Delegação britânica integrada por dirigentes sindicais. advogados e parlamentares sofreu intimidações na Colômbia
Natasha Pitts *
Informe da Agência Adital
De 29 de novembro a 5 de dezembro de 2009, uma delegação britânica formada por dirigentes sindicais, advogados e parlamentares esteve na Colômbia para conhecer de perto a situação dos direitos humanos. Após visitas, conversas e reuniões, a Comissão se considerou "aterrorizada" com a situação do país.
Durante a visita, a Comissão teve a oportunidade de colher informações com várias fontes. Foram realizadas reuniões com sindicalistas, representantes do governo, presos políticos, líderes camponeses, políticos, representantes da campanha para a paz e familiares de reféns das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), entre outras pessoas.
Por meio destas reuniões foi possível coletar as primeiras informações que sinalizaram a continuidade de barbaridades como: execuções sem julgamento, desaparecimentos forçados, violência contra a mulher, ataques contra o sindicato agrário e assassinato de seus membros, condições deploráveis dos presos e presas políticas, detenções massivas e arbitrárias, além de deslocamentos forçados.
Os membros da Comissão também viajaram até o município de Soacha para conversar com os familiares das vítimas de execuções extrajudiciais praticadas pelo Exército. A reclamação mais recorrente era de que fatos como estes permaneciam na total impunidade, sem qualquer aplicação da justiça. A visita reforçou as suspeitas de que a maioria dos crimes era cometida por membros do Exército.
Em todas as visitas e reuniões as denúncias se repetiam, sendo mais recorrentes as de execuções e tratamentos brutais oferecidos aos civis por parte do Exército Nacional. A constatação dessas acusações foi comprovada durante a visita ao cemitério, onde foi possível ver a grande quantidade de cadáveres sem identificação. "Apesar de afirmações contrárias, está claro pelas datas nas tumbas que as execuções extrajudiciais seguem", afirmou a Comissão em Comunicado.
A situação dos sindicalistas, assim como dos jornalistas e educadores também é alarmante no país. Os assassinatos, ataques e a criminalização são recorrentes. Por esta realidade, a Comissão demonstrou preocupação com os indicativos de mudança no programa de proteção aos sindicalistas. No âmbito político, os congressistas da oposição sofrem interceptação ilegal de suas comunicações e criminalização de suas atividades legais.
Durante a estadia na Colômbia, a Comissão britânica pôde sentir na pele uma pequena mostra da intimidação e das ameaças que sofrem os defensores dos direitos humanos no país. "Fomos seguidos, sujeitados a fotografia intimidante, postos sob vigilância e a polícia passou nossos dados pessoais a indivíduos não identificados que não usavam uniformes, mas roupas de civis", relataram.
Em suas conclusões após a visita, a Comissão constatou que a situação da Colômbia é preocupante por não haver indicativos concretos de mudanças para melhor no país. A participação do Exército na violação aos direitos humanos e sindicais e a cumplicidade do Governo torna ainda mais difícil a situação do país.
Vigília pela saúde
Desde terça-feira (19/01), organizações sociais estão reunidas em Vigília pela Saúde na Colômbia. A intenção é conseguir colocar e discutir suas propostas com relação à medida que o Governo Nacional está promulgando no marco do Estado de Emergência Social em Saúde. No momento, os diálogos se encontram parados devido à ruptura provocada pelos delegados do Ministério de Proteção Social. Contudo, as organizações se mantêm em vigília pacífica reafirmando a exigência de um diálogo para definir as políticas de saúde da nação.
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