquistar a duras penas.

É fato sabido que os maiores golpes e ataques aos povos e comunidades indígenas e suas terras ocorrem justo no período entre dezembro até fevereiro, período que se encontra em recesso as autoridades e os Poderes Públicos. Não é de estranhar essa sistematicidade de violações aos povos indígenas nesse período em que a "cultura do papai noel" está envenenada e embreagada com o glamour do consumo que esses ataques ocorram contra nosso patrimônio indígena. Fiquemos atentos e de alerta em todos os espaços
indígenas, terras, territórios e locais de destinação indígena, pois a insana "tradição" luso brasileira vive de queimar indios, malocas, tribos e aldeias durante esses 510 de invasão. Não esqueçamos de nosso parente
Galdino Pataxó que foi vitimado por incêncio criminoso na capital do Brasil!! E nosso cacique Kachaipina Korubo que está a 8 meses desaparecido do Santuário dos Pajés depois de sistemáticas ameaças de morte e perseguição por lutar peloa terra e a biodiversidade tribal!!

Todo apoio dos Grandes Pajés, guerreiros de nossa ameríndia terra ancestral. E Já Basta de especuladores corruptos que visam construir shopings e bairros burgueses e o império da destruição, da ignorância e da exploração! Que a Justiça Iluminada do Grande Espírito Tupã, Maíre Moñan, Grande Sol da linha da Justiça, da Verdade e da Imortalidade do Espírito Índio proteja nossos irmãos do Museu do índio dando força e paz.

O Santuário dos Pajés está de pé também nessa luta por Autonomia e Terra e Liberdade aos nossos povos históricos originários com nossos irmãos do Museu do Indio no Maracanã

!!O Museo do Índio do Maracanã Não Se Move!! !!O Santuário dos Pajés Não Se Move!!

!!Demarcação Já: Santuário dos Pajés!!

!!AyaAya!!

!!Cauiré Imana!!

(Brasil - Indígenas) - Atentado contra o Museu do Índio no Maracanã, Rio de Janeiro

Fato ocorrido em 19/12/2009) foi praticamente ignorado pelos meios de comunicação, da mesma forma que a proibição da Prefeitura em permitir que indígenas vendam seu artesanato em pontos turísticos do Rio

Às duas e meia da manhã de sábado, dia 19 de dezembro de 2009, foi ateado fogo na oca grande erguida no terreno do Antigo Museu do Índio pelos indígenas resistentes. O incêndio começou na parte de cima da oca, forrada com palhas, o que comprova ser um incêndio criminoso. Os ocupantes do Antigo Museu do Índio dormiam na hora do atentado. Bombeiros agiram rapidamente, o que impediu que o fogo se espalhasse por outras ocas.

A ocupação indígena no Antigo Museu do Índio, no bairro do Maracanã, Rio de Janeiro, fere uma série de interesses públicos e privados, já que o terreno é almejado pelos Governos Municipal e Estadual, com vistas na Copa do Mundo de 2014 e nas Olimpíadas de 2016. Fontes afirmam que o imóvel estaria sendo negociado pela Prefeitura do Rio por 30 milhões com uma empresa privada espanhola para demolição imediata e construção de um Shopping Center e um estacionamento para 3.000 automóveis.

O espaço, localizado em frente ao portão 13 do Maracanã funciona como um pólo de preservação da Cultura Indígena, além de dar abrigo e proteção para indígenas de todo o Brasil, que chegam ao Rio de Janeiro sem amparo governamental ou institucional.

Não é a primeira vez que “forças obscuras” tentam criar um clima de medo e insegurança no espaço, tentando convencer os indígenas a abandonarem o Antigo Museu do Índio por meio da violência. Há cerca de dois meses atrás “Pirapiré”, o cachorro de estimação dos indígenas, foi assassinado à paulada por desconhecidos.

Desde 2006 indígenas de várias etnias ocupam o local, pólo de resistência indígena ameaçado de demolição pelo poder público e pela iniciativa privada, com o objetivo de defender prédio e terreno para transformá-los num centro de convergência educacional, de preservação e difusão da cultura ameríndia.

O projeto prevê a reforma do prédio para a criação da primeira Universidade Indígena do Rio de Janeiro, promovendo educação diferenciada, saberes ancestrais e ensino de História e Cultura Indígena (segundo os ditames da Lei nº 11.465/08, de março de 2008).

Está sendo previsto um centro de ensino à distância no local, com o objetivo de prover formação aos indígenas das partes mais remotas do país nas áreas de Educação, Meio Ambiente e Assistência Social, no sentido de facilitar a qualificação acadêmica e profissional aos cidadãos provenientes dos Povos Originários, que possuem o IDH mais baixo do Brasil.

O prédio, hoje em ruínas, foi sede do Serviço de Proteção ao Índio (SPI), órgão fundado pelo Marechal Rondon. Nos anos 1950 abrigou o Museu do Índio, criado por Darcy Ribeiro, que foi desativado e transferido para o bairro de Botafogo em 1978. Desde então o prédio encontra-se abandonado, sem destinação, sendo depredado sucessivamente.

Indígenas de diversas etnias brasileiras, organizados no Movimento Tamoio, ocupam e defendem o espaço a fim de dar uma destinação indígena para o prédio concebido pelo Movimento como propriedade das etnias originárias brasileiras. A ocupação se deu de forma pacífica, lembrando a forma como Darcy Ribeiro ocupou a antiga sede do SPI, então abandonada, para a criação do Museu do Índio.

Além das ameaças para deixarem o local, os indígenas resistentes do Antigo Museu do Índio são impedidos de vender seus artesanatos livremente nos pontos turísticos da cidade, por conta da Postura Municipal, o que fere o Estatuto do Índio (Lei 6.001/73) e a Convenção 169 da OIT, além de ameaçar gravemente a sustentabilidade dos ocupantes.

Atualmente ocupam o espaço cerca de 20 indígenas e descendentes, representantes das etnias Guajajara, Xavante, Pataxó, Fulniô e Puri, vivendo exclusivamente de artesanato e de doações. A política de doações se dá de forma precária, tendo alguns dos indígenas passado necessidades no empenho heróico de defender a posse do espaço, Patrimônio Indígena, precisando com urgência de alimentos e doações.

Além das ameaças para deixarem o local, os indígenas resistentes do Antigo Museu do Índio são impedidos de vender seus artesanatos livremente nos pontos turísticos da cidade, por conta da Postura Municipal, o que fere o Estatudo do Índio (Lei 6.0001/73) e a Convenção 169 da OIT, além de ameaçar gravemente a sustentabilidade dos ocupantes.

(Chile - Política) - El lado oscuro del aspirante a CEO de Chile Corp. SA

Las trampas en que está envolucrado el candidato de la derecha chilena

Ernesto Carmona

Si Sebastián Piñera llegara a ser presidente de Chile se ahorraría muchos problemas. Por ejemplo, al mediodía del 16 de diciembre, la Unidad de Sectores Especiales de la Dirección del Trabajo (DT) llegó a su canal de Chilevisión TV a fiscalizar la situación legal de los trabajadores. El equipo de inspectores, encabezado por Pablo Leiva, cumplía órdenes de la Directora del Trabajo Patricia Silva, cursadas para verificar las denuncias de tres sindicatos que agrupan a actores, guionistas y técnicos de la estación. La auditoría comprobó que la gran mayoría de la mano de obra, incluidos algunos "rostros" célebres de la pantalla chica, labora sin ninguna vinculación jurídica con la empresa. O sea, Piñera también es adicto al "trabajo negro" en sus empresas, que abarcan una amplia gama de negocios financieros, inmobiliarios, transporte aéreo, televisión y el popular equipo de fútbol Colo-Colo, entre muchos otros.

El "boleteo" significa que una vez al mes el trabajador emite la muy chilena "boleta de honorarios" que sólo garantiza al Servicio de Impuestos Internos (SII) la recaudación del 10% del ingreso del trabajador en situación precaria, sin ningún tipo de contrato, pero tal remuneración excluye el pago de prestaciones o imposiciones por previsión social, en un país donde los fondos de jubilación son manejados por el sistema privado de Administradoras de Fondos de Pensiones, AFPs, que prometen una vejez sin sobresaltos. Otro sistema de operadores privados otorga acceso a la salud, a través de las llamadas Instituciones de Salud Previsional (Isapres), que supuestamente están al servicio de la mano de obra cuando se enferma. Pero si un trabajador que "boletea" quiere salud y previsión social debe pagárselas por sí mismo. Así funciona la "flexibilidad laboral", piedra angular del sistema neo-liberal imperante desde Pinochet. Chilevisión es una foto tamaño carnet de todo un país, incluidos los medios audiovisuales y escritos, todo el sector privado, la industria, la minería, las cadenas de farmacias y supermercados y el propio Estado, que también es adicto al "boleteo". La precariedad laboral es una de las conquistas más preciadas del "pinochetismo sin Pinochet".

Si las prestaciones sociales deben ser pagadas voluntariamente por el propio trabajador, no por la empresa, tal gasto merma su salario, por lo demás exiguo. El SII tiene una escala de gravámenes que suele devolver al año siguiente (en abril) parte de ese 10% recaudado "preventivamente" para el pago de impuestos, en una suerte de ahorro forzado que no devenga intereses. Hay actores y guionistas que emiten facturas mensuales en vez de boletas, y en tal caso deben recaudar y pagar cada mes el IVA de 19% (que no se reembolsa). De esta manera, no aparecen como trabajadores sino como "empresas", que jurídicamente no están habilitadas para cobrar derechos de autor, liberando de ese gasto al empleador.

Naturalmente, se cursaron citaciones y posibles multas que darán trabajo a los abogados encargados de las apelaciones, pero esta fiscalización fue posible una vez que los agresivos guardias privados permitieron el ingreso de los fiscalizadores encabezados por Leiva, quienes debieron pedir auxilio a la fuerza pública y estuvieron largo rato discutiendo de pie en la puerta del canal. ¡Qué injusticia! Si Piñera fuera presidente se ahorraría estas enojosas visitas porque él mismo nombraría a los jefes de los raros buenos funcionarios públicos como Leiva, comenzando por el ministro (a) del Trabajo (y lo más probable es que el fiscalizador fuera despedido por "falta de respeto" al presidente). También el presidente-empresario nombraría a todos los vigilantes y reguladores del Estado, como los superintendentes de Salud, Isapres y AFPs, entre muchísimos más.

Uso de información privilegiada

En otro enojoso y reciente episodio, el paladín del mercado libre que quiere ser presidente debió pagar una multa de 815.515 dólares, impuesta por la Superintendencia de Valores y Seguros por utilizar información privilegiada en la compra de un paquete accionario de Lan Chile. Piñera, que acumula un tercio de la propiedad de esa línea aérea, ha sido censurado por su inclinación perpetua a la compra y venta de acciones, pero se defiende diciendo que lo critican por "trabajar". En su condición de co-dueño de Lan, Piñera asistió a la sesión de directorio que el 24 de julio de 2006 conoció el satisfactorio estado de resultados del primer semestre de ese año. Inmediatamente, compró más acciones de Lan, a través de sus sociedades Inversiones Santa Cecilia y Minera Mar Cantábrico: un paquete de 3.250.000 títulos a 6,56 dólares cada uno, pagando 21,32 millones de dólares por el simple hecho de que ya sabía que cuando se conociera públicamente el estado de resultados el precio subiría. Ocurrió a los dos días, el 26 de julio, cuando la acción se cotizó al equivalente de 7,04 dólares.

Una aritmética elemental indica que Piñera ganó el 7,3% de 21,32 millones de dólares, más de un millón y medio de dólares, en un par de horas de "trabajo". Todo esto sucedió en secreto, porque los grandes medios no informan. Sólo lo supo la elite financiera y la Superintendencia de Valores y Seguros que aplicó la multa. Pero la noticia “explotó” tres años después, al aparecer entre los casos relevantes citados en el Informe Global de la Corrupción 2009 de Transparencia Internacional (curiosamente, los documentos de este informe están "dañados" y no pueden consultarse en Internet) (1). Desde entonces, la filial chilena de esa ONG está en crisis por haber tocado a Piñera en el informe, que nadie hubiera conocido si Eduardo Frei no lo saca a la luz pública en un debate por TV en septiembre 2009. Si el pícaro Piñera fuera el presidente corporativo de Chile S.A. también nombraría al Superintendente de Valores y Seguros y se ahorraría molestias análogas, además que tendrá a su alcance mayor "información privilegiada" sobre buenos negocios que un simple miembro del directorio de Lan.

