Da série “Ali Kamel: sim, nós somos racistas!”Não há muito o que comentar sobre o relato abaixo.
Fonte: http://brasiliamaranhao.wordpress.com/
Deixo minha solidariedade ao Felipe e sua família. E registro minha indignação diante do episódio, mas, principalmente, contra os mais insidiosos racistas, aqueles que negam a existência desse fenômeno, que tem na hipocrisia um dos seus principais combustíveis.
O Demétrio Magnolli e o Ali Kamel* devem ter explicações para o caso abaixo. Aliás, se alguém tiver o e-mail ou o telefone do Magnoli, que fala sobre qualquer assunto nas páginas da Folha, d’O Globo e da Veja, além de ter à disposição os microfones e câmeras das maiores emissoras de TV e rádio do país, podia perguntar o que ele pensa a respeito do “incidente” abaixo.
Do blog do Felipe Barcellos:
http://paidemenina.blogspot.com/2011/02/ontem-dia-de-aniversario-de-5-anos-de.html
Felipe Barcellos*
Ontem, dia de aniversário de 5 anos de minha filha, mataram um pouco de nós
Bom dia,
Nunca imaginei que depois de tanto colaborar com o EU-REPORTER, tivesse que viver na pele a dor de um cidadão agredido com sua família em um dia de festa.
Escolhemos o quiosque Espaço OX, no Leme para comemorarmos o aniversário de 5 anos de minha filha mais nova, com amigos e familia, num total de 20 pessoas. Reservamos e chegamos, com as crianças, as 19h00. Realizamos a comemoração comas minhas filhas, Lia e Dora, que durante todo o tempo brincaram nas dependências do quiosque as vistas dos funcionários.
Todos os convidados consumiram regiamente e pagaram suas despesas com tranquilidade.
Aos nos prepararmos para ir embora, as 22h30, a funcionária Loi impediu minhas filhas, Lia(9 anos) e a aniversariante Dora (5 anos) de entrarem no quiosque ao retornarem do banheiro.
O motivo: alegou que seriam crianças de rua, por serem negras e terem cabelos crespos. Para encurtar uma longa historia: minha filha mais velha, de apenas 9 anos, está em choque. As alegações da funcionária não apenas são racistas e incidem em constrangimento ilegal e cerceamento do direito de ir e vir, como denotam a falta de atenção dedicada aos consumidores que frequentam o espaço. Vou entrar com medidas legais contra o estabelecimento e um processo por constrangimento ilegal, injuria, difamação e crime de racismo contra a funcionária.
Não queiram saber a dor de um pai ao vivenciar tais cenas em um dia de festa. A dor não vai embora quando fecho os olhos. Me vem a imagem de minha filha, minutos antes extasiada de alegria e em seguida chocada com uma realidade distorcida.
Estou sentindo muita dor. Uma dor que não vai embora.
A funcionária tinha a obrigação de observar quem estava na mesa mais numerosa do estabelecimento, estávamos minutos antes cantando parabéns e repartindo um bolo.
Impossível não ver a alegria que minhas filhas viviam em meio a amigos e família.
Loi estragou tudo com seu preconceito e despreparo para lidar com o publico. Precisa ser punida de forma exemplar.
Minha filha, uma crianca que é o que existe de mais valioso em minha vida, está DESTRUÍDA, achando-se culpada por não ter a aparência “certa” para poder ir e vir.
Espero que tal comportamento não seja uma norma do Grupo OX e da Orla Rio.
Esta carta está sendo copiada aos principais jornais do Brasil e publicações do segmento de turismo no Brasil e no exterior, em inglês.
Jornalista (ex-Folha, ex-editora Abril) e pai.
data de publicação:17 de fevereiro de 2011
*****
*Se alguém não entendeu a referência ao Ali Kamel, o todo poderoso chefão do jornalismo da Rede Globo, é bom ler esse texto do link abaixo para se informar a respeito:
http://brasiliamaranhao.wordpress.com/2009/11/18/nao-existe-racismo-no-brasil/
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário