Um "perigosa" suspeita de ser terrorista

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Menina de 6 anos no index dos EUA

Seleção argentina apoia Avós da Pça. de Mayo para o Nobel da Paz

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Seleção de Maradona é politizada

Matéria paga censurada pelo Financial Times

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Grande imprensa britânica não se comporta democraticamente

Barão de Itararé

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Pai da imprensa alternativa, um batalhador de causas justas e muito bem humorado

Crianças palestinas acorrentadas

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A foto fala por si só

Piñera y al fondo su mentor

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Será coincidência?

Manchete de jornal venezuelano em 1992

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El Nacional informa

Ministro Jobim não se dá ao respeito

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Em traje de campanha, Ministro da Defesa se exibe para a mídia

Personagens da época da Guerra Fria

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EUA patrocinou o golpe que derrubou Jango

Ingerência da CIA na Colômbia

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Uribe acabou e agora faz falta um outro de melhor aparência

Uribe no fim de linha

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Presidente colombiano é marionete dos EUA

Coca Colla boliviana

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Refrigerante competirá com a Coca-Cola na Bolívia

A importância da agroecologia

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Transgêniucos prejudicam a agroecologia

Uma publicação sintonizada no seu tempo

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New Left Review

Plataforma Ocean Guardian

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Objetivo é encontrar um mar de petróleo nas Malvinas

Cutrale a, a multinacional que tudo pode

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Alerta de Latuff

Uma visão sobre a impunidade

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O desejo de muitos brasileiros

Mais arte popular desconhecida do Haiti

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Visão de mulheres trabalhadoras haitianas

A pouco conhecida arte do Haiti

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As riquezas da cultura do Haiti

General Lazaro Cardenas y Fidel em 1959

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america latina

america latina

a gente não se despede de mario benedetti

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um escritor imortal

boris casoy

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boris para o lixo

sexta-feira, 30 de abril de 2010

(Vietnã - História) - Vietnã celebra 35 anos da vitória contra os EUA

Vietnamitas comemoram com festa diante do antio palácio presidencial na cidade de Ho Chi Minh, antiga Saigon

Breno Altman

Fonte: Opera Mundi

Ainda amanhecia quando milhares de vietnamitas, organizados em colunas, começaram a se aproximar do Parque 30 de Abril, diante do antigo palácio presidencial, na cidade de Ho Chi Minh. Sindicatos, universidades, fábricas e organizações camponesas enviaram suas delegações, além das forças armadas. Respondiam à convocação para a manifestação que celebraria o triunfo do Vietnã socialista contra o governo de Saigón (velho nome da cidade) e seus aliados norte-americanos.

Não foi um comício de tipo ocidental. O horário já era extravagante. Todos estavam avisados que as atividades começariam pontualmente às 6h30 e estariam encerradas três horas depois, antes que o calor alucinante de Ho Chi Minh vencesse o dia. Quem ocupava as arquibancadas armadas no caminho central do parque eram as autoridades e os convidados. Os cidadãos, com seus agrupamentos, foram os responsáveis pelo espetáculo.

Poucos discursos, apenas quatro – e religiosamente cronometrados. O primeiro secretário do Partido Comunista do município falou por 20 minutos. Depois vieram o presidente da Associação dos Veteranos de Guerra, o secretário-geral da federação sindical local e o presidente da Juventude Comunista de Ho Chi Minh, cada qual com direito a 10 minutos de discurso. O presidente da República, Nguyen Minh Triet, 68, um sulista que teve participação discreta na guerra e está no cargo desde 2006, apenas assistiu, junto com outros dirigentes.

Aproximadamente 50 mil pessoas desfilaram diante das tribunas. Grupos teatrais representaram momentos da guerra de 21 anos contra os norte-americanos e o então Vietnã do Sul. Muita música, até com um pouco de ritmo pop, além dos acordes previsíveis da Internacional (o histórico hino socialista) e de canções revolucionárias. Depois, uma longa marcha, com militares, trabalhadores, mulheres, intelectuais, estudantes, camponesesm com suas faixas e bandeiras, além de modestas coreografias.

Mas a maior emoção estava no rosto dos veteranos de guerra. Um deles era o coronel Nguyen Van Bach, de 74 anos, cabelos inteiramente brancos. Nascido na província de Binh Duong, no sul do país, integrou-se à luta armada em 1947, aos 11 anos. Ainda era a época da guerra contra os franceses, que não aceitavam a independência conquistada em 1945, sob a liderança do líder comunista Ho Chi Minh.

Van Bach ainda combatia no final de abril de 1975. Fazia parte das tropas guerrilheiras. Estava em um destacamento que já controlava a cidade de Tan An, na província de Long An, localizada no delta do rio Mekong. Foi lá que soube da queda de Saigon nas mãos de seus camaradas. “Tive uma alegria tão grande que provocava lágrimas, lembra-se. Ainda se emociona, como vários de seus amigos, quando se recorda dessa data.

Afinal, no dia 30 de abril de 1975, encerravam-se mais de 30 anos de guerra regular ininterrupta. Desde que fora formado o primeiro pelotão da guerrilha comunista, em dezembro de 1944, sob o comando de Vo Nguyen Giap, braço direito de Ho Chi Minh, os vietnamitas enfrentaram sucessivamente invasores japoneses, franceses e norte-americanos.

Colonia francesa desde 1856, o Vietnã foi ocupado pelas tropas nipônicas durante a Segunda Guerra Mundial. Os comunistas assumiram a linha de frente na luta contra os soldados de Hiroito, aproveitando o colapso de Paris às voltas com a ocupação nazista. Lideraram uma frente de várias correntes políticas, denominada Vietminh, e declararam a independência do país depois da capitulação japonesa, em agosto de 1945. No dia 2 de setembro do mesmo ano nascia a República Democrática do Vietnã.

Guerra da Indochina

O general De Gaulle, presidente da França, assim que viu derrotado o nazismo, ordenou que suas tropas sufocassem os rebeldes vietnamitas. Foram oito anos de sangrentos combates. Os homens de Ho Chi Minh e Giap organizaram uma poderosa resistência guerrilheira, que progressivamente aterrorizou e desgastou os franceses. Mais de 90 mil gauleses perderam a vida nos campos de batalha.

A estocada final contra os colonizadores foi em 1954. Ficou conhecida como a batalha de Dien Bien Phu, uma região no noroeste do Vietnã, perto da fronteira com o Laos. Os franceses imaginavam-se invulneráveis nessa posição estratégica, da qual planejavam sua contra-ofensiva a partir de uma grande concentração de recursos humanos e materiais. Mas o Vietminh, através de trilhas na selva e túneis, foi cercando o local sem ser percebido.

Depois de oito semanas, entre 13 de março e 7 de maio, as tropas do general Christian De Castries estavam destruídas e desmoralizadas. Foi o derradeiro capítulo da chamada Guerra da Indochina. Os franceses, derrotados, aceitaram as negociações que levariam aos acordos de Genebra, em 1954. Pelos termos desse tratado, o Vietnã ficaria provisoriamente dividido em dois, ao norte e ao sul do paralelo 17. Mas eleições gerais teriam lugar em 1956 para reunificar o país.

Quando se consolidaram as perspectivas de vitória eleitoral comunista, os grupos conservadores chefiados pelo católico Ngo Dinh Diem deram um golpe de Estado no sul e cancelaram as eleições. Os Estados Unidos, que já tinham sido os principais financiadores das operações francesas, assumiram a defesa do regime de Saigon. Forneceram, a princípio, recursos, armas e assessores militares.

Guerra do Vietnã

Os comunistas reagiram e lideraram, a partir de 1960, um levante popular e guerrilheiro contra Diem, articulado pela Frente de Libertação Nacional com o apoio do norte. Os norte-americanos, diante da fragilidade de seus aliados, enviaram tropas para defendê-los. Era o início da Guerra do Vietnã.

A participação direta dos Estados Unidos durou até 1973. Acabaram asfixiados e quebrados como os franceses. “A supremacia deles era tecnológica”, recorda outro veterano, o general Do Xuan Cong, 72. “Mas o armamento deles era para guerra à distância, com aviões, foguetes e bombas. Nós reduzimos o espaço, forçamos o combate no quintal de suas tropas. As armas modernas não tiveram serventia nem substituíram sua falta de moral para a luta”.

A casa começou a cair depois da chamada Ofensiva do Tet (o ano novo vietnamita), em 1968, quando as forças guerrilheiras atacaram dezenas de objetivos ao mesmo tempo, incluindo a própria embaixada norte-americana em Saigon. A Casa Branca já tinha mais de 500 mil homens em combate. A sociedade estrilava com as mortes, derrotas e mentiras.

Os EUA, durante os quatro anos seguintes, despejaram uma quantidade de bombas superior a que foi empregada em todas as batalhas da Segunda Guerra Mundial. No final de 1972 submeteram Hanói a 12 dias e noites de terror. Utilizaram armas químicas para destruir a capacidade alimentar dos vietnamitas e anular as forças guerrilheiras. Mas suas tropas estavam cada vez mais tomadas pelo medo e incapazes de defender suas posições territoriais.

Derrota norte-americana

Washington se viu forçado às negociações de Paris, que levariam à retirada de seus soldados em 1973. O regime de Saigon ficou por sua própria conta. Não permaneceu de pé por muito tempo. Em 1975, o Vietnã reconquistava sua unidade nacional e os comunistas venciam a mais duradoura guerra do século 20.

Os mortos vietnamitas, civis e militares, chegaram a três milhões, contra apenas 50 mil “sobrinhos” do tio Sam. Dois milhões de cidadãos, incluindo filhos e netos da geração do conflito, padecem de alguma deformação genética provocada pela dioxina, subproduto cancerígeno presente no agente laranja, fartamente empregado pelos norte-americanos. Além das perdas humanas, a economia do país foi quase levada à idade de pedra, como preconizava o general norte-americano Curtis LeMay.

Mas quem desfila a vitória, ainda assim, é o Vietnã. Os norte-americanos foram ocupar o mesmo lugar na galeria de fotos que japoneses e franceses, para não falar dos chineses: o de agressores colocados para correr. “Nossa estratégia se baseou em uma ideia simples: a da guerra de todo o povo”, enfatiza o general Cong. “Não havia um centímetro de nosso território no qual os norte-americanos podiam ficar tranquilos. Eles perderam para o medo.”

Essas são águas passadas, porém. Das quais ficam lições, estímulos e valores, é certo, além de grandes livros, fotos e filmes. Mas não resolvem os desafios da paz. Os vietnamitas, nesses 35 anos, tiveram que cuidar de outro problema, para o qual a guerrilha e seus inventos não eram solução. Como alimentar e desenvolver uma nação tão pobre e destruída? Essa é a outra história do Vietnã indomável.

Data de Publicação: 30.04.2010

(Brasil - Forças Armadas) - Brasil desafía el Plan Colombia

- - - Servicio Informativo "Alai-amlatina" - - -

Con los movimientos de tropas, incluso el incremento de efetivos militares en la región Amazonica sulamericano demonstra la preocupación geopoloitica en la defensa de su soberania

Raúl Zibechi*

Fuente: ALA1I AMLATINA - La escalada militar protagonizada en los dos
últimos años por el Pentágono y el Comando Sur en la región
sudamericana, con su despliegue de bases en Colombia y Panamá, y la
ocupación de Haití luego del terremoto de enero, está siendo resistida y
enfrentada por Brasil, según se desprende de los recientes movimientos
de tropas que suponen una completa redistribución de fuerzas. La
reorganización de la defensa y el considerable aumento del presupuesto
militar muestran que tanto las fuerzas armadas como el gobierno de
Brasil hacen una lectura correcta de la transición hegemónica en curso
en la región, que no puede sino incrementar la tensión y la
inestabilidad, sin descartar conflictos armados.

El ejército brasileño, según informa el diario gaúcho Zero Hora (18 de
abril de 2010), está en plena ebullición ya que está en marcha “la mayor
modificación en el tablero de tropas realizada desde que los militares
asumieron el poder en Brasil en 1964”. Pero ahora los motivos no son
ideológicos sino geopolíticos. Varias brigadas de infantería están en
proceso de traslado desde el Litoral hacia la región central de Planalto
con el objetivo de defender la Amazonia. En esa región serán creados 28
nuevos puestos de frontera que se suman a los 21 actualmente existentes.
El ejército sumará 59 mil nuevos efectivos a los 210 mil con que ahora
cuenta. Pero ese incremento estará focalizado siempre en la región
amazónica, cuya defensa es el nudo estratégico para Brasil.

