Um "perigosa" suspeita de ser terrorista

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Menina de 6 anos no index dos EUA

Seleção argentina apoia Avós da Pça. de Mayo para o Nobel da Paz

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Seleção de Maradona é politizada

Matéria paga censurada pelo Financial Times

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Grande imprensa britânica não se comporta democraticamente

Barão de Itararé

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Pai da imprensa alternativa, um batalhador de causas justas e muito bem humorado

Crianças palestinas acorrentadas

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A foto fala por si só

Piñera y al fondo su mentor

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Será coincidência?

Manchete de jornal venezuelano em 1992

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El Nacional informa

Ministro Jobim não se dá ao respeito

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Em traje de campanha, Ministro da Defesa se exibe para a mídia

Personagens da época da Guerra Fria

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EUA patrocinou o golpe que derrubou Jango

Ingerência da CIA na Colômbia

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Uribe acabou e agora faz falta um outro de melhor aparência

Uribe no fim de linha

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Presidente colombiano é marionete dos EUA

Coca Colla boliviana

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Refrigerante competirá com a Coca-Cola na Bolívia

A importância da agroecologia

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Transgêniucos prejudicam a agroecologia

Uma publicação sintonizada no seu tempo

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New Left Review

Plataforma Ocean Guardian

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Objetivo é encontrar um mar de petróleo nas Malvinas

Cutrale a, a multinacional que tudo pode

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Alerta de Latuff

Uma visão sobre a impunidade

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O desejo de muitos brasileiros

Mais arte popular desconhecida do Haiti

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Visão de mulheres trabalhadoras haitianas

A pouco conhecida arte do Haiti

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As riquezas da cultura do Haiti

General Lazaro Cardenas y Fidel em 1959

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america latina

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a gente não se despede de mario benedetti

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um escritor imortal

boris casoy

boris casoy
boris para o lixo

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

(Brasil - Battisti) - Uma questão de soberania

Presidente Lula decide não extraditar Cesar Battisti para a Itália e provoca reaçao ao estilo Mussolini do governo Berlusconi
Mário Augusto Jakobskind

Fonte: Rede Democrática

Nem bem o Presidente Lula decidiu conceder asilo político para o italiano Cesare Battisti, a direita, seja da Itália ou Brasil, iniciou uma razzia contra o que foi anunciado na última quinta-feira do ano de 2010. A Itália de Silvio Berlusconi, um político que dá bem a ideia da fase adversa porque passa o país, partiu para ameaças do gênero Benito Mussolini, de quem, aliás, o premier é discípulo.

O pedido de extradição de Battisti foi bancado até pelo Partido Democrático, uma espécie de PPS italiano, onde se agrupam os ex-comunistas, que jogaram fora todo um passado de lutas que passa por Antonio Gramsci e a Resistência ao fascismo.

Battisti há muito tempo está na alça de mira da extrema direita italiana e nunca teve a simpatia seja do então Partido Comunista Italiano e dos atuais ex-comunistas. Ele foi condenado à revelia, em um julgamento absolutamente irregular do tipo em que o acusado já chega ao Tribunal condenado de antemão.

Preso no Brasil desde 2007, Battisti já tinha conseguido o asilo político concedido pelo então Ministro da Justiça, Tarso Genro, mas o Supremo Tribunal Federal não aceitou a decisão e acabou decidindo no sentido de o Presidente da República dar a última palavra.

O caso Battisti continuará rendendo por algum tempo. O governo Berlusconi, que não anda lá bem das pernas por envolvimento em uma série fatos negativos, precisa da extradição para ver se recupera a imagem diante da opinião pública. E Battisti na cadeia italiana para o resto da vida ajudaria a alavancar.

A mídia de mercado na Itália entrou na onda de conseguir a extradição do acusado de qualquer maneira. Vai utilizar argumentos manipulados e no tom da época em que um grupo de jovens, equivocadamente, achou que poderia mudar o regime vigente através de ações como as tentadas então.

Depois de 30 ou 40 anos, os próprios jovens daqueles anos já se penitenciaram pelos equívocos cometidos e não há mais razão de ser voltar à vingança contra Battisti, no caso um acusado que já negou inúmeras vezes as denúncias pelas quais foi condenado à prisão perpétua e sem comprovação.

