Situação em Honduras continua grave
Karol Assunção *
Agência Adital - A situação de violação aos direitos humanos segue em Honduras. Na quarta-feira (16), o Observatório Ecumênico do Conselho Latino-americano de Igrejas (Clai) divulgou um comunicado em que destaca a perseguição e a repressão contra defensores e defensoras de direitos humanos, assim como contra membros da Resistência Nacional contra o Golpe de Estado em Honduras.
De acordo com o comunicado, nos últimos dias, várias pessoas foram assassinadas por membros do governo de fato. Entre os mortos está Walter Orlando Troches, procurador de direitos humanos do Centro de Investigação e Promoção dos Direitos Humanos (Ciprodeh), assassinado, no domingo passado (13), por um disparo no peito, realizado por um suposto membro da polícia nacional.
Nectali Rodezno, coordenador da Frente de Advogados contra o Golpe de Estado, também foi outra vítima do golpe. Segundo o comunicado, no dia 15 de dezembro, o advogado sofreu agressões e ameaças de morte por parte de um ativista do Partido Nacional de Honduras.
"Com o anterior ato de agressão e tentativa de homicídio contra este profissional de direitos, coordenador da Frente de Advogados contra o Golpe de Estado que aglutina mais de 300 litigantes em todo o país, evidencia-se o grau de vulnerabilidade a que estão expostos os defensores dos direitos humanos em uma sociedade altamente polarizada, militarizada e intolerante a partir dos processos de luta e defesa dos Direitos Humanos", comenta.
O ex-diretor de medicina forense e assessor em segurança da Secretaria de Segurança durante o governo de Zelaya, Dennis Castro Bobadilla, também tem sido vítima de vigilância, perseguição e ameaças de morte. Segundo comunicado do Clai, ontem, Bobadilla denunciou, através da Rádio Globo, que pessoas encapuzadas em veículos sem placa estão lhe seguindo e ameaçando de morte com armas.
Ademais, várias pessoas e famílias da Resistência Nacional estão sendo perseguidas desde o último 29 de novembro, quando policiais e militares lhes detiveram arbitrariamente e torturaram até que descreveram retratos falados e reconheceram as pessoas da Resistência pelas quais perguntavam.
No entanto, de acordo com Clai, o presidente de fato, Roberto Micheletti, segue afirmando que os feitos de violência são ocasionados pela Resistência Nacional, questionando os meios de comunicação contra o golpe, assim como "pedindo-lhes que deixem essa campanha de ódio e vingança; como querendo dizer que são os culpados destes feitos de violência, mas tem guardado silêncio ante os demais crimes de pessoas que não são conhecidas e omite a responsabilidade que tem o Estado de Honduras de dar proteção e segurança a toda a população através de suas autoridades."
* Jornalista da Adital
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
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