Los efectivos del ejército en la Amazonia se duplican: de los 25 mil que
tiene en este momento llegará a 49 mil en pocos años, de modo que casi
el 40% de los nuevos reclutas estarán destinados a esa región. En el
Planalto se instalará además una base de la fuerza aérea para la
operación de aviones de transporte Hércules. Pero el aspecto principal
incluye cambios en el aspecto operativo de las brigadas, que se
convierten en módulos de combate independientes con unos 3 mil efectivos
cada una.

Estos cambios vienen anunciados en la Estrategia Nacional de Defensa
aprobada en diciembre de 2008 por el presidente Lula, que define
acciones de corto, mediano y largo plazo, un período que abarca hasta
2030, para “modernizar la estructura nacional de defensa” reorganizando
las fuerzas armadas, reestructurando la industria brasileña de material
de defensa y la composición de los efectivos de las fuerzas armadas.
Además asegura que en la defensa inciden tres factores decisivos: la
cibernética, el espacial y el nuclear. La mayor novedad es que hasta
ahora el ejército miraba hacia el sur porque siempre se pensó en un
posible conflicto con Argentina, herencia del período colonial. Ahora se
propone posicionarlo en el centro, porque las amenazas reales por tierra
vienen del Norte y la región andina.

La estrategia militar que aplica el Pentágono para contener a Brasil
consiste en rodear el inmenso país con bases militares (existentes ahora
en Panamá, Colombia, Perú y Paraguay) y generar conflictos e
inestabilidad en sus fronteras. Es ése el objetivo estratégico del Plan
Colombia y del nuevo despliegue de bases militares en la región. Si
Estados Unidos consigue “derramar” el conflicto colombiano hacia la
Amazonia brasileña, como lo está haciendo hacia Venezuela, habrá
instalado una situación de incontrolable inestabilidad en Brasil, que
sería un lastre para su despegue como potencia regional capaz de
sustituir a la potencia hegemónica en decadencia.

Defender la Amazonia supone combatir. En este sentido la Estrategia
Nacional de Defensa muestra autonomía respecto al pensamiento militar
estadounidense. “Para disuadir es necesario estar preparado para
combatir. La tecnología, por más avanzada que sea, jamás será
alternativa al combate. Será siempre un instrumento de combate”.
Mientras el Pentágono apuesta a la tecnología como forma de ganar
guerras, Brasil hace centro en el combate sobre el terreno. Hay más
cambios: la fuerza aérea que ahora está concentrada en Sao Paulo y la
marina en Rio de Janeiro, deben atender al Atlántico Sur donde están las
nuevas y enormes reservas de petróleo que convierten a Brasil en la
séptima potencia petrolera del mundo. La marina, además, cuidará la
desembocadura del Amazonas y las cuencas de ese río y del Paraguay-Paraná.

Desde 2004 el presupuesto militar de Brasil se incrementó en 45%, sin
contar las recientes compras de submarinos, helicópteros y 36 cazas de
última generación, ni la base de submarinos que se comenzó a construir
cerca de Río, según informa O Estado de Sao Paulo (25 de abril de 2010).
Días atrás el ministro de Defensa Nelson Jobim entregó a la fuerza aérea
doce helicópteros de ataque comprados a Rusia destinados a la base aérea
de Porto Velho, en Rondonia, estado amazónico fronterizo con Bolivia.
Son los primeros helicópteros de ataque que posee el país y la primera
compra militar a Rusia. En pocos días, cuando se anuncie el acuerdo con
Francia para construir los 36 cazas Rafale, casi todos en Brasil, se
habrá completado un profundo viraje hacia la creación de un complejo
militar-industrial autónomo, el primero con que contará un país del Sur.

“La época en que las potencias dominantes disfrutaban de `esferas de
influencia exclusivas´ en todo el mundo es cosa del pasado”, puede
leerse en la edición de Diario del Pueblo (28 de abril de 2010) dedicada
a explicar el crecimiento de la marina de guerra china y su despliegue
en el Pacífico occidental. El diario gubernamental agrega que la
relación de fuerzas en el Pacífico está cambiando, que las fuerzas
navales de Estados Unidos están reforzando su presencia en esa región
por lo que el ascenso militar chino es “un requisito estratégico para
toda gran potencia, que debe defender sus intereses según se lo permitan
sus capacidades”. En Sudamérica sucede algo similar: una gran potencia
se está preparando para sustituir, también en el plano militar, al
decadente imperio estadounidense.

(*)periodista uruguayo, es docente e investigador en la
Multiversidad Franciscana de América Latina, y asesor de varios
colectivos sociales.

Fecha de Publicación: 30/04/2010

(Guatemala - Direitos Humanos) - Filme recupera memória da guerra civil da Guatemala

O filme “A ilha – arquivos de uma tragédia”, do alemão Uli Stelzner, procura recuperar a memória da guerra civil e aponta para a existência do Arquivo Histórico da Polícia Nacional (AHPN). Depois de quase quatro anos de trabalho, o documentário estreou na capital da Guatemala, na terça-feira, 20.

Alesía Martínez

Fonte: Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação (ALC), 30-04-2010.

Os 36 anos de guerra interna deixaram um saldo de 200 mil mortos, 45 mil desaparecidos e 5 mil mulheres violentadas. Depois da assinatura dos Acordos de Paz, em 1996, a Comissão para o Esclarecimento Histórico perguntou pela existência de documentos da Polícia Nacional onde pudesse investigar, recebeu como resposta do governo Álvaro Arzú que não existia qualquer arquivo histórico sobre a época.

O historiador Cifuentes Medina descobriu, por acaso, em 2005, documentos do que agora está sendo denominado de AHPN num local escuro e úmido, sem ventilação, denominado Local 3, na capital do país.

Milhares de dossiês se empilham no local. Entre as etiquetas de referência lê-se seqüestros, delitos sexuais, desaparecidos. É só uma pequena parte do que existe. O Arquivo conta com 80 milhões de documentos que, dispostos em linha reta, representam oito quilômetros ininterruptos de informação. Apesar de todas essas provas, os autores dos crimes ali registrados continuam impunes.

“Trata-se de uma película dura, pela crueza dos depoimentos que nela aparecem, mas creio que ao mesmo tempo é necessária, pois este segredo guardado durante tantos anos causou muito dano a toda a sociedade guatemalteca“, disse Stelzner.

Seu maior desejo é do que o documentário cumpra com a função de informar e, sobretudo, que gere um debate positivo para a recuperação da memória. O documentário faz sucesso de bilheteria e poucas horas antes de sua estréia houve anúncio de ameaça de bomba no local.

Data de Publicação: 30-04-2010.

(Brasil - Direitos Humanos) - Pastoral da Terra denuncia perseguição de lideranças no campo

A Comissão Pastoral da Terra (CPT) divulgou uma nota destacando o nome de agentes da Pastoral que sofreram ameaças de morte.

Eis a nota.

A Coordenação Nacional da CPT vem a público para denunciar as perseguições sofridas nos últimos meses por agentes da CPT, em diversas regiões do Brasil. No Mato Grosso, Irmã Leonora Bruneto, desde 2003, vem recebendo ameaças de morte pela sua atuação ao lado dos trabalhadores, primeiro na Gleba do Gama, Projeto de Assentamento Renascer, no município de Peixoto de Azevedo, MT.

As últimas ameaças estão relacionadas a conflito nas Fazendas Recanto e Cinco Estrelas, município de Novo Mundo, MT, ocupada por 180 famílias de sem-terra, contra as quais foi expedido e executado mandado de reintegração de posse. As fazendas, uma área pública de 211.750 hectares, inserida na Gleba Nhandu, é grilada por Sebastião Neves de Almeida, vulgo Chapéu Preto, que para justificar tal extensão, juntou procurações de nove outras pessoas, sendo ele, porém, o único a exercer efetivamente a posse da área. Além de Irmã Leonora, outras seis lideranças de sem-terra foram ameaçadas. Irmã Leonora também tem recebido ameaças por suas denúncias de exploração de trabalho escravo na região.

Na Bahia, no dia 25 de março, a agente da CPT Bahia, Marilene de Jesus Cardoso Matos, foi presa junto com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do município, João Cerrano Sodré, em Santa Maria da Vitória, prisão decretada pelo magistrado do Juizado Especial Cível da Comarca da Santa Maria da Vitória, Eduardo Pedro Nostrani Simão. As prisões estão relacionadas com nota denunciando a decisão arbitrária do juiz em ação possessória que envolve comunidades tradicionais e conhecidos grileiros da região. A nota foi enviada à Corregedoria Geral de Justiça do Estado da Bahia, que pediu informações acerca dos fatos relatados na denúncia.

O juiz, ao tomar conhecimento através da Corregedoria, em um claro ato de retaliação contra as entidades que apoiam a luta dos trabalhadores, determinou a abertura de inquérito policial sob alegação de que se tratava de coação no curso do processo, além de crime contra a sua honra, decretando a prisão preventiva das duas pessoas que assinaram a nota, que no seu entendimento seriam representantes do trabalhadores.

Em Balsas, no Maranhão, o Promotor de Justiça, Sr. Rosalvo Bezerra Lima Filho, no dia 10 de janeiro, atribuiu ao Coordenador da CPT de Balsas, Antonio Gomes de Morais, a prática dos crimes de esbulho possessório e formação de quadrilha, por ter a CPT apoiado uma ocupação de área urbana na cidade de Balsas. Segundo os movimentos sociais, o promotor aproveitou-se de um problema social grave para atacar agentes sociais que apresentaram no Tribunal Popular do Judiciário, realizado em São Luiz, denúncia sobre a vinculação entre membros do poder Judiciário, o Ministério Público e fazendeiros da região.

Em Pinheiro, também no Maranhão, o promotor público enviou ao Juiz de Direito oficio em que diz que o Pe. Clemir, agente da CPT Maranhão “está incitando publicamente a prática de invasão de terra”. O motivo da acusação é por ter o Padre questionado a liminar de reintegração de posse contra comunidade quilombola e a forma como o oficial conduziu sua execução. A comunidade despejada é certificada pela Fundação Cultural Palmares como Comunidade Quilombola. A liminar foi concedida sem a intervenção do Ministério Publico apesar do art. 82, inciso II, do Código de Processo Civil prescrever: “Compete ao Ministério Público intervir: - Nas ações em que envolvam litígios coletivos pela posse da terra rural e nas demais causas em que há
interesse público evidenciado pela natureza da lide ou pela qualidade da parte”.

No Tocantins, o agente pastoral da CPT, Silvano Lima Rezende, em março de 2010, recebeu ameaças de morte por ter denunciado, no final do ano de 2009, à Ouvidoria Agrária Nacional a existência de homens armados no Projeto de Assentamento Santo Antonio Bom Sossego, município de Palmeirante - TO.

Na época, a área era grilada por três fazendeiros que perseguiam os acampados que reivindicavam essa terra.
Conseguiram inclusive dois mandados de reintegração de posse contra eles. O INCRA acabou negociando com os fazendeiros e reduziu o assentamento a somente nove famílias, deixando o restante da área aos grileiros. Como a área previa o assentamento de 19 famílias, alguns sem terra têm procurado ocupar lotes vazios, mas passaram a sofrer ameaças e represálias por parte de pistoleiros contratados pelos fazendeiros. A denúncia feita pelo agente da CPT resultou na apreensão de armas, em operação realizada pela Polícia Civil. As ameaças contra Silvano partiram de uma das pessoas desarmadas nesta operação.

Diante destes fatos, a Coordenação Nacional da CPT expressa apoio e solidariedade aos seus agentes ameaçados e perseguidos desejando-lhes constância e firmeza ao lado dos que são historicamente excluídos dos bens e dos direitos que a todos cabem.

Apela, outrossim, às autoridades para que investiguem as denúncias de ameaças, façam cumprir os princípios constitucionais da função social da propriedade e reconheçam os direitos das comunidades quilombolas e de outras comunidades tradicionais.

Goiânia, 29 de abril de 2010

(Venezuela - Economia/Política) - Venezuela ha cumplido con los objetivos del milenio 2015”.

Venezuela ha cumplido con los objetivos del milenio 2015”.