Quando esteve à frente do governo francês, François Mitterrand concedeu o asilo a Battisti, por entender exatamente que se ele fosse entregue à Itália correria não apenas risco de vida, como também não teria como se defender.

Mas o governo italiano da época acabou se conformando com a decisão e não teve o mesmo procedimento de pressionar a França, como fazem agora com o Brasil. E no pós-Mitterrand, o governo de Jacques Chirac decidiu voltar atrás e entregar Battisti, que para evitar o pior acabou fugindo para o México.

O caso Battisti é emblemático. O governo brasileiro, e esperamos também a instância máxima da Justiça brasileira, o STF, não pode ceder às pressões do gênero colonialista mussolinano. Que a mídia de mercado o faça, não é de surpreender.

Impedir a extradição de Battisti agora é uma questão de honra e se fosse uma decisão ao contrário o Brasil estaria jogando fora toda uma tradição de concessão de asilo político a figuras dos mais diversos segmentos ideológicos.

Por aqui já estiveram asilados desde cubanos que lutavam contra a tirania do sargento Fulgêncio Batista, passando pelos portugueses antissalazaristas Miguel Urbano Rodrigues, Humberto Delgado, entre outros, até o salazarista Marcelo Caetano e outro ditador cruel como o paraguaio Alfredo Strossner, um comprovado criminoso institucional.

Mas em relação aos da direita, foram aceitos generosamente pela mídia de mercado.

Em suma: defender a concessão de asilo a Cesare Battisti passou a ser também uma questão de soberania nacional.


Data de Publicação: 31.12.2010

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

(Brasil - Violência no Rio de Janeiro) - A violência urbana, segundo Brizola

Trechos do livro "Com a palavra Leonel Brizola" - Páginas 199-206 - analisa o quadro de acirramento da criminalização em áreas pobres do Rio de Janeiro

Osvaldo Maneschy, Madalena Sapucaia e Paulo Becker



O problema de segurança pública adquiriu essa importância, esse nível de gravidade, com a ditadura. Antigamente, uma pessoa podia andar tranqüilamente na rua, praticamente o assalto não existia. Assalto a banco? Isso não existia aqui! Realmente isso era assunto de cinema. As senhoras andavam nas ruas, lá no centro, com as suas bolsas. Havia naquele tempo os chamados punguistas: era os batedores de carteira, eram os passadores do conto do pacote, do conto do vigário, enfim, eram atividades até ingênuas, que eram motivo de crônicas, que todo mundo até apreciava naquele tempo.

Não existia esse clima de violência, de assassinatos, de homicídios. Isso veio com a ditadura. E coincidiu com o agravamento da situação social. E com o empobrecimento da população, com a decadência do sistema educacional. E com a explosão demográfica, que foi agravando, multiplicando esta ordem de problemas.

Receita por receita, os militares tentaram tratar isso com violência, enfrentando de uma forma primária o assunto, até com helicópteros sobre as favelas, sobre as áreas carentes... Agora andam falando em pena de morte, que já existe aqui, como em nenhum outro país!

O Brasil é campeão na utilização da pena de morte, com a quantidade de assassinatos que estão ocorrendo. E o problema se agravando, a situação cada vez pior! Então, vejam, essas duas questões correm paralelas, como grandes males nacionais, como situações absolutamente intoleráveis que condenam, estão estiolando a vida brasileira. Principalmente nas grandes cidades.

Veja o Rio, como tem sido prejudicado por isso. Então essa questão não pode ser realmente analisada como até agora, desconhecendo certos aspectos que estão em águas mais profundas. Acho que a questão educacional é conseqüência de uma cumplicidade das elites brasileiras, que querem o povo brasileiro ignorante. E reagem até contra um programa como esse dos CIEPs. Há gente que tem esse fundo cultural, que não aceita que as crianças, as crianças da nossa pobreza, de nossas populações negras, tenham escola de nível de classe média como tem os filhos deles! Não aceitam.