"El Estado soy yo"

Un eventual presidente Piñera también nombraría al Director de Aeronáutica Civil y al ministro de Justicia. Jamás se expondría a la multa de 109 millones de dólares que en enero de 2009 le aplicó a Lan el Departamento de Justicia de EEUU por violar las sagradas reglas éticas de la libre competencia, que sus empresas no practican. La línea aérea admitió que se puso de acuerdo con Aerolinhas Brasileiras (ABSA) y El Al, de Israel, para fijar los precios de la carga aérea. ABSA también fue condenada a pagar 109 millones de dólares, mientras la israelí El Al fue multada en 15,7 millones de dólares.

El Departamento de Justicia señaló que entre febrero de 2003 y febrero de 2006 cada una de estas empresas conspiró en EEUU y otros países para eliminar la competencia manipulando las tarifas de carga aérea a clientes internacionales. "Los consumidores se vieron obligados a pagar más como resultado de tarifas de embarque infladas y abusivas aplicadas por estas empresas", dijo Scott Hammond, fiscal general adjunto a cargo de la División contra Monopolios del Departamento de Justicia (2). Los ejecutivos de las tres compañías aéreas se reunieron en EEUU y terceros países para discutir y fijar tarifas en violación de la Ley Sherman, que establece una multa máxima de 100 millones de dólares para cada empresa. Lan se comprometió a pagar a pagar en un plazo de cinco años.

Lan, que tiene que tiene filiales en Perú, Argentina y Ecuador, es la línea aérea más grande de América Latina, valorada en más de 4.000 millones de dólares, seguida de cerca por Taca-Avianca, que acaban de fusionarse pero seguirán operando independientemente, según sus respectivos dueños Kingsland Holding (de EEUU) y Synergy Aerospace (de Brasil), que constituyeron una tercera compañía operadora de ambas líneas, llamada Transporte-Holdco.

Piñera fue gerente general del Banco Talca entre 1978 y 1980, mientras paralelamente operaba una empresa de asesoría externa que le prestaba servicios al banco. En 1981, ese instituto fue intervenido por la Superintendencia de Bancos e Instituciones Financieras (SBIF) por una deuda que ascendía a 38 millones de dólares de aquella época. El liquidador del banco fue Eugenio Silva, quien demandó a los socios controladores. Un año después, el ministro de la Corte Luis Correa Bulo determinó la responsabilidad de Piñera, y de otras dos personas, y lo encargó "reo" el 28 de agosto de 1982, acusado por fraude al Fisco e infracción a la Ley de Bancos. Según la querella, la empresa paralela de Piñera succionó millones de dólares desde el banco, por concepto de "asesorías". La aspiradora terminó por sepultar al banco en la quiebra, pero entonces gobernaba Pinochet y lo salvó su ministra de Justicia, Mónica Madariaga, recientemente fallecida, quien tuvo el valor de contar la historia antes de morir por cáncer.

El empresario-dictador Anastasio Somoza manejó simultáneamente varios negocios, entre otros la línea aérea de bandera de Nicaragua, simultáneamente con la jefatura del Estado, hasta que triunfó la revolución sandinista y, a diferencia de Luis XIV, no necesitaba recordarle a sus súbditos "el Estado soy yo". Algunos creemos que Piñera quizás no le pondría ruedas al país para llevárselo a casa. ...Las turbinas son más rápidas.

Fuentes:

1) http://www.transparency.org/news_room/latest_news/press_releases/2009/2009_09_23_gcr_2009_es

http://www.transparency.org/publications/gcr

http://www.transparency.org/publications/gcr/gcr_2009#6.2

2) http://www.justice.gov/opa/pr/2009/January/09-at-056-spanish.htm

Fecha de publicación: 31/12/09

(Brasil - Direitos Humanos) - Movimento Nacional de Direitos Humanos repudia posição dos comandantes militares e Ministro da Defesa de pressão contra o governo

Rede que defende direitos humanos se posiciona no caso da Comissão de Justiça e Verdade e exige que o governo cumpra o que foi determinado após muitas discussões

O Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH), rede que reúne cerca de 400organizações de direitos humanos de todo o Brasil manifesta publicamente seuREPÚDIO à posição dos comandantes militares e do Ministro da Defesa e seu APOIO à posição do Ministro dos direitos humanos e da Justiça.

Para o MNDH, a luta pela memória e a verdade como direitos humanos é partefundamental da luta pela consolidação da democracia e para que efetivamenteo Brasil possa dizer um “basta!” e um “nunca mais” a todas as formas deditadura e, acima de tudo identifique os responsáveis por crimes contra osdireitos humanos e promova a reparação de pessoas que sofreram violações noperíodo da ditadura.

Dessa forma, o MNDH entende que o Programa Nacional de Direitos Humanos 3(PNDH 3), ao estabelecer o tema do direito à memória e à verdade como um eixo no qual estão previstos vários objetivos e ações, alça o tema a umaprioridade da política pública de direitos humanos. Faz isso atendendo ao definido na 11ª Conferência Nacional de Direitos Humanos, realizada emdezembro de 2008, que acolheu e aprovou este tema depois de ampla discussão em todo o país.

A reação dos setores militares e do Ministério da Defesa não são bem-vindase contrastam com os compromisso constitucionais e internacionais com osdireitos humanos assumidos pelo Brasil. O próprio Ministério da Defesa participou da elaboração o PNDH 3 que foi fruto de ampla negociação interna ao governo e com a sociedade civil organizada. Aliás, segundo informações publicadas pela imprensa, a proposta de criar um grupo de trabalho encarregado de definir as atribuições da Comissão da Verdade e elaborar proposta a ser enviada ao Congresso Nacional já representa uma pactuação diferente da definição da Conferência Nacional, que havia definido explicitamente pela criação da Comissão sem definir este procedimento.

É inaceitável que, da penumbra do conservadorismo e do revanchismo antidemocrático, no apagar das luzes do ano, se esboce esta reação dos setores militares. O MNDH rejeita qualquer proposta de revisão do texto ou mesmo as “explicações” de que o texto publicado não representa consenso. Entendemos que o consenso só faz sentido quando fundado na verdade e em argumentosrazoáveis.

Invocar falta de consenso frente a argumentos espúrios e antidemocráticos é não querer consensos e encontrar uma saída que só fortalece os setores do governo e da sociedade que insistem em querer uma democracia “pela metade”.

Democracia exige posições que sejam sustentadas pela verdade e pela justiça, por isso, nem sempre consensuais. Cabe ao Presidente da Republica arbitrar a divergência com base nos compromissos com os direitos humanos e não na conveniência ou na pressão de setores, por mais fortes, mesmo que pouco representativos e pouco legitimados.

A sociedade brasileira está madura e quer uma democracia substantiva. Estabelecer a memória e a verdade sobre o período militar não é somente o reconhecimento da história, mas, acima de tudo, compromisso com um futuro no qual a impunidade não subsista como sombra e que a justiça efetivamente alcance aqueles que usaram de sua posição e prerrogativa pública para reprimir e violentar a sociedade e os agentes que resistiram à ditadura.

Assim, o Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH) cobra uma posição do governo brasileiro que seja coerente com os compromissos constitucionais coma justiça e a verdade e com os compromissos internacionais com a promoção e proteção dos direitos humanos. O momento é decisivo para que o país avance para uma institucionalidade democrática que efetivamente reconheça e torne os direitos humanos conteúdo substantivo da vida cotidiana de cada um/a dos/as brasileiros e brasileiras.

Como organização da sociedade civil, oMNDH está atento e envidará todos os esforços para que as conquistas democráticas avancem sem qualquer passo atrás.

Brasília, 31 de dezembro de 2009.
Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH)

(Brasil/Grã Bretanha - Política) - O descaso da Rainha britânica aos brasileiros

Elizabeth II condecora policial que comandou ação que resultou na morte por engano de Jean Charles Menezes e demonstra na prática o apreço aos cidadãos brasileiros

Mário Augusto Jakobskind

Cressida Dick, 47 anos, comissária-assistente da Polícia britânica, a mulher com a posição mais alta na hierarquia policial da Grã-Bretanha, acabou de ser condecorada pela Rainha Elizabeth pelos serviços prestados à sociedade. Ou seja, ela foi reconhecida como policial modelo de uma polícia que as elites brasileiras sempre consideraram modelo a ser seguido.

Pois bem, a notícia poderia passar desapercebida nestas plagas se não fosse por um detalhe. Esta senhora teve participação ativa ao comandar a operação que resultou no maior escândalo policial da década, a da morte por engano do brasileiro Jean Charles Menezes.

A Rainha na prática deu um tapa na cara dos brasileiros e da família Menezes, que considerou a condecoração uma “indiferença dolorosa” para com a opinião pública e a própria família.

Como se isso não bastasse, a Polícia Metropolitana de Londres simplesmente se recusou a comentar a reação da família e argumentou de forma pior ainda dizendo que "não são eles" quem decidem as nomeações para a medalha de honra, pois qualquer pessoa pode apontar um cidadão britânico para receber a honra por mérito, serviço ou conquista excepcionais”.

É isso aí, na prática as autoridades britânicas, numa demonstração de total falta de sensibilidade e menosprezo aos brasileiros, ignoraram que Cressida Dick foi uma das responsáveis pelo engano que resultou na morte do trabalhador Jean Charles de Menezes.

Se por acaso fosse ao contrário, ou seja, a polícia brasileira tivesse matado por engano algum cidadão britânico, o que teria acontecido? E se algum tempo depois o policial responsável pela ocorrência fosse condecorado pelo Presidente da República? Os jornais britânicos e a opinião pública de lá provavelmente pediriam uma ação enérgica do Estado de condenação ao ato protagonizado pelos “bárbaros”.

Espera-se ao menos que a elite brasileira que tem a cabeça voltada para os Estados Unidos e a Europa, porque na prática é colonizada culturalmente, reflita sobre o que aconteceu e como a rainha e seus súditos consideram um país latino-americano como o Brasil.
Espera-se também que o mito sobre a competência da Polícia britânica tenha caído definitivamente. Como a memória geralmente é curta, possivelmente com o passar do tempo o episódio cairá no esquecimento e a elite colonizada continuará vendendo o peixe da competência da Polícia britânica.

(Brasil- Política) – Assim é fácil, cidadão contribuinte paga

Governo do Estado do Rio contrata cacique Cobra Coral para neutralizar as chuvas na festa do fim de ano

Mário Augusto Jakobskind

O ano de 2009 se encerra com a contratação pelo governo do Estado do cacique Cobra Coral. O objetivo é fazer com que não chova na passagem do ano o que atrapalharia a festa programada. É o caso de perguntar: quem autoriza este tipo de gasto? Afinal, como o senhor Sergio Cabral e o seu partner Eduardo Paes manejam dinheiro púbico que é resultado de nossos impostos, é o caso de questionar a contratação. O cacique faturou também na gestão de César Maia, o ex-prefeito que administrava a cidade via web.

Ninguém questionou quanto foi gasto com o esquema Cobra Coral ou cobrou a presença do Estado nos momentos em que a população vive o eterno drama das chuvas.

Mas se a moda pega, e parece que está pegando, Cabral e Paes vão ter que contratar o Cobra Coral para evitar novos apagões, como o que acontece volta e meia em vários bairros do Rio de Janeiro, inclusive no momento que estas linhas estão sendo elaboradas, no Leblon, onde reside o Governador, que também tem uma tremenda propriedade num resort em Portobello, um dos mais caros da região da Rio-Santos.

Nesta entrada de ano, apesar de ser um momento de festa, os cidadãos contribuintes precisam ficar atentos, porque é nestas horas que o Poder Público faz coisas sem nenhum tipo de cobrança. Todo cuidado é pouco, até porque não é a todo momento que aparece algum dissidente da patota, como aconteceu em Brasília, para denunciar as maracutaias.

Além do questionamento da contratação do cacique Cobra Coral, uma pergunta deve ser feita em relação à propalada vitória do Estado contra os narcotraficantes em algumas favelas da zona sul carioca. Onde andam os traficantes expulsos das comunidades? Estão comemorando a entrada de 2010 em que locais? Desapareceram como num passe de mágica?

Outra coisa: que tipo de presença do Estado, que não a policial das tais unidades pacificadoras armadas até os dentes, acontecerá em 2010? Vai ter hospital, postos de saúde, condições dignas de moradia infra-estrutura nas áreas mencionadas? Cabral vai mais uma vez querer enganar os incautos com promessas geralmente não cumpridas e apresentará o combate aos traficantes como uma das realizações de seus quatro anos de governos. Mas não será informado o número de vítimas inocentes que perderam a vida com as balas resultantes dos confrontos em áreas pobres da cidade. As estatísticas mostram que a polícia do Rio mata pelo menos cinco por dia, que aparecem catlogados nos autos de resitência por terem reagido a ação policial.

