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quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

(Brasil - Corrupção) - Ex-executivo da Telecom Italia abre o jogo

Governo da Itália facilitou entrada de euros no Brasil para corromper políticos e agentes federais

Antonio Carlos Lacerda

Deu no Pravda

Uma mala lotada de euros, escoltada por agentes do serviço secreto italiano, entrou sem ser revistada no Brasil, em 2004, para comprar um senador, policiais federais, especialistas em espionagem e contaminar com vírus informáticos os computadores das gigantes da telefonia do Brasil.

A informação está no depoimento que Fabio Ghioni, um dos ex-executivos da Telecom Itália, prestou no Palácio da Justiça, em Milão, Itália, em 15 de novembro de 2007, ao procurador da República Nicola Piacente e ao carabinieri sub-oficial Vincenzo Morgera, envolvendo dezenas de brasileiros no escândalo da telefonia no Brasil.

Para garantir que a mala de euros entrasse no Brasil sem que fosse revistada pelas autoridades alfandegárias, segundo Fabio Ghioni, o pessoal da Telecom Itália chegou escoltado por agentes do Servizio per le Informazioni e la Sicurezza Militare (Sismi), órgão do Governo da Itália, que atualmente mudou de nome para Aise.

Parte do processo já chegou ao Brasil e o restante está sendo esperado. No depoimento, Ghioni diz que o investidor Naji Nahas recebeu da Telecom Itália pelo menos R$ 3,5 Milhões para “corromper políticos para obter concessões em nível local que servissem à TIM Brasil para o exercício da telefonia e recompensar funcionários da Telecom pela maneira como utilizaram em favor da Telecom o material extraído da Kroll".

Em 2009, a juíza Adriana Zanetti, da 5ª Vara Federal Criminal de São Paulo, responsável pelo processo que apura atos ilegais de espionagem praticados pela Kroll, por solicitação de prepostos do banqueiro Daniel Dantas, dono do Banco Opportunity, decidiu suspender as investigações até que a Justiça italiana envie o inquérito, do qual fazem parte as acusações de Fabio Ghioni.

Fabio Ghioni, Giuliano Tavaroli, e Angelo Jannone, ex-executivos da Telecom Itália, e mais 31 pessoas, foram denunciados pelo Ministério Público de Milão por violação de sistemas de informática e escutas ilegais contra pessoas na Itália e no exterior em nome da Telecom Itália. O trio de espiões da Telecom Itália recebeu o nome de Tiger Team.

Esses episódios estão na primeira fase da privatização da telefonia no Brasil. Daniel Dantas, segundo seus desafetos, pretendia eliminar da disputa seus concorrentes, que se uniram contra ele, imaginando que, se afastassem Dantas, iriam ter como prêmio a Brasil Telecom, justificando o investimento financeiro. Entretanto, como o ministro Luís Gushiken, fiador do negócio, saiu do Governo Lula, os italianos ficaram com o prejuízo financeiro.

Com a demora da chegada de documentos sobre a ação do Tiger Team no Brasil, os advogados de Daniel Dantas o habilitaram na Itália como vítima da trama investigada. Dantas conseguiu trazer para o Brasil parte da trama através de cópias certificadas e traduções juramentadas.

Na Itália existe a informação que o grupo Tiger Team grampeou a imprensa italiana, entrou nos computadores da CIA e da Kroll, colheu informações contra Daniel Dantas, inseriu o material que interessava ao grupo e passou para a imprensa brasileira como prova da desonestidade de Dantas.

O Tiger Team era um grupo de segurança da Telecom Itália com a missão de preparar o terreno para expansão da ex-estatal italiana em todo o mundo. Por conta da disputa pelo controle acionário da Brasil Telecom, entre a Telecom Itália e o Banco Opportunity, as escutas telefônicas no Brasil duraram de 2003 a 2005.

O Tiger Team tinha em seu staf os maiores especialistas da espionagem italiana. Angelo Jannone, por exemplo, já morou no Brasil em 2004, e na Itália foi coronel do Carabinieri, trabalhou com o juiz Giovanni Falcone na luta contra a máfia siciliana e foi chefe do departamento antifraudes da Telecom Itália para a América Latina.