A floresta de Samora Machel

Quando estive em Moçambique, isso me serviu para entender muito o problema. Samora Machel, que era um ser humano admirável, me disse: "Olha, Brizola, aqui estamos utilizando o idioma do colonizador para fazer a nossa unidade e para nos conhecermos! Como um instrumento de reconhecimento mútuo. Porque são muitos idiomas, dos diversos grupos populacionais que possuímos. Mas, veja, nós agora estamos universalizando isto; mas antes, o colonizador usou, durante séculos, o seu idioma para nos colonizar".

Eles só ensinavam português para uma pequena camada que trabalhava com eles: os empregados domésticos, os motoristas, os carregadores, os serviçais de maneira geral, os trabalhadores que formavam a base da economia e da sociedade colonial que existiu lá até 1975, ano da independência de Moçambique. O idioma português era ensinado restritamente pelo colonizador aos moçambicanos que prestariam serviços a ele. Quanto ao resto da população, os colonizadores nem sabiam quantos eram. Nem queriam saber quantos moçambicanos viviam por lá, pelos matos, pela floresta. Eles eram chamados de "indígenas", não tinham documentos, não andavam nas cidades, e pronto, ninguém se preocupava em sabe se estava doentes, com fome, quantas crianças nasciam, quantas morriam, nada! Viviam à parte da sociedade colon ial, ninguém sabia se matavam algum elefante para comer, para se salvar ou não, quantos viviam nas florestas, pelos matos! Os colonos brancos não tomavam conhecimento. Este é o perfil do próprio colonialismo.

Vejam agora a questão no Rio de Janeiro. Existem aqui duas sociedades: tem uma que é a nossa, onde circulamos, conhecemos pessoas. Estamos aqui nos controlando, conhecemos fulano, beltrano, filho de sicrano, temos carteira de identidade, etc. E se uma pessoa falta, damos falta dela. Se essa pessoa é vítima da violência, todos nós sabemos e ficamos revoltados.

Descendo na escala social, nos deparamos com um outro mundo, subterrâneo, parecido com a floresta descrita por Samora Machel. Lá ninguém sabe quantos matam, quantos morrem, quem manda matar, quem faz o quê. Uma sociedade civilizada que se preze pode conviver com 20, 30, 40 assassinatos diários? Jovens mortos com balas de guerra, muitas vezes pelas costas, e ninguém nem sabe de nada? As notícias sensacionalistas sequer citam nomes e os corpos são jogados em valas ou lixeiras, enquanto famílias não reclamam, temendo os executores. O que é isto, quem mata? Quem morre? Esta é a vida da floresta do Samora Machel?

Aqui, geralmente, tudo se resolve com a explicação: "Ah, isto é disputa por ponto de droga, o traficante tal contra fulano". O problema é que esta explicação resiste à lógica mais elementar. Que diabo de cidade é essa que se impregnou dessa forma? Qual é o lugar do mundo onde se mata dessa maneira? Existe tanto tráfico, tanta gente assim envolvida com banditismo? Podemos aceitar isso para um país como o nosso? Devemos conviver com a floresta de Samora Machel?

Francamente, acho que temos que ir em águas mais profundas. E os vícios? Nó estamos acostumados com os vícios dos próprios serviços de segurança. Num quadro desses, até os bons policiais estão sendo mortos. Isso precisa ser drasticamente saneado! Olhem, não sei de onde sai tanta arma, não sei que tráfico é este, mas sei que procuram criar a idéia de que as favelas são um ambiente de vício! (14-05-91)

As elites fizeram os guetos

Aí está uma questão importante para os amigos repórteres internacionais. Isto que podíamos considerar uma espécie de cultura praticada pelas classes dirigentes de nosso país, levou as favelas, as comunidades pobres, a serem consideradas guetos origem de todos os males. O fato justifica todas as tropelias, todas as demonstrações de força do aparelho policial nas favelas.

Essas ocorrências, conforme a época, têm uma explicação. Agora estamos na fase da droga, do tráfico. Claro que o problema existe, não só a droga, como o tráfico, como a utilização das favelas e até de crianças, nessas atividades criminosas. Mas procuram aproveitar-se dessas ocorrências, exagerando-as, criando iniciativas para demonstração de poder. Para punir e intimidar as pessoas que vivem uma situação que, sob muitos aspectos, é intolerável e dá a elas até o direito de reivindicar.

