Um "perigosa" suspeita de ser terrorista

Um "perigosa" suspeita de ser terrorista
Menina de 6 anos no index dos EUA

Seleção argentina apoia Avós da Pça. de Mayo para o Nobel da Paz

Seleção argentina apoia Avós da Pça. de Mayo para o Nobel da Paz
Seleção de Maradona é politizada

Matéria paga censurada pelo Financial Times

Matéria paga censurada pelo Financial Times
Grande imprensa britânica não se comporta democraticamente

Barão de Itararé

Barão de Itararé
Pai da imprensa alternativa, um batalhador de causas justas e muito bem humorado

Crianças palestinas acorrentadas

Crianças palestinas acorrentadas
A foto fala por si só

Piñera y al fondo su mentor

Piñera y al fondo su mentor
Será coincidência?

Manchete de jornal venezuelano em 1992

Manchete de jornal venezuelano em 1992
El Nacional informa

Ministro Jobim não se dá ao respeito

Ministro Jobim não se dá ao respeito
Em traje de campanha, Ministro da Defesa se exibe para a mídia

Personagens da época da Guerra Fria

Personagens da época da Guerra Fria
EUA patrocinou o golpe que derrubou Jango

Ingerência da CIA na Colômbia

Ingerência da CIA na Colômbia
Uribe acabou e agora faz falta um outro de melhor aparência

Uribe no fim de linha

Uribe no fim de linha
Presidente colombiano é marionete dos EUA

Coca Colla boliviana

Coca Colla boliviana
Refrigerante competirá com a Coca-Cola na Bolívia

A importância da agroecologia

A importância da agroecologia
Transgêniucos prejudicam a agroecologia

Uma publicação sintonizada no seu tempo

Uma publicação sintonizada no seu tempo
New Left Review

Plataforma Ocean Guardian

Plataforma Ocean Guardian
Objetivo é encontrar um mar de petróleo nas Malvinas

Cutrale a, a multinacional que tudo pode

Cutrale a, a multinacional que tudo pode
Alerta de Latuff

Uma visão sobre a impunidade

Uma visão sobre a impunidade
O desejo de muitos brasileiros

Mais arte popular desconhecida do Haiti

Mais arte popular desconhecida do Haiti
Visão de mulheres trabalhadoras haitianas

A pouco conhecida arte do Haiti

A pouco conhecida arte do Haiti
As riquezas da cultura do Haiti

General Lazaro Cardenas y Fidel em 1959

General Lazaro Cardenas y Fidel em 1959

america latina

america latina

a gente não se despede de mario benedetti

a gente não se despede de mario benedetti
um escritor imortal

boris casoy

boris casoy
boris para o lixo

terça-feira, 5 de abril de 2011

(EEUU - Cuba) - Relato de Viagem pelo Ex-presidente Jimmy Carter

Ex-presidente estadunidense Jimmy Carter visitou Cuba a convite de Raúl Castro de 28 a 30 de março de 2011 e transitou em várias áreas

Jimmy Carter*

A convite do presidente Raul Castro, Rosalynn e eu visitamos Havana em nome do Centro Carter, acompanhado de John Hardman, Jennifer McCoy, Robert Pastor, Melissa Montgomery, John Moores e Diane Rosenberg.


Os objetivos de nossa viagem eram:

Tomar conhecimento com o presidente Raul Castro e constatar suas metas imediatas e de longo prazo para Cuba. O Congresso do Partido Comunista irá se reunir em abril (coincidindo com o 50º aniversário da Baía dos Porcos) e os cubanos irão adotar planos para reformas econômicas e sociais;

Explorar ideias de como as relações Estados Unidos-Cuba podem ser melhoradas;

Visitar personalidades importantes do governo e de setores independentes e

Conhecer o tanto quanto possível sobre os casos dos Cinco Cubanos prisioneiros nos Estados Unidos e Alan Gross em Cuba.

Antes da viagem mantive conversações com a Secretaria de Estado Clinton, Conselheiro para a Segurança Nacional Donilon e Judy Gross.


Há uma incompatibilidade fundamental entre as políticas de Cuba e dos Estados Unidos, baseadas em mais de meio século de esforços feitos por líderes em Washington em desbaratar e precipitar mudanças no regime comunista de Fidel e Raul Castro.


Continua um embargo econômico contra Cuba, sistematizado legalmente pela Lei Helms-Burton aprovada durante a administração Clinton. Atividades ou recursos empregados sob seus auspícios, como definido expressamente nessa Lei, e admitidos por determinados cubanos, estão circunscritos a programas de promoção da democracia destinados a debilitar e derrubar o regime de Castro. Tais atividades norte-americanas são autorizadas pela lei norte-americana e consideradas pela lei cubana como crime contra o Estado.


Com exceção de alguns casos (acadêmicos, jornalísticos ou religiosos) e familiares cubano-americanos, os cidadãos norte-americanos estão privados do direito de visitar Cuba.



Os cubanos sabem que, como presidente, levantei todas as restrições de viagem e fiz progressos em direção à normalização de relações diplomáticas. Isto incluiu o estabelecimento das Seções de Interesses em Havana e em Washington, através dos quais um mínimo de intercâmbio diplomático pudesse ser levado a efeito.