Aguardem o desenrolar dos acontecimentos para verificar se os alertas colocados aqui vão ou não se efetivar ao longo de 2010, um ano eleitoral em que muita gente do mundo político vai vender gato por lebre.

(Bolívia- Política) - El nuevo desafio

Una análisis sobre la profundizacion de los cambios en Bollivia*

Guillermo Almeyra

Bolivia conoció en el pasado otra revolución, otros gobiernos nacionalistas, grandes movimientos de masa, experiencias de poder dual (COB-MNR, sindicatos-gobierno, milicias obreras y campesinas-Estado), reformas agrarias impuestas por la ocupación de las tierras por los campesinos e, incluso, brevemente, otro presidente indígena , el Tata Manuel Belzu, el que echó del país al embajador inglés montado al revés en una mula. Pero nunca, jamás, los movimientos sociales durante diez años seguidos conquistaron primero las calles (en la guerra del agua y en la del gas) para tomar después las instituciones mediante mayorías electorales siempre crecientes y, por último, refundar el Estado mediante una Asamblea Constituyente y refrendar la conquista del Estado plurinacional y de las autonomías y los derechos indígenas y comunitarios (además de los regionales) mediante unas elecciones en las que participaron más del 90 por ciento de los electores.

Este proceso revolucionario no se explica sólo por Evo Morales, aunque éste lo canalice, respalde y dirija, sino que la importancia de la figura de Evo, por el contrario, se explica por el proceso mismo, que lo empuja y al cual obedece pero donde también se iza. Evo pasó así en pocos años de ser sólo uno de los diputados indígenas, con menos del 4 por ciento de los votos, a sacar en las elecciones presidenciales del 2002 el 20.9 de los sufragios (el MAS obtendría el 11.9), para obtener en las del 2005, de las que salió victorioso, el 53.74, pero sin tener aún mayoría absoluta en el Congreso y, ahora, en las elecciones generales del 2009, casi once puntos más que en las anteriores (cerca del 65 por ciento) y el control absoluto de la Asamblea Nacional, donde el MAS logró dos tercios de los puestos.

Con las movilizaciones constantes unidas con medidas gubernamentales nacionalistas y de corte social desarmó, desgastó y desorganizó a una oposición oligárquica que intentó incluso atentados magnicidas y perpetró matanzas de campesinos y le ganó parte de sus bases en las clases medias urbanas y rurales, al extremo de que la Media Luna conservadora está reducida ahora sólo al Beni y Santa Cruz. La alianza social entre campesinos pobres, clases urbanas trabajadoras y sectores más pobres y nacionalistas de las clases medias urbanas (simbolizada por el presidente aymara y el vicepresidente k’ara, mestizo, e intelectual) se ha fortalecido, hasta ahora detrás del proyecto indígena y nacional. Pero García Linera no ha abandonado su idea de construir el capitalismo andino con lo que queda del ayllu aymara, comunitario y con la protoburguesía aymara y “de pollera” mientras el MAS piensa en cambio en un desarrollismo democrático, basado en la industrialización y la exportación de materias primas mineras o agrícolas (soya), como pensaba en el pasado el viejo nacionalismo e incluso el MNR en 1952.

¿Qué hará hoy la derrotada derecha, racista, clasista, violentamente opuesta a los sindicatos y al movimiento indígena? Ha perdido fuerza política e institucional, pero mantiene su fuerza económica y su alianza con la Iglesia, la embajada yanqui, y su control de los medios (que no impidió, sin embargo, el alud de votos por Evo ni en Bolivia ni en el exterior pues en Buenos Aires los emigrados hicieron colas de quince cuadras desde las 3 de la mañana para votar por SU gobierno). Le queda entonces el sabotaje desde Perú y desde Chile ( se venze el pinochetista Sebastián Piñera, ese Berlusconi en tamaño bolsillo) o, nuevamente, la preparación de un atentado aunque, dada la relación de fuerzas actual les resultaría sumamente peligroso porque incendiaría el polvorín social.

¿Qué hará en cambio el gobierno, y sobre todo el MAS, ahora que no tienen la traba institucional del sabotaje de la derecha en el Senado y que puede aplicar y modificar la Constitución, las nuevas leyes, aprobar otras más, llevar a cabo una amplísima reforma agraria? ¿Darán las tierras a los campesinos y comunidades para que cultiven alimentos y construyan poderes locales autónomos y autogestionarios, pluriculturales y democráticos? ¿O buscarán obtener divisas destinando las tierras ociosas arrancadas al latifundio a la producción capitalista de soya para la exportación? ¿Promoverán cultivos alternativos para el consumo popular, ya que Bolivia cuenta con campesinos especializados y movilizados, o importarán alimentos, a costa de los recursos naturales, exportando más gas, más minerales, más petróleo?

¿Desarrollarán una industria con intensidad en capital, para lqa exportación, o promoverán las industrias intensivas en mano de obra y el mercado interno y las agroindustrias campesinas? La idea de tender a la derecha derrotada un puente hacia el MAS y los puestos estatales¿no la ayudará a reorganizarse y corromper una parte del MAS que no no es un partido de combate sino una mezcla entre una agencia de colocaciones a todos los niveles del aparato estatal y un pool de organizaciones corporativas, con intereses a veces contrapuestos y sin iniciativa política frente al Poder Ejecutivo?

(*) Salió en Centre Tricontinental, un espacio de noticias sobre el movimento social del Sur.

(América Latina - Medio ambiente) - El ecologismo de los pobres, veinte años después

Esta nota hace un historico de la lucha politica de los pobres por la preservación del medio ambiente y defende una integración entre el marxismo y la ecologia

Salió en Centre Tricontinental (una publicación de notícias de los movimientos sociales del Sur) diciembre de 2009

Desde el punto de vista de los pobres, podemos interpretar el desarrollo del capitalismo (o del sistema de mercado generalizado) como una Raubwirtschaft o economía de rapiña continuada y creciente para impulsar la acumulación de capital y cubrir los gastos de los ricos. Entendidos así, los movimientos sociales de los pobres a menudo tienen un contenido ecológico (quizás sólo implícito), al intentar resguardar los recursos naturales fuera de la economía crematística, mercantil, bajo control comunitario.

por Joan Martinez Alier

La página web de Envío Digital de Nicaragua recoge con el título El ecologismo de los pobres “la reflexión presentada por Juan Martínez Alier, especialista en Economía Ecológica, en el Seminario-Taller de la nueva izquierda latinoamericana, celebrado en Lima en febrero 1992”. Recuerdo bien la ocasión, se trataba de introducir temas ambientales en la discusión del llamado Foro de Sao Paulo ante la conferencia de Naciones Unidas en Río de Janeiro de junio del 1992. Mis amigos peruanos me habían invitado a esa reunión. La tensión en las calles era evidente, faltaba ocho meses para que el líder de Sendero Luminoso fuera apresado. Estaban presentes políticos y economistas reconocidos de la izquierda latino-americana, como Aurelio García, asesor de Lula a quien había conocido en la Universidad Estadual de Campinas muchos años antes. Estaba Daniel Ortega, estaba la plana mayor del PRD de México.

Ellos, como potenciales gobernantes, temían que la Cumbre de la Tierra entronizara la moda del ecologismo, un lujo de los ricos que les impidiera el desarrollo económico y limitara la soberanía sobre sus recursos naturales. En Río de Janeiro se establecerían tratados internacionales sobre cambio climático y sobre biodiversidad pero esos temas estaban lejos de sus preocupaciones. No se sentían concernidos ni por las injusticias climáticas ni por la biopiratería. No reclamaban todavía ninguna deuda ecológica aunque el tema estaba a punto de ser planteado por algunos ambientalistas latinoamericanos. La pérdida del bosque tropical húmedo, tan relevante para el Perú, Brasil, México, les era indifente.

En 1988 James O’Connor, economista marxista conocido por su libro La crisis fiscal del Estado de 1973 (que hoy es otra vez muy pertinente al haber aumentado tanto las deudas públicas con la crisis del 2008-09), había lanzado la revista Capitalism, Nature, Socialism propugnando el eco-socialismo, y de acuerdo con el yo publicaba desde 1990 en Barcelona Ecología Política (www.ecologiapolitica.info). También con la editorial Icaria publiqué en 1992 mi libro De la economía ecológica al ecologismo popular, reeditado por la editorial anarquista Nordan de Uruguay. Algunas ONGs y redes ambientalistas latinoamericanas coincidían en la perspectiva del “ecologismo popular” o “ambientalismo popular” (que son sinónimos).

Pero mis intentos en Lima en 1992 de empujar a la izquierda política latinoamericana hacia el eco-socialismo cosecharon un fracaso rotundo y hasta algunos chistes. Hablando claro, el ecologismo les parecía una pendejada. Me faltó fuerza. No les dije aún que los glaciares de los Andes se fundirían más de prisa que el capitalismo. Sin embargo, nuevos movimientos sociales como los seringueiros en Acre (Brasil) planteaban ya estas cuestiones. Una gran parte del bosque amazónico puede desaparecer antes que el capitalismo y, sin duda, por efecto del capitalismo.

Años después, las candidaturas presidenciales de Marina Silva en Brasil y de Marco Arana en Perú en el 2010 y 2011 indican finalmente un cambio. Pero para los presidentes latinoamericanos, sean neoliberales como Alvaro Uribe o Alan García o social-demócratas como lo ha sido exitosamente Lula, o de la izquierda nacionalista como Hugo Chávez o Cristina Fernández, el ecologismo popular es algo molestoso cuando no un enemigo. “Ecologismo infantil” lo llama Rafael Correa (aunque apoya la iniciativa Yasuní ITT y la Constitución de Ecuador del 2008 es ambientalista). Negarse a la extracción de las riquezas, vivir como mendigos sobre montañas de plata, parece absurdo a los partidarios de un desarrollismo que, devolviendo la crítica, llamamos anticuado y “senil”. Alan García, que ha ratificado un TLC con Estados Unidos, quiere a toda costa hacer disponibles las tierras indígenas y comunitarias para inversiones en rubros de exportación. Usando la metáfora de “el perro del hortelano”, se pronuncia contra los indígenas del Perú que llevan allí milenios y que han sobrevivido 500 años de racismo extremo, de apartheid español y criollo. Un entusiasmo similar une a todos los presidentes de Sudamérica en las grandes obras públicas, el IIRSA, para fomentar otra vez las exportaciones primarias una vez salgan de la crisis económica del 2008-09.

Marina Silva (que procede del movimiento de seringueiros en Acre) dimitió en el 2008, tras años de combate desde el ministerio de Medio Ambiente frente al anti-ecologismo de Lula. No obstante, el ecologismo popular avanza, arrastrando un cortejo de víctimas no contabilizadas, como respuesta espontánea ayudada por ONGs y redes ambientalistas frente a la extracción de biomasa, minerales, combustibles fósiles, agua, y la producción de residuos, a costa de los más pobres y menos poderosos.

No se había acabado la historia

Les dije en Lima en 1992 que había grupos en Estados Unidos y otros lugares que, con su alegría por el triunfo occidental en la guerra fría (muy celebrado de nuevo en 2009, vigésimo aniversario de la caída del muro de Berlín), no querían ver que las luchas sociales en un mundo más y más desigual iban a continuar. No veían tampoco que los lamentables regímenes de la URSS y la Europa del Este más bien frenaron que fomentaron esas luchas, al engañar a una parte de los pobres del mundo, al dividirlos entre sí: los fieles a Moscú y los que conservaron una mayor lucidez en otras tradiciones socialistas o continuaron con rebeliones espontáneas o resistencias sordas. La losa de los partidos burocráticos "comunistas" se había levantado finalmente y otros pequeños partidos cuya referencia era la Revolución de Octubre de 1917, compuestos muchas veces de gente honesta aunque sectaria, no tenían ya ningún sentido. Les dije que los obstáculos ecológicos al crecimiento económico se harían sentir cada vez más y seria difícil entretener a los pueblos con la promesa del crecimiento económico para todos. Tanta ceguera voluntaria debería ir acompañada de orejas de burro.

El mercado afecta negativamente la ecología. ¿Y las economías planificadas?
La economía ecológica afirma con razón que el mercado no garantiza que la economía encaje en la ecología, ya que el mercado infravalora las necesidades futuras y no cuenta los perjuicios externos a las transacciones mercantiles. Ahora bien, a pesar de este defecto fundamental, el mercado impone una búsqueda de ganancias, lo que contribuye al uso más eficiente de los recursos, tal como se vio tras el crecimiento de los precios del petróleo en 1973. Veamos pues, si el mercado perjudica la ecología, ¿qué había ocurrido en las economías planificadas? No sólo supusieron una explotación de los trabajadores en beneficio de una capa burocrática sino que se apoyaron en una ideología de crecimiento económico a toda costa, mostraron gran ineficiencia en el uso de recursos (debido en parte a la ausencia de incentivos que el mercado proporciona) y además por ausencia de libertades carecieron de movimientos ecologistas que contribuyeran con sus acciones a incrementar los costos que empresas o servicios estatales deben pagar cuando destrozan el ambiente. Así, no pudo haber un movimiento antinuclear fuerte en la Unión Soviética.

Por tanto, la desaparición de esos regímenes abría buenas perspectivas para otras corrientes socialistas (donde socialismo quiere decir igualdad, visión mundialista, control comunitario -no estatal- de los medios de producción) y especialmente para el eco-socialismo basado en el ecologismo de los pobres. Los marxistas debían reciclarse, si tenían tiempo, pero los liberales no habían ganado.

El ecologismo no es un movimiento de las clases medias de los países del Norte
Podía parecer que el ecologismo era un movimiento de países ricos que creció a finales de los 1960 y principios de los 1970, y que en la década de los 1980 se implantó electoralmente en algunos países de Europa. Para algunos, el ecologismo sería únicamente un nuevo movimiento social mono-temático, propio de sociedades prósperas, típico de una época post-materialista. Había que rechazar esa interpretación. En primer lugar, el ecologismo -con otros nombres- no era nuevo. En segundo lugar, las sociedades prósperas, lejos de ser post-materialistas, consumen cantidades enormes y crecientes de materiales y de energía y, por tanto, producen cantidades crecientes de desechos. Si acaso, la tesis de que el ecologismo tiene raíces sociales que surgen de la prosperidad, se podría plantear, no en términos de una correlación entre riqueza e interés "post-materialista" por la calidad de vida, sino precisamente en términos de una correlación entre riqueza y producción de desechos y agotamiento de recursos. El movimiento antinuclear de Estados Unidos sólo podía nacer allí donde el enorme consumo de energía y la militarización llevaron a la construcción de centrales nucleares. (También en México ha habido oposición a centrales nucleares como en Patzcuaro y Laguna Verde, y en Brasil en Angra dos Reis). Desde luego, sería absurdo negar ese ecologismo de la clase media ilustrada, aliado a veces con sectores populares. Pero –les dije- también existía un ecologismo de la mera supervivencia, un ecologismo de los pobres y de indígenas empobrecidos que pocos habían advertido en los países ricos hasta el asesinato de Chico Mendes en diciembre del 1988 aunque en el Sur había tantísimos ejemplos.

Son movimientos ecologistas -cualquiera que fuera el idioma en que se expresen- en cuanto que sus objetivos son definidos en términos de las necesidades ecológicas para la vida: energía (incluyendo las calorías de la comida), agua, espacio para albergarse. También son movimientos ecologistas porque tratan de sacar los recursos naturales de la esfera económica, del sistema de mercado generalizado, de la racionalidad mercantil, de la valoración crematística (reducción del valor a costos y beneficios monetarios) para mantenerlos o devolverlos a la oikonomia (en el sentido con que Aristóteles usó la palabra, parecido a ecología humana, opuesto a crematística).

¿La pobreza es causa de la degradación ambiental?

La indagación sobre el ecologismo de los pobres podría presentarse bajo títulos como "la expansión del capitalismo y sus consecuencias para el medio ambiente y para los pobres" o, en otro paradigma, "las consecuencias sociales y ecológicas de la modernidad". Pero en estas formulaciones los pobres están presentes como seres inertes mientras que ellos han sido actores principales para mantener los recursos naturales.

Se presenta una objeción. Aceptemos que hay movimientos de pobres (rurales y urbanos) por acceder a los recursos naturales (tierra para cultivar, bosques y tierras de pasto, agua para regar el campo o para usos domésticos en las ciudades, zonas urbanas verdes), pero esas luchas para acceder a los recursos naturales, ¿implican una voluntad de conservación, o son en sí mismas una amenaza de destrucción? La respuesta es que el sistema de mercado generalizado y/o el control del Estado sobre los recursos naturales implican una lógica de horizontes temporales cortos sin asumir los costos ecológicos. Entonces los pobres, al pedir acceso duradero a los recursos y servicios ambientales contra el capital y/o contra el Estado, contribuyen al mismo tiempo a su conservación.

La ideología del progreso hizo olvidar la Naturaleza y el trabajo doméstico
Así como la ideología machista patriarcal influyó en la desatención de la ciencia económica hacia el trabajo doméstico no remunerado, de la misma forma la ideología del progreso ha influido en la desatención que la ciencia económica muestra hacia los servicios ambientales a la economía, no valorados en dinero o subvalorados.

La participación de las mujeres en las luchas ecologistas populares es tal vez más importante que la de los hombres, al contrario que en las luchas sindicales. ¿Por qué? ¿Podemos suponer que las mujeres están más cercanas de la Naturaleza, que se identifican con ella, a causa de su papel biológico en la reproducción de la especie? ¿O es que su papel en la división social del trabajo, sus trabajos especializados en el ámbito doméstico, hacen de ellas las agentes de la satisfacción de las necesidades de la vida, el aprovisionamiento de alimentos, de agua y de combustible? Por esto, para investigar el ecologismo de los pobres hay que estudiar los trabajos y la conciencia de las mujeres.

La imagen difundida por la comisión Brundtland (1987) fue que la pobreza es, tanto o más que la riqueza, causa de degradación ambiental. Imaginan campesinas que queman hasta la última rama del último árbol de la aldea porque no pueden comprar gas para cocinar, o campesinos que sacrifican la fertilidad del suelo porque no tienen dinero para comprar fertilizantes. Tanto en el campo como en la ciudad, los más pobres no tienen agua de buena calidad y en cantidad suficiente con los consiguientes riesgos para su salud. (En esos años trágicos, había reaparecido el cólera en Lima).

A menudo la pobreza es pues causa de degradación del ambiente. Admitámoslo. Entonces, “ecologismo de los pobres” no significa que la gente pobre siempre se comporte o pueda comportarse como ecologistas.

Significa lo siguiente: en los conflictos ecológico-distributivos que surgen del creciente metabolismo de la economía, los intereses y los valores de los pobres muchas veces les llevan a favorecer la conservación de la naturaleza.

El ecologismo popular o eco-socialismo

Desde el punto de vista de los pobres, podemos interpretar el desarrollo del capitalismo (o del sistema de mercado generalizado) como una Raubwirtschaft o economía de rapiña continuada y creciente para impulsar la acumulación de capital y cubrir los gastos de los ricos. Entendidos así, los movimientos sociales de los pobres a menudo tienen un contenido ecológico (quizás sólo implícito), al intentar resguardar los recursos naturales fuera de la economía crematística, mercantil, bajo control comunitario.

Esta perspectiva se opone a la economía convencional, que ve una causa de degradación del ambiente en la tragedy of the commons, y que propone la atribución de derechos de propiedad sobre el ambiente y el intercambio en el mercado de los valores ecológicos, o la intervención del Estado con medidas reguladoras, siendo así que los Estados, como agentes de industrialización y de militarización, están entre los mayores enemigos del ambiente.

Esos movimientos sociales -explícitamente ecologistas o no- luchan contra la contaminación del aire en los barrios populares de las ciudades y por espacios verdes contra la especulación urbana, luchan en los suburbios de las ciudades pobres por tener la suficiente agua potable, son luchas históricas contra el dióxido de azufre en Río Tinto en la Andalucía de los años 1880, o en la Oroya, en Perú, contra la Cerro de Pasco Copper Corporation cuarenta años después. Son luchas contra las empresas papeleras para conservar los bosques, y para conservar la tierra contra las centrales hidroeléctricas, para salvar la pesca artesanal -considerando el mar como sagrado, como en Kerala. Son luchas en los campos de algodón de Centroamérica y luchas del sindicato de César Chávez en California contra el DDT y otros pesticidas, luchas por la salud en los puestos de trabajo y también contra la militarización.

Puede parecer que la incidencia del ecologismo de los pobres es sólo local pero también comprende aspectos internacionales. En 1992 se discutía el NAFTA, el tratado de libre comercio entre EEUU, México y Canadá. En Lima dije que la agricultura campesina mexicana era desde el punto de vista de la eficiencia energética y de la conservación de la biodiversidad del maíz superior a la de los Estados Unidos. Sin embargo, México exportaba petróleo barato a los Estados Unidos, que regresaba a México en parte convertido en maíz de importación de un gran costo energético y de débil interés genético. Pero este maíz podía arruinar fácilmente la agricultura campesina de México. Una reacción nacionalista pro-campesina adoptaría un horizonte temporal más largo, negándose a exportar petróleo salvo a precios que no olvidaran las necesidades de las generaciones mexicanas futuras. México en vez de firmar el NAFTA debería ingresar en la OPEP.

El eco-socialismo es más propio del Sur que del Norte, precisamente porque en el Sur las luchas anticapitalistas son muchas veces luchas ecologistas. Además, la perspectiva ecológica abría de nuevo la discusión sobre el "intercambio desigual", ponía a la orden del día una teoría del subdesarrollo como efecto de la dependencia que no sólo se manifiesta en la infravaloración de la fuerza de trabajo de los pobres del mundo, o en el deterioro secular de los precios de las materias primas exportadas, sino también en el intercambio desigual entre los productos no renovables o lentamente renovables - comprendidos los elementos fertilizantes del suelo incorporados en las exportaciones agrícolas - y los productos importados de escaso valor ecológico. Esta era la historia de la exportación de petróleo y de gas, y de otros minerales y metales, pero también la del guano y la harina de pescado de Perú. Podíamos añadir aquí también la reacción contra las exportaciones del Norte al Sur de residuos tóxicos y los conflictos generados por el aumento del "efecto invernadero". (Pocos años después añadimos los efectos de la exportación de decenas de millones de toneladas de soja, como Walter Pengue iba a estudiar en Argentina).

En algunas regiones del mundo la cuestión de la existencia de un ecologismo de los pobres, carecía de interés. Por ejemplo en la historia del ambientalismo norteamericano existe la ideología de Gifford Pinchot de que la conservación de los recursos es compatible con su explotación según un rendimiento sostenible y la ideología de John Muir y del Sierra Club, de preservación de algunos espacios en su estado salvaje puro. En los Estados Unidos, en esta controversia de los primeros años del siglo XX, era inútil preguntarse de qué lado estaban los pobres. (Pero en la década de 1980 nació Estados Unidos un tercer movimiento ecologista por la justicia ambiental y contra el “racismo ambiental”, que debería haber mencionado ya en Lima en 1992).

Las luchas anti-capitalistas son, aun sin saberlo, luchas ecologistas

Los críticos ecológicos de la ciencia económica identificados con los pobres del mundo llegaban a la conclusión que los pasivos ambientales se hacen visibles cuando causan protestas entre grupos sociales: ésa es una perspectiva marxista porque vincula la crítica ecológica de la economía con las luchas sociales. Un Marx revisitado y renovado.

El movimiento Chipko en los bosques del Himalaya y la lucha contra las represas en el valle del Narmada eran conocidos en los ambientes ecologistas de Norteamérica o de Europa del Norte, pero no lo eran tanto en México, donde también había luchas indígenas para la conservación de los bosques contra las empresas papeleras. Ni en Brasil donde había luchas contra las plantaciones de eucaliptos de Aracruz, contra la hidroelectricidad (con la red “Atingidos por Barragens”), la minería de exportación y la ganadería.

Recién descubríamos los movimientos ecologistas espontáneos del Sur históricos y actuales, independientes de la influencia del Norte. Así, en la India los trabajos del ecologismo activista podían verse en los magníficos informes titulados The State of India’s Environment publicados por Anil Agarwal del Centre for Science and Environment. Sin embargo, en 1992 los activistas latinoamericanos rara vez se citaban entre sí y lo que ocurría en la India no repercutía en "las Indias". (Lo que pasaba en Africa llegaría con fuerza al ecologismo popular internacional en 1995 con la muerte de Ken Saro-Wiwa y sus compañeros en conflicto con la Shell y la dictadura militar. En ese año se fundó Oilwatch con activistas de Ecuador, Nigeria y otros países).

