Jose Pepe Mujica toma posse no dia 1 de março com promessa de cumprir a sua utopia de transformar o Uruguai
Mercedes López San Miguel
(Tradução é do Cepat)
Fonte: Página/12
O Uruguai se encontra às portas de um tsunami e esse tsunami sacudirá as estruturas produtivas. José ‘Pepe’ Mujica cumprirá a sua utopia. Um cenário que contrasta com o tão difundido ex-guerrilheiro ultra-moderado que supostamente deslumbrou os empresários e a direita argentina em um encontro em Punta del Este. O porta-voz da idéia de que vem por aí um tsunami é o influente pesquisador e jornalista Samuel Blixen, autor de O sonho de Pepe.
Mujica assume em 15 dias. Se os mais otimistas vêem a sua chegada como uma ruptura com a anterior, com a presidência frente-amplista de Tabaré Vázques, outros insistem em que o “Uruguai encontrou o caminho” e que nenhuma mudança substancial acontecerá (para esses quase nada mudou no Uruguai, seja presidente Tabaré, Lacalle, Sanguinetti ou Mujica).
Segundo Blixen, “o tsunami será no nacional, no regional e em intensidade de transformações”, ressalvando que muitas aspirações dependerão dos recursos disponíveis e da negociação com outros setores políticos e sociais. “O de Pepe são idéias com grande possibilidade de concretização imediata, como o desenvolvimento da pesquisa científica, a universalização da educação e a consolidação da vida social no campo. Mas transformar a matriz produtiva do país incorporando a biotecnologia como apregoa Mujica, requer tempo para a formação de cientistas, estrutura para a radicação de laboratórios e muita diplomacia”.
Mujica irá dialogar mais com esquerda da Frente Ampla que Tabaré. Se quer empreender mudanças mais radicais na economia terá que lidar com o dique de contenção que representa Danilo Astori. No passado, o então ministro da Economia provocou calafrios na centro-esquerda por estimular um tratado de livre comercio com os Estados Unidos. Para os próximos cinco anos colocou o seu preferido, Fernando Lorenzo, à frente do Ministério da Economia.
A chegada de Mujica à presidência no próximo dia 01 de março também terá efeitos na política externa do seu país, especialmente na relação com os seus sócios do Mercosul e no resto da América Latina. À diferença de Tabaré Vázquez, que marcou uma clara distância com Hugo Chávez, Rafael Correa e Evo Morales, o futuro presidente disse que tem um “compromisso” com o presidente aymara e que a Bolíva será o primeiro país que visitará após assumir.
Destaca Blixen: “Mujica trabalhará por uma maior integração política e produtiva com a região e reivindicará do Brasil e da Argentina, os vizinhos mais poderosos do Mercosul, um espaço para o produto comercial das transformações que pretende realizar”.
A tudo isso se soma a auspiciosa vocação de diálogo que tem tido Mujica com o governo argentino para encontrar uma solução sobre Botnia. Se diz no pé de orelha que dos políticos uruguaios, Mujica é o mais compreensivo com a Argentina. E, especialmente a sua esposa, Lucía Topolansky tem falado muito bem sobre a presidente Fernández. Topolansky disse: “Cristina Fernández me parece muito inteligente, lhe cobram pelo fato de ser mulher”. A sentença de Haya poderá provocar o desenlace desse conflito.
Data da Publicação: 14-02-2010
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
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