Eu me criei em bairros pobres, onde as pessoas eram boas, viviam se visitando, conversando, solidárias, ninguém pensava em fazer violência. Eu me criei de pé no chão, como essas crianças que estão aí. Até tenho o pé grande demais porque me criei com o pé à vontade, pisando. O meu dedão é aberto, como de todas as crianças que se criam de pé no chão. Será que mudou tudo isto?! Ou estão mudando tudo isto? Estão oprimindo essas populações? Como é isto? Será que não estamos aqui envoltos por um véu, por um nevoeiro de obscurantismo e não estamos nos dando conta do que está acontecendo? (30-06-93).

Natureza juvenil dos crimes

Na minha opinião, pelo menos 80% da criminalidade existente no Rio de Janeiro são de natureza juvenil. Isso não quer dizer que adultos de 18, 20 ou 22 anos estejam excluídos da estatística. Muitos deles fazem parte de quadrilhas, assaltando residências, assaltando bancos e praticando crimes. Mas esta camada, especificamente, é a camada do Moreira (Moreira Franco, governador que sucedeu a Brizola, em 1983): eram crianças e muitos estudavam em CIEPs que foram fechados, abandonados. Essas crianças e muitos estudavam em CIEPs que foram fechados, abandonados. Essas crianças todas saíram e quem sabe quantas delas estão por aí, perdidas na bandidagem.

O quadro que existe é de violência juvenil, de criminalidade juvenil. As crianças partem da periferia para o centro porque lá há uma população imensa e a situação difícil as empurra para cá. Elas não param de vir e acabam passando pelo meio de nossas pernas, tantas são. Não é arrastão, um garoto desses ataca um chefe de família qualquer, rouba uma bolsa de mulher, o problema é rotineiro. E se tiver por ali um pedaço de madeira, um porrete qualquer, chefe de família vai dar na cabeça da criança?

É uma situação terrível e não tenhamos esperanças de que o problema um dia diminua. Ele não vai diminuir, só vai crescer. Vai aumentar porque é cada vez maior o número de crianças vindas da periferia. A única saída é criarmos colégios tipo CIEPs que atraiam, que absorvam, que eduquem essas crianças. Fazer o que os povos dignos fazem: proteger as crianças, colocando-as em escolas dignas, não permitindo que elas andem pelas ruas.

Na França, criança não pode ficar na rua

Na França, nos dias de semana, criança em idade escolar é proibida de andar nas ruas. Se andar, o juiz pega e quer logo saber: por que está na rua? "Não, eu não fui ao colégio." E ele, de imediato, encaminha a criança para o pai ou a mãe, ou direto para o colégio. E se a criança não está matriculada em escola alguma, ele providencia para que isso seja feito.

Aconteceu isso com o José Maria Rabello, nosso companheiro, no exílio na França. Recém tinha chegado com os filhos, quando um deles foi pego pela polícia e encaminhado ao juiz, que o convocou. Lá, soube que na França, criança em idade escolar, não pode andar solta pelas ruas. O mesmo acontece na Alemanha, na Inglaterra e nos Estados Unidos.

Agora, aqui não! É isso que vemos. Porque na periferia onde vivem, não há escola, não há nada. Outro dia, uma pessoa me construiu o seguinte quadro, que na verdade dá idéia aproximada do que está acontecendo: vamos admitir que estejamos vivendo numa grande cidade que, ao lado, tem uma área úmida, com bastante água parada. E ali se criam muitos mosquitos. A cidade está aqui, os mosquitos estão lá. De repente começa a ventar de lá para cá. Um vento cada vez mais forte, que progressivamente vai inundando a cidade de mosquitos.

As pessoas então começam a se defender dos mosquitos com uma reação primária, até irracional. Usando aquelas bombinhas de flits. Lembram, aquelas manuais? Tchii, tchii, tchii... Só que não conseguem vencer os mosquitos. E aí resolvem apelar para os sprays, mais modernos, mas só podem usá-los dentro de casa. Como combater aquela quantidade de mosquitos lá fora com spray? Aí a única saída é as pessoas passarem a viver confinadas, dentro de suas casas, para se defenderem dos mosquitos.