Fomos recebidos no aeroporto pelo Ministro do Exterior, Bruno Rodriguez, pelo chefe da Seção de Interesses cubano, Jorge Alberto Bolaños e pelo chefe da missão dos Estados Unidos, Jonathan Farrar. Fomos de carro ao nosso hotel com o ministro do Exterior que reconheceu alguns passos positivos tomados pelo governo Obama (que eu enumerei em detalhes), mas insistiu que o impacto geral das recentes políticas tem sido muito prejudicial a Cuba, em especial devido ao endurecimento de transações financeiras por meio de bancos estrangeiros. Também o continuado programa Helms-Burton para a “promoção da democracia” que é uma estratégia de mudança de regime, lastreado por 20 milhões de dólares, permanece sendo uma séria fonte de preocupações.


Nosso primeiro contacto para troca de informações teve lugar na sede da Seção de Interesses dos Estados Unidos, onde falei para todo o pessoal reunido (em espanhol e em inglês). Ficamos surpresos com o tamanho da equipe – 50 norte-americanos e 270 cubanos. Parece ser o mínimo contacto direto necessário entre os diplomatas norte-americanos e os altos funcionários cubanos.


Em seguida tivemos uma muito agradável visita com líderes da comunidade judaica cubana. Embora não exista um rabino em Cuba, os cerca de 1.500 judeus cubanos têm uma agenda social e religiosa bastante ativa. Disseram-me que gozam de completa liberdade de culto e adequada comunicação via Internet com o mundo exterior e que não tiveram nenhum contacto expressivo com Alan Gross.


O encontro seguinte foi com o cardeal Jaime Ortega, quem me explicou os procedimentos que permitiram ao governo cubano libertar todos os 52 remanescentes dos 75 prisioneiros políticos encarcerados desde março de 2003 mais um adicional de 74 outros presos durante os últimos seis meses. A 12 deles se permitiu que permanecessem em e outros foram exilados a Espanha. O cardeal nos deu uma informação sucinta do status dos diversos grupos religiosos em Cuba.


Rosalynn, Jennifer e eu tivemos uma prolongada sessão privada com o chanceler Rodriguez, que reiterou muito de nossa conversação anterior, concentrando-se no caso Alan Gross, que foi preso, julgado e condenado em sua 5ª visita a Cuba “por atos contra a independência do Estado”. Como subcontratado [pela instituição oficial norte-americana] USAID, tinha em seu poder equipamento destinado a estabelecer comunicação via Internet, aparentemente para beneficiar a comunidade judio-cubana, utilizando fundos da Lei Helms-Burton. (Eu havia sido informado pelos cubanos que o prisioneiro norte-americano Alan Gross não seria libertado durante minha visita, porém acreditavam que haveria uma possibilidade depois que o processo de suas apelações estivesse concluído.)

No nosso encontro no café da manhã com os embaixadores da Espanha, Canadá, Hungria, México, Nações Unidas, Estados Unidos, Suécia, Brasil e Colômbia, eles reafirmaram o que o Ministro do Exterior havia dito sobre o efeito adverso sobre seus bancos e seu movimento de fundos para Cuba como resultado de novas e mais severas restrições bancárias dos Estados Unidos.


Levantamos a questão da lista dos países terroristas e os embaixadores da Espanha e Colômbia disseram não estar preocupados com a presença de membros das FARC, ETA e ELN em Cuba. Com efeito, mantiveram que isto amplia suas condições de tratar mais eficazmente com esses grupos. Na verdade, os membros da ETA ali estão a pedido do governo da Espanha.


Tivemos então um extenso relato sobre a política econômica de Cuba de Oswaldo Martinez, presidente da Comissão Econômica da Assembléia Nacional. Descreveu os problemas atuais de Cuba e ressaltou os passos que têm sido adotados ou contemplados para um “progresso cauteloso” em direção à redução do controle estatal sobre a agricultura, comércio e serviços. No momento, por exemplo, apenas cerca de 50 por centos das terras aráveis são utilizadas e terras ociosas estão sendo disponibilizadas para famílias privadas em comodatos por ‘tempo indeterminado’. Centenas de milhares de outros cidadãos estão sendo encorajados para assumir postos privados de emprego.


Após visitar um enorme centro para idosos, almoçamos com o presidente da Assembleia Nacional, Ricardo Alarcón, que nos adiantou os objetivos do iminente Congresso do Partido que deverá reunir 1000 delegados. Declarou que mais de 2/3 dos parágrafos propostos foram emendados para acomodar sugestões partidas dos cidadãos comuns.


Encontramo-nos em seguida com duas mães e três mulheres dos “5 Cubanos”, que estão presos há mais de 12 anos. Seu julgamento num clima político altamente carregado de Miami foi considerado parcial e tendencioso por uma corte de apelação dos Estados Unidos, porém subsequentes recursos foram negados. Altos funcionários cubanos afirmam que tinham garantia pessoal do presidente Clinton de que não haveria mais voos de avionetas sobre Havana e que os Estados Unidos tinham sido alertados de que não seriam permitidas “mais violações da soberania cubana”. A despeito disto, o pequeno avião repetiu sua missão e foi abatido. Esses funcionários reafirmaram que um dos membros dos 5 Cubanos que foi condenado por assassinato da tripulação do aeroplano, não poderia estar envolvido.


