Duas ou três coisas sobre o Brasil e Uruguai
Mário Augusto Jakobsknd
Este sintético comentário sobre a película Lula, filho do Brasil, não entra em consideração em termos de linguagem cinenatográfica ou outros babados do gênero. Deixemos isso para os bonecos dos jornalões, que induzem os leitores a assistir este ou aquele filme, sabe-se muitas vezes lá porque cargas d'água...
Quem assistiu ou assistirá este filme que mexe com a gente quando vir o Lula hoje lembrará sempre daquele menino nordestino que veio para São Paulo procedente do interior de Pernambuco com a mãe e demais irmãos num pau-de-arara e acabou se tornando Presidente.Não é para qualquer um, nem para qualquer país.
Não é preciso nenhum bola de cristal para dizer que o flme vai bombar onde for exibido, sobretudo en Nuestra America.
E tem mais: não diga que não chorou e saiu com olhos marejados depois de ver o filme do Fabio Barreto.
Pude observar que muitos convidados para uma sessão especial no Artiplex, na manhã desta terça-feira(8), no bairro carioca de Bofatogo, sairam dessa forma.
Quero ver os demotucanos dizerem que o filme é eleitoreiro.
Esse comentário infeliz, já feito, remete a um fato que aconteceu recentemente na campanha eleitoral uruguaia. O candidato da direita, Luis Alberto Lacalle, para falar mal do Pepe Mujica disse que ele morava num "sucucho", que quer dizer em linguagem popular do Rio da Prata (linfardo) "casa miserável". O que estava em questão era a chácara onde Pepe mora, planta legumes e produz vinho. E que continuará morando mesmo sendo Presidente. Resposta do candidato eleito: "a mim o que disse ele (Lacalle) não me ofende, pois a casa onde eu vivo é igual a casa da maioria dos uruguaios".
Não é à toa que o Mandela da América Latina, o Pepe, ganhou de lavagem a eleição presidencial.
Escrevo esta reflexão depois de assistir Lula, filho do Brasil, e já sugeri a amigos uruguaios a providenciarem um filme sobre o ex-guerrilheiro tupamaro, que ficou preso 13 anos (Mandela, 27), sendo dois na condição de refém, ou seja, acirramento dos maus tratos caso o seu grupo armado continuasse agindo. E que filme seria sobre Pepe Mujica!!!
Seria interessante assistir este filme na Zona Sul do Rio e num cinema da Baixada Fluminense, de preferência não num shopping, para ver a reação do público. Se é que ainda se pode encontrar algum cinema de bairro, fora de shoppings na região mencionada.
Em suma: o filme entra em cartaz na primeira semana de janeiro de 2010. Não percam, mesmo sendo eventualmente opositor de Lula, um direito que assiste a qualquer um. Quer dizer, opositor civilizado e não os boquirrotos do tipo que no Uruguai consideravam Lacalle e Pepe Mujica a mesma coisa e pregavam o voto nulo.
Por sinal, a deputada Luciana Genro, do PSOL, circulou em Montevidéu no primeiro turno presidencial e participou de um seminário organizado pela Assembléia Popular, uma força política que obteve 0,6% dos votos, ou seja, pouco mais de 15 mil sufrágios, não conseguindo eleger um só representante para o Parlamento, onde a Frente Ampla obteve maioria absoluta. Também...
Em tempo: um dos presentes na sessão especial no Artiplex, o jornalista Nerval Pereira comentou o filme colocando as mangas de fora, ou seja, raiva e despeito contra um trabalho cinematográfico. Os argumentos do referido repetem o que os demotucanos dizem sobre o filme e ainda por cima argumenta que o livro de Denise Paraná é completamente diferente do filme. E daí?
Aliás, ao cruzar com Nerval na saída do cinema comentei: aposta que o cara, hoje um verdadeiro porta-voz da direita na mídia, vai escrever contra o filme e destilar preconceito. Não deu outra. Mas como o cara tem espaço e é muito "conceituado", possivelmente muitos papagaios de piratas da classe média vão repetir as críticas.
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
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