Un nuevo ecologismo socialista o neo-narodnista

El ecologismo agrarista, tal vez hubiera complacido al propio Marx ya que al final de su vida simpatizaba con el ala más radical del narodnismo ruso. La etiqueta de narodnik o agrarista (como se decía en México) o campesinista o "populista" significaba en Rusia en la segunda mitad del siglo XIX: la creencia en la transición directa al socialismo sobre la base de la comunidad campesina. Por eso el marxismo de Mariátegui fue calificado de "populista". El eslogan ruso “Tierra y Libertad” fue adoptado por el Zapatismo en 1910 en México tal vez por la vía de anarquistas españoles.

Desde 1970 se ha criticado la agricultura moderna y, en general, la economía actual, porque implica un gasto de combustibles fósiles, una contaminación del ambiente y una pérdida de biodiversidad mayor que la agricultura "tradicional" y que la economía pre-industrial. Esa corriente enlaza con la nueva economía ecológica y enlaza también con el ecologismo espontáneo de los pobres. Puede parecer que una actitud pro-campesina no pone el acento en la diferenciación social. No obstante, en la medida en que el ese eco-socialismo o agrarismo ecologista es una defensa de una economía moral, de una economía ecológica, contra la penetración del sistema de mercado generalizado, el enfoque puede ser útil para entender algunas luchas sociales en el Sur, y no sólo para entenderlas sino también para apoyarlas.

Hay que usar la palabra narodnismo con sus connotaciones rurales, porque los trabajadores rurales ocupan un lugar verdaderamente privilegiado en el ecologismo de los pobres. Ellos tienen acceso directo a la energía solar y si disponen de acceso a la tierra cultivable, también tienen acceso a los elementos fertilizantes del suelo, al agua de lluvia. Aunque los campesinos vendan en el mercado la mayor parte de su cosecha, pueden retirarse del mercado más fácilmente que otros trabajadores.

Traduciendo narodniki por "populistas", como se hace habitualmente, la inclusión de los pobres de las ciudades en el ecologismo de los pobres, sería obvia. Pero la palabra "populista" no tiene en castellano la significación socialista (igualitarismo, control social y comunitario de los medios de producción, visión mundial, desaparición efectiva del Estado) que encontramos en los narodniki como en las otras corrientes de la Primera Internacional. El uso de la palabra narodnik no debe excluir a la población urbana.

Podríamos preguntarnos si el ecologismo de los pobres es simplemente una manifestación del fenómeno general de resistencias nativas y localistas contra la expansión capitalista en la periferia del mundo, o bien si se trata de un ejemplo más del escepticismo actual respecto al progreso de la civilización, que según los ideólogos post-modernos se manifiesta en la resurrección de las religiones, en los nacionalismos de pequeña dimensión, en la derrota de la visión de la historia como una análisis universal del pasado que lleva a un proyecto colectivo para el futuro.

La respuesta a estas preguntas es negativa. El ecologismo de los pobres, es la ideología y la práctica de las luchas populares para la preservación de los recursos naturales en la esfera de la economía moral, y es también una defensa que podemos apreciar en términos científicos, de una economía que valora la biodiversidad y usa razonablemente de los flujos de energía y materiales, sin esperanzas injustificadas en las tecnologías futuras. Ese ecologismo no es un ejemplo post-moderno de falta de confianza en el progreso social y científico sino (como decía Victor Toledo, el etno-ecólogo mexicano) una vía de modernidad alternativa.

Hay una confluencia entre el ecologismo de los pobres y corrientes políticas de izquierda -cuyo origen remoto está convencionalmente fechado en la época de la Primera Internacional, hacia 1870- y corrientes de pensamiento y prácticas alternativas, naturistas, pacifistas y feministas, desde el siglo XIX hasta nuestros días. Estas raíces incluyen las luchas indígenas para conservar los recursos naturales y otras luchas campesinas y obreras, sino también nacionalismos pequeños, defensivos, anti-estatales. Por ejemplo, el nacionalismo francés ha sido pro-nuclear, mientras que el nacionalismo bretón es anti-nuclear. Entretanto, la izquierda más alejada del ecologismo popular sería las dos ramas políticas principales del marxismo: el leninismo y la socialdemocracia.

Ecología y marxismo

Ahora que los Estados europeos con planificación económica centralizada y dictaduras burocráticas desaparecían, debíamos recordar los debates de la Primera Internacional sobre los distintos modos de entender el socialismo. Así, que la crítica de Bakunin contra Marx era adecuada. Los narodniki o populistas rusos (como Piotr Lavrov) habían valorizado políticamente al campesinado y la economía comunitaria. Las dos ramas principales de herederos del marxismo, la Socialdemocracia -dispuesta a participar en la carnicería sin sentido de 1914-18 y también en guerras coloniales -y el Leninismo- que desembocó en un desastre - no son las únicas corrientes nacidas del movimiento obrero y radical del siglo XIX. Era hora de recuperar las ideas del anarquismo y del populismo ruso, a la vez que las de Tolstoi, William Morris y Gandhi, tanto más cuanto en estas corrientes hubo una mayor sensibilidad ecológica que en los marxismos predominantes. Al otro lado, en el liberalismo, la sensibilidad ecológica estuvo también ausente.

No sólo el pseudomarxismo de origen estalinista, felizmente difunto, sino también la Nueva Izquierda europea y norteamericana rehusó entrar en la discusión ecologista. La arrogancia de origen leninista que algunos grupos residuales marxistas exhibían ante el ecologismo era francamente ridícula. (Ya muy tarde, algún autor disidente del Este, como Wolfgang Harich, había defendido un “Comunismo sin Crecimiento” – el subtítulo de su obra era “Babeuf y el Club de Roma”, aludiendo al informe Meadows para el Club de Roma de 1972. Otro autor de Alemania oriental, Rudolf Bahro, de gran notoriedad en los años 1980, cruzó la frontera y se afilió a los Verdes).

El marxismo no fue ecologista y por eso no hubo una historiografía ecológica marxista. Tampoco hubo una historiografía ecológica "burguesa". La noción de Raubwirtschaft en algunas páginas de la geografía humana de Jean Brunhes era más radical que la visión de la longue durée (largo plazo) en Braudel, donde la geografía evoluciona lentamente, la economía va más rápido, y la política es un asunto de corto plazo. Pero precisamente en la época de los Habsburgo en España y de Felipe II, la ecología de la zona americana del imperio español sufría unos cambios sin precedentes y un gran colapso demográfico. Los cambios ecológicos no se sitúan siempre en la longue durée. Actualmente, el gran consumo innecesario de energía y de materiales en algunos países del mundo y la acumulación de gases que provocan el efecto invernadero, son cambios ecológicos que van mas de prisa que los cambios en el sistema económico. Son cuestiones que no formaron parte de la historiografía marxista ni de la historiografía económica habitual.

Existían ya economistas marxistas interesados por las contradicciones entre la ecología y la economía. Uno de ellos, Elmar Altvater -en Die Zukunft der Marktes de 1991, El Futuro del Mercado, y también en su libro anterior sobre la explotación de la Amazonia- retoma las ideas de Frederick Soddy (1877-1956) sobre la contradicción entre la ley de la entropía y la ilusión de un crecimiento continuo de la economía. Insiste también en la confusión capitalista entre crecimiento real de la riqueza y crecimiento ficticio del capital financiero, de la deuda privada y pública. De otro lado, desde 1988, la teoría de James O’Connor explicaba "la segunda contradicción del capitalismo". A la "primera contradicción" entre la acumulación de capital y la falta de poder de compra de la clase obrera metropolitana explotada y del depauperado proletariado y campesinado coloniales, hay que añadir una "segunda contradicción". La expansión capitalista estropea sus propias "condiciones de producción" (particularmente las condiciones ecológicas), y los intentos del capitalismo para reducir los costos de la producción externalizando los gastos ambientales, han provocado movimientos ecologistas de protesta.

Este análisis de O’Connor -y también de Enrique Leff en Ecología y Capital (1986)-, explicaba al mismo tiempo la dinámica económica, ecológica y social. Estos nuevos movimientos sociales tienen una composición social diversa. Se oponen no sólo a las empresas sino también al Estado ya que este es responsable de la disponibilidad de las "condiciones de producción": la zonificación urbana, infraestructuras viarias, el agua potable, el aire respirable, minerales y combustibles fósiles producidos geológicamente hace millones de años y que deben de mantenerse a buen precio a costa de una guerra si es necesario. De hecho, añadiría yo, el capitalismo estropea no solo las “condiciones de producción” sino las propias condiciones de existencia de grupos sociales arrinconados.

No hubo aún integración entre el marxismo y el ecologismo

Uno podía encontrar en los textos de Marx diversos atisbos ecológicos y la presencia del concepto de “metabolismo social” pero el marxismo y el ecologismo no se habían integrado todavía. El gozne analítico de esa integración (les dije en 1992) ha de ser la redefinición de los conceptos de fuerzas productivas y condiciones de producción. El enfoque eco-socialista no destaca ya la contradicción entre la tendencia al crecimiento de la formación de capital y la explotación de la clase obrera, sino que resalta las dificultades que la escasez de recursos y la contaminación crean a la acumulación de capital. Hasta ahora, el marxismo ha sido más economicista que materialista-energetista. Es decir, la crisis del capital por el menoscabo de sus condiciones de producción sólo se haría sentir a través de valores de cambio, por la elevación de los precios. Efectivamente, en los 1970 las tasas de ganancia del capital disminuyeron al subir los precios de algunos recursos naturales lo que hizo crecer las rentas percibidas por sus propietarios, pero en la década de 1980 la tendencia había sido la contraria.

Eso no nos dice nada de interés sobre la articulación entre la ecología y la economía capitalista, ya que precisamente la problemática ecológica no se manifiesta necesariamente en los precios, pues los precios no incorporan costos ecológicos ni aseguran la reproducción de la naturaleza ni incluyen tampoco los trabajos gratuitos necesarios para la reproducción social. Son los movimientos sociales y no los precios los que ponen de manifiesto algunos de los costos ecológicos o pasivos ambientales. Que el petróleo hubiera bajado de precio no indicaba en 1992 que fuera más abundante que quince años atrás, indicaba solamente que el futuro estaba siendo infravalorado. Los precios de mercado pueden cuestionarse si se adopta un horizonte temporal más largo, que revalorice el precio de los recursos energéticos agotables. La cuestión es cuál es el sujeto social capaz de adoptar esta estrategia de revalorización frente los vecinos del Norte, que contemplan las importaciones de petróleo y gas natural no ya en términos de ventajas comparativas -falsamente computadas- sino en los términos inapelables de "seguridad nacional".

Ciencia, religión y sociedad

Las sociedades o grupos sociales actúan sobre el ambiente según las representaciones que se hacen de sus relaciones con él. Estas representaciones favorecen las extracciones devastadoras o, por el contrario, ejercen un efecto limitador sobre ellas. Por eso puede decirse que la historia natural es también historia social. Hasta la gran experiencia colonial de 1492 y hasta la industrialización masiva de Europa, la relación con el ambiente no ha sido pensada como dominación y transformación de la naturaleza sino como intercambios con las fuerzas naturales a menudo sacralizadas en mitos o cosmologías religiosas. Tal vez algunas religiones, como el cristianismo, estaban ya predispuestas al abuso de la naturaleza, pero en cualquier caso la predisposición no se pudo manifestar en la escala actual.

La salinización de tierras de regadío es un fenómeno pre-industrial y no-occidental. También puede ponerse en entredicho la eficiencia de algunas formas tradicionales de uso de la naturaleza. La agricultura itinerante de roza-tumba-y-quema, que provocaba las iras ignorantes de los administradores coloniales en África, se ha presentado más tarde como modelo de conocimiento agronómico y botánico indígena e incluso se ha elogiado como parangón de eficiencia energética.

Otros autores han señalado el hecho evidente que, si en el input energético de la agricultura itinerante incluimos la vegetación quemada, su eficiencia energética sería inferior incluso a la de la agricultura moderna, basada en combustibles fósiles. Si las calorías de la vegetación quemada no se han incluido en tales estudios del flujo energético en la agricultura, es porque se suponía la regeneración del bosque, lo que no siempre ha ocurrido.

