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domingo, 4 de abril de 2010

(Brasil - História- Ditadura) - Óleos queimados da história

Entrevista do general Leonidas Pires Gonçalves é umademonstação concreta de como um personagem ativo do golpe que derubou Jango segue com a linguagem da Guerra Fria

Mário Augusto Jakobskind

Fonte: Redação Página 64

A Globo News, no último sábado (3 de abril), colocou no ar um longo depoimento do General Leonidas Pires Gonçalves, protagonista do golpe civil-militar que derrubou o presidente constitucional João Goulart, em 1 de abril de 1964. Entrevistado pelo repórter Geneton Moraes Neto, o militar, hoje com 89 anos, repetiu o que vem sendo dito ao longo do tempo por protagonistas ativos do movimento civil militar que interrompeu a ordem constitucional e fez o país mergulhar numa longa noite escura.

Ao mais puro linguajar da época da Guerra Fria, Pires Gonçalves repetiu a baboseira segundo a qual o golpe foi uma “revolução, uma vontade nacional, contra um regime sindicalista-comunista- criminoso". O repórter não aproveitou a oportunidade para perguntar ao ex-comandante do DOI-Codi do I Exército, entre março de 1974 e janeiro de 1977, o que ele teria a dizer sobre a participação dos Estados Unidos na derrubada de Jango,oficialmente comprovada com a liberação de uma série de documentos encontrados nos arquivos do Departamento de Estado.

Seria uma perda de tempo mencionar todas as baboseiras repetidas por Pires Gonçalves, um militar retirado pelas Organizações Globo do mofo da história. O também ex-Ministro militar do governo José Sarney foi sincero em seu rancor histórico contra os setores que nunca comungaram com os ideais autoritários de um movimento que conseguiu alcançar a meta que se propunha devido ao apoio ostensivo do então governo estadunidense de Lyndon Johnson. Foram milhões de dólares retirados do Tesouro estadunidense para apoiar a quebra da ordem constitucional.

Se não fosse inimputável

Pires Gonçalves passou dos limites em matéria de absurdo ao defender a tese de setores truculentos da antiga linha dura segundo a qual o jornalista Vladimir Herzog se suicidou na prisão. Se não fosse inimputável pelos seus 89 anos deveria responder na Justiça pelo que afirmou.

Tais fatos pertencem à história; Devem ser estudados e analisados para se entender melhor os dias atuais, inclusive evitando que sejam repetidos mesmo como farsa e jamais esquecidos por jornalistas, entre os quais Geneton Moraes Neto. .

O general Leonidas Pires Gonçalves é óleo queimado da história, da mesma forma que o próximo entrevistado no Dossiê Globo News, o truculento general Newton Cruz, mais conhecido por atitudes insanas em vários momentos da ditadura do que quando exercia a função de adido militar do Brasil na Bolívia, onde teve participação ativa no golpe militar que resultou na ascensão do então ditador Hugo Banzer.

Dizer hoje que não houve torturas no Doi-Codi quando Pires Gonçalves era o comandante, soa no mínimo como uma piada de mau gosto e que tem por objetivo ocultar fatos. Há inúmeros testemunhos que se contrapõem ao que comentou o general na Globo News. Afirmar que a instituição Exército pagou 150 mil (cruzeiros na época) a um integrante do Comitê Central do Partido Comunista do Brasil que abriu o jogo sobre uma reunião dos dirigentes, sem comprovar, é no mínimo fugir ao fato de que os órgãos de segurança com a ajuda da CIA se infiltravam nos grupos de esquerda que combatiam os governos de fatos instalados no Brasil depois de 64.

Protagonistas ativos de uma longa noite escura

Gonçalves e Cruz, mesmo eventualmente divergentes, como demonstrou o primeiro entrevistado, são protagonistas do xadrez político que resultou na longa noite escura que viveu o Brasil por mais de 20 anos e cujos reflexos ainda se fazem sentir nos dias atuais. Aliás, o que deve interessar aos brasileiros são os dias atuais em que a Guerra Fria não mais está presente e em que a linguagem de Pires Gonçalves soa mesmo como mofo de um período obscuro que o tempo se encarrega de desvendar.
O que interessa hoje é como os apoiadores do golpe civil-militar de 64 e seus herdeiros se comportam. Como se comportaram naqueles tempos empresários, setores da mídia e os próprios militares que foram utilizados como bois de piranha de um movimento que resultou na derrubada de Jango? É importante saber até porque as Organizações Globo tiraram do armário mofado da história personagens e entevistá-los como se o setor midiático nada tivesse com os acontecimentos da época.

Defensores do Deus mercado ontem e hoje

É preciso ir fundo no esquema atual dos defensores do Deus mercado. Mudaram de linguagem, naturalmente, mas em essência, guardando-se as devidas proporções de momentos históricos distintos, defendem os mesmos valores dos apoiadores do golpe de 64. Ontem, financiavam esquemas como a Operação Bandeirantes destinados a reprimir e calar a voz de opositores, hoje se voltam contra a política externa independente, defendem privatizações criminosas de estatais feitas no governo de Fernando Henrique Cardoso, chamam de populista qualquer tipo de preocupação social e assim sucessivamente.
Na área midiática deram todo apoio a golpistas que reprimiram o povo brasileiro e impuseram durante anos censura à imprensa e hoje volta e meia se reúnem para defender a “liberdade de empresa”, ou o lucro fácil, não afirmando esse conceito, mas alegando a “defesa da liberdade de imprensa”.
São tempos bem mais sofisticados do que aqueles em que Pires Gonçalves, Newton Cruz e outras figuras de triste memória mandavam e desmandavam sob absoluto silêncio ou cumplicidade de meios de comunicação como as Organizações Globo, O Estado de S. Paulo, a Folha de S. Paulo e outros.
Em suma: não se pode deixar cair nos ilusionismos da mídia conservadora, que hoje se comporta com um partido político de direita, conforme confirmou a própria presidente da Associação Nacional dos Jornais (ANJ), Maria Judith Brito, também executiva do jornal Folha de S.Paulo, em uma recente reunião do setor.
Para evitar o foco principal, portanto, nada melhor do que dar vez e voz a figuras do gênero óleo queimado da história como Pires Gonçalves e Newton Cruz.

Data da Publicação: 05.04.2010

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