Rosalynn, Jennifer e eu tivemos então uma longa reunião com o presidente Raul Castro no Palácio da Revolução, onde abarcamos novamente muitas das mesmas questões políticas e econômicas. Deu-nos uma visão geral da Revolução Cubana, do incidente da Baía dos Porcos, das relações frequentemente conflitantes de Cuba com a União Soviética, o envolvimento de suas forces armadas em Angola e outros lugares, seu relacionamento com Fidel e um resumo do discurso que pronunciará no Congresso do Partido. Recebeu bem minha sugestão que ele e seus ministros facilitem e tenham acesso mais constante com os diplomatas estrangeiros. Todos os membros do nosso grupo juntamo-nos a outros altos funcionários cubanos numa ceia oferecida pelo presidente.


Quarta-feira, 30, pela manhã, tivemos um encontro com dissidentes ativos, blogueiros e outros e depois recebemos 10 dos 12 prisioneiros políticos recentemente libertados e suas esposas, que relataram que continuam insistindo que àqueles que se exilaram na Espanha lhes seja permitido que regressem a Cuba. Queixaram-se da dificuldade de obter a renovação de sua cédula de identidade e carteira de habilitação.


Rosalynn e eu fizemos uma longa visita a Alan Gross num hospital militar onde está confinado. Lamentou-se de estar sendo tratado agora muito melhor que seus colegas prisioneiros (após um tratamento anterior pior) e diz ter uma adequada comunicação com sua mulher e família.

Visitamos então Fidel em sua residência particular e o encontramos vigoroso, atento e especialmente voltado para o exame de volumosas reportagens da mídia dentro de sua lista de assuntos assinalados. Seu problema de saúde primário está ligado ao seu joelho esquerdo e ombro direito, gravemente feridos numa queda em 2004 numa cerimônia em homenagem a Che Guevara.


Antes de deixar Havana, mantive uma coletiva de imprensa, dei uma entrevista para a televisão e outra breve reunião com o presidente Castro, que foi ao aeroporto para se despedir de nossa comitiva. Reafirmei meu pedido que o Sr. Gross fosse libertado e transmiti as preocupações que recebi dos grupos dissidentes. Ele prometeu investigar as preocupações e informar de suas decisões a mim.


Em suma, creio que os objetivos fundamentais do Centro Carter foram concretizados durante a visita.


Algumas notas acerca da visita: Raul, Fidel e outros líderes estão inteiramente familiarizados com o nosso sistema político e com as pressões em particular de uma minoria debilitada, mas ainda poderosa de cubanos-americanos. Eles sabem que a Lei Helms-Burton não pode ser revogada [pelo executivo] e são especialistas em ‘que autoridade o presidente tem’.


Tanto privada quanto publicamente continuo apelando pelo fim do nosso bloqueio econômico contra o povo cubano, pelo levantamento de todas as restrições de viagem, de comércio e financeiras, pela libertação de Alan Gross e dos 5 Cubanos, pelo fim da política de que Cuba promove o terrorismo, pela liberdade de expressão, de reunião e de viagem em Cuba, e pelo estabelecimento de relações plenas entre nossos dois países. No aeroporto, Raul disse à imprensa: “Concordo com tudo o que o presidente Carter disse.
(*) tradução: Max Altman

domingo, 3 de abril de 2011

(Israel - Política) - Nova estratégia do lobby israelense

Governo Netanyahu agora elege a Autoridade Palestina como maior ininigo tendo em vista uma estratégia para facilitar estratégia de apoio do lobie sionista
MJ Rosenberg


Fonte: http://english.aljazeera.net/indepth/opinion/2011/03/2011314135126922189.html - Grupo Beatrice desregulações financeiras



O primeiro-ministro Benyamin Netanyahu tem sido pesadamente criticado em Israel pela flagrante exploração da morte de cinco membros de uma família (três crianças) na colônia de Itamar próxima de Nablus. Particularmente lamentável tem sido a campanha de Netanyahu, que continua a exigir que Mahmoud Abbas fale à imprensa palestina para condenar as mortes, mesmo depois de Abbas ter divulgado declaração excepcionalmente forte, no instante em que soube da tragédia.


Esqueçamos por um instante que ninguém sabe quem cometeu o crime e que ninguém crê que os assassinos sejam associados a Abbas. Deixemos de lado também que Netanyahu jamais condenou ou manifestou sequer remorso pelo assassinato de mais de 300 crianças palestinas pelo exército de Israel na guerra de Gaza. (De fato, não há notícia de governo israelense que sequer tenha criticado a morte de crianças palestinas em ações do exército de Israel, apesar de haver centenas de crianças mortas pelo exército de Israel na última década).



Até aí não há novidades. O que é novidade é a decisão de Israel de culpar a Autoridade Palestina (e não exclusivamente, dessa vez, o Hamás), AP que, até há pouco tempo, Israel elogiava como parceira. Essa mudança tornou-se evidente no último mês, quando o lobby israelense nos EUA, reunido no AIPAC, começou a atacar Abbas e a Autoridade Palestina, voltando ao velho estilo dos piores dias, quando o lobby israelense tratava com igual fúria todos os palestinos, vistos homogeneamente como inimigos de Israel.