Ahora bien, la escala de la actual civilización industrial no tiene precedentes. Vivimos de recursos almacenados en épocas geológicas remotas. En un año de producción económica consumimos muchos años de reservas. Las anteriores civilizaciones no hicieron esto. Por tanto, como afirmaba J.P. Deléage, en las civilizaciones "en las que los humanos son la fuerza productiva principal, la adaptación al ecosistema es el principio fundamental del funcionamiento de la sociedad", y puede esperarse que la misma atención que nuestra civilización dedica al desarrollo de tecnologías basadas en la expoliación de recursos naturales, se haya dedicado en esas otras civilizaciones a la observación y conocimiento del ambiente con vistas a su uso sostenible. Esa es la razón para pensar que las poblaciones tribales y campesinas son de por sí buenas conocedoras de las condiciones ecológicas, sin apelar a las virtudes innatas del hombre rústico.

No se debe despreciar el conocimiento popular que se expresa en la agro-ecología espontánea, o en la tradición vegetariana popular, o en la medicina alternativa, en nombre del gremialismo científico de agrónomos y médicos. Todas estas tradiciones naturistas -muy vinculadas, además a tradiciones del movimiento obrero de raigambre anarquista-, deben ser valoradas pero eso no supone, en modo alguno, sumarse alegremente a la filosofía irracionalista para la que da más o menos lo mismo la astrofísica que la astrología.

En ecología los expertos dialogan con los aficionados

Los problemas ecológicos son complejos, interdisciplinarios. Además, muchas veces son nuevos -al haber sido creados por las nuevas industrias. Por eso, ante la gran incertidumbre de muchas cuestiones ecológicas, observamos un fenómeno poco frecuente en otros campos: en las discusiones sobre el riesgo nuclear, sobre el peligro de las dioxinas y furanos, sobre los efectos del calentamiento global, sobre el valor de las semillas campesinas, participan en pie de igualdad los activistas ecologistas con los "expertos" de las universidades o de las empresas.

¿Por qué ocurre eso en bastantes discusiones ecológicas? Por un lado, los políticos habituales no han ocupado aún ese espacio, aunque la Cumbre de la Tierra de 1992 estaba diseñada precisamente para promocionar la imagen de dirigentes estatales como expertos o por lo menos interesados en ecología. Por otro lado, se trata de cuestiones inciertas, complejas, de consecuencias a largo plazo pero necesitadas de decisiones urgentes. Eso da la oportunidad, no para un enfrentamiento entre ecologistas y científicos, sino al contrario para un trabajo en común entre ecologistas populares que respeten los logros de las ciencias en terrenos bien acotados, y científicos que, más que "ciencia para el pueblo" hagan "ciencia con el pueblo", dispuestos a confesar los límites de su saber sobre los inciertos problemas futuros que el ecologismo plantea.
En 1992 preguntaba: ¿Quién puede hoy, honestamente, atacar la agroecología en nombre del avance científico-técnico de las biotecnologías? ¿Quién puede pronunciarse contra los ecologistas en nombre de la energía de fusión no por supuesto la "fría", sino la caliente? ¿No es esta certidumbre más extravagante que la mayor extravagancia de un curandero?

En la India, Ramachandra Guha había identificado tres tendencias ecologistas: los gandhianos, los partidarios del "ecodesarrollo" y las "tecnologías apropiadas", y los marxistas ecológicos. Guha llamaba a la colaboración entre esas tres corrientes, que se diferenciaban por su actitud hacia la ciencia. Los gandhianos eran menos favorables a la ciencia "occidental" que las otras dos corrientes, eran críticos con la modernidad. En cambio, los marxistas ecológicos tenían grupos llamados "ciencia para el pueblo", lo que recuerda un eslogan de los narodniki rusos de la época de Piotr Lavrov: "Ciencia y Revolución".

La idea de que el conocimiento indígena es frecuentemente superior al ofrecido por los agrónomos extranjeros no supone una actitud anti-científica. Al contrario, implica una crítica de la insuficiencia científica y de la autosuficiencia social de esos técnicos vendedores de semillas y pesticidas. A menudo, los intentos de cambiar las prácticas campesinas en nombre de una racionalidad superior que se presentaba como científica, pero que era mala ciencia, han coincidido con los intentos de incluir en la esfera "económica" una producción y unos recursos naturales que todavía estaban fuera de ella. El ecologismo no es anti-científico. Ahora bien, la perspectiva ecológica implica una integración o una articulación de los conocimientos de diversas ciencias.

El “ecologismo de los pobres” en la India

En esas palabras de 1992 recogidas en Envío Digital insistía en el eco-socialismo y en el agrarismo o neo-narodnismo ecologista. Esta última es una palabra difícil. Quería vincular ese ecologismo popular a corrientes de la Primera Internacional. Así quienes lamentaban la caída de los regímenes de Rusia y Europa oriental tendrían donde refugiarse. En la tierra de Mariátegui y hablando a la izquierda latinoamericana, pensaba que palabras como eco-socialismo y neo-narodnismo ecologista serían bien recibidas.

Veo también que en 1992 citaba los informes del CSE de Delhi de Anil Agarwal, quien con Sunita Narain en 1991 había propuesto derechos iguales para todos los humanos a los sumideros de dióxido de carbono y a la atmósfera en un folleto titulado Global warming: a case of environmental colonialism, propuesta asumida con entusiasmo por la izquierda verde internacional aunque ausente por 20 años de las negociaciones oficiales intergubernamentales. Hoy se habla mucho más que entonces de la Deuda Ecológica o Deuda Ambiental o Deuda Climática que el Norte tiene con el Sur por su desproporcionado uso durante tanto tiempo de los océanos y la atmósfera para evacuar las emisiones de dióxido de carbono que proceden de la quema de combustibles fósiles. Hay una campaña internacional desde las ONGs con fuerte impulso de Acción Ecológica de Ecuador y con origen ya remoto en campañas del Instituto de Ecología Política de Chile en 1992 (www.deudaecologica.org) para reclamar esa deuda.

El CSE publica cada dos semanas la revista Down to Earth y en el número del 15 agosto del 2008, bastantes años después de nuestras primeras coincidencias, Sunita Narain daba algunos ejemplos de lo que ella denomina learning from the environmentalism of the poor to build our common future, aprender del ecologismo de los pobres para edificar nuestro futuro común.

En Sikkim, el gobierno ha cancelado once proyectos hidroeléctricos atendiendo a las protestas locales. En Arunachal Pradesh, las represas están siendo aprobadas a toda velocidad y la resistencia está creciendo. En Uttarakhand en el último mes, dos proyectos en el Ganges han sido detenidos y hay mucha preocupación con el resto de proyectos mientras en Himachal Pradesh, las represas despiertan tanta oposición que las elecciones han sido ganadas por candidatos que dicen que están en contra de ellas. Muchos otros proyectos, desde centrales termo-eléctricas a minas en zonas agrícolas, tropiezan con resistencia. La mina de hierro, la fábrica de acero y el puerto propuestos por el gigante sur-coreano Posco son discutidos, aunque el primer ministro ha asegurado que tendrán luz verde este mismo mes de agosto. La gente local no quiere oír eso, no quiere perder sus tierras y su subsistencia, no confía en las promesas de compensación.

En Maharashtra, los cultivadores de mangos se levantan contra la central térmica de Ratnagiri. En cualquier rincón donde la industria intenta conseguir tierra y agua, la gente protesta hasta la muerte. Hay heridos, hay violencia, hay desesperación, y nos guste o no, hay miles de motines en la India de hoy. Tras visitar Kalinganagar, donde hubo muertos en protesta contra el proyecto de las industrias Tata, escribí que el tema no era la competitividad de la economía de la India ni tampoco el Naxalismo. Los que protestaban eran aldeanos pobres sin la capacidad de sobrevivir en el mundo moderno si perdían la tierra. Habían visto como sus vecinos eran desplazados, como no se cumplían las promesas de dinero o empleo. Sabían que eran pobres y que el desarrollo económico moderno les empobrecería más. También es así en Goa, que es más próspera pero donde he visto que pueblo tras pueblo resiste contra el poderoso lobby minero…

Esta no es una lista completa de los conflictos ambientales en India. Hay muchos más. En Orissa hay conflictos gravísimos en territorios de adivasis (indígenas) por extracción de bauxita y contaminación de las refinerías de aluminio, en Jarkhand por minería de uranio y de carbón, en Alang en Gujarat por los daños a la salud y al ambiente por el desguace de barcos de todo el mundo que van a parar a esas playas…

Fui por primera vez a la India en agosto del 1988, a Bangalore a una reunión de activistas ecologistas. El organizador me invitó porque leyó mi libro de 1987, Ecological economics: energy, environment and society, donde me preguntaba quien “consumiría” socialmente la nueva economía ecológica inspirada por Georgescu-Roegen, Kenneth Boulding, Howard Odum, David Pimentel, Herman Daly, qué grupos se aprovecharían de nuestras críticas académicas a la economía convencional. Por ejemplo, hoy la Vía Campesina, un movimiento internacional, usa acertadamente argumentos de la economía ecológica en su defensa del campesinado y de la “soberanía alimentaria”, al insistir en la menor eficiencia energética de la agricultura moderna.

En Bangalore en esa ocasión conocí a Ramachandra Guha que estaba acabando su libro sobre el movimiento Chipko en Garwhal y Kumaun en Uttarakhand en el Himalaya. Ese libro da la base para la teoría del ecologismo de los pobres. No es que la gente pobre sea siempre ecologista. A veces destruyen el medio ambiente, sobre todo al aumentar la población. Pero en los conflictos ambientales, muchas veces vemos que se ponen del lado de la conservación de la naturaleza. En The Unquiet Woods (1989, reeditado varias veces) Ramachandra Guha explicaba los diversos lenguajes y formas de resistencia campesina desde la época colonial contra las plantaciones comerciales de árboles (pinos, chir) en esa región, porque querían seguir usando sosteniblemente el bosque de robles (banj), cuyas hojas y ramas aprovechaban. En los años 1970, el movimiento Chipko (que quiere decir “abrazarse” a los árboles para evitar que los corten) se oponía a los talabosques industriales. Los líderes de Chipko se referían a los resistentes de cincuenta años atrás que eran también reconocidos en las narraciones y canciones populares. Con Ramachandra Guha, recogí algunos estudios comparados del ecologismo de los pobres en nuestro libro Varieties of Environmentalism de 1997.

Voces en Perú: Tambogrande, Huancabamba, Islay

También en 1988 estuve en Lima en diciembre hablando por primera vez en Perú del ecologismo de los pobres en un acto organizado por el historiador Alberto Flores Galindo (1949-90) en el centro de estudios SUR que había fundado. Con Tito Flores Galindo habíamos publicado en ese año un artículo en la revista Mientras Tanto de Barcelona, trazando las líneas generales de la historia ambiental-económica-social del Perú. Conocí entonces a Manuel Boluarte, asistente del entonces Senador Hugo Blanco, conocido dirigente campesino en Perú desde los años 1960 que presidía la comisión de Medio Ambiente en el Senado, y de esa confluencia de ideas surgió un texto vigoroso de Hugo Blanco llamado El Ecologismo de los Pobres, publicado en el diario La República el 6 de Abril de 1991, y ahora disponible en la web. El artículo dice así.

A primera vista los ecologistas o conservacionistas son unos tipos un poco locos que luchan porque los ositos panda o las ballenas azules no desaparezcan. Por muy simpáticos que le parezcan a la gente común, ésta considera que hay cosas más importantes por las cuales preocuparse, por ejemplo, cómo conseguir el pan de cada día. Algunos no los toman como tan locos sino como vivos que con el cuento de velar por la supervivencia de algunas especies han formado "organizaciones no gubernamentales" para recibir jugosas cantidades de dólares del exterior (...)

Pueden ser verdaderas hasta cierto punto esas opiniones, sin embargo en el Perú existen grandes masas populares que son ecologistas activas (por supuesto si a esa gente le digo "eres ecologista" pueden contestarme "ecologista será tu madre" o algo por el estilo). Veamos: No es acaso ecologista muy antiguo el pueblo de Bambamarca que más de una vez luchó valientemente contra la contaminación de sus aguas producida por una mina? No son acaso ecologistas los pueblos de Ilo y de otros valles que están siendo afectados por la Southern? No es ecologista el pueblo de Tambo Grande que en Piura se levanta como un solo puño y está dispuesto a morir para impedir la apertura de una mina en su pueblo, en su valle? También es ecologista la gente del Valle del Mantaro que ha visto morir las ovejitas, las chacras, el suelo, envenenados por los relaves de las minas y el humo de la fundición de La Oroya. Son completamente ecologistas las poblaciones que habitan la selva amazónica y que mueren defendiéndola contra sus depredadores. Es ecologista la población pobre de Lima que protesta por estar obligada a bañarse en las playas contaminadas.