Isto dá uma idéia da periferia das grandes cidades brasileiras onde nascem tantas crianças. E essas crianças precisam ter um destino digno. Se nasceram, foram produto do amor. Por que não dar a elas um destino digno? Como é que um país como o nosso pode gastar 38 milhões de dólares para o Sr. Roberto Marinho construir um estúdio fantástico de televisão e, ao mesmo tempo, deixar as crianças permanecerem no pântano?

É por isso que elas estão vindo em nossa direção, em número cada vez maior. E sabem quem, na vida real, faz o papel de vento? A televisão. O vento é a televisão. Estamos praticando um haraquiri social, um suicídio coletivo. (05-05-92)

Pior do que o apartheid

Olhem, quando esteve aqui o Nelson Mandela, esta personalidade admirável, falei com ele: "Sr. Mandela, me diga uma coisa, o senhor poderia me dizer se lá na África do Sul, onde está o apartheid, onde está a mais horrenda repressão contra os humildes, contra os pobres em nome do racismo, inadmissível, me diga uma coisa: quando matam, como é que fazem? As famílias recebem os corpos? Há velório? Há enterro cristão para esses mortos? As pessoas sabem os nomes dos mortos?"

Ele me disse: "Sim, senhor". Insisti: "As pessoas sabem dizer que o morto é o fulano, filho da dona fulana que mora ali?" Ele confirmou: "Sim, senhor". Acrescentei: "Então vocês identificam todos os que matam?" Também confirmou isso: "Sim, senhor, até fazemos protestos: esses enterros, esses velórios são todos momentos de protesto, de luta para nós". Aí quem ficou curioso foi ele: "Mas por que me pergunta isso?" Tive que responder" "É por aqui matam-se aos milhares, todos rapazes, jovens, escurinhos, miscigenados, ou negros, e as famílias sabem que mataram, não são identificados, não têm enterro cristão compatível". Ele ficou surpreso: "Mas é verdade?". Chamou um secretário para tomar nota. Eu, por minha parte, pedi para chamarem o senado Abdias do Nascimento, um líder brasileiro das popul ações negras, e pedi que confirmasse o que dizia.

Então digo o seguinte: nós íamos nos conformando porque líamos todos os dias isto nos jornais, além de ouvirmos no rádio e vermos na televisão. A maioria se acostumou. Sem falar nos programas de rádio e televisão específicos tipo "Toma, isto é para o traficante tal, a boca cheia de formiga". Coisas assim... Programas brutais que, de certa forma, criam um oba, oba. E as pessoas vão morrendo, vão caindo, vão desaparecendo...

Ontem mesmo tomamos conhecimento, está nos jornais de hoje, de que até mesmo uma autoridade, uma promotora, teria usado essas palavras: "Ah, bandido é na cadeia ou na valeta!" Na cadeia ou na valeta, ainda repetiu. O que é isto? Estamos despertando para isto, que não pode continuar. Acho que agora nós vamos fazer as famílias aparecerem. Volta e meia quando ando aí pelos bairros, tem uma pobre mãe que se agarra em meus braços e me diz: "Governador, não tenho notícias do meu filho, não sei o que foi feito do meu filho, eu sei que tem mortes lá todos os dias, que eu podia ir lá olhar, mas também não vou porque eu tenho medo. Tenho o Joãozinho, o Antoninho, o fulano, o beltrano, tenho medo que levem os outros"

O que é isto? E quantos assassinatos múltiplos desse tipo foram cometidos? Vocês se lembram daquele ali no caminho que conduz à residência de D. Eugênio? Foram sete! Sete jovens negros... Chego a perguntar: como é que podem matar sete jovens de 16, 17 e 20 anos, fortes? Quantos precisaram para agarrar, para matar? Como é que foram mortos? Será que ninguém viu, nem ouviu os tiros? Chego a pensar até na existência, como disse aqui, de uma câmara à prova de som onde matam e depois carregam para jogar por aí. E como é que podem matar sete jovens, se eles, sabendo que vão morrer, adquirem força de três? É preciso quatro, cinco para agarrar alguém que sabe que vai morrer (30-06-92)

Extermínios e seqüestros andam juntos

Permitam que diga: em minha opinião, esses seqüestros são uma atividade paralela promovida pelos integrantes dos grupos de extermínio. Para essas atividades criminosas torna-se necessária a associação, a estruturação para cometer atos. No caso da matança, é preciso seqüestrar em algum lugar, conduzir, matar, abandonar cadáveres e, sobretudo, fazê-los desaparecer. É necessária uma ação rápida, de tal modo que nenhuma criança consiga ver.

