(Argentina - Direitos Humanos) - Comunidade Mapuche denuncia destruição em território sagrado

Indígenas na Argenitna continuam em luta pela manutenção de território ancestral sagrado

Informe da Agência Adital*

A comunidade Mapuche Paichil Antriao, na Argentina, segue na luta pela defesa de seu território ancestral. Segundo comunicado divulgado pelo Lof Mapuche en conflicto Paichil Antriao na última segunda-feira (18), as ações de agressões e destruições das terras sagradas se intensificaram na semana passada, quando um empresário estrangeiro realizou uma escavação no local.

De acordo com o comunicado, na última quinta-feira (14), o empresário William Henry Fisher abriu caminho e realizou uma escavação de, aproximadamente, três metros de profundidade por 30 metros de largura "com a intenção de explorar e converter nosso antigo Rewe y WallMapu* em um vil recurso econômico". Conforme noticia a Agência Pulsar, tal obra seria para a construção de uma transportadora privada de água.

Segundo a nota da comunidade, os Mapuches, quando foram ao local para proteger o território sagrado de maneira pacífica, encontraram o empresário juntamente com forças especiais e membros da polícia das províncias de Neuquén e Río Negro. Apesar das autoridades Mapuches tentarem explicar a importância de preservar o lugar, empresário e as forças especiais não quiseram ouvir, dando um prazo de cinco minutos para saírem do local.

"Cumprido o prazo e ante nossa firme vontade de seguir protegendo nosso espaço sagrado, os efetivos policiais e o estrangeiro Fisher procederam com a repressão utilizando balas de borracha, gases lacrimogêneos e até balas de chumbo (calibre 22 curto) apontando e disparando na cabeça dos Mapuche del Lof que se encontravam protegendo o Rewe", denuncia o comunicado.

Por conta disso, na nota, o Lof Mapuche pede: a desmilitarização do Wallmapu, o fim da repressão, e imediata revisão dos títulos das terras, o fim das obras no território Mapuche, a imediata restituição dos 222 hectares que a comunidade ainda conserva dentro dos 625 hectares ancestrais, e o fim da perseguição policial e da política de criminalização das famílias mapuches.

*Rewe é, para os Mapuches, o espaço sagrado e de cerimoniais. Já Wallmapu é o chamado território Mapuche, incluindo solo, rios e riquezas que nele se encontram.

(*) Com informações da Agência Pulsar