Desde entonces ha habido muchos otros conflictos del ecologismo popular en Perú. De los mencionados por Hugo Blanco son actualmente conocidos mas allá del Perú los de la Southern Peru Copper Corporation; Tambogrande (minería de oro en Piura); Bambabarca (contra la minera Yanacocha en Cajamarca). También La Oroya, lugar no solo de históricos conflictos ambientales sino de horrible contaminación actual causada por la empresa Doe Run. El ambientalismo o ecologismo popular no es nuevo aunque sí lo sea el uso de estas palabras.

El referéndum ambiental local

En la historia del Perú del siglo XX, hubo movimientos contra daños ecológicos de la minería. El motivo ecológico aparece asimismo en movimientos urbanos por el agua o contra las basuras. También en el campo, los intentos de recuperar los pastos de las haciendas por las comunidades, se relacionaban con la complementariedad de recursos de la puna y de otros niveles más bajos, aunque también nacían del sentimiento y de la realidad de una usurpación, y a menudo usaban argumentos jurídicos y de identidad indígena más que argumentos ecológicos.

Diez años después del artículo de Hugo Blanco, en el pueblo de Tambogrande nació una nueva institución, el referéndum ambiental local, paralizando el proyecto minero. Esa misma forma de resistencia fue adoptada con éxito en Esquel, Argentina, aprovechando una coyuntura propicia a nivel nacional, y en el propio Perú contra el proyecto Majaz de minería de cobre en el norte. Ha habido hace poco un nuevo referéndum local ambiental contra un proyecto minero, esta vez en Islay, región de Arequipa. Los pobladores se organizaron en el Frente de Defensa del Medio Ambiente y Recursos Naturales.

Resumo la narración de Rafael Chacón en el boletín E-cochaski, el domingo 27 de septiembre (2009) se produjo al sur del Perú…(el) acto que, para fines concretos, se denominó, a nivel de la provincia de Islay, consulta vecinal. Consulta desconocida por el Estado central a través de sus instancias pertinentes (la Oficina Nacional de Procesos Electorales y el Jurado Nacional de Elecciones), como era de esperarse, dada su ceguera normativa al respecto. Y, como también era de esperarse, la negativa al proyecto minero consultado rozó el 100%, a semejanza de los casos piuranos que la precedieron (Tambogrande y Majaz, donde el No alcanzó 94%, para ambos). En ese sentido, esta vez el rechazo al proyecto minero Tía María fue aún más contundente (97%) que en las otras dos localidades. La causa del No volvía a ser en primer lugar, a nivel de percepciones, la incompatibilidad del proyecto agrícola local con el proyecto minero foráneo.

Tantos conflictos ha habido por el auge de la minería para servir materiales a las economías del mundo, que en Perú surgió una organización de comunidades afectadas por la minería, la CONACAMI cuyo primer dirigente fue Miguel Palacín quien hoy está en la CAOI, Coordinadora Andina de Organizaciones Indígenas. Celebrando el resultado de la Consulta Vecinal en Islay, la CAOI demandaba a las autoridades competentes que den carácter vinculante a sus resultados, como lo establece el Convenio 169 de la OIT. Encajaba así lo local con lo global. La CAOI reiteraba sus propuestas de dar rango de Ley Orgánica a la Declaración sobre los Derechos de los Pueblos Indígenas de la ONU, así como promulgar una Ley de Consulta y Consentimiento Previo, Libre e Informado a fin de prevenir y evitar conflictos provocados por la incursión de proyectos extractivos en territorios comunales.

Como explica Luís Vittor en E-cochaski, el proyecto de Islay (de la Southern Peru Copper Corporation, propiedad del Grupo México) invertiría más de US$ 950 millones y tendría una duración de 21 años para extraer cobre a través de dos tajos abiertos. Utilizaría las aguas de pozos en el valle del río Tambo. Para los pobladores locales, el proyecto afectaría la disponibilidad de agua, lo cual limitaría la producción de arroz, caña de azúcar y páprika en ese valle. El proyecto debía presentarse en audiencia pública en agosto de 2009 en el distrito de Cocachacra. En paralelo a lo ocurrido en Tambogrande ocho años atrás, la audiencia fue suspendida por la oposición local. La autoridades locales iniciaron entonces la convocatoria a la consulta vecinal.

Luís Vittor observa que hay una valoración creciente de las actividades productivas propias y los recursos naturales de los que depende la vida y la subsistencia local. Nótese que “valorar” significa dar importancia o valor a algo, no necesariamente en términos crematísticos. En Tambogrande, tras una victoria contundente del "no a la minería", el gobierno desistió de continuar apoyando el proyecto. En Ayabaca y Huancabamba,, a dos años de la consulta, el proyecto minero Majaz de la empresa Río Blanco Copper no ha logrado avanzar y sus directivos son enjuiciados en Londres por violación a los derechos humanos de los pobladores. En ambos casos hubo respaldo nacional e internacional a los procesos de resistencia. La realización de consultas colocó en discusión el tema de la democracia local versus el supuesto interés nacional.

Sin embargo, los minerales están allí y las empresas mineras siguen rondando. Mucho depende de la marcha del metabolismo de la economía mundial.

El movimiento ecologista global se nutre de las resistencias locales y a veces les devuelve lo aprendido. Así, Michael Watts ha sacado un film llamado Laguna Negra en octubre del 2009 que trata de las torturas a treinta campesinos por la policía y trabajadores de la mina Majaz, muy cerca a la frontera con Ecuador. Esa comunidad de Huancabamba es amenazada por la masiva extracción de recursos naturales en una sociedad basada en valores comunitarios tradicionales (http://www.vimeo.com/7086921 (español), http://www.vimeo.com/6942613 (inglés)).

El referéndum de Islay es sin duda un mejor modelo de decisión de políticas publicas que el sangriento encuentro en Bagua el 5 de junio del 2009 entre organizaciones amazónicas y la policía peruana, cuya causa fue la repulsa a decretos-leyes del gobierno del presidente Alan García que facilitaban el acceso a tierras indígenas por empresas privadas. Con Martí Orta, investigador que conoce los conflictos de extracción de petróleo en el Río Corrientes en territorio Achuar en el norte de Perú, escribimos sobre los antecedentes del “Baguazo”, un episodio lamentable que ojala ayude a cambiar para bien la trayectoria política de Perú (www.sinpermiso.info/textos/index.php?id=2642) (Le Monde Diplomatique, ed. española, n. 165 julio 2009).

En México

Se ha dicho que la defensa del ambiente por los pobres es, en México, una actividad peligrosa. El profesor Víctor Toledo de la UNAM, mi amigo desde hace años, usó el concepto del ecologismo de los pobres para caracterizar episodios de lucha contra la deforestación en un artículo en Ecología Política en 2000. Toledo se remonta al 22 de octubre de 1992 cuando la prensa publicó una pequeña nota que pasó como agua de río: “Esta madrugada fue asesinado Julián Vergara, líder campesino y presidente del comisariado ejidal de El Tianguis, por un desconocido que le disparó en el pecho con una escopeta. El hoy occiso era un ecologista que se oponía a la tala inmoderada de los bosques en el municipio de Acapulco”. Hasta donde se sabe nadie dio seguimiento legal o periodístico a esta infamia y, como suele suceder en el país del desamparo y la injusticia, el recuerdo del sacrificio de Julián Vergara quedó sepultado bajo las pesadas losas del tiempo, de un tiempo desmemoriado y cruel.

¿Cúantos Julianes Vergara habrán sucumbido en su heroica defensa de los bosques, los manantiales, las lagunas y los ríos de México? Yo sueño con el día en que podamos reconstruir esas historias de ignominia y logremos rescatar del gélido silencio a los cientos, quizás miles, de héroes campesinos, tan anónimos como silvestres, que han arriesgado su vida (como lo hace una hormiga dentro de su colonia) para preservar el habitat y los recursos naturales de la nación y del mundo, es decir, de todos los seres humanos. Con ello advertiríamos que esa conciencia de solidaridad con la naturaleza, con el prójimo y con las generaciones del futuro, que con tanto afán buscan hoy en día los ecologistas de todo el mundo, se encuentra presente en el inconsciente colectivo y en las culturas de innumerables pueblos rurales, ésos que han sabido mantenerse a salvo de la contaminación más peligrosa: la de un mundo empeñado en privilegiar los valores del individualismo y de la competencia. Con ello descubriríamos también que entre los antiguos mártires campesinos de las luchas agrarias y los nuevos defensores rurales de la naturaleza no hay más diferencia que la que nos dan nuestros aparatos conceptuales de moda. Los «zapatas» de hace un siglo hoy son, para utilizar el término cada vez más difundido, los nuevos «ecologistas de los pobres».

El artículo de Víctor Toledo a continuación comparaba la ignorancia y el olvido de tantos héroes campesinos de la defensa del ambiente con los merecidos honores que recientemente se le habían dado a Rodolfo Montiel, al recibir el Premio Goldman por su oposición a la empresa Bois Cascade en Guerrero.

Seguramente el mismo impulso que llevó a Julián Vergara a defender los bosques de su ejido fue el que prendió la llama que hizo encender en Rodolfo Montiel la idea de crear la Organización de Campesinos Ecologistas de la Sierra de Petatlán, a través de la cual lograron detener, siete años después, la destrucción de los bosques de Guerrero y provocar la salida de la empresa forestal trasnacional Bois Cascade. Al recibir el premio... el luchador rural Rodolfo Montiel dejó de ser un Julián Vergara más para volverse, como Chico Mendes, en Brasil, un nuevo símbolo del ecologismo de los pobres. A pesar de que fue brutalmente torturado por elementos del ejército mexicano y terminó en la cárcel de Iguala sin justificación suficiente, Montiel, al estar vivo, rememora y reivindica a todos aquellos ambientalistas anónimos de cuyos nombres ya no logramos acordarnos...

En el 2009

La noción del ecologismo de los pobres es útil para entender resistencias actuales. Así, en La Jornada del 26 de mayo del 2009. Luís Hernández Navarro recopilaba algunos casos bajo el título: “el otro ecologismo y los derechos humanos”, como los de Verónica Hernández, acosada judicialmente por Granjas Carroll en Perote, Veracruz (un lugar de concentración de producción de cerdos); Santiago Pérez, preso durante meses por defender el agua de las comunidades mazahuas; Agustín Ríos, salvajemente golpeado por la policía por luchar contra la operación de una mina. El 6 de mayo del 2009 habían sido desalojados por la policía oaxaqueña integrantes del Comité de Defensa de los Derechos del Pueblo y de la Coordinadora en Defensa de los Recursos Naturales y Nuestra Madre Tierra del valle de Ocotlán, que protestaban contra la minería. Algunos miembros fueron acusados de los delitos de lesiones, despojo y ataque a las vías generales de comunicación. Eso recuerda el intento de ilegalizar la organización amazónica AIDESEP por el gobierno de Alan García y el exilio forzoso de su dirigente Alberto Pizango tras el 5 de junio de 2009.

Aldo Zamora, comunero tlahuica del estado de México y defensor de los bosques, fue asesinado el 15 de mayo de 2007. Su hermano Misael quedó gravemente herido. Ambos fueron emboscados por talamontes cuando se dirigían a Santa Lucía, Ocuilán, estado de México. El periodista explica: Desde 1998, Ildefonso Zamora, padre de Aldo Zamora y presidente de bienes comunales de San Juan Atzingo, denunció la explotación ilegal de los bosques de su pueblo, ubicado en el Parque Nacional Lagunas de Zempoala. Casi dos meses después del crimen, el 12 de julio de 2007, el presidente Felipe Calderón le prometió que habría justicia... el 7 de enero, la Presidencia de la República envió una carta a Ildefonso en la que le señala que el caso es competencia del gobierno estatal… Los bosques de San Juan Atzingo se encuentran dentro del corredor biológico Ajusco-Chichinautzin, que alberga 2 por ciento de la biodiversidad mundial, abastece tres cuartas partes del agua que se consume en la ciudad de México y dota del líquido a los ríos Lerma y Balsas. Sin embargo, la zona de las Lagunas de Zempoala-Huitzilac está severamente amenazada por la tala ilegal. Aldo Zamora es uno más de los activistas ambientales víctimas de la represión.

