Meios políticos e intelectuais protestam contra provincianismo e subserviência do Governador do Estado do Rio de Janeiro
Mário Augusto Jakobskind
O Governador Sérgio Cabral acabou de dar mais uma demonstração de provincianismo e subserviência. Ao circular por Londres para "examinar" o que os britânicos estão preparando para a Olimíada, o governador do Estado do Rio de Janeiro foi procurar o ex-premier Tony Blair e anunciar, em solenidade com a participação do Ministro de Esporte, Orlando Silva e do presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Nuzman, que o ex-premier seria contratado como consultor da Olimpiada 2016 a ser realizada no Rio de Janeiro.
O anúncio provocou chacota em muitos círculos políticos e esportivos, até porque Blair, que só voltou ao noticiário poucos antes do anúncio ao defender o posicionamento da Inglaterra de participação na invasão do Iraque, em 2003, o que tem provocado protestos, é conhecido até hoje como o "cachorrinho de Bush", numa referência ao fato dele durante o tempo que esteve no cargo sempre ter obedecido ordens, mesmo absurdas, do então presidente dos Estados Unidos, representante máximo em oito anos do complexo industrail militar.
Na verdade, muito mais do que consultor de Olimpíada, Blair deveria estar sendo julgado pelo Tribunal de Haia, junto com o deu líder, George W. Bush, pelo que foi feito em todos estes anos contra o povo do Iraque.
Como se tudo isso não bastasse, vale lembrar que Tony Blair nunca teve vínculos com os desportes e a sua contratação como consultor das Olimpíadas 2016 não trará nenhum tipo de benefício, muito pelo contrário.
Blair é um ex-premier que hoje ocupa espaço na Câmara dos Lordes, um anfiteatro que abriga figuras sem a mínima importância na política britânica. E além disso, é o caso de perguntar: quem vai pagar o salário do contratado, pois o cargo é pago?
Diante de tudo isso, é o caso de perguntar ao Governador Cabral, porque contratou Blair? Quem o autorizou a tomar uma decisão que depõe contra a imagem do Brasil. Muitas vozes já se levantaram para denunciar o provincianismo e subserviência do governador do Estado do Rio. Uma delas, o escritor Paulo Coelho, que além de manifestar contrariedade garantiu que da mesma forma que se empenhou no sentido do Rio ser escolhido a cidade que abrigaria a Olimpíada 2016, agora não vai se calar até que seja revogado o contrato que desabona a imagem do Brasil no exterior. Coelho também entende que em vez de ser escolhido consultor de Olimpíada, Blair deveria estar sendo julgado pelas mortes de milhares, de iraquianos, a maioria mulheres, crianças e anciãos, provocados depois da invasão e ocupação do Iraque pelas tropas dos aliados dos Estados Unidos sob o comando do Pentágono.
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
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