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quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

(Brasil - Direitos Humanos) - Dois torturadores localizados silenciam

Reportagem localiza responsáveis por torturas em quartel de Barra Mansa, mas se negam a falar sobre o período ditatorial

Informe da Coluna Lista Negra, do Jornal aQui, de Volta Redonda

O Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3), lançado no final de 2009 pelo presidente Lula, trouxe à tona um assunto delicado e que pouquíssimas pessoas gostam de remexer. Trata-se da ditadura militar - um período negro na história política do Brasil, que oficialmene durou de 1964 a 1985 e que ainda hoje, quase 46 anos depois, não foi totalmente esclarecida.

Mas o PNDH promete cutucar essa ferida. Éque dentre as muitas propostas para o Programa, uma delas cria a Comissão da Verdade, que promete apurar com rigor as torturas e desaparecimentos durante os anos de chumbo no país. E de quebra, garante punição aos torturadores.

Após o lançamento do PNDH-3, uma lista com centenas de nomes ligados à Ditadura Militar passou a circular na internet. São nomes de militares que participaram de torturas nos inúmeros batalhões do Exército espalhadospor todo o Brasil. Alguns já morreram, a grande maioria foi reformada.

Há outros poucos que esperam se aposentar na compulsória (aos 75 anos). Muitos foram promovidos a general ou coronel e chegaram a receber a Medalha Pacificador -a maior honraria da pelo Exército a quem promove a paz. Nesterol, há 17 militares que atuaram no 1o. Batalhão de Infantaria Blindada de Barra Mansa, o extinto BIB, entre 1964 a 1973.

O aQui conseguiu falar com dois deles, mas ambos se esquivaram de comentar o assunto. Dulene Aleixo Garcez dos Reis é um deles. Atualmente morando num confortável apartamento em Botafogo, zona Sul do Rio de Janeiro. Dulene foi capitão da infantaria do exército em 1970, e no ano seguinte serviu no BIB de Barra Mansa. Por telefone, o militar aposentado disse que aqueles anos foram difíceis e que por esse motivo, não falaria nada a respeito do que se passou do lado de dentro dos do Batalhão durante a Ditadura. "Não quero comentar esse assunto. Por favor, não insista, porque eu não quero falar sobre isso com voce", pediu.

No dia 17 de janeiro de 1970, Dulene teria participado da tortura ao jornalista e secretário-geral do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR), Mário Alves. Ele foi morto detro do 1o. Batalhão de Polícia do Exército, na Tijuca, no Rio, endereço onde funcionava o temível DOI-CODI. Arevista Carta Capital de março de 2008, escreveru que Mário Alves foi submetido a uma sessão de torturas, que terminou com seu empalamento, feito por um cassetete de madeira com estrias de ferro, o que causou hemorragia interna, pefuração dos intestinos e a morte do jornalista.

"O dirigente comunista foi preso no bairro de Cascadura, na noite do dia16 e foi foi torturado por mais de oito horas ininterruptas, entre as 20 horas e quatro horas da manhã do dia seguinte, quando foi jogado numa cela já agonizante. Entre os torturadores, estava o tenente Dulene Aleixo Garcez dos Reis", relata a revista. Dulene também é citado no livro Tirando o Capuz (Ed. Garamond, p.265, 2004(), como "o incontrolável tenente Garcez", devido a sua performance no porões dos quartéis.

Ele se formou em 1964 na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), em Resende, na cchamada turma "Nações Unidas". Hoje aos 676, seu nome está entre os 436 torturadores da Ditadura Militar. "Não de lista nenhuma", resumiu, encerrando a ligação com o repórter do aQui.

Em Resende, mora um dos17 militares que aparecem na lista de torturadores da Ditadura. Trata-se do tenente Valdemir Tenório Sabino, que entre 1971 e 1973 serviu no BIB de Barra Mansa, como segundo-tenente da Infantaria. Durante a semana o aQui tentou conversar com ele, mas não conseguiu localizá-lo em sua casa, no bairro Paraíso. O que se sabe é que no dia 31 de agosto de 1994, Valdemir - então oficial das Armas do Exercito, foi promovido por merecimento a tenente coronel.

Direitos humanos para humanos direitos

O Programa Nacional de Direitos Humanos foi criado no final de 2009, anon em se comemoraram os 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Também foi em 2009 que a União finalmente concedeu à família do soldado Roberto Vicente da Silva uma pensão vitalícia no valor de R$ 600,00. O rapaz de apenas 23 anos, morreu no Hospital Central do Exército, no Rio, em 25 de janeiro de 1972, depois de ter sido torturado com choques elétricos no interior do Batalhão de Infantaria Blindada, em Barra Mansa. Além da pensão, a família do soldado recebeu R$ 240 mil a título de indenização por morte.

Roberto Vicente da Silva não foi o único soldado a morrer, após várias sessões de tortura, nas dependências do BIB. Outros três soldados -Wanderley de Oliveira, Juarez Monção e Geomar Ribeiro - também tiveram o9 mesmo destinos. Só que suas famílias foram indenizadas há mais tempo. A tortura que levou à morte dos quatro, em janeiro de 1972, teve grande repercussão, inclusive no exterior. Cerca de cinco militares foram responsabilizados pelas mortes, entre eles, Dálgio Miranda Niebus, que foi Capitão da Infantaria do Exército e serviu no 1o. BIB, em Barra Mansa, entre os anos de 1970 e 1973. Em sua defesa, Niebus alegou que, na época o Exército investigava o uso de maconha por parte dos quatro soldados, nas dependencias do batalhão.

Após a morte dos quatro soldados, o BIB mudou de nome e passou a se chamar 22o. Batalhão de Infantaria Motorizado (BIMtz), que funcionou onde hoje está instalado o Parque da Cidade, e foi desativado no final da década de 1990. O aposentado N, que anonimato, serviu no BIB na época da mundança de nome - entre 1973 e 1974. Ele era cabo e lembra que constantemente a tropa recebia ordens superiores para maltratar os presos políticos levados para lá. "Nós almoçávamos rapidamente e tínhamos a incumbência de levar comida para os presos. Então os tenentes costumavam cuspir e até escarrar na bandeja e nós tínhamos que colocar a comida por cima daquilo e entregar para os presos. Que não fizesse, era punido", recorda.

Segundo N, numa certa ocasião, foi pego lavando a bandeja depois que um havia cuspido sobre ela. Por conta disso, ficou uma semana preso, sem poder manter contato com a família. "Eu tinha um bom comportamento. O pessoal gostava de mim, acho que por isso não tive uma punição severa. Para os militares, o simples fato de lavar a bandeja era considerado uma imensa falta de respeito e eu acabei desrespeitando o sargento. Tive medo de ser torturado como os demais, que levavam choque e tinham as unhas arrancadas", contou.

Publicado em 23/01/2010

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