Fuente: Misión Permanente de la República Bolivariana de Venezuela ante la ONU

Nueva York - El Representante Permanente de la República Bolivariana de Venezuela ante las Naciones Unidas, realizó el día 26 de Abril, una importante intervención en el seminario sobre "desafios y oportunidades para el logro de los objetivos del milenio en la región de America Latina y el caribe", promovido por el grupo de río y el programa de naciones unidas para el desarrollo.
El embajador Valero destacó:

“Desde el inicio de la Revolución Bolivariana, Venezuela ha dado pasos firmes para elevar la calidad de vida de los venezolanos y venezolanas. Ha tenido éxitos notables en la consecución de los Objetivos de Desarrollo del Milenio, fijados por las Naciones Unidas para 2015. La mayoría de esos objetivos ya se han alcanzado.

La crisis financiera y económica del capitalismo global ha tenido un impacto demoledor, especialmente en los países en desarrollo, que dificulta alcanzar los Objetivos de Desarrollo del Milenio.

Variados son los obstáculos que enfrentan nuestros países para alcanzar estos objetivos. Las perversas dinámicas del capitalismo global succionan capitales hacia los centros financieros de los países desarrollados; imponen una inmoral e ilegal deuda externa y envilecen los precios de las materias primas provenientes de los países en desarrollo”.

Reafirmó además el diplomático ante numerosas representaciones permanentes antes las Naciones Unidas que:

“La crisis azota con crueldad a estos países que, de acuerdo con la UNCTAD, tuvieron un recorte de 2 trillones de dólares estadounidenses, como consecuencia de la disminución de los flujos de capital y la caída de las exportaciones.

Según el Banco Mundial, los países en desarrollo consumieron el pasado año 362 mil millones de dólares de sus reservas internacionales, y tendrán una brecha de financiamiento de 315.000 millones de dólares en 2010.”

El Representante Permanente de Venezuela resaltó que en el marco de la Revolución Bolivariana, Venezuela ha alcanzado las Metas referidas a la disminución de la pobreza y la pobreza extrema; al empoderamiento de la mujer y a la equidad de género en la educación; al acceso sostenible al agua potable; a la reversión de la pérdida de los recursos ambientales; a la atención gratuita a las personas con VIH-SIDA y al acceso a las nuevas tecnologías.

Señaló además el embajador:

“La pobreza extrema ha disminuido del 20.3% en 1998, al 7,4% para el 2do. Semestre de 2009. La CEPAL establece en su último informe (2009) que Venezuela está a la vanguardia, en la superación de la pobreza y la desigualdad en América Latina y el Caribe. Asimismo, Venezuela fue declarada por la UNESCO territorio libre de analfabetismo. La Organización Panamericana de la Salud (OPS), a su vez, ha reconocido los relevantes logros alcanzados en materia de salud.

En Venezuela se ha democratizado el acceso a las Tecnologías de la Información y la Comunicación y se construye la sociedad del conocimiento, como fundamento de la soberanía científico-tecnológica.

Estos logros se deben a que el Gobierno Bolivariano ha mantenido una política soberana, y detenido las pretensiones de los auspiciadores del neoliberalismo de imponer sus nefastas recetas a Venezuela.”

Para finalizar, el Embajador Representante Permanente resaltó:

”Con el propósito de erradicar la pobreza y alcanzar la inclusión y justicia social, el Gobierno Revolucionario desarrolla una serie de programas conocidas como Misiones Sociales. Son programas de alcance masivo, dirigidos a quienes en el pasado se les desconocieron sus derechos humanos, especialmente los derechos económicos, sociales y culturales.

Con las Misiones se fomenta la participación social y ciudadana y se avanza hacia la edificación de una sociedad socialista, fundada en la justicia, la igualdad y la plena vigencia de las libertades democráticas.

Actualmente el Gobierno Bolivariano implementa 30 Misiones Sociales para atender las necesidades primordiales de la población. A pesar de la crisis financiera del capitalismo que azota al mundo, cerca del 50% del presupuesto nacional se destina al gasto social.

Venezuela considera que es necesario impugnar las lógicas perversas del capitalismo global y priorizar la cooperación SUR-SUR. Promueve y apoya - en el ámbito regional - iniciativas de integración y cooperación solidaria, como El ALBA, PETROCARIBE, EL BANCO DEL ALBA, UNASUR, entre otras. Iniciativas que contribuyen a alcanzar los Objetivos de Desarrollo del Milenio.”

Fecha de publicación: 29/04/10

quarta-feira, 28 de abril de 2010

(Brasil - Direitos Humanos) - Familiar de vítima de diadura conta história de atrocidade da ditadura brasileira

Irmã de desaparecida política relata fatos importantes para a Comissão de Direitos Humanos da OEA

Eu, Diva Soares Santana, brasileira, nascida em 09 de setembro de 1944, no Município de Vitória da Conquista no Estado da Bahia, 64 anos, domiciliada a Alameda Piatã, Condomínio Vale das Flôres, nº 20, Ed. Alecrim, Ap. 304 no Bairro de Brotas, na Cidade de Salvador-Ba, Brasil, viúva, secretária, portadora do Registro de Identidade nº 01.051.491, pela Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia, na qualidade de irmã de Dinaelza Santana Coqueiro, vítima, desaparecida política na Guerrilha do Araguaia, desde 1974 no Estado do Pará-Brasil, livre e espontaneamente, presto o seguinte depoimento:

Dinaelza Santana Coqueiro, natural de Vitória da Conquista Bahia, nasceu no dia 22 de março de 1949. Ainda criança nossos pais mudaram-se para a vizinha Cidade de Jequié-Ba, local onde iniciou os estudos. Na sua adolescência, atuava no movimento estudantil, fazendo parte da diretoria do grêmio do Instituto Régis Pacheco, participava das atividades culturais e de grupos de estudos, sendo de sua preferência autores da literatura brasileira como Castro Alves, Machado de Assis, José de Alencar e outros. Aos 19 anos concluiu o curso de magistério no mesmo colégio, transferindo-se para a capital do Estado da Bahia, Salvador em 1969. Prestou vestibular e foi aprovada no curso de geografia pela Universidade Católica de Salvador (Ucsal). Oriunda de uma família numerosa procurava formas de trabalho que viesse contribuir no sustento familiar, sem atrapalhar os estudos.

Segura, objetiva, com ideais voltados para o estudo na perspectiva de seguir carreira na área de educação, apesar de sua pouca idade preocupava - se com a situação social do Brasil e com todos da família. Mantinha seus ideais, em busca de uma sociedade mais igual e sem exploração. Diná, assim era tratada na família, viveu a adolescência em um regime militar ditatorial, repressivo, perverso e sanguinário. Isto por si só já explica a sua decisão, mesmo porque a juventude destes anos de chumbo participava e demonstrava com muita garra, da luta pela democracia e liberdades para o povo brasileiro. Assim, Diná inicia a sua vida adulta permeada por encantamentos, alegria, carinho, meiguice e consciente do seu papel enquanto cidadã brasileira. Adulta, ainda quase menina, imbuída de sentimentos de liberdade, abandonou a família, os amigos e tudo que o cercava e voou em busca dos seus ideais, combatendo a tirania de um governo que a todos perseguia.

Dos seis filhos, sou a primogênita e seguindo a ordem, Dinaelza é a terceira, a diferença de idade entre nós é de quatro anos. Fomos criadas em um ambiente oriundo de uma família muito simples, porém, unida. Convivi neste ambiente até meus 16 anos, casei-me muito cedo, tendo que cuidar da nova vida, outras rotinas, contudo continuamos sem diferenças – o meu casamento não interferiu no nosso relacionamento, até porque em cidades pequenas é possível este convívio. Deste casamento tive 03 filhos e Dinaelza, vibrava com os únicos sobrinhos, sempre presente, com muito carinho e dedicação contribuía em me acompanhar nesta nova experiência na formação dos meus filhos, quando pequenos. Seguindo os rituais da nossa cultura, batizou o meu terceiro filho, Luis Cláudio Santana Brito, nascido em 1965, com 02 anos de idade em 1967, e dedicava-lhe carinhos e preocupação com o seu futuro.

Quando se desloca para a Cidade de Salvador em 1969, mantivemos constantes contatos. Através das suas cartas, manifestava preocupação com todos agora distantes, inclusive às sobrinhas e seu afilhado. Quando tinha folga no trabalho e no curso aproveitava para visitar a família em Jequié.

Durante a sua convivência conosco, na Cidade de Jequié, eu tinha conhecimento da sua militância estudantil. Nos anos de 1965, 66 e 67, período de muita repressão, principalmente ao movimento estudantil, até livros de literatura era necessário esconder para evitar que, numa “batida” dos militares, fossem encontrados, por exemplo: livros do poeta Castro Alves eram considerados subversivos e por isso, muitas vezes, tive que esconder em minha casa, esse material.

Sabia também do seu crescimento e envolvimento político em Salvador, aí com mais amadurecimento, mais responsabilidades. Sabia também da firmeza ideológica e da acirrada perseguição que enfrentava na escola e no trabalho. Recordo quando ela me falou da necessidade de abandonar o emprego e rumar para uma vida clandestina. Recentemente se casara com Vandick Reidner Pereira Coqueiro, também militante e estudante de economia na Universidade Federal da Bahia (UFBA). Aliás, deste casamento, guardo com muito carinho uma fotografia contendo uma sua dedicatória.

A nossa preocupação pela sua segurança e pela preservação de sua vida era grande, apesar de, quando tratávamos da situação política do país, ela, para nos tranqüilizar, principalmente aos nossos pais, mesmo ciente dos riscos, sempre se colocava ciente e os considerava natural a qualquer pessoa.

È neste contexto de muita violência aos movimentos populares, que em um determinado dia chega a Jequié, outra irmã, também estudante na Cidade de Salvador, portando clandestinamente várias correspondências para toda a família. As cartas, endereçadas aos pais e irmãos, tinham um conteúdo muito forte, ressaltando a necessidade de lutar para combater um regime tirano. Eram de despedidas e não informava a nova residência, porém explicava os reais motivos dos deslocamentos, enfatizando sempre a perseguição militar. Atendendo ao seu pedido, visando a sua segurança, bem como, da família estas cartas foram destruídas assim que lidas. Infelizmente não as temos mais, contudo me recordo praticamente de cada palavra. Só depois conclui que era, realmente, uma despedida.

Nunca vou me esquecer aquele dia. Era final do ano de 1970, não me recordo da data. Não podíamos nos manifestar, até o nosso choro tinha que ser abafado para que não fossem descobertos os planos de sua retirada. Para os meus pais, principalmente o abalo foi muito grande e sofrido. Naquele momento a minha mãe passou mal e teve que ser atendida por médico. Recordo também, que a nossa angústia, mesmo sem querer, produziu reações de carinho dos vizinhos, mas por questão de segurança, não podíamos falar o que estava acontecendo.

A partir desta data nos calamos. Evitávamos até em pronunciar o seu nome para que alguém não escutasse e com isto descobrissem o seu paradeiro. Após cerca de quase um ano de ausência meus pais receberam uma correspondência. Trazia notícias de como estavam vivendo, informando estarem bem de saúde, trabalhando, e produzindo o próprio alimento, que viviam com pessoas simples, e lamentavam a falta da família e sentiam muitas saudades e afirmava que só retornaria com a vitória. Demonstrava preocupações com todos da família, irmãs, sobrinhos e os pais, inclusive pedia para entendê-los, diante da decisão por ela tomada, que se cuidassem e tivessem cuidados com a atual situação, para não se exporem.

Passaram-se todos esses anos, mesmo cientes da total falta de liberdade, procurávamos, em todos os rostos, o rosto da minha irmã. A minha mãe, buscava encontrá-la em todos os locais que passava. Em 1975, eu e ela fizemos um passeio a Cidade de São Paulo, e só muitos anos depois ela me contou que o seu objetivo era encontrar Dinaleza e que quando passava pela multidão observava bem os rostos. Mantinha a esperança de encontrá-la. Inicialmente eu também nutria a esperança do seu retorno, não acreditava na possibilidade da morte.

A morte é fato, mas neste caso específico trata-se de uma brutal violência que atinge a todos, principalmente à família que nem sequer tem o direito de saber a verdade, o direito de sepultar o seu ente querido. O meu pai, há quatro anos falecido, falava muito pouco sobre Dinaelza, e quando isto ocorria, bastava apenas à pronúncia tão somente do seu nome para que chorasse muito. Contudo mantinha a esperança de reencontrá-la. Certa vez me confidenciou que quando retornava de viagem para casa, tinha a sensação de que iria vê-la. Morreu inconformado com o tratamento recebido por parte do Estado Brasileiro, em manter o sigilo sobre a morte de sua filha e da constatação da falta de respeito para com a pessoa humana.

