Globo e Bandeirantes não se conformam com o ingresso da República Bolivariana da Venezuela no Mercosul
Mário Augusto Jakobskind
A TV Globo em seu Jornal da Noite demonstrou, de forma pretensamente irônica, indignação com a aprovação pelo Senado do ingresso da República Bolivariana da Venezuela no bloco do Mercosul. Os Parlamentos do Uruguai e da Argentina já tinham aprovado a medida. Agora, o Congresso do Paraguai deverá adotar a mesma posição.
Na verdade, a chamada Vênus Platinada não esconde o jogo quando se trata de manifestar posição contra qualquer tipo de aproximação entre os países latino-americanos. Seus argumentos não raramente repetem os apresentados pelos partidos políticos da direita como o PSDB, Demo e PPS.
Sob o pretexto de defender "princípios democráticos", a emissora que iniciou os seus trabalhos no Brasil graças ao grupo Time Life tem se comportado como um partido político vinculado aos setores mais retrógrados do espectro político brasileiro.
Mas se vocês pensam que a indignação ao que decidiu o Senado se resumiu à TV Globo, enganam-se. Poucos minutos depois, na TV Bandeirantes, o âncora Boris Casoy, na mesma linha de Waack, na verdade seguindo o mesmo script, criticou a entrada da Venezuela no Mercosul, afirmando que o bloco "corre perigo".
Poucos dias antes, tanto a Globo como a Bandeirantes demonstraram total apoio ao pronunciamento da Secretária de Estado, Hillary Clinton ameaçando a Venezuela, Bolívia e Nicarágua por aproximação dos seus presidentes - Chávez - Evo Morales e Daniel Ortega - com o governo do Irã. Waack foi ainda mais realista do que o rei ao lembrar que o Brasil, não mencionado por Clinton, recebeu a visita do Presidente Mahmoud Ahmadinejad. Pelo tom de voz e expressão facial, o âncora deu a entender que a Secretária de Estado norte-americana deveria ter mencionado também o governo brasileiro. Facilitaria o editorial que Waack lê no início do jornal.
De quebra, no mesmo noticiário da terça-feira (15) à noite, ou melhor, já na madrugada da quarta-feira (16), só faltando babar de ódio, Casoy desancou contra o MST por uma ocupação (ocupação que é chamada de invasão) do movimento no interior de São Paulo. O âncora da Bandeirantes, para variar, tirou do colete argumentos da época da Guerra Fria, ou seja, do período correspondente ao da ditadura brasileira, para esculhambar o MST.
Pois é, assim caminha a mídia eletrônica destas bandas. Quando as referidas emissoras são contestadas nos argumentos que elas apresentam imediatamente rebatem as acusações com afirmações do tipo que sáo defensoras da "democracia".
Em suma, assim caminha o jornalismo das TVs brasileiras.
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
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