Há pelo menos três motivos para que se acompanhem de perto os movimentos futuros do American Israel Public Affairs Committee, Comitê EUA-Israel de Negócios Públicos, em inglês AIPAC), com vistas a entender melhor os eventos do Oriente Médio.



Primeiro, porque as posições do governo Netanyahu são manifestação fiel das posições do AIPAC, embora, vez ou outra Netanyahu divulgue as posições antes de o AIPAC tornar públicas suas decisões.



Segundo, porque as políticas do AIPAC permitem antecipar, não por coincidência, as posições vencedoras nas discussões no Congresso dos EUA.



E terceiro, porque o que diga ou faça o AIPAC sempre é indicador seguro dos passos futuros do governo de Obama, que recebe “orientação” tanto do próprio AIPAC quanto de Dennis Ross, ex-presidente do Washington Institute for Near East Policy, think tank do AIPAC e, hoje, principal conselheiro do presidente para assuntos do Oriente Médio.



Os próximos meses são particularmente importantes, porque o AIPAC prepara sua Conferência Anual, que acontecerá nos dias 22-24 de maio. A conferência do AIPAC é evento gigantesco, do qual participam praticamente todos os deputados e senadores dos EUA, o primeiro-ministro de Israel e ou o presidente ou o vice-presidente dos EUA. Também participam da Conferência Anual do AIPAC milhares de delegados de todo o país e candidatos ao Congresso, que ali fazem campanha de arrecadação de dinheiro para suas campanhas eleitorais. Esse ano, os principais aspirantes a candidatos do Partido Republicano à presidência dos EUA também estarão presentes, todos ocupados em vender a qualquer preço sua lealdade eterna à agenda política do AIPAC.



A conferência começa, de fato, muito antes de convergir e lotar o imenso Washington Convention Centre. Agora mesmo, os principais funcionários do AIPAC decidem que políticas merecem ser apresentadas às centenas de delegados. Essas políticas constituirão a agenda, não só da conferência, mas do próprio AIPAC para os próximos 12 meses (interessados em conhecer o livro publicado das políticas do AIPAC apresentadas para votação na conferência do ano passado encontram-no como PDF: http://www.aipac.org/Publications/AIPACAnalysesMemos/AIPAC_Briefing_Book92910.pdf).



Nos anos recentes, a principal mensagem do AIPAC têm mirado o Irã e o que o lobby pensa sobre as ameaças trazidas a Israel pelo programa nuclear iraniano. Orador após orador, nas várias conferências anuais do AIPAC ao longo da última década (entre os quais o sempre histriônico primeiro-ministro Benyamin Netanyahu), têm invocado o Holocausto como metáfora preferida, sempre que se referiam à possibilidade de o Irã construir armas atômicas.



Esses oradores pavimentaram o caminho para a aprovação de leis que impuseram “sanções debilitantes” ao Irã – e para a inclusão da “opção militar” que permaneceu “sobre a mesa” para o caso de as sanções não conseguirem dar cabo do programa nuclear iraniano. Praticamente todos os projetos que resultaram em leis de sanção ao Irã aprovadas pelo presidente Obama nasceram no AIPAC.



Mas em 2011, o Irã terá de dividir as atenções do lobby, com preocupações sobre as revoluções democráticas que agitam o mundo árabe. Aquelas revoluções fizeram de 2011 um annus horribilis para o AIPAC e para Netanyahu, e o ano ainda nem chegou à metade.



Temas



As primeiras indicações sugerem que o principal tema da conferência do AIPAC será que Israel, outra vez, está “sem parceiro” com o qual negociar. É tema velho, mas que volta nos momentos em que a direita israelense deixa de ver a Autoridade Palestina (liderada por Mahmoud Abbas e Salam Fayyad) como parceira e colaboradora na missão de manter o status quo.



Como os “Palestine Paper” de Al Jazeera demonstraram, Abbas e Fayyad raramente dizem “não” ao governo Netanyahu – o que fez deles o único tipo de parceiro aceitável para a troika Netanyahu-Lieberman-Barak.



Mas, temendo que alguma democracia se aproxime, a Autoridade Palestina, ultimamente, começou a dar sinais de ter espinha dorsal. Recusou-se a curvar-se à exigência de EUA e Israel de que engavetasse a resolução do Conselho de Segurança da ONU de condenação às colônias israelenses. Recusa-se absolutamente a negociar com israelenses, antes que Israel desocupe as terras que estariam sendo negociadas. E, o que mais perturba Netanyahu e companhia, diz que planeja declarar unilateralmente o estado da Palestina no verão que se aproxima.