A minha mãe, hoje aos 89 anos também tem sofrido bastante com a ausência da filha, ela que era tão sua parceira nas atividades laborais, Uma das lembranças muito presente até os dias atuais, Diná criava e desenhava os modelitos para que fossem confeccionadas as suas vestimentas, bem como as apostas que faziam, porém não cumpriam, para que largassem o cigarro.

A manutenção da figura do desaparecido, a ocultação da verdade, além de violar todos os direitos da pessoa humana, causa dores latentes e permanentes e a sensação de impotência, diante da impossibilidade do cumprimento do direito inalienável de enterrar seus mortos, de ter um lugar para chorar, ritual sagrado na história da humanidade. Até mesmo os animais irracionais desabafam suas dores pelas perdas dos filhos em um determinado local. Outra constatação perversa é a impunidade mantida aos criminosos.

Alguns anos de sua ausência e sem notícias, não me recordo quantos, eis que começa a surgir no Brasil um movimento denominado Movimento Feminino pela Anistia, patrocinado por mães, esposas e etc., que tinham seus filhos presos, exilados ou clandestinos. Desse embrião, nasce o Comitê Brasileiro pela Anistia, e o grito pela anistia se instala em todos os cantos do país. Em 1979 eu me integro a este movimento com vistas a obter notícias do destino da minha irmã e do seu marido, destino este até então desconhecido..

A situação econômica e social do país agrava-se a cada dia, enfrentando uma crise devastadora e com a repercussão interna e externa da movimentação da luta pela anistia, dentre outras, os militares foram obrigados a iniciarem um processo lento de abertura política. Em 1979, fruto deste movimento é aprovado pelo Congresso Nacional uma lei de anistia em que concedia anistia a pessoas exiladas e presas. Com isto, os presos foram libertados e os exilados retornaram ao país, o que contribuiu para que a investigação dos movimentos organizados e dos familiares em busca daqueles que não apareceram, continuasse.

Através de pesquisas o movimento organizado e os familiares concluíram que cerca de quase 500 pessoas estavam mortas e 140 desaparecidas. Diante da confirmação dos fatos, em nível nacional, foram elaborados, manifestos de denúncias a nação, cartazes com a fotografia e nomes dos desaparecidos, correspondências das mães, pais e irmãos aos ministros militares, Exército, Aeronáutica, Marinha e da Justiça, ao General Presidente da República, informando o desaparecimento e solicitando notícias sobre o paradeiro dos nossos parentes. Também foram encaminhados documentos a outras autoridades, personalidades e organizações internacionais, aos representantes da igreja católica no Brasil, ao Papa, etc. denunciando os horrores praticados como a tortura seguida de morte, a execução e ocultação de cadáveres, bem como, da verdade.

Dando continuidade ao processo de buscas por esclarecimentos várias atividades foram executadas neste sentido, como a construção e edição do livro, denominado, “Mortos e Desaparecidos Políticos,” contendo inicialmente uma pequena biografia dos mortos e desaparecidos no Brasil.

A lei da Anistia não tratava da questão dos brasileiros mortos e dos que se encontravam desaparecidos. Este segmento foi excluído da lei, portanto, a luta pelo esclarecimento dos que não retornaram, continuou, principalmente pelos familiares, democratas e organizações da sociedade civil. Nessa construção, vale ressaltar a solidariedade e apoio recebido pelas organizações internacionais, como a Anistia Internacional.

Mesmo tendo que enfre0ntar perseguições dos militares ainda no poder, é um novo momento. A volta dos exilados e dos presos, a iniciativa da Arquidiocese de São Paulo em editar um documentário inédito, “Brasil: Nunca Mais”, com um conteúdo repleto de revelações contidas nos inquéritos policiais militares sobre os condenados e presos políticos, na tortura, que esclarece pontos ainda obscuros, trazendo à luz a possibilidade de novas informações, investigando o paradeiro de tantas pessoas que não voltaram. Várias formas de luta foram organizadas.

Em novembro de 1979 foi realizado o II Congresso Brasileiro pela Anistia em Salvador-Bahia, para discutir os rumos da luta após a aprovação da Lei. Neste Congresso, ainda sob forte pressão e perseguição política, é notória a presença e participação dos familiares de todos os atingidos pela ditadura, bem como, de um contingente de familiares de pessoas desaparecidas, buscando notícias dos seus. Já era de domínio mais ou menos público a informação que, na Região Sul, do Estado do Pará, uma guerrilha ocorreu e os guerrilheiros, cerca de 70, encontravam-se desaparecidos. Diante da comprovação de que aqueles filhos, maridos, irmãos, irmãs etc. foram para aquela localidade deu-se início as buscas das famílias..

Aprovado pelo II Congresso da Anistia, o manifesto dos familiares do Araguaia, à nação brasileira, onde afirmava a continuidade da luta e denunciava as violações aos direitos humanos, assim como, solicitava o apoio da sociedade para a realização de uma caravana de familiares a região do Araguaia, local do conflito armado, com vistas a contatar a população local, esclarecer os reais motivos pelos quais aqueles jovens se refugiaram e decidiram resistir até a morte.

Em 1980, ocorreu a primeira caravana de familiares a região do Araguaia, composta por vinte e duas famílias, seguida de organizações não governamentais como a Igreja Católica, a Ordem dos Advogados do Brasil Nacional, a imprensa, parlamentares e personalidades. A caravana dos familiares foi planejada e organizada com muitas dificuldades diante da falta de recursos e do quadro de repressão vigente. Familiares de quase todos os Estados do País, dela participaram. Mesmo aqueles, pais e mães, alguns com a idade avançada, percorreram uma área ainda de selva, enfrentando todos os obstáculos.

A chegada destes familiares, antecipadamente comunicada à população, causou um grande reboliço nas comunidades de cada local visitado. Por um lado, a presença de militares remanescentes da guerrilha que sabedores da nossa presença, voltaram a ameaçar aquele povo que por serem amigos dos guerrilheiros, sofreram todo tipo de violência, como prisões e torturas. As ameaças eram sobre o perigo que representava a nossa presença, afirmando que, caso fossem relatados por eles as ocorrências da guerrilha, tudo iria recomeçar. Para nossa surpresa, fomos bem recebidos em todos os locais visitados. O Bispo da Cidade de Marabá-Pa, Dom Alanno Penna, realizou uma missa, seguida de um ato onde conclamava aos presentes todo apoio e solidariedade às famílias em caravana, que não tivessem medo e contassem o que viu e sofreu.

Ao final da caravana que percorreu quase toda a área conflagrada, ora descobrindo através de depoimentos, pessoas que se encontravam clandestinas outras sequeladas, doentes, vítimas da brutal violência perpetradas pelos militares, ora visitando locais de prisões e torturas, cemitérios em que, segundo os moradores, foram sepultadas as primeiras pessoas mortas no conflito e até uma área vista e considerada como um campo de concentração, pior que na Alemanha nazista, por não conter cerca de arame farpado. Ali estavam residindo em terras doadas pelos militares que continuaram na área, camponeses que foram obrigados a penetrar na mata, servindo de guias as Forças Armadas para localização de guerrilheiro, além de serem controlados e vigiados permanentemente.

Vale lembrar que todo este penoso trabalho teve apenas a iniciativa e apoio da sociedade civil e de familiares e que todas as entrevistas foram gravadas e postas em local seguro para o atendimento, caso necessário seja de sua utilização. Tendo em vista a confirmação das graves violações aos direitos humanos, como a execução de pessoas presas, torturas e ocultação das mortes, executados pelos segmentos das Forças Armadas, polícias, militar civil estadual, polícia federal e de agentes do Serviço Nacional de Informação, este oficialmente dirigido pela Casa Civil do Governo Militar.

A caravana em viagem, sabedora de tais violações, elaborou e aprovou um documento “Manifesto a Nação” contendo denúncias da comprovação das atrocidades ali perpetradas aos combatentes e a uma população pobre, desprovida de qualquer atenção das autoridades competentes e até da existência e presença visível do que mais parecia um campo de concentração.. No final, a caravana rumou para Brasília, recebida em audiência pelo então Presidente da Câmara dos Deputados, Deputado Ulisses Guimarães, que ouviu os relatos e recebeu o Manifesto Denúncia.

No decorrer dos anos, outras iniciativas foram realizadas, como a constituição de um advogado que nos representaria contra a União impetrando uma Ação de Prestação de Fazer, argüindo ao Governo Federal, sobre os desaparecidos: se mortos, onde estão, as circunstancias das mortes e os locais de sepultamento dos nossos entes queridos e o traslado dos vestígios físicos para serem entregues as famílias. Esta Ação impetrada há cerca de mais de 23 anos, tramitou na 1ª Vara da Justiça Federal, onde, no curso da instrução, ouviu depoimentos de familiares e testemunhas. Em 2003, finalmente foi prolatada pela Juíza da Primeira Vara da Justiça Federal, Dra. Solange Salgado, acolhendo à solicitação dos familiares do Araguaia.

Outras iniciativas foram realizadas pela organização destes familiares. Ocorreram muitas reuniões, incontáveis eventos, como: viagens para outros países em busca ou trocas de informações, ida por várias vezes em expedições oficial e não oficiais, a região em companhia de técnicos forenses para inumações em locais de prováveis sepultamentos dos nossos parentes, seguindo informações dos moradores e camponeses. Segundo alguns militares que atuaram na área, o número de desaparecidos na região do Araguaia soma a 80 pessoas e destes, até agora, somente dois foram identificados.

Em 1995, foi aprovada e sancionada pelo Governo Federal a Lei 9140/95 que estabelece normas e procedimentos para a responsabilização do Estado, fornecimento de atestados de óbitos, citando a Lei, esclarecimento das mortes e traslados dos vestígios humanos dos desaparecidos, bem como indenizações às famílias e formaliza uma Comissão constituída de representantes dos familiares, da sociedade, da Câmara Federal, do Ministério Público Federal, da Ordem dos Advogados do Brasil e das Forças Armadas, para a execução da referida Lei.

A Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos da Lei 9140/95, inicialmente analisou e deferiu requerimentos de familiares de cerca de 340 processos dos mortos e mais 135 de pessoas desaparecidas, contidas no anexo da lei. Mesmo diante de muitos entraves e dificuldades de ordem financeira, outras iniciativas foram adotadas, como o encaminhamento de material (sangue) dos familiares para exames de DNA em laboratórios de outros países com competência a esse fim. Em 2006, foi firmado um contrato com o Instituto Genomic para construir um banco de dados de perfis genético (Bancos de DNA) visando à identificação de forma científica dos restos mortais em poder da Comissão e dos que ainda venham a serem localizados.

Após cinco anos em que a Ação foi prolatada a União, recorre e perde em todas as Instancias da Justiça Brasileira. No ano de 2009, para cumprimento da referida Sentença Judicial foi constituído, por intermédio da Advocacia Geral da União e do Ministério da Defesa, um Grupo de Trabalho, composto por militares da 23ª brigada de Infantaria da Selva, para o apoio logístico, da AGU, MD, Universidade de Brasília – UNB, Governo do Estado do Pará, do Instituto Goeldi e de um corpo técnico: geólogos, antropólogos, legistas. Também foi formada uma ouvidoria voltada ao contato com a população. O Grupo de Trabalho produziu um planejamento de trabalho técnico, a ser efetivado no prazo de seis meses com o objetivo de realizar as buscas de restos físicos visando o atendimento e cumprimento da sentença.

Inicialmente os familiares dos desaparecidos na região do Araguaia, que detem um acúmulo de informações sobre o movimento, adquirido por todos esses anos não foram contemplados na participação no GT, além da Secretaria de Direitos Humanos, que agrega a Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos, Lei 9140/95, do Ministério da Justiça e de outros segmentos da sociedade. Diante disto foi oficialmente formalizada, por intermédio do Presidente da República um Comitê Interinstitucional, composto de vários representantes da sociedade, de familiares e do Governo Brasileiro. Neste caso, como representante dos familiares, e conselheira na Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos, Lei 9140/1995, fui designada a integrar ao referido grupo.

O Grupo de Trabalho, a princípio somente os militares designados, desenvolveram na região, atividades de reconhecimento de área, ações de organização e logística em preparação das condições de trabalho aos técnicos, que por sua vez, exploraram 63 locais de possíveis sepultamentos, indicados apenas pelos camponeses locais, que serviram de guias aos militares que atuaram na época da guerrilha.

