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terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

(Venezuela - Política) - Chávez sem rival político 11 anos depois

Presidente venezuelano continua sendo o político mais popular da Venezuela mesmo enfrentando uma oposição raivosa

Fonte: Prensa Latina

Caracas - Há 11 anos de sua ascensão ao poder, o presidente Hugo Chávez mantém-se hoje como o político mais popular da Venezuela a ponto de desafiar uma nervosa oposição a realizar um referendo revocatório.
Depois de derrotar a máquina eleitoral de direita, Chávez assumiu a Presidência da República no dia 2 de fevereiro de 1999 à frente de um movimento popular cuja liderança ganhou como alternativa a quase meio século de governos corruptos.

Em um país que apesar de sua enorme riqueza petroleira em 1998 tinha 48,1 por cento de sua população na pobreza e 17,1 por cento na miséria, Chávez propôs um novo modelo de distribuição que ganhou o respaldo maioritário da nação.

O fato de que 11 anos depois siga sendo um político sem rival que aproxime-se a sua altura, expressa em boa medida que a população percebe positivamente o cumprimento de seus compromissos com a aplicação de políticas de ordem social.

Em 2009, a pobreza extrema fechou em seis por cento com uma redução de 11 pontos percentuais em 10 anos, enquanto a pobreza passou para 24,2 por cento, o que significa que mais de quatro milhões saíram da pobreza e mais de dois milhões da miséria.

Também estima-se que cerca de 15 milhões dos 28 milhões de venezuelanos se beneficiam do programa gratuito de atendimento médico Missão Bairro Adentro e outros tantos milhões do plano de alimentos subsidiados MERCAL.

Os programas sociais financiados pelo petróleo abarcam atenção a mães solteiras, crianças de rua, preparação trabalhista, financiamento de cooperativas e educação gratuita desde a primária ao nível universitário, entre outros.

A popularidade de Chávez é hoje indiscutível até por setores opositores que buscam recuperar parte do terreno perdido nas eleições parlamentares de setembro deste ano, a partir de dificuldades relacionadas com a crise mundial.

Aos problemas provocados pela queda do preço do petróleo, como resultado da crise, se soma uma longa seca como resultado do fenômeno climático El Niño em um país que produz mais de 70 por cento de sua energia com hidroelétricas.

No entanto, a negativa em tentar diminuir o mandato de Chávez com um referendo revocatório como permite a Constituição, indica um reconhecimento do respaldo popular do qual goza o presidente.

Diante dos recentes fatos violentos provocados pela oposição, o presidente desafiou esses setores a tentar sua saída por vias constitucionais como é o revocatório, oferta recebida com ouvidos surdos pelos partidos de direita.

Aos 11 anos de sua chegada à presidência e apesar de atravessar momentos complicados pela crise internacional, Chávez segue sendo hoje um político sem um opositor de categoria que se prepara para uma nova batalha com as eleições parlamentares.

Sem dúvidas, a figura do presidente, reforçada por seu Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), terá uma força importante nas eleições nos quais se deve eleger os 165 membros da próxima Assembleia Nacional.

Sua projeção é obter os dois terços do parlamento, como garantia para aprofundar o processo de mudanças para passar de um projeto de melhor distribuição da riqueza a um sistema socialista que denomina Socialismo do Século XXI.

Para conseguir este propósito e seguir com a proposta apresentada para o país, não basta apenas o respaldo de Chávez, pois normalmente neste tipo de eleições têm uma grande influência fatores regionais e cada candidato possui seu peso específico.

No entanto, é inegável a influência de sua liderança nas eleições, convocadas para o próximo dia 26 de setembro.

Acostumado aos desafios e otimista nos momentos difíceis, Chávez advertiu seus seguidores que não terá caminho fácil, diante disto é necessário reforçar a mobilização e a unidade para garantir a continuidade do processo iniciado no dia 2 de fevereiro de 1999.

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