Netanyahu, que precisa da ilusão de movimento, para não deixar ver que não há movimento algum, começa a sentir a pressão. Até Angela Merkel, chanceler alemã e empenhada apoiadora de Israel, apoiou a resolução da ONU que condena as colônias israelenses em território ocupado e comunicou sua decisão a Netanyahu, em telefonema do dia 24/2, que foi muito divulgado. Disse a Netanuahu que os europeus estão fartos, cansados dele. O jornal Haaretz noticidou:



“Netanyahu disse a Merkel que estava desapontado com o voto da Alemanha (...). Merkel enfureceu-se. “Como você se atreve?!” – disse ela. “Você, sim, nos desapontou: até agora não deu um passo sequer em direção à paz.”



Muito perturbado, Netanyahu imediatamente disse que estava pronto a anunciar seu plano para por fim ao conflito Israel-palestinos. Disse aos aliados políticos que tem de agir rápido, para impedir que cresça a pressão do chamado “Quarteto” (ONU, EUA, União Europeia e Rússia), que se deve reunir ainda esse mês para definir os parâmetros para um acordo definitivo. Preparando essa reunião, o ministro de Relações Exteriores da Grã-Bretanha William Hague disse que a base territorial para qualquer acordo tem de ser as fronteiras de antes de 67 – a última coisa que Netanyahu deseja ouvir.



Notícias de Israel informam que o plano de Netanyahu não inclui as fronteiras de 67 e, em troca, oferece um Estado da Palestina com fronteiras temporárias e congelamento muito restrito de novas construções (em Jerusalém, nada seria congelado).



Sabendo que a Autoridade Palestina já não pode nem considerar tal plano, Netanyahu decidiu rotular preventivamente os ex-amigos de Israel na Autoridade Palestina como terroristas extremistas – na esperança de que, nesses termos, o Congresso dos EUA e o governo Obama apoiarão seu plano. Netanyahu espera que, se assegurar o apoio dos EUA, conseguirá bloquear qualquer iniciativa do Quarteto. Mais uma vez, seu objetivo é deixar tudo como está, o que torna indispensável que os EUA aceitem seus esquemas. Até aqui, a tática tem dado certo.



Guerra suja



O que, afinal, explica a nova abordagem do AIPAC: enlamear a Autoridade Palestina. Quando a Conferência do AIPAC chegar ao fim, o mantra “Israel não tem parceiros” terá voltado ao primeiro lugar na parada de sucessos – candidato a ‘disco de ouro’.



Vejam-se, por sinal, algumas mensagens que o AIPAC tem distribuído pelo Twitter nos últimos dias (novas tecnologias, para velhas mensagens):

AIPAC: A Autoridade Palestina não quer que organização terrorista seja chamada de organização terrorista: quer que o governo una-se aos terroristas.

AIPAC: A Autoridade Palestina quer impedir a soberania de Israel. Obama não permitirá o que já chamou de “erro estratégico”.

AIPAC: Autoridade Palestina disse NÃO a Israel.



Para comparar, eis um tuíte típico do AIPAC, antes de a Autoridade Palestina começar a oferecer resistência a Netanyahu:



AIPAC: Conversações com Abbas levarão a um acordo de paz ainda esse ano? “Sim, tenho certeza que sim” – disse Netanyahu.



Em resumo, trata-se do seguinte: os europeus, a ONU e, pode-se dizer, todo o mundo – exceto os EUA – temem que a Autoridade Palestina esteja à beira do colapso e que arraste, nesse colapso, até a ideia de algum processo de paz. Então, afinal, começaram a empenhar-se seriamente para reabrir as negociações. Para que haja negociações reais, é indispensável que Israel suspenda todas as construções em territórios ocupados, no mínimo. É como se todos estivessem percebendo que uma Autoridade Palestina vista (como realmente é vista) como lacaia de Israel não conseguirá sobreviver. Já ninguém confia em qualquer boa intenção do governo Netanyahu.



Inverter a mão



O governo de Israel, que também já entendeu tudo isso, decidiu fazer todo o ônus recair sobre os palestinos, para escapar às pressões. Mais importante: Israel está paralisada de medo de que a Autoridade Palestina leve avante o plano de, no próximo verão, declarar unilateralmente o Estado da Palestina – única ideia da Autoridade Palestina, em anos, que realmente pode prosperar.



Israel, pois, precisa que os EUA paralisem a Autoridade Palestina, seja pelo meio que for, inclusive com corte total de qualquer ajuda dos EUA (e, mesmo, de outros países) aos palestinos (e, isso, no momento em que Barak, ministro da Defesa de Israel, está pedindo mais 20 bilhões de ajuda militar aos EUA). O objetivo de curtíssimo prazo, crucialmente importante para Netanyahu é impedir que se declare unilateralmente a independência palestina. E Netanuahu escolheu conseguir isso, obrigando Obama a apoiá-lo (o que, afinal, não será muito difícil, com as eleições de 2012 já se aproximando).



Por isso, deve-se esperar para breve um novo plano de paz de Netanyahu. Por isso, também, a AIPAC está dedicada a denegrir os palestinos. E por isso, ainda, é que logo veremos o AIPAC obrigar o Congresso dos EUA a repetir, em uníssono: “Israel não tem parceiro palestino”. Em seguida, o Congresso exigirá que o governo Obama apóie o plano de Netanyahu, que será declarado o mais generoso da história.



Nesse ritmo, logo veremos o governo de Israel e o lobby ressuscitarem o velho mantra (1948-1977) de que “não existe povo palestino”.