Finalizando, vale esclarecer que participei e estive presente em todo esse processo, desde 1979, bem como, acrescento que além das muitas atividades já realizadas, das quais, algumas não são citadas neste pequeno relato, poucos avanços foram obtidos. Continuarei e afirmo que os familiares, não esquecerão como também, não abandonarão a luta pelo esclarecimento das circunstancias das mortes a localização e traslados dos restos mortais dos seus filhos, pais, irmãos, desaparecidos. Lutarão até que seja estabelecida a verdade e a punição para os torturadores, considerando que a tortura além de abominável é crime de lesa humanidade, hediondo e inafiançável, que deve ser combatido em qualquer situação e banida do mundo.

Salvador-Bahia, 10 de abril de 2010.













DIVA SOARES SANTANA

terça-feira, 27 de abril de 2010

(Ecuador - Relaciones con Colombia) - Fiscalía ecuatoriana pedirá extradición de candidato colombiano

Candidato que tiene el apoyo de Uribe es acusado de responsable por bomardeo en teritório de Equador

Pedro Rioseco

Fuente: Prensa Latina

Quito - La Fiscalía ecuatoriana anunció que insistirá en el pedido de extradición ante la Corte Nacional de Justicia del ex ministro de Defensa colombiano, Juan Manuel Santos, quien actualmente aspira a la Presidencia del vecino país.

Una vez que la Corte Justicia de la provincia fronteriza de Sucumbíos ratificó que la orden de prisión preventiva contra Santos se mantiene vigente, el fiscal de Delitos contra la Vida, Carlos Jiménez, señaló que se insistirá en el pedido de extradición.

En declaraciones a la agencia pública Andes, Jiménez dijo que existen suficientes indicios de responsabilidad de Santos, quien ordenó el ataque a un campamento guerrillero colombiano asentado clandestinamente en la zona de Angostura, en Sucumbíos.

En ese ataque murieron 25 personas, entre ellas el guerrillero Raúl Reyes, junto con el ecuatoriano Franklin Aisalla, cinco estudiantes mexicanos y otros supuestos guerrilleros que nunca fueron identificados, precisó el fiscal.

Lo principal es que en sus declaraciones Santos públicamente ha aceptado que dirigió, ordenó y dispuso esa incursión. En primera instancia solicitaré (el pedido de extradición) al juez y él a su vez lo hará al presidente de la Corte Nacional de Justicia, declaró Jiménez.

A partir de esa violación a la soberanía ecuatoriana el 1 de marzo de 2008, el Gobierno del presidente Rafael Correa rompió relaciones diplomáticas con Colombia, las cuales entran en una fase de estancamiento a partir de declaraciones de candidatos presidenciales de ese país.

El pasado domingo 18 de abril, durante un debate televisivo, Santos afirmó incluso sentirse orgulloso de haber avalado el ataque al territorio ecuatoriano. Estas declaraciones también serán adjuntadas al proceso, según anunció el Fiscal General, Washington Pesántez.

La Corte de Justicia de Sucumbíos durante la audiencia que se desarrolló la tarde de este lunes decidió no dar paso al recurso de apelación interpuesto por el Defensor Público, Walter Lombeida, y ratificó que la orden de prisión preventiva se mantiene vigente.

Fecha de Publicación: 27 de abril de 2010

segunda-feira, 26 de abril de 2010

(Honduras - Derechos humanos) - Hondureño denuncia amenazas de muerte por paramiliares

Candelario Reyes Garcia informa como un antigo miembro de un quartel lo amenzava con otros paramilitares en dos veiculos

Candelario Reyes García

Hoy, 26 de abril, a eso de las diez y treinta minutos de la mañana, paramilitares fuertemente armados, en dos vehículos, uno doble cabina, 2.8, marca Toyota, placas: PAK 2820 y un segundo vehículo, placas PBH 3334, en que se conducía un conocido miembro del antiguo batallón 3-16, conocido como JOSÉ GALLARDO, cuya oficio conocido es de vendedor de armas de fuego y municiones en las inmediaciones de la plaza central de la ciudad de Santa Bárbara. Este individuo en compañía de otros de aspecto hostil, de los que aparentemente él era sólo el guía, llegó a mi propiedad ubicada en la aldea de las crucitas, en busca mía, sin dar razón para qué, pero es más que evidente.

No se sabe si solamente para crear un ambiente de amedrentamiento, otros vehículos también han estado circulando a diversas horas cerca de mi casa de habitación ubicada en la Colonia Suyapa de Santa Bárbara, en los últimos días.

Desde el día 28 de junio del 2009, mi casa ha estado vigilada, y en varias oportunidades y a diversas horas, la policía, y vehículos particulares ocupados por militares y por hombres de civil armados con AK, han andado en mi búsqueda.

En mi propiedad de día y de noche fue la patrulla policial y montaba operativos de búsqueda durante los primeros días del golpe de Estado.

Durante un lapso de los meses e diciembre y enero las hostilidades bajaron un poco, pues yo manifestaba a todo mundo que me encontraba en Europa.

Por supuesto, mi familia y yo no hemos podido volver a mi casa, excepto un día que mis hijos quisieron ir a visitar a sus excompañeros de colegio, y justo al saber que ellos se encontraban allí, se fue a colocar en la esquina un taxi, y un hombre armado, que no tenía ningún reparo en hacer evidente que estaba armado y vigilando a quienes ocupaban mi casa.

Con ayuda de amigos tuve que sacar a mi familia, y mantenerla desde esa fecha oculta. Finalizado el año escolar tomé otras medidas para ponerla a salvo.

En la ciudad algunas personas de muy mala conciencia se han encargado de difundir una cadena de información, de que yo era empleado de MEL y que a mí me dio millones para la Cuarta Urna. Otros, de que yo soy agente de Chávez y que financio actividades de la resistencia, que por eso es que ando huyendo.

De hecho, yo nunca he sido depositario de dinero de nadie. Y si soy de la resistencia y lo seré hasta el último minuto de la vida, y cuando ayudo a otra persona, lo hago como parte que soy de un planeta que me ha prestado este cuerpo que un día volverá a su seno. Lo hago con mi modesta contribución en lo que puedo. Y lo hago con alegría.

Yo nunca fui empleado de MEL, de hecho guardo un gran respeto por doña Xiomara, su familia y el presidente MEL, aunque nunca sólo los he tratado brevemente, en mi calidad de simple ciudadano, que como muchos, respetamos a las personas por su hidalguía moral en las circunstancias adversas de la vida.

Por supuesto he sido un entusiasta del gobierno de MEL, pese a que tuvo grandes fallas, pero tuvo una posición clara y contundente en el NO a la Minería a Cielos Abiertos, al abuso de los poderosos y una política de consulta popular y respeto por la dignidad humana.

La vigilancia y la amenaza a las personas que trabajan conmigo ha sido permanente. Y Este día se han presentado directamente en mi propiedad a buscarme, creyendo encontrarme allí realizando mi trabajo como promotor cultural, como educador. O a lo mejor únicamente lo hayan
hecho, como una demostración disuasiva para las personas que me quieren y que continúan mi labor a favor de la esperanza encarnada en los humildes de la tierra.

Con ocasión de la muerte de mi madre, sabiendo que yo había regresado al país, montaron igualmente vigilancia, pero por supuesto, yo no me mantuve en el mismo lugar, ni una noche después de las exequias.

Días antes del golpe de Estado, algunos amigos me alertaron, igual, algunos paramilitares expresaron en público que esta vez, no iba a ser los años ochenta, en que me les iba a escapar, entre ellos el dueño del vehículo con placas PBH 3334, muy reconocido por sus negocios ilícitos en la ciudad entre ellos, su condición de tope para el contrato de sicarios.

Como tengo un compromiso que cumplir estos días, viendo como están las cosas en el país, desde hace dos semanas he estado enviando mensajes de que voy a estar a partir de esta semana en Santa Bárbara, y ellos han iniciado con antelación la cacería.

Desde hace algún tiempo algunos miembros de mi familia me ha pedido que no escriba más, que me haga más invisible, que ya, que deje de soñar, y que no haga más labor cultural, que ya hice lo suficiente, que si me matan nadie me va a revivir y que voy a quedar sólo como un poema en el papel que un día se olvidará.

Yo quiero a mi familia y no me es agradable que vivan en zozobra en esta guerra de baja intensidad que vive el país, o de alta intensidad, depende desde qué punto se vea. Yo valoro al vida y respeto la de los demás, es más la promuevo con optimismo.

Sin embargo, yo sé, porque me ha tocado burlar más de un cerco, que desde los años ochenta, estoy condenado a muerte por los escuadrones de la muerte, porque he dedicado mi trabajo a caminar con mi pueblo acompañándolo para que aprenda a leer y a escribir, a hacer arte y elevar su autoestima, a hacer escuelas, kínder, casas, bibliotecas, canchas, arte, arte y creer en la vida promoviendo la paz, la convivencia, la alimentación natural no chatarra, la seguridad alimentaria y decir que Honduras no necesita ejército, ni armas, sino libros, lectores, escritores, cientistas, gente de bien. Alegría, paz, trabajo y cuido.

Para esto, por supuesto he contado con el apoyo de organismos humanitarios y de desarrollo. Yo sólo he puesto mi trabajo. Y he contado con el apoyo de mis amigos de los pueblos trabajando hombro a hombro conmigo, o si es posible, mucho más que yo.

No soy ninguna persona importante, es cierto, sólo soy un mal ejemplo para los que ven la vida como un negocio, y a Honduras como un sitio para el asalto; que ven mal el testimonio de que los pobres valen, no únicamente como fuerza de trabajo, porque tienen la capacidad para dirigir la vida, creer en ellos y crecer al amparo de su tenacidad, si cuenta con los medios y las oportunidades necesarias.

Con esta denuncia, dejo escrito el nombre de este paramilitar, de profesión franco tirador, que ha manifestado, que “matar a un perro comunista como yo, será el mejor ejemplo contra todos los cabrones de la resistencia” Y al parecer, hoy, de manera personal está ocupándose del asunto. Lo dejo escrito por lo que le pueda pasar a cualquier persona cercana mía, sea familia, amigo o trabajador.

Y lo dejo también como evidencia de la impunidad y solvencia bajo la que actúan a pleno día, por las noches, a cualquier hora, aún cuando había estado de sitio. Que la inteligencia y la generosidad la distinguen con un balazo los sicarios ¿Al mando de quién? Es la pregunta.

Hago la presente denuncia ante la Red de Organismos de Derechos Humanos, ya que no puedo presentarla ante las autoridades, que como sabemos, no garantizan ningún respeto por la vida ni los derechos humanos.

Y dejo evidencia ante la atemorización de que son objeto las personas cercanas a mí, así como el riesgo que corren ante el estado de cosas que prevalecen en el país, nada grato, para quien valore la vida y la dedica al trabajo por los demás, y les enseña a preguntar ¿Por qué?

Fecha de Publicación: 26.4.2010

(América Latina - Derechos Humanos) - América Latina siente el "efecto Garzón"

Juiz español que ahora es procesado por intento de juzgar crímines del franquismo tiene gran importancia en hechos relacionados con la questión de derechos humanos

Por Daniela Estrada (*)

Fuente: Bitacora

América Latina debe al juez español Baltasar Garzón, procesado en su país por intento de juzgar crímenes del franquismo, la activación de principios que habilitaron juicios de lesa humanidad en Argentina, Chile, Guatemala, Perú y Uruguay, según abogados de derechos humanos.

El jurista chileno Roberto Garretón acuñó las frases "efecto Garzón" y "efecto Pinochet", luego de que el magistrado español intentara en 1998 extraditar desde Londres al ex dictador Augusto Pinochet (1915-2006) por crímenes de lesa humanidad cometidos durante el régimen que comandó en Chile entre 1973 y 1990.
Pinochet, quien se recuperaba de una operación al momento de ser detenido, pasó más de 500 días arrestado en la capital británica hasta que ese país decidió devolverlo a Santiago por razones humanitarias, donde fue procesado por violaciones de derechos humanos y malversación de caudales públicos, pero nunca condenado.

Pese a ello, los juicios y condenas por ejecuciones, desapariciones y torturas cometidas en su dictadura se multiplicaron después de 1998.

"El 'efecto Garzón' significa que los jueces de todo el planeta aprendieron que se podía hacer justicia" por crímenes de lesa humanidad y "el 'Efecto Pinochet', que a ningún violador de derechos humanos le conviene viajar", explicó a IPS el jurista Garretón, ex relator especial de las Naciones Unidas sobre Derechos Humanos para la República Democrática del Congo (1994-2001).

