(Colômbia - Movimento social) - Entidades trabalhistas antecipam jornadas nacionais de protestos

Trabalhadores de toda a Colômbia se mobiizam por melhores salários e formalidade nos empregos

Karol Assunção*

Fonte: Agência Adital

Ao que tudo indica, as duas próximas semanas serão de intensas mobilizações na Colômbia. Trabalhadores e trabalhadoras realizarão atividades de protestos por melhores salários e pela formalidade nos empregos. No próximo dia 18, os manifestantes realizarão uma Jornada Nacional de Protestos. Já no dia 26 de fevereiro, o destaque será a Jornada Nacional de Não-consumo.

As atividades, convocadas pela Confederação Geral do Trabalho (CGT) e federações de trabalhadores a serviço do Estado, têm o objetivo lutar pelo direito à saúde, por salários mais dignos, pela formalização do emprego, pela transparência da gestão pública e pelo congelamento dos preços dos combustíveis.

Para isso, estão programadas, para as próximas semanas, duas atividades pacíficas: a Jornada Nacional de Protestos, no próximo dia 18; e a Jornada Nacional de Não-consumo, no dia 26. De acordo com informações disponíveis em Rebanadas de Realidad, a atividade de Não-Consumo tem o objetivo de evidenciar a importância do consumo dos lares no crescimento da economia.

A ideia da CGT é não realizar compras ou consumir serviços no dia 26. Dessa forma, a Confederação sugere, entre outras coisas: fechar a torneira de água e o registro de gás, não sair para fazer compras em supermercados ou lojas, não comprar combustíveis e não utilizar transporte público. Para ir ao trabalho, a CGT sugere que as pessoas peguem carona com amigos ou utilize meios alternativos, como bicicletas.

Em declaração divulgada no dia 28 de janeiro, a Confederação afirma que está preocupada com a situação da classe trabalhadora na Colômbia. Falta de uma política de emprego, baixos salários e pouca atenção dada a campesinos, indígenas, afrodescendentes e trabalhadores informais são apenas algumas situações vividas por colombianos e colombianas no país.

"Não encontramos por parte do governo uma política de emprego, pelo contrário, a taxa de desocupação aumenta a tal ponto que hoje temos a maior cifra de desemprego da região Latino-americana e Caribenha. Desemprego este que afeta de forma demolidora a juventude e as mulheres", constata.

A CGT não se manifesta na declaração somente contra as ações relacionadas à classe trabalhista. Outras questões, como a adoção de 15 decretos sem consultar instituições e setores sociais, e a medida que compromete a juventude colombiana, transformando-a em informante do conflito armado, são abordadas pela CGT e também serão colocadas nos protesto.

"A CGT considera que não se pode abusar da popularidade de um mandatário adotando políticas equivocadas como a de comprometer a juventude em situações de se converter em informante sob o socorrido argumento de combater a insegurança nos grupos educativos quando, na realidade, se o que se quer é aprofundar a segurança, esta missão compete com exclusividade ao Estado como cabeça dos organismos de segurança e do poder judicial, e não comprometer os cidadãos em atividades que são de alto risco, sobretudo para a juventude", destaca.

(*)Jornalista da Agência Adital
Data de Pulicação: 10/02/2010