Tudo isso, para manter o sujo, mortífero status quo. Até hoje, essa tática sempre funcionou. É possível que funcione mais uma vez. E mais uma vez, como sempre, a vitória do AIPAC e de Netanyahu será derrota para Israel e para os EUA.



Os palestinos, por seu lado, bem farão se construírem estratégia unificada, de todos os palestinos, e se se mantiverem firmes no projeto de declarar unilateralmente a própria independência. Como diria David Ben-Gurion, a autodeterminação exige, muitas vezes, que se ande sozinho.



Data de Publicação: 4 de Abril 2011

(EEUU História - America Central y Caribe) - Conspiración, asesinato y la Guerra Fría en el Caribe

Un ensayo histórico de Alex von Tunzelmann, el segundo de esta joven escritora británica, revela los nexos de varias administraciones estadounidenses con dictadores como Rafael Leónidas Trujillo, Francois Duvalier y Fulgencio Batista.





Rate This





Fuente: Midiacrucis


La más reciente obra de Alex von Tunzelmannse titula Al rojo vivo: Conspiración, asesinato y la Guerra Fría en el Caribe.

Von Tunzelmann refiere cómo Dwight D. Eisenhower, John F. Kennedy y Lyndon B. Johnson apoyaron a esos regímenes tiránicos, haciendo caso omiso de las violaciones de los derechos humanos en República Dominicana, Haití y Cuba.

El lector siente el terror de las mujeres y niños arrastrados a los bosques alrededor de Puerto Príncipe, donde los torturaban y mataban porque sus parientes eran opositores al régimen de Duvalier, dice un comentario sobre la obra publicado en Listín Diario.

La crítica de la obra resalta cuán vívidas son las escenas de la capital cubana al triunfo de la Revolución en enero de 1959 descritas en el libro.

Precisa la autora que en Cuba la revolución lidereada por Fidel Castro intentó dirimir sus diferencias con Washington, pero la guerra secreta de la CIA y la invasión de Playa Girón cerraron las puertas a todo entendimiento.

Algunos episodios son tan grotescos que resultan difíciles de creer. Otros son tan horripilantes que conmueven hasta las lágrimas.

La guerra contra el terrorismo de George W. Bush no fue la primera vez que Estados Unidos le declaró la guerra a una idea, dice von Tunzelmann en su ensayo histórico.

Muchos funcionarios estadounidenses se obsesionaron con la supuesta amenaza del comunismo, pero el conflicto entre Estados Unidos y los soviéticos comenzó mucho antes de la llamada crisis de octubre de 1962, señala la autora.

En última instancia, dice la escritora, la sensación de seguridad de Estados Unidos dependía de si los gobernantes del Caribe eran pro-Estados Unidos.

El gobierno estadounidense convirtió este concepto en sinónimo de anticomunismo y su contraparte, procomunista significaba antiestadounidense.

La historiadora británica de 33 años, publicó en el 2007 su primer ensayo histórico, titulado Verano Indio: La historia secreta del fin de un imperio.

Esa obra revela cómo 400 millones de seres humanos fueron liberados del yugo británico y la India convertida en estado independiente

Fecha dePublicación: 3/4/2011

(Bolívia - Chile - História) - La salida boliviana al mar

Morales acusa a Piñera de ignorar la historia por afirmar que es "imposible" acceso al mar  y acusa el gobierno chileno de intransigencia
Fuente TeleSUR - Agencia Boliviana de Notícias

El presidente boliviano, Evo Morales, acusó este sábado a su homólogo chileno, Sebastián Piñera, de ignorar la historia por afirmar que es "imposible" dar a Bolivia una salida soberana al Pacífico. El mandatario enfatizó que va a seguir buscando el diálogo bilateral y multilateral".


"Quién en este momento dice que es imposible debatir, discutir el retorno al mar con soberanía a Bolivia, ignora la historia", dijo Morales en Charaña, pueblo fronterizo con Chile donde en 1975 los entonces dictadores Hugo Banzer y Augusto Pinochet simbolizaron con un abrazo una negociación que fracasó sobre la demanda boliviana.

En una entrevista con un programa de la red pública de televisión (TVN) Piñera afirmó este viernes que "ellos (Bolivia) pretenden algo que es imposible".

"Chile tiene un tratado de límites con Bolivia del año 1904. Ese tratado fue válidamente suscrito y está plenamente vigente, y los tratados internacionales hay que cumplirlos", subrayó el mandatario chileno.

Morales insistió en que Piñera no tiene "sentimientos" y desconoce la reivindicación histórica de Bolivia, que perdió su salida al Pacífico en una guerra librada hace 132 años.

"¿Cómo es posible que un país vecino nos quite territorio sobre el mar y tenernos enclaustrados históricamente? Lamento mucho que algunas autoridades y algunas personas en Bolivia y en Chile puedan ignorar y desconocer el retorno al mar con soberanía", añadió.

Morales, que anunció la semana pasada que llevará su demanda a tribunales internacionales, reiteró hoy que antes estaba convencido de que el conflicto lo iba resolver el diálogo iniciado en 2006 con la entonces presidenta chilena, Michelle Bachelet, pero que "nunca" recibió una "propuesta formal" de Santiago .

El presidente Morales aseguró a la par que se mantendrá abierto el diálogo bilateral y multilateral, pero que al mismo tiempo apelará a la justicia internacional para que Chile "devuelva la salida al mar con soberanía".

"Cuando ajustamos de una verdad: ¿cuál es la propuesta formal para el retorno al mar con soberanía?, ya no quieren responder, y por eso decidimos pasar a los tribunales internacionales por el retorno al mar con soberanía", dijo en referencia a las cada vez más distantes posturas comunes para dar solución al conflicto.

El presidente chile Sebastián Piñera ha dicho que el diálogo y la demanda en cortes internacionales son incompatibles.

Fecha de Publicación: 2 de abril de 2011

(EUU - Terrorismo) - Se confirma la presencia de tres terroristas en Miami

En documento secreto, FBI designa a Posada como “responsable del desastre de Cubana”. Otros dos viven en mansiones y no son molestados


Jean-Guy Allard

Fuente: Aporrea


Verdadera joya de los archivos secretos del FBI, un documento de solo dos cuartillas, rescatado recientemente por investigadores puertorriqueños, designa a los terroristas Luis Posada Carriles, Orlando Bosch y Frank Castro como “responsables del desastre de Cubana”.

El documento procedente del FBI de Miami y fechado del 23 de septiembre de 1977, hace referencia a una investigación en relación con el “interés” del Gobierno cubano acerca de Frank Castro, connotado terrorista de origen cubano entonces radicado en Miami.

“Concentramos nuestros esfuerzos en él”, indica al precisar el estatuto del criminal “como líder número dos de la Coordinación de Organizaciones Revolucionarias Unidas” lo que lo convierte, según especula el autor, en un “primer candidato” en el mencionado “interés” cubano.

“Reportaremos nuestros resultados a medida que se desarrollan”, subraya el documento al mencionar sin embargo que las informaciones conseguidas con el Departamento de Policía de Miami y la Oficina del Sheriff de Miami Dade “son negativas a este respeto”.

El redactor advierte luego con una referencia abierta a la Agencia Central de Inteligencia que “de acuerdo con la advertencia de la CIA acerca de la diseminación, debemos manejar nuestra investigación muy discretamente salvo aviso del Buró”.

Y aquí viene la oración que revela como, para el FBI, es un hecho establecido que Posada, Bosch y Castro son los autores de la destrucción en pleno vuelo del avion de Cubana ocurrido el año anterior, con 73 muertos, frente a Barbados.

Aquí el párrafo, textualmente:

"Elementos operativos de Miami han avisado que el Gobierno cubano está interesado en estas dos personas responsables del desastre de Cubana, especialmente Luis “Bambi” Posada, Orlando Bosch y Frank Castro”.

La información precisa algo que, en aquel momento, está bien conocido: “ Los dos primeros se encuentren bajo detención militar en Venezuela y Castro está en Miami”.

Ya Frank Castro está informado del referido “interés” pero “no en relación con la presente investigación”, señala el texto, dejando entender que existe una comunicación entre el FBI y el criminal.

El autor del documento solicita, a su cuartel general (FBIHQ), “determinar si es permisible contactar a Frank Castro y la policía local”.

Se trata lógicamente de obtener una autorización de parte de la CIA.

“Este permiso sería por supuesto manejado con máximo de discreción de manera a proteger su fuente”, subraya.

La solicitud es más que reveladora: si se pide la luz verde a la CIA para contactar con Castro, es que el terrorista se encuentra bajo control de una forma u otra de la agencia y/o del FBI.

La mencionada Coordinación de Organizaciones Revolucionarias Unidas, CORU, fue creada el 11 de junio de 1976, por orientación de la CIA, en una casa de reunión secreta parte de una instalación minera canadiense, en los bosques que rodean a Bonao, Republica Dominicana.

Aparecen entre los participantes en su fundación Bosch, Posada y Frank Castro. La CORU reagrupará a partir de este día a varias organizaciones terroristas y sembrará el terror como nunca antes un grupo cubanoamericano había logrado.

Frank Castro vive desde años en una mansión de un barrio residencial de Santo Domingo donde el FBI nunca lo molestó a pesar de considerarlo como un actor principal del “desastre de Cubana”. Lo mismo con Orlando Bosch que, en Miami, publica sus memorias alardeándose de sus crímenes y vive tranquilo en su bungalow de Hialeah.

En cuanto a Posada Carriles, el terrorista sin dudas más conocido del continente, se pasea por El Paso donde una jueza complaciente maneja su juicio por mentir a los servicios de Inmigración.

Esto en una nación que mantiene una lista de “países patrocinadores del terrorismo”.

Fecha de publicación: 02/04/11

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Aisha, la hija de Gaddafi, dejó las pasarelas para unirse a la lucha de su padre

Según informa el diario británico Daily Telegraph, Aisha Kaddafi manifestó estar dispuesta a “sacrificar su vida” por el régimen de su padre.