En otras palabras, se activó la justicia universal, cuyos principios establecen que los crímenes de lesa humanidad no pueden ser amnistiados ni prescriben, y que si no son perseguidos en el país donde se cometieron pueden serlo en cualquier otro Estado.

Hoy, paradójicamente, Garzón está del lado de los acusados en su país por intentar esclarecer la suerte de las víctimas de la Guerra Civil Española (1936-1939) y de los primeros años de la dictadura de Francisco Franco (1939-1975), crímenes que fueron amnistiados en 1977. Se le imputa el delito de prevaricación: dictar, a sabiendas, una resolución injusta.

"Lo que está haciendo ahora España es una reversión del efecto Garzón", según Garretón.

El "juez estrella" enfrenta además otros dos procesos judiciales por ordenar escuchas telefónicas en un caso de corrupción que afecta al derechista y opositor Partido Popular y por cerrar una investigación contra el presidente del Banco Santander, Emilio Botín.

"La actuación de Garzón tuvo una importancia extraordinaria para la anulación (en 2003) de las leyes de Punto Final y Obediencia Debida" en Argentina, dijo a IPS el abogado argentino residente en España, Carlos Slepoy, representante de familiares de víctimas de la última dictadura que soportó ese país sudamericano entre 1976 y 1983.

"Esa anulación, que primero fue en el Congreso (legislativo), ocurrió después de que Garzón pidió la detención y extradición de 46 militares y civiles, muchos de ellos altos oficiales que vivían en la impunidad", recordó.

En respuesta al proceso seguido actualmente contra Garzón en el Tribunal Supremo de España, Slepoy promovió la presentación de una querella por genocidio en la justicia argentina por parte de familiares de dos españoles fusilados por el régimen franquista.

"La actuación de Garzón en la captura de Pinochet, así como en el procesamiento de militares argentinos, dio la pauta para que la Audiencia Nacional de España admitiera el caso de genocidio en Guatemala", planteó a IPS Benito Morales, abogado de la no gubernamental Fundación Rigoberta Menchú.

La justicia española acusó de ese delito al general Efraín Ríos Montt y a otros altos oficiales guatemaltecos, tras una demanda interpuesta en 1999 por la líder indígena y Premio Nobel de la Paz, Rigoberta Menchú. Hasta ahora, ninguno de los acusados guarda prisión.

Ríos Montt, gobernante de facto entre 1982 y 1983, aplicó la política de "tierra arrasada" en comunidades mayas de Guatemala, con lo que elevó a tope la violación de derechos humanos de la población civil en la guerra interna que vivió ese país (1960-1996) y que dejó más de 200.000 personas asesinadas o desaparecidas.

Según Garretón, la puerta abierta por Garzón también contribuyó a que la justicia chilena concediera en 2007 la extradición a Perú del ex presidente de ese país, Alberto Fujimori (1990-2000), condenado el año pasado a 25 años de prisión como autor mediato de 25 asesinatos y dos secuestros cometidos por agentes de inteligencia militar en 1991 y 1992.

Para el abogado chileno, sin el "efecto Garzón", Uruguay tampoco habría extraditado a Chile en 2006 a tres militares uruguayos involucrados en el secuestro del ex agente de la dictadura pinochetista Eugenio Berríos, encontrado muerto en una playa cercana a Montevideo en 1995.

En su opinión, ese fue el paso previo para que Uruguay condenara este año al ex dictador Juan María Bordaberry (1973-1976) por violar la Constitución y dar un golpe de Estado.

Represores que no escaparon al principio de la justicia universal son el ex fiscal militar chileno Alfonso Podlech y el ex marino argentino Ricardo Cavallo, operador del mayor centro clandestino de detención de Argentina bajo el régimen de facto.

Podlech fue arrestado en 2008 en España y extraditado a Italia donde es juzgado por su responsabilidad en la desaparición del ex sacerdote ítalo-chileno Omar Venturelli, mientras Cavallo fue detenido en 2000 en México, extraditado en primer lugar a España y en 2008 desde ese país a Argentina, cuyos tribunales lo están juzgando.

Garretón también comentó el caso del militar retirado uruguayo Manuel Cordero, extraditado en enero desde Brasil a Argentina para ser procesado por delitos de lesa humanidad cometidos en el marco del Plan Cóndor, la coordinación represiva de las dictaduras de Argentina, Brasil, Bolivia, Chile, Paraguay y Uruguay en las décadas del 70 y 80.

Finalmente, está pendiente el proceso en ausencia en París contra 15 militares de la dictadura pinochetista, acusados de la desaparición de cuatro franco-chilenos.

(*) Periodista, chilena y con aportes de Marcela Valente (Argentina) y Danilo Valladares (Guatemala).

Fecha de Publicación: 25.4.2010

domingo, 25 de abril de 2010

(EUA - Política) - Chomsky alerta sobre crescimento da extrema direita nos EUA

A direita se alimenta da frustração e avançam os ultra-conservadores como o Tea Party. Latinos e negros são perseguidos, como a Alemanha fascista fez com os judeus, assegura o intelectual.

Por David Brooks

Fonte: La Jornada

O desencanto com o governo e os políticos cresceu a níveis sem precedentes nos últimos tempos de acordo com pesquisas. Crescem a ira, a incerteza, o pessimismo e a desconfiança em Washington, e o fruto dessa frustração popular está sendo colhido por direitistas.

"Nunca vi nada parecido na minha vida", declarou Noam Chomsky.. Entrevistado por Chris Hedges para o site Truthdig, acrescentou que o humor do país é aterrador. O nível de ira, frustração e ódio a instituições não está organizado de maneira construtiva. É desviado para fantasias autodestrutivas em referência a expressões populistas da ultra-direita.

O sentimento anti-governamental foi incrementado entre a sociedade, e só 22% diz confiar plenamente no governo, de acordo com pesquisas do Pew Research Center, um dos pontos mais baixos em meio século. Para quase toda medida concebível, os estadunidenses hojes são menos positivos e mais críticos de seu governo. Há uma tormenta perfeita de condições associadas com a desconfiança em relação ao governo: uma economia abismal, um público pessimista e um descontentamento épico com o Congresso e os funcionários eleitos, afirmou Andrew Kohut, presidente do Pew Research Center, ao resumir as conclusões de uma série de pesquisas.

O Pew registrou que apenas 25% tem uma opinião favorável do Congresso — o ponto mais baixo em 50 anos — e 65% expressa uma opinião negativa. Cada vez mais americanos opinam que o governo tem prioridades equivocadas e que isso tem um impacto negativo em suas vidas cotidianas. Cerca de 62% afirma que as políticas do governo beneficiam somente alguns grupos e 56% opina que o governo não faz o suficiente para ajudar o estadunidense médio.

Além disso, se confirma o aumento do sentimento anti governamental entre um segmento da sociedade, ao duplicar-se aqueles que dizem que estão incomodados com o governo federal: de 10% em 2000 a 21% hoje. E 30% percebe que o governo é uma ameaça para sua liberdade pessoal.

O Pew também registrou, em um revés comparado com uma pesquisa de meses atrás, que a maioria desconfia de um maior papel do Estado na economia, com a exceção do setor financeiro, onde uma ampla maioria deseja que o governo regule estritamente as empresas financeiras.

Talvez o setor mais descontente com o governo seja o chamado movimento Tea Party, expressão ultra-conservadora que surgiu há um ano em protesto pelo projeto de estímulo econômico e que cresceu em visibilidade na campanha contra a reforma da saúde proposta pelo governo de Barack Obama. Esse movimento é majoritariamente formado por homens brancos, de 45 anos, que se descrevem como incomodados ou furiosos com Washington.

São considerados como a parte mais dinâmica do movimento conservador, com o propósito de não só deter as propostas de Obama, como também de atacar políticos republicanos que são considerados "não muito" conservadores.

Pesquisas recentes do New York Times/CBS News revelaram que 18% dos americanos se identificam como simpatizantes do Tea Party, se classificam "muito conservadores", são muito pessimistas sobre a direção do país e severamente críticos de Washington e, naturalmente, de Obama. Mais de 90% deles acreditam que o país avança por um caminho equivocado e a mesma porcentagem desaprova o presidente e sua administração política. Já 92% dos pesquisados estimam que Obama leva o país "rumo ao socialismo" (uma opinião compartilhada por mais da metade da população em geral).

Por outro lado, as expressões de ira popular direitista se registram ao reportar-se mais crimes de ódio, um aumento de grupos ultradireitistas radicais, assim como relatórios não oficiais de um crescente número de ameaças de morte contra o presidente. As agências de segurança pública elevaram o estado de alerta pelo que foi chamado de "terrorismo doméstico".

Foram relatados incidentes, vários sob investigação, de atos de intimidação contra congressistas e outros políticos eleitos. No início do mês, mais de 30 governadores receberam cartas de um grupo anti-governamental ultra-conservador que exigia deles sua renúncia em um prazo de 3 dias (embora não houvesse ameaça de violência), o que fez com que autoridades federais advertissem policiais locais que as cartas poderiam provocar comportamento violento. Como estes, existem mais exemplos por todo o país.

A onda de desilusão com o governo e seus governantes provoca preocupação entre alguns políticos que ainda não sabem que impacto isso poderia ter nas eleições legislativas de novembro próximo. Mas para outros o assunto é alarmante.

"É muito similar à Alemanha de Weimar, os paralelos são notáveis". Também aí existe uma desilusão tremenda com o sistema parlamentar, apontou Chomsky na entrevista do Truthdig.

"Os Estados Unidos tem muita sorte em que não tenha surgido uma figura honesta e carismática, já que se isso acontecesse este país estaria em verdadeiros apuros pela frustração, a desilusão e a ira justificada e à ausência de uma resposta coerente", inclui.

Na Alemanha, relembra, o inimigo criado para explicar a crise foi o judeu. "Aqui serão os imigrantes ilegais e os negros. Nos dirão que os homens brancos são uma minoria perseguida. Nos dirão que temos que nos defender e defender a honra da nação. Se exaltará a força militar.. Haverá golpes. Isso pode se converter em uma força incontestável. E, se ocorrer, será mais perigosa que a Alemanha nazista. Os Estados Unidos são o poder mundial... não acredito que isto esteja longe de acontecer", diz.

Data da Publicação: 23 de Abril de 2010

(Chile - Política y Derechos Humanos) - Presidente Piñera y sus bofetones a los derechos humanos

Apoiadores del Presidente chileno quieren que se olvide las violaciones de derechos humanos durante la ditadura

Eduardo Andrade Bone

Fuente: Barómetro Internacional

La actual casta política que ha cogobernado el país durante 20 años y al margen de algunas excepciones en materia de derechos humanos, ha mantenido una inmoralidad, hipocresía y doble estándar nunca antes visto en la historia política del país, cuando se trata de abordar esta materia.

No son pocos los líderes políticos y parlamentarios de la Concertación y la Alianza por Chile, incluidos los sectores conservadores y reaccionario de la Iglesia Católica del país del cono sur, que en más de una oportunidad han llamado a dar vuelta la página y dejar establecida la más absoluta impunidad ante los crímenes de lesa humanidad cometidos bajo la dictadura militar encabezada por Pinochet y sus esbirros.

El actual mandatario y representante del legado político y económico de la dictadura, Sebastián Piñera, no es una excepción en este plano. Recordemos que de acuerdos a denuncias aparecidas en la prensa
chilena, connotados líderes políticos de la Democracia Cristiana participaron como informantes y colaboradores de la CIA en Chile, con el objeto de desestabilizar el gobierno de la Unidad Popular encabezado por la figura inmortal del presidente Salvador Allende. Entre esos vende patria se encontraba nada menos que el padre del actual presidente, José Piñera Carvallo, el que era colaborador de la CIA desde el año 1965, de allí que se puede decir que el padre del actual mandatario, como muchos otros DC fueron golpistas y luego cómplices y encubridores de las violaciones a los derechos humanos cometidos en dictadura.

Recordemos además que su hermano José Piñera Echeñique, se desempeñó como Ministro del Trabajo y de Minería de la dictadura y despojo a la clase trabajadora chilena de conquistas sociales importantes, además de ser colaborador directo y analista financiero de la familia Pinochet. De ello se puede deducir que la familia Piñera Echeñique tenía pleno conocimiento de las violaciones sistemática a los derechos humanos ocurridos bajo el régimen militar. En Santiago se dice que José Piñera es uno de los asesores más cercanos del actual mandatario y que suele actuar desde las sombras.