Mario Bernardini era dono de uma empresa de investigações e foi contratado pelo grupo italiano, mas, ao se tornar réu, aderiu a um programa de delação premiada e se transformou na principal testemunha do Ministério Público italiano no inquérito sobre a rede de espionagem clandestina e subornos da Telecom Itália no mundo. Fabio Ghioni era considerado o cérebro do Tiger Team.

No Brasil, a Telecom Itália é dona da TIM Celular e chegou a ser acionista da Brasil Telecom, em sociedade com Daniel Dantas e os fundos de pensão estatais Previ, Petros e Funcef. Em 2005, os fundos de pensão, através de um arranjo com o Citibank, conseguiram tirar o Banco Opportunity da administração da Brasil Telecom, e empresa de consultoria Angra Partners foi chamada para dirigir a Brasil Telecom.

Em 2004, a Polícia Federal Brasileira iniciou a Operação Chacal, que investigou suposta atividade ilegal da Kroll no Brasil, por encomenda de Daniel Dantas. Além do trabalho da Polícia Federal, os italianos promoveram uma série de ações contra os agentes da Kroll. Numa delas, em um hotel no Rio de Janeiro, invadiram o computador de um deles e roubaram vários arquivos, que depois foram selecionados e gravados em um CD entregue à Polícia Federal.

Em 6 de novembro de 2007, Giuseppe Ângelo Jannone, o homem que denunciou a Kroll por espionagem no Brasil, foi preso na Itália sob a acusação de espionagem. Jannone foi membro de um grupo de elite dos carabineiros e chefe de segurança da Telecom Itália no Brasil.

No depoimento que prestou em Milão, na Itália, Fabio Ghioni disse que o dinheiro entregue a Nahas tinha duplo propósito. O primeiro, segundo ele, era corromper políticos para conseguir concessões que servissem à TIM Brasil no ramo da telefonia; integrantes da Anatel, para que permitissem à Telecom Itália voltar a ocupar o controle acionário da Brasil Telecom, a Eloy Lacerda; ao chefe da Polícia Postal no Brasil e dos serviços de segurança que haviam dirigido a atividade da Polícia Federal contra Daniel Dantas e Kroll.

Já o segundo propósito, segundo Ghioni, foi o de recompensar funcionários da Telecom pela maneira como utilizaram em favor da Telecom o material extraído da Kroll. Ele disse que Jannone foi recompensado com um aumento de salário que lhe permitiu ganhar até 400 mil euros por ano e fomentar campanhas da imprensa contra a Kroll. Ghioni disse, ainda, que outro propósito era o de “pagar integrantes dos fundos de pensão Previ, acionistas da Telecom Brasil, para que se posicionassem contra Daniel Dantas na disputa que este tinha contra a Telecom.”

No depoimento em Milão, Fabio Ghioni disse revelou que a Citicorp foi atacada com o vírus “animaletto” e que outros, ordenados por Tavaroli e Jannone, entre final de 2004 e início de 2005, foram direcionados à Vivo, Telmex, Telefônica, Embratel e Telemar.

“Jannone estava interessado em monitorar dois dos seus consultores, um deles era um senador, a quem se ocupava de pagar com somas relevantes”, disse Ghioni.

As informações a respeito da rede de espionagem montada pela Telecom Itália, compartilhadas com o governo italiano, são segredo de Estado. Quem afirma é o primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi no próprio no bojo do processo que investiga onde foram parar milhões de euros dos acionistas da operadora, gastos para fulminar concorrentes no Brasil.

À época, tinha-se por certo que o “investimento” reverteria em altos lucros com a absorção da Brasil Telecom. Os italianos limparam o terreno, mas ficaram no prejuízo, porque a Telemar arrematou o faturamento de 30 bilhões de dólares das duas companhias somadas.

Segundo a Polícia Federal apurou na chamada Operação Chacal, a Brasil Telecom, quando estava sob controle do Banco Opportunity, contratou a empresa de auditoria empresarial Kroll para espionar a Telecom Itália. Ao investigar a Telecom Itália, a Kroll acabou chegando a personagens como o ex-ministro da Secretaria de Comunicação do Governo Lula, Luiz Gushiken, que comandava os fundos de pensão e participava do mutirão para eliminar concorrentes e abocanhar fatias maiores do mercado de telefonia.

Data da Publicação: 27.01.2010

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