El periodista concluye: quienes son agredidos defienden su agua, sus bosques, sus recursos naturales, sus comunidades, su biodiversidad, su salud, su tierra y territorio frente a la voracidad depredadora de empresas inmobiliarias, plantas procesadores de basura mexicana o importada, desarrollos turísticos, mineras trasnacionales, complejos agroindustriales, talabosques, compañías farmacéuticas y proyectos hidroeléctricos. Con regulaciones ambientales débiles y autoridades gubernamentales corruptas, con tratados comerciales que como parte de las ventajas comparativas ofrecen la destrucción impune del ambiente, los grandes consorcios multinacionales tienen licencia para devastar. Con frecuencia, disponen del uso de la fuerza pública para acallar la resistencia de las comunidades afectadas… se han producido violaciones a los derechos humanos en: el plan turístico de la sierra Tarahumara; la construcción de las presas El Tigre y la Cabeza; el Centro Industrial para Manejo de los Residuos Industriales y Disposición Final en Coahuila; el proyecto de la hidroeléctrica en La Parota, Guerrero; el confinamiento de desechos tóxicos en Zimapán, Hidalgo; la edificación de plantas de etanol en Oaxaca y Veracruz.

Un caso más: el Zapotillo

La Jornada (Jalisco, 7 marzo 2009) explicaba el proyecto de represar las aguas del río Verde, con el fin de abastecer de agua potable a la ciudad de León, Guanajuato, así como a algunas poblaciones de Los Altos de Jalisco. El proyecto implica inundar las poblaciones de Temacapulín y Palmarejo, en el municipio de Cañadas de Obregón; Acasico, en el municipio de Mexticacán, y el rancho La Parada, en el municipio de Yahualica de González Gallo. El problema surge de la resistencia de los habitantes afectados cuyas movilizaciones –decía Mario Edgar López - rompen con el falso mito de que la defensa y conservación del ambiente son un lujo de las sociedades ricas. Resume este periodista, en el 2005, los pueblos de Temacapulín, Acasico y Palmarejo se encontraban plagados de pequeños letreros de protesta, pegados en las casas, en los postes y en los árboles. Algunos con leyendas como “Dau, los niños de Palmarejo te pondrán parejo” (en referencia a Enrique Dau Flores, anterior director de la Comisión Estatal del Agua)…

De 30 millones de pesos destinados a compra de casas en Temacapulín se había desembolsado 5 millones. No existía un acuerdo de los afectados como anunciaba la Comisión Estatal del Agua (CEA) de Jalisco, solo algunos ciudadanos de Temacapulín vendieron dos propiedades y se reubicaron en tres casas. La mentira institucionalizada que afirmaba una aprobación general para el proyecto de la presa, quedaba al descubierto.
La cobertura el 27 febrero y 1 de marzo de 2009 por la radio y televisión de la Universidad de Guadalajara transmitiendo desde el poblado de Temacapulín, consiguió equilibrar la balanza informativa a favor del ecologismo de los pobres. Las entrevistas a diversos pobladores de la comunidad refieren su exigencia de justicia ambiental: “está bien que quieran dar agua a León, pero no a costa de echarnos, no a costa de inundar nuestras casas, nuestra iglesia y las tumbas de nuestros antepasados.

Al hablar de la iglesia del pueblo y de las tumbas, se apela a un valor de sacralidad contrapuesto a la valoración crematística. Al final, si la represa se construyera, sabemos que se pagaría indemnización aunque si las tumbas son modestas y de gente pobre, resultarán baratas. Eso me recuerda una cante oído en el campo en Andalucía y que está en mi libro La estabilidad del latifundismo (1968): Caridad, que a mi padre de la tumba le sacaron / para un rico enterrarlo/ Dicen que los hombres somos hermanos / pero los pobres hasta muertos estorbamos.

Como en otros casos, en torno a la construcción de la presa El Zapotillo, se libra una lucha ecológica silenciada entre el desarrollo insostenible y el derecho a la subsistencia de la vida humana de los más débiles; ya que (como señala Mario Edgar López) el desplazamiento a otros lugares es un costo que se les está obligando a pagar a los pobladores debido a su posición de debilidad frente al poder.

Otros casos mexicanos

Ni los pobres son siempre ecologistas ni los ecologistas son siempre pobres. Hay empero numerosos casos en el mundo de ecologismo de los pobres y de pueblos indígenas empobrecidos, tanto histórica como actualmente. Hay también casos interclasistas en México y en otros países, tales como las protestas contra centrales nucleares o el exitoso juicio con sentencia definitiva en 2009 contra la empresa canadiense New Gold propietaria de la Minera San Xavier en el Cerro San Pedro en San Luís Potosí que lleva años de minería a cielo abierto y empleo de cianuro en una zona protegida. Hay también muchos ejemplos de un ecologismo (representado por Nature Conservancy, la IUCN, el WWF) que rinde culto a la naturaleza silvestre y se olvida de los pobres humanos, aunque también hay a veces colaboración entre ese ecologismo de ricos y el ecologismo popular: por ejemplo, la defensa de los manglares y de los bosques puede ser un empeño común.

Apelando a la memoria de visitas anteriores a México, incluyo en el ecologismo popular mexicano el vasto movimiento en defensa de la biodiversidad del maíz contra las importaciones y contra la legalización de semillas transgénicas; las protestas contra la deforestación y el surgimiento de la gestión comunitaria y sostenible de bosques como en los Pueblos Mancomunados de Oaxaca; las protestas contra los daños de la extracción de petróleo en Tabasco y Campeche expresadas en el Pacto Ribereño; los movimientos por apropiación de tierras y agua contra los monocultivos de eucaliptos o pinos para cartón o papel (por ejemplo, contra la empresa Smurfit como en Colombia o Venezuela); la defensa de tierras comunitarias contra la represas, contra algún aeropuerto (San Mateo Atenco), contra canchas de golf (Tepoztlan); la resistencia contra la importación de residuos amparada por el NAFTA que dio lugar al paradójico juicio de Metalclad contra el estado de San Luís Potosí y el municipio de Guadalcázar; las protestas por la contaminación de las maquilas en Tijuana y otros lugares; las protestas locales por la destrucción de manglares (si no en México, sí en Guatemala y Honduras). Hay también muchos casos urbanos de ecologismo popular. Tal vez en la UNAM alguien esté escribiendo una gran tesis doctoral sobre el ecologismo de los pobres en México. Que recuerde que la protesta inicial de Emiliano Zapata en Morelos fue porque un ingenio azucarero se llevaba el agua. “Tierra, Agua y Libertad”.

En conclusión

Hubo un ecologismo redistributivo en la década de 1970, como el de Barry Commoner y Nicholas Georgescu-Roegen (quien en 1972 en Estocolmo propuso la libertad irrestricta de emigrar, lo cual obligaría a corregir a fondo las desigualdades sociales). Pero eso fue dejado de lado con el slogan del “desarrollo sostenible” del informe Brundtland de 1987 que pretendía compatibilizar crecimiento económico y sustentabilidad ecológica. Mis tesis de partida en Lima el 1992, resumidas por Envío Digital, no eran las de “desarrollo sostenible” sino que fueron estas:

El crecimiento económico tropieza con obstáculos ecológicos. Pero ni los neoliberales ni la mayoría de los marxistas, reconocen esos obstáculos.

El socialismo debe abrirse a la ecología. Ya en el anarquismo y en el populismo ruso hubo sensibilidad ecológica, pero hay 120 años de divorcio entre el marxismo y la ecología.

Existe un ecologismo de la abundancia y un ecologismo de los pobres. Todas las luchas contra la militarización son ecológicas y también muchas luchas anti-imperialistas.

Hoy los cambios ecológicos van más de prisa que los económicos aunque podemos afirmar que ninguna civilización ha sido ecológicamente inocente.

En resumen, veinte años después vemos efectivamente que la riqueza es la causa principal de la degradación ambiental, ya que el consumo derrochador de energía y materiales es mayor entre los ricos, así como es mayor la producción de desechos que resulta de ese consumo. La economía no se desmaterializa. El metabolismo de la economía no cesa de crecer, brevemente interrumpido en esta trayectoria por la crisis del 2008-09. Crecen por tanto los conflictos ecológico-distributivos por extracción y transporte de recursos y por exportación o evacuación de residuos (incluido el dióxido de carbono), causando protestas contra la transferencia de costos ambientales hacia los pobres y políticamente débiles.

La percepción ecológico-popular se expresa a veces en la terminología científica de flujos de energía y materiales, de pérdida de biodiversidad, cambio climático, recursos agotables y contaminación, pero ese no es siempre el lenguaje utilizado por los movimientos ecologistas actuales o históricos. Ellos disponen de otros lenguajes.

La necesidad de la supervivencia hace a los pobres conscientes de la necesidad de conservar los recursos y servicios ambientales. Esta consciencia a menudo es difícil de descubrir porque utiliza lenguajes locales, a veces religiosos, y apela a los distintos valores presentes en la cultura local. Esas luchas se expresan a menudo como una defensa del territorio y apelan a la identidad comunitaria e indígena pero su raíz no está en lo identitario y territorial sino en la defensa de la subsistencia, de la oikonomia, frente al crecimiento del metabolismo depredador de la economía mundial.

Ha habido y hay cada vez más luchas sociales dirigidas a mantener el acceso popular a los recursos naturales contra la privatización (o contra la estatización). El mercado (y también por otras razones el Estado) no valora los costos ecológicos o pasivos ambientales. Por tanto, las luchas sociales de los pobres para mantener el uso de los recursos naturales fuera de la economía mercantil (o fuera de la administración estatal) son, al mismo tiempo, luchas por la conservación de la naturaleza.

Tal como indicaba Luís Hernández Navarro en La Jornada (26 mayo 2009), las movilizaciones ecologistas de los pobres son uno de los principales terrenos de confrontación social actual. Muchos conflictos sociales de hoy y en la historia, tienen un contenido ecológico, al intentar los pobres mantener bajo su control los servicios y recursos ambientales que necesitan para su vida, frente a la amenaza de que pasen a ser propiedad del Estado o propiedad privada capitalista, y frente al crecimiento del metabolismo de la economía en términos de cantidades de energía y materiales y producción de desechos. Los pobres luchan contra los impactos ambientales que los amenazan, convirtiéndose en defensores de los ecosistemas al luchar por sus tierras, su patrimonio, su cultura, su paisaje y su lugar de habitación. A veces son todavía reticentes a llamarse ambientalistas o ecologistas que, por otro lado, son términos recientes en la historia social.

En el día que daba esta conferencia en la UNAM, la prensa recogía el caso de Miguel Angel Pérez . Dije así: “Aunque ignoro los motivos directos del suceso y hay en México muchas muertes violentas que poco tienen que ver con el ecologismo, impacta leer precisamente en la prensa de hoy (Crónica, 3 nov 2009, p.5) la noticia de que el líder campesino ambientalista Miguel Angel Pérez Cazalez fue asesinado en la comunidad indígena de Ocotopec en el nororiente de Morelos. Había desarrollado una férrea defensa de la zona protegida de El Texcal entre los municipios de Tepoztlan, Jiutepec y Yautepec. Perteneció al organismo llamado Trece Pueblos en Defensa del Agua y la Tierra.”

Cuando estoy corrigiendo este texto, llega la noticia que ayer 27 de noviembre en Chicomuselo en Chiapas fue asesinado Mariano Abarca, uno de los principales opositores a la explotación de minas de barita por la empresa canadiense Black Fire. Según informa la Red Mexicana de Afectados por la Minería (Rema-Chiapas), los disparos fueron hechos por un motociclista. El pasado 17 de agosto, Mariano Abarca fue detenido por la Procuraduría General de Justicia del Estado acusado por la Black Fire de varios delitos. Debido a la presión nacional e internacional fue liberado el 24 del mismo mes, y se incorporó al plantón junto con sus compañeros en Chicomuselo para exigir la salida de la compañía.

El ecologismo de los pobres se refiere a los conflictos causados por el crecimiento económico y por la desigualdad social, donde los efectos negativos sobre el ambiente al extraer recursos y evacuar residuos son sufridos y pagados por grupos sociales socialmente marginados. A menudo esos conflictos tienen lugar en las fronteras de la extracción, en tierras indígenas y zonas de refugio donde no hay cobertura periodística. Esa resistencia es ecológica aun cuando el movimiento no lleve ese adjetivo.

Esos movimientos del ecologismo popular suelen perder la contienda. Ganan los expertos en resolver conflictos por defunción de una de las partes, por encarcelación, por exilio forzoso, por soborno a dirigentes, por división organizada de las comunidades a cargo de asesores de gobiernos y empresas… Algunas veces, la resistencia popular gana provisionalmente hasta que aparezca un nuevo inversor minero, petrolero, papelero, hidroeléctrico respaldado por el Estado. Pero seamos optimistas: esos movimientos son una principal fuerza social en busca de aliados en todo el mundo para encaminar la economía en una ruta más justa y sostenible. De las resistencias nacen las alternativas.