Hoy Sebastian Piñera Echeñique busca presentarse ante el mundo como uno de los nuevos adalides en la defensa de los derechos humanos en Chile y en el mundo.

Pero vamos viendo, el actual mandatario mientras se encontraba como candidato presidencial del pinochetismo, en reunión cuasi secreta les prometió a los militares en retiro involucrados en crímenes de lesa humanidad, que cuando él fuera primer mandatario iba a desplegar todos los esfuerzos necesarios para terminar con la situación procesal que los afectaba. Lo que indica que Piñera estaría dispuesto a aplicar la ley de amnistía en favor de estos criminales.

Luego y como lo decíamos antes, los sectores conservadores y reaccionarios de la Iglesia Católica chilena con motivos de las fiestas de celebración del Bicentenario de la independencia de Chile, la entidad religiosa estaría promoviendo el indulto presidencial para parte de la población penal del país y también para los militares involucrados en los crímenes de lesa humanidad cometidos bajo la dictadura militar encabezada por Pinochet, a lo que por cierto el actual mandatario estaría completamente dispuesto, pues siempre ha sido partidario del borrón y cuenta nueva, y de superar el pasado histórico reciente del país, como ellos suelen llamarle.

Recordemos que los crímenes de lesa humanidad son imprescriptibles en el tiempo y están supervisado por diversas organizaciones defensora de los derechos humanos en el mundo, además de los pacto internacionales respectivo firmados por el Estado chileno, los cuales no dan cabida a la amnistía, indultos presidenciales y leyes de punto final, como los que promueve la actual coalición de gobierno y los sectores neoliberales de la Concertación y de la Iglesia, que buscan la más absoluta impunidad ante las violaciones sistemáticas de los derechos humanos cometidos por el régimen militar.

Pero vamos viendo, la autodenominada clase política del país y que suele despotricar de forma hipócrita e inmoral contra Cuba, Venezuela o Nicaragua cuando se trata de los derechos humanos, y suele ver “la paja en el ojo ajeno y no la viga en el propio”, hasta ahora nada a dicho sobre la muerte que le propinaron cinco infantes de marina a un poblador de la localidad de Hualpén, en la región del Bío Bío. La víctima fatal fue identificada como David Daniel Riquelme Ruiz de 45 años, quien vendía pescados en una feria, cuyo cadáver fue encontrado entre el 8 y 9 marzo después del toque de queda implantado en esa región, producto del terremoto que afectara al país del cono sur.

Los intentos de Sebastian Piñera por militarizar la política o establecer un estado policial encubierto no son nuevos y obedecen a su pasado y compromisos con diversos resabios de la dictadura, entre ellos el legado de su propio padre. De allí que la designación del ex comandante en jefe del Ejército general (r) Óscar Izurieta, como subsecretario de Defensa, apuntan en esa dirección, pero también a no dar paso a la verdad y la justicias en materia de derechos humanos. Cabe destacar que el actual subsecretario de defensa, se negó reiteradamente a desclasificar documentación del Ejército relacionados con las violaciones a los derechos humanos ocurridos bajo el imperio pinochetista.

Pero no solo eso, el actual mandatario que además cuenta con un prontuario económico notable y que ahora en Chile lo llaman el “pedófilo de los mercados financieros”, ha tenido la desfachatez, falta de ética e inmoralidad al designar sin ningún empacho como director de Gendarmería de Chile, nada más y nada menos que a Iván Andrusco, quien fuera miembro de los aparatos represivos de la dictadura en un organismo conocido como la DICOMCAR y que agrupaba a los miembros de la policía uniformada del país del cono sur, entidad represiva que degolló a los militantes comunistas José Manuel Parada, Santiago Nattino y Manuel Guerrero.

La DICOMCAR era un organismo similar a la DINA-CNI y el Sr. Andrusco aparece involucrado en varios procesos en calidad de inculpado, procesos que no se han cerrado del todo. Aún así por el solo hecho de formar parte de dicho organismo criminal y represivo el esbirro no deja de ser encubridor y cómplices de las violaciones a los derechos humanos cometidos por la DICOMCAR, pues él era uno de los jefes importantes en dicho organismo represivo.

La designación de Iván Andrusco como director de gendarmería, viene a corroborar los intentos de Piñera por blanquear las violaciones a los derechos humanos cometidas bajo el imperio de la dictadura militar y proteger a los uniformados que participaron en alevosos crímenes de lesa humanidad. De allí que este nombramiento huele muy mal y refleja la falta de ética y moral del actual mandatario al designar personas poco idóneas para este tipo de responsabilidades.

Sebastian Piñera, siguiendo las instrucciones del narco presidente Álvaro Uribe de Colombia, lo que busca es la aplicación aguda de la “Doctrina de la Seguridad Democrática” implementada por el Imperio para la región, militarizando la política y estableciendo un estado policial encubierto. Así al menos queda al descubierto cuando con motivo del Día del Joven Combatiente y de acuerdo a informaciones aparecidas en diario golpista La Tercera (29/03/2010), se señalaba que en los días previos a dicha conmemoración la policía represiva y uniformada del Estado chileno había realizado 12 mil 280 controles preventivos en el país. En el detalle, se efectuaron 3 mil 588 controles de identidad; 676 controles a locales comerciales; 7 mil 577 controles vehiculares y 439 fiscalización a locales de alcoholes. Además durante los últimos 13 días personales de la 30 ° Comisaría de Radiopatrullas realizó un servicio preventivo extraordinario en distintas comunas de la Región Metropolitana. Finalmente se contabilizaron 632 personas detenidas.

De allí que la denominada Coalición por el cambio o Alianza por Chile (UDI-RN), que agrupa a los herederos del pinochetismo en sus expresiones dura y moderada, comienzan a inscribir sus primeras páginas en cuanto a situación de derechos humanos se refiere, antes fueron cómplices y encubridores de los crímenes de la dictadura.
Otro ejemplo que ilustra dicha situación es la que han comenzado a padecer los trabajadores en huelga de Thyssen Kroup, empresa de origen alemana dedicada al rubro metal mecánico y reconocida en todo el mundo. Los empleados de la compañía manifestaron su rechazo a la presencia de espías seguimiento, toma fotográfica y grabación de videos. La empresa es propiedad de Dante Yutronic quien está vinculado a la Alianza por Chile y con la muerte de Gerardo Rocha, empresario y ex dueño de la Universidad Santo Tomás.
Antes de culminar esta nota nos quedamos sobrecogidos, pues informaciones aparecidas en el sitio WWW de Radio Bio Bio se señalaba que Sebastian Piñera en persona estaba participando en operativos policiales en la ciudad de Concepción, lo que lo retrata de cuerpo entero, pues el primer mandatario esta dispuesto a dirigir la represión en vivo y en directo en contra del pueblo chileno.
Finalmente lo único que cabe esperar, es si la Coalición por el cambio y su presidente Sebastian Piñera, garantizaran de forma integral los derechos humanos de todas las familias afectadas por el terremoto que sacudiera a Chile el 27 de febrero pasado. Por lo pronto todo esta por verse, pero las primeras señales son más bien negativas, pues recordemos que el Estado chileno aún tiene materias pendientes en lo que respecta a los derechos humanos, pues en Chile aún hay presos políticos de la época de la dictadura, están los presos políticos de los pueblos originarios, están los presos políticos con penas de extrañamiento y que no pueden volver al país, además de las desastrosas condiciones en que se encuentra la población penal del país, lo que constituye una gran bofetada a los derechos humanos por parte de Sebastian Piñera y compañía.

Fecha de Publicación: 25.4.2010

Francia - Memoria de la II Guerra Mundial) - La historia secreta de multinacional L’Oréal

Gigante de la industria cosmetica apoyó el Tercer Reich, el antisemitismo y antimasonismo

Thierry Meyssan*

Fuente: Voltaire Net

El gigante de la industria cosmética L’Oréal acaba de anunciar una reestructuración de su capital. Desaparece así el holding de control creado por Eugene Schueller en tiempos de la Segunda Guerra Mundial. El fundador del grupo L’Oréal fue también uno de los principales financistas del complot de La Cagoule y del nazismo francés. Al ser liberada Francia de la ocupación alemana, L’Oréal y sus filiales extranjeras sirvieron de refugio a los criminales fugitivos. Hoy en día, la heredera del grupo, Liliane Bettencourt, se ha convertido en la mujer más rica de Francia. La historia del grupo L’Oréal nos muestra la cara oculta de la política francesa contemporánea.


Dedicado a la memoria de Marx Dormoy, Victor Basch, Jean Zay, Georges Mandel y Jean Moulin

En un breve comunicado dado a conocer en la noche del 3 de febrero de 2004, el gigante de la cosmética L’Oréal anunciaba la reestructuración de su capital [1]. La familia Bettencourt y el grupo Nestlé, hasta ahora mayoritarios en L’Oréal a través del holding de control Gasparal, pasarán a tener la propiedad directa. Este acto de malabarismo viene acompañado de un compromiso de conservación de títulos, lo que permitirá a la familia Bettencourt obtener una reducción del 50% del valor a tener en cuenta en el cálculo del pago del impuesto sobre la fortuna (ISF). La familia Bettencourt ni siquiera tendrá que pagar los gastos correspondientes a la transacción gracias a las nuevas disposiciones introducidas, especialmente para este caso, en la «ley para la iniciativa económica» del 1º de agosto de 2003 [2].

El valor estimado del gigante L’Oréal se eleva actualmente a 43 600 millones de dólares. La familia Bettencourt posee 11 990 millones; Nestlé posee 11 500 y los 20 110 millones restantes se mantienen flotando en la bolsa. En 2002, la fortuna personal de Liliane Bettencourt, heredera del fundador de L’Oréal, estaba estimada en 17 200 millones de euros, lo cual la convierte en la persona más rica de Francia.

Una empresa que pretende comprar la República
En 1907, Eugene Schueller, un pequeño empresario, crea l’Oréal. Posteriormente, en 1928, absorbe Monsavon y más tarde las pinturas Valentine, los champús Dop y la revista Votre Beauté. Inclinándose poco a poco hacia la derecha más extrema, Schueller se da a conocer a través de sus teorías económicas sobre el «salario proporcional». Segun Schueller, en una sociedad liberada del capitalismo liberal y de los sindicatos, los obreros cobrarían un triple salario: un salario correspondiente a su actividad, un salario familiar calculado en función de la cantidad de hijos y un salario correspondiente a su productividad.

El 6 de febrero de 1934, en reacción a un gran escándalo político-financiero, las ligas de veteranos de la Primera Guerra Mundial realizan una manifestación ante la Cámara de Diputados, en París, para exigir la renuncia del gobierno de Daladier. Bajo la instigación de los fascistas, la manifestación se convierte en insurrección y trata de derrocar la República para poner en el poder al coronel de La Rocque, quien se niega a aceptar el papel que tratan de hacerle asumir.

Diversos enfrentamientos se producen durante las semanas posteriores, incluyendo un intento de linchamiento contra Leon Blum vinculado al entierro de un historiador favorable a la monarquía, lo cual lleva al gobierno a decretar, el 18 de junio, la disolución de las ligas de veteranos. Un grupo de militantes fascistas, en su mayoría provenientes de la 17ª sección de la organización conocida como “Les Camelots du roi”, rompe con el filósofo monárquico Charles Maurras y decide pasar a la clandestinidad. Estos elementos fundan entonces la Organización Secreta de Acción Revolucionaria Nacional (OSARN) que reúne, alrededor de Eugene Deloncle, a individuos como Aristide Corre, Jean Filliol y Jacques Correze, a los que rápidamente se unen Gabriel Jeantet, Francois Metenier y el doctor Henri Martin.

El coronel de La Rocque advierte a los ex miembros de las ligas de veteranos sobre la infiltración de su movimiento por «grupos de la traición», o sea por fascistas que actúan a favor de potencias extranjeras, Italia y Alemania en este caso [3]. En todo caso, la OSARN se estructura rápidamente en forma de grupos locales y establece un sistema jerárquico extremadamente compartimentado en el que, fuera de los jefes, los demás miembros de la organización nada saben sobre su alcance, sus verdaderos objetivos y los medios y apoyos de que dispone. Algunas células participantes en el complot, como los llamados “Chevaliers de la glaive”, dirigidas en la ciudad de Niza por Joseph Darnant y Francois Durand de Grossouvre, adoptan un ritual y una vestimenta inspirados en los del Klu Klux Klan estadounidense, razón por la cual los monárquicos atribuyen a la OSARN el sobrenombre de «La Cagoule» [“La Capucha”. NdT.] [4].