Evoluir dessa ação criminosa para o seqüestro propriamente dito, para o assalto a banco, a residências, a estabelecimentos empresariais, a carros-forte, é um simples passo. Para mim, é a mesma gente: a do seqüestro, a dos assaltos a banco, dos grupos de extermínio, esquadrões da morte, responsáveis por esta matança e também dos assaltos organizados que surgem aqui e ali contra estabelecimentos empresariais, contra empresas ou contra residências. Antigamente as polícias eram patronais e locais: com o governo Vargas e com a revolução de 30 é que a policia foi se transformando numa instituição, não dominada pelos patrões e não de natureza local e municipal. Foi adquirindo realmente uma expressão institucional. E retornar para a polícia patronal como ocorreu durante a ditadura, criando ess a quantidade imensa de serviços de segurança, ao ponto que hoje no Rio de Janeiro, existe o maior número de seguranças particulares, polícias particulares, do que integrantes das instituições policiais. E como surgiu tudo isto? Isto tudo surgiu da intenção de aniquilar as pessoas. Primeiro surgiram os grupos de extermínio. Isto vem de muito longe, e há muito tempo que se fala: eu era jovem, vinha ao Rio de Janeiro de vez em quando, morava no Rio Grande do Sul, e aqui já se falava em esquadrão da morte. Houve aquela tentativa de matar mendigos, sempre uma doutrina no sentido de eliminar – em vez de cuidar dos mendigos, em vez de cuidar dos mendigos, em vez de encarcerar os jovens delinqüentes, ou mesmo criminosos, matar! Foi esta doutrina que formou, que incentivou, que criou, que acabou desenvolvendo esta atividade criminosa. (17-07-91)

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

(Honduras - Derechos Humanos) - El año termina con diez periodistas muertos

El presidente Porfirio Lobo vincula los crímenes a la delincuencia común, quitándoles contenido político. Siguen impunes la mayoría de los asesinatos de los trabajadores de medios cometidos después del golpe de Estado.


Luciana Bertoia.

Fuente: Pagna 12


Otro periodista fue asesinado ayer en Honduras, con lo que ya suman diez los trabajadores de prensa asesinados en 2010. Mientras el presidente Porfirio Lobo vincula estos crímenes a la delincuencia común, las organizaciones de derechos humanos denuncian que la represión sigue creciendo en Tegucigalpa.



Al salir de su casa ubicada en el municipio de la Masica, Atlántida (norte), Henry Souza se desplomó. Varios sujetos, aún no está confirmado el número, lo acribillaron a balazos. Según relataron los vecinos de la zona, los atacantes tuvieron tiempo para fugarse en bicicleta. Al cierre de esta edición, no se había dado a conocer información oficial acerca del asesinato del comunicador, que era corresponsal de la importante emisora HRN en la ciudad de La Ceiba y que también trabajaba en el canal Cablevisión del Atlántico.



Jorge Abilio Díaz, propietario de esa emisora televisiva, dijo que el crimen habría sido perpetrado por sicarios y agregó que conocería los posibles móviles del asesinato. Según publicó la prensa local, el padre de Suazo sería un reconocido dirigente campesino en ese sector. “En ese lugar, hay una lucha de las comunidades por el uso de los ríos. Puede ser que Souza haya prestado su micrófono a la población y esté vinculado a eso su asesinato, aunque no lo tengo confirmado”, explicó a Página/12 Bertha Oliva de Nativí, coordinadora del Comité de Familiares de Detenidos-Desaparecidos en Honduras (Cofadeh).



Con el asesinato de Souza, son diez los periodistas que fueron asesinados en Tegucigalpa. Según publicó el diario hondureño La Tribuna, las víctimas son Joseph Hernández Ochoa (Canal 51), David Meza (Radio El Patio), José Bayardo Mairena y Víctor Manuel Juárez (Radio Súper 10), Nahum Palacios (Televisión del Aguán), Luis Chévez (emisora W105), Georgino Orellana (canal de San Pedro Sula), Nicolás Asfura (periodista radial) y Luis Arturo Mondragón, director de noticias del Canal 19 de El Paraíso. La organización Campaña para un Emblema de Prensa dio a conocer el lunes una lista con los países más peligrosos para ejercer el periodismo. No por casualidad, Honduras ocupó el tercer puesto, detrás de México y Pakistán.



Las organizaciones de prensa y los organismos de derechos humanos denuncian que sigue impune la mayoría de los asesinatos de los trabajadores de medios cometidos después del golpe de Estado que arrancó del poder al presidente Manuel Zelaya en junio de 2009. El actual mandatario hondureño, Porfirio Lobo, intentó en varias ocasiones sacarles el tinte político a estos crímenes y desligar al gobierno de la responsabilidad por la muerte de los periodistas. Según el gobernante, los homicidios se deben a la “violencia criminal” que sacude al país. “Hay una fina estrategia para justificar toda la persecución que hay y para que ésta aparezca como un crimen común”, declaró Oliva de Nativí.



La violencia y la represión están a la orden del día en Tegucigalpa, según hacen saber las organizaciones humanitarias. El Comisionado Nacional de los Derechos Humanos reconoció que en los primeros seis meses de 2010 hubo un promedio de 16 muertes violentas por día. “En el primer semestre de 2010, la tasa nacional de homicidios por cada 100.000 habitantes fue de 36 y podría llegar a 72 al final de 2010 de mantenerse la tendencia actual”, indicó Custodio en un informe reciente. En 2009, Tegucigalpa había registrado una tasa de homicidios por habitante que multiplicaba por ocho al promedio mundial, que el Informe Mundial de la Violencia y la Salud estableció en 8,8.



La semana pasada, Human Rights Watch (HRW) emitió un informe y una recomendación para que el gobierno de Honduras investigue 47 casos de agresiones o amenazas y otros 18 asesinatos cometidos desde enero de este año contra periodistas, militantes políticos y defensores de los derechos humanos. “A pesar de que el presidente Lobo expresó su preocupación por estos casos, en los últimos seis meses atacó directamente a las organizaciones de derechos humanos, a las que acusó de tener intereses políticos”, dijo a este diario Wilfredo Méndez, director del Centro de Investigación y Promoción de los Derechos Humanos en Honduras (Ciprodeh). Méndez dijo que aún las organizaciones no manejan cifras definitivas, pero que en 2011 se presentará la investigación que está llevando a cabo la Comisión de la Verdad, de la que es cofundadora Nora Cortiñas, Madre de Plaza de Mayo.

Fecha de Publicación: 29.12.2010

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

(Haiti-Assistência Médica) - Médicos cubanos no Haiti deixam o mundo envergonhado

Promessas de países como os Estados Unidos de ajuda aos haitianos vítimas de colera não se concretizaram, mas equipes de médicos participam ativamente de assistir os necessitados de cuidados 
médicos

Nina Lakhani

Fonte: The Independent

Os médicos cubanos são os verdadeiros heróis do desastre do terremoto no Haiti, a catástrofe humana na porta da América, a qual Barack Obama prometeu uma monumental missão humanitária dos EUA para aliviar. Esses heróis são da nação arqui-inimiga dos Estados Unidos, Cuba, cujos médicos e enfermeiros deixaram os esforços dos EUA envergonhados.

Uma brigada de 1.200 médicos cubanos está operando em todo o Haiti, rasgado por terremotos e infectado com cólera, como parte da missão médica internacional de Fidel Castro, que ganhou muitos amigos para o Estado socialista, mas pouco reconhecimento internacional.



Observadores do terremoto no Haiti poderiam ser perdoados por pensar operações de agências de ajuda internacional e por os deixarem sozinhos na luta contra a devastação que matou 250.000 pessoas e deixou cerca de 1,5 milhões de desabrigados. De fato, trabalhadores da saúde cubanos estão no Haiti desde 1998, quando um forte terremoto atingiu