Fuente: Patria Grande/Agencias/Aporrea

La hija de Kaddafi, de 34 años de edad, es conocida en el mundo árabe por su afición a la moda y al glamour, algo que le sirvió para ganarse en la región el apodo de la “Claudia Schiffer de África”.


Pero ahora se quitó el maquillaje, se puso el velo y decidió salir a la primera línea del frente para saludar a los soldados leales a su padre.


Sin embargo, Aisha Kaddafi ya había tenido un papel de exposición pública cuando, en su condición de abogada, fue parte de la defensa de Saddam Hussein, después que éste fuera arrestado por las fuerzas invasoras encabezadas por EEUU y llevado ante la justicia en Irak.


En declaraciones anteriores recordó con amargura cuando en 1986 las fuerzas de EEUU bombardearon a su familia en Trípoli y mataron a su hermana adoptiva, Hanan.



A fines de febrero, algunos medios aseguraron que Aisha se encontraba a bordo de un avión libio al que no se le autorizó aterrizar en el aeropuerto maltés de La Valeta.



Sin embargo, la propia Aisha desmintió en la televisión estatal dichas informaciones, aclarando que no había huido del país. “No me fui a ninguna parte, aquí estoy, en Libia, en Trípoli, donde amo y me aman”, aseguró entonces.



“Digo a los libios y libias que amo y me aman, que resisto en esta casa porque así lo he decidido”, declaró Aisha Kaddafi desde la residencia de Bab Al Azizia de su padre, en la capital libia, Trípoli.

Fecha dePublicación: 1 de abril de 2011

domingo, 13 de março de 2011

Japón - Terremoto) - Los cabilderos de la energía atómica en su porqueriza

El temblor de tierra en Japón tiene graves consequencias en las usinas atomicas del país


Reiner Metzger *


Fuente: SinPermiso
Cinco reactores atómicos en Japón se encaminan actualmente hacia una catástrofe. Los cinco han sido cerrados con carácter de emergencia y están sin enfriamiento. Lo que ocurre exactamente no lo saben ni los residentes ni el mundo, y ello sólo dos días después de un devastador terremoto. Un reactor ha explotado ya, lo que los cabilderos de la energía atómica admiten, pero que no sin cierta vacilación atribuyen en parte a una probable explosión de hidrógeno sin consecuencias graves. Ninguna comparación con Chernobil, se dice.



Estos encubrimientos y demoras en la información suponen un enorme escándalo. Y no es ninguna consecuencia del caos tras el terremoto, no: es el método habitual. En cada accidente atómico ha sido ése el caso. Primero intentar dejar la fachada intacta. Mejor poner en peligro la salud de decenas e incluso cientos de miles de personas que arriesgarse a tener mala prensa. Puede que los expertos en el terreno recuperen el control o que la población no se dé cuenta. Afortunadamente, la radiación atómica es invisible e inodora. Los miles de millones que se obtienen en este negocio no hieden.



En cualquier caso en Japón, una de las zonas más propensas a los terremotos del planeta, funcionan más de cincuenta reactores atómicos. Cada unos cuantos años una central atómica resulta dañada en un terremoto. Ahora, además, aparentemente han sido inundados por el tsunami. No tenemos suficiente información. Sólo nos resta escuchar los pronósticos de que la cosa no irá a peor. Sobre todo aquí, en Alemania.



Pero irá peor. Está en la propia naturaleza de la cosa. En todas las instalaciones industriales ocurren accidentes, ya se trate de refinerías, centrales nucleares o plataformas petrolíferas. Los técnicos pueden minimizar con precauciones la probabilidad de que un accidente ocurra. Pero en ningún caso se pueden tener precauciones para todos y cada uno de los tipos de daño posibles. El peor terremoto en la historia de Japón, sumado a la ola de diez metros de altura del tsunamini ni siquiera se encontraban entre las probabilidades de los especialistas. Tan poco como aquí en Alemania se piensa en un terremoto en la concesión de permisos o incluso en un ataque terrorista a un avión del tipo de un enorme Airbus A380. Menos aún en la construcción de las centrales nucleares en los años sesenta o setenta, durante la cual nadie podría prever lo que ocurriría en el mundo en el 2011.



Los riesgos de la técnica no pueden eliminarse. Pero en el mundo de los negocios todo cambia. Ningún estado debería construir instalaciones como las centrales nucleares, que conducen a daños impredecibles. Y quienes ganan dinero con semejantes instalaciones, como nuestro apreciado sector atómico, han de ser etiquetados claramente como cabilderos irresponsables. En su discurso siempre tienen la situación controlada, mientras detrás vuelan ya en todas las direcciones pedazos del reactor.



Se aclaran los frentes aquí en Alemania: los conservadores de la CDU y los liberales del FDP son quienes promueven en nuestro país la energía atómica. Mientras lo hagan, no son fuerzas a tener en cuenta en las elecciones. De ello somos nosotros, los alemanes, responsables. Cómo se desarrollará la situación en Japón podríamos nosotros, no menos que los japoneses, juzgarlo de una vez si finalmente se pone la verdad sobre la mesa. Pero esta situación parece cada vez más difícil, como cualquier activista anti-atómico podría temer.



(*) jefe de redacción del diario alemán Tageszeitung.

Fecha de Publicación: 13/03/11