Amigo íntimo de Eugene Deloncle, Eugene Schueller pone sus propios medios personales a la disposición del complot. Varias reuniones del equipo dirigente tienen lugar en la oficina de Schueller en la sede de L’Oréal.

Un grupo de jóvenes residentes en el internado de los padres maristas (en el número 104, de la calle de Vaugirard, en París), se relaciona con los jefes del complot y se suma a algunas de sus acciones, aunque sin pasar por ello a formar parte de la OSARN. Entre ellos se encuentran Pierre Guillain de Benouville, Claude Roy, André Bettencourt y Francois Mitterrand. Robert Mitterrand, hermano de Francois, se casa con la sobrina de Eugene Deloncle.

Fracasos y división con trasfondo de antisemitismo
En un año y medio, la OSARN formaliza sus relaciones con el gobierno de Benito Mussolini, en Italia, y más tarde con el de Adolf Hitler, en Alemania. Actuando a favor de estos últimos, la OSARN introduce en España cargamentos de armas destinados a Francisco Franco y elimina refugiados políticos en Francia. Obtiene a cambio un considerable apoyo financiero y logístico. En la noche del 15 al 16 de noviembre de 1937 intenta realizar un golpe de Estado que termina en fracaso. Al día siguiente y durante las semanas posteriores, el complot sale a la luz. Una serie de registros dan como resultado el descubrimiento de alijos de armas a través de todo el país. Se trata de cientos de metralletas, de miles de fusiles y uniformes, de decenas de miles de granadas, de cientos de miles de municiones, todo proveniente de Italia y de Alemania.

El presidente del Consejo, Edouard Daladier, frena la investigación cuando se descubre que la OSARN dispone de redes entre los oficiales superiores e incluso en el seno del Estado Mayor. El problema es que parece imposible acabar con la organización sin descabezar el ejército francés en el preciso momento en que se perfila la amenaza de guerra. Pero Daladier está en un error, ya que la Segunda Guerra Mundial se convierte en realidad y Francia capitula.

Algunos miembros de La Cagoule, los pocos que se oponen a la dominación extranjera sobre Francia, se unen a De Gaulle. Pero los demás, que son mayoría en el seno de esa organización, se regocijan por la victoria del fascismo y colaboran activamente con la ocupación nazi. En septiembre de 1940, Eugene Deloncle y Eugene Schueller crean el Movimiento Social Revolucionario (cuyas siglas, MSR, se pronuncian en francés como la frase «ama y sirve») con el apoyo del embajador de Reich en Francia, Otto Abetz, y la aprobación del jefe de la Gestapo, Reinhardt Heydrich. Las reuniones de la dirección del MSR se desarrollan en la sede de L’Oréal (número 14 de la calle Royale, en París).

El programa de la organización indica: «Queremos construir la nueva Europa en cooperación con la Alemania nacional-socialista y con todas las demás naciones europeas liberadas como ella del capitalismo liberal, del judaísmo, del bolchevismo y de la masonería (…) regenerar racialmente a Francia y a los franceses (…) dar a los judíos que sean conservados en Francia un estatus severo que les impida contaminar a nuestra raza (…) crear una economía socialista (…) que garantice una justa distribución de los productos haciendo aumentar los salarios al mismo tiempo que la producción».

Como primera expresión de la aplicación de ese programa, Deloncle organiza la voladura de 7 sinagogas parisinas, en la noche del 2 al 3 de octubre de 1941.

Al mismo tiempo y con la ayuda del SS Theo Dannecker, representante de Adolf Eichmann, se crea una organización dentro de la organización. Designada como la Comunidad Francesa, su misión consiste en «liberar completamente (Francia) de los fermentos de corrupción que son los judíos y los masones». Este grupo secreto organiza la expoliación de los judíos, a menudo en provecho de sus propios miembros. Entre ellos se encuentran el ya mencionado Jacques Correze y Jean Filliol, el asesino miembro de «La Capucha».

«Guillemot et Delamotte», editores en París Adolf Hitler y Eugene Schueller forman parte de su catálogo. Mientras tanto el joven André Bettencourt se convierte en el jefe francés de la PropagandaStaffel, bajo la triple tutela del ministro nazi de la Propaganda, Joseph Goebbels, de la Wehrmacht y de la Gestapo. Bettencourt controla todas las publicaciones francesas, ya sean colaboracionistas o nazis. Dirige personalmente La Terre française, publicación explícitamente nazi destinada a las familias rurales y que aboga por la reeducación de los intelectuales decadentes mediante el regreso forzoso a «la tierra que no miente». En esa publicación emplea Bettencourt al agrónomo René Dumont. Por otra parte, Bettencourt ofrece regularmente a Schueller las columnas de los diarios que se encuentran bajo su control.

La solución Bettencourt

El 15 de febrero de 1941, a pedido de las SS, el MSR de Deloncle se fusiona con el Reagrupamiento Nacional Popular (Rassemblement national populaire, RNP) de Marcel Deat. El dueño de L’Oréal, Eugene Schueller, se convierte en la personalidad económica de referencia. Su libro La Révolution de l’économie se clasifica entre los títulos de referencia del fascismo francés.

El 15 de junio de 1941, en su discurso ante el congreso de la organización en el parisino Palais de la Mutualité, Schueller llama a «una revolución preliminar a la vez de depuración y de corrección» que tendrá que «ser obligatoriamente sangrienta. Consistirá simplemente en fusilar rápidamente a 50 o 100 grandes personajes».

El 22 de junio de 1941, el Reich ataca la Unión Soviética. Deloncle y Schueller deciden crear entonces la Legión de Voluntarios Franceses (LVF), que luchará contra el bolchevismo en el Frente del Este, y la ponen bajo el mando de Jacques Correze. Todos los miembros de la LVF juran fidelidad al Fuhrer.

Deloncle y Schueller tratan de utilizar esa poderosa formación armada para eliminar a su adversario político Pierre Laval así como a su aliado, aunque también rival, Marcel Deat. El 27 de agosto de 1941, aprovechando la ceremonia organizada en ocasión de la partida de un contingente de la LVF enviado al frente de Rusia, Deloncle y Schueller organizan un doble atentado en el que Laval y Deat resultan heridos.

«La Terre Française» Publicación nazi francesa dirigida por André Bettencourt (al final de este mismo artículo el lector podrá consultar una imagen aumentada de este documento) El 20 de diciembre de 1941, André Bettencourt, perfectamente al tanto de los debates que tienen lugar en Berlín, escribe en el editorial de Navidad de La Terre française: «Un día, treinta años más tarde, los judíos creerían sin embargo haber ganado la partida. Habían logrado capturar a Jesús y lo habían crucificado. Frotándose las manos exclamaron entonces: «Que su sangre caiga sobre nosotros y nuestros hijos». Bien saben ustedes de qué manera ha caído y sigue cayendo aun. Lo estipulado en el libro eterno tiene que cumplirse».

En efecto, días más tarde, la Conferencia de Wansee decide poner en práctica la «solución final». Millones de personas serán exterminadas en el mayor secreto.

Como resultado de los enfrentamientos internos que se producen en el seno del movimiento nazi francés, es en definitiva Deloncle quien cae en desgracia. Eugene Schuller corre entonces a la embajada del Reich para dejar constancia de su separación del que hasta entonces había sido su amigo. La entrevista aparece debidamente consignada en los archivos alemanes.

Entra en escena la OSS
La batalla de Stalingrado da un vuelco al desarrollo de los acontecimientos. El Reich deja de parecer invencible. André Bettencourt se acerca entonces a su amigo Francois Mitterrand quien ejerce diversas funciones en Vichy [Ciudad sede del régimen francés de colaboración con el ocupante nazi. NdT.], donde comparte su oficina con Jean Ousset, el responsable del movimiento juvenil de la Legión Francesa de Combatientes [Organización de veteranos creada en 1940 por el régimen de Vichy. NdT.] de Joseph Darnand. Supuestamente, ambos se incorporaron entonces a la resistencia francesa en el seno de un Movimiento Nacional de Prisioneros de Guerra y Deportados (MNPGD) cuya actividad fue oficialmente reconocida 40 años después, durante la presidencia del propio Mitterrand, aunque los historiadores albergan todavía hoy numerosas dudas al respecto.

A finales de 1942, Eugene Schueller, ya convertido en uno de los principales accionistas de Nestlé, envía a André Bettencourt a Suiza con la misión de «arianizar» dicha empresa. Bettencourt aprovecha sus viajes a Suiza para reunirse con Allen Dulles y con Max Schoop, de los servicios de inteligencia estadounidenses (OSS). En 19944, ambos agentes estadounidenses le hacen entrega de 2,5 millones de francos de la época para financiar la red estadounidense en Francia. Hoy por hoy se desconoce qué uso que se dio a esa suma.

Eugene Deloncle es asesinado. Pero no por ello cesan los crímenes de los miembros de La Cagoule, ni siquiera después del desembarco de los Aliados en Normandía. El 10 de junio de 1944, Jean Filliol dirige la división SS Das Reich que irrumpe en la pequeña localidad francesa de Oradour-sur-Glane. Las tropas masacran allí a 644 habitantes, en condiciones particularmente horribles.

Porque valían la pena...
Al producirse la liberación de Francia, los miembros de La Cagoule que habían seguido a De Gaulle se ocupan de salvar a los miembros de La Cagoule que se habían puesto del lado del régimen de Vichy. Gracias al testimonio favorable de André Bettencourt y de Francois Mitterrand, Eugene Schueller sale absuelto porque supuestamente había sido miembro de la resistencia francesa. L’Oréal se convierte en refugio seguro de los viejos amigos. Francois Mitterrand es contratado como director de la revista Votre Beauté y André Bettencourt se une a la dirección del grupo. Con la ayuda del Opus Dei, hermandad católica franquista, Henri Deloncle (hermano de Eugene) desarrolla L’Oréal-España, donde da empleo a Jean Filliol. Mientras tanto, Jacques Correze se convierte en el gran jefe de L’Oréal en Estados Unidos. En 1950, André Bettencourt se casa con Liliane, hija única de Eugene Schueller.


André Bettencourt La oficina de la calle Saint-Dominique que André Bettencourt utilizaba cuando dirigía la PropagandaStaffell se convierte en una de las residencias del Opus Dei mientras que Robert Mitterrand se instala en la calle Dufrenoy, precisamente en el edificio que servirá de sede al Opus Dei en Francia. Este último se encuentra bajo la dirección política de Jean Ousset.

André Bettencourt prosiguió posteriormente una brillante carrera. Como periodista, creó en 1945 el Journal agricole, destinado a los antiguos lectores de La Terre française. Su carrera política lo llevó varias veces a ocupar puestos en el parlamento y el gobierno franceses, lo cual le permitió retomar sus anteriores actividades al convertirse en secretario de Estado para la Información (1954-55), puesto creado en 1948 por su amigo Francois Mitterrand y desde el cual ambos conformaron la prensa francesa contemporánea. Francois Mitterrand y André Bettencourt son amigos inseparables, a tal punto que en 1986, cuando el primero –ya para entonces convertido en socialista y presidente de la República Francesa– se ve obligado a “cohabitar” con una Asamblea de derecha, estudia la posibilidad de nombrar a Bettencourt como primer ministro. Finalmente se abstiene de hacerlo por temor a revivir los fantasmas del pasado… un pasado que se mantiene presente.

(*) Analista político francés. Fundador y presidente de la Red Voltaire y de la conferencia Axis for Peace. Última obra publicada en español: La gran impostura II. Manipulación y desinformación en los medios de comunicación (Monte Ávila Editores, 2008).

[1] Un nouvel accord entre les actionnaires majoritaires de L’Oréal, comunicado de L’Oréal, 3 de febrero de 2004, 23h.

[2] La ley sobre la iniciativa fue presentada al Parlamento francés por el secretario de Estado a cargo de la Pequeña y la Mediana Empresa, Renaud Dutreil, en diciembre de 2002, y su adopción se produjo el 1º de agosto de 2003 bajo la identificación 2003-721. Cf. Journal officiel del 5 de agosto de 2003.

[3] Cf. Le Flambeau del 21 de noviembre de 1936.

[4] La autoría de este sobrenombre se atribuye a Maurice Pujo.

Fecha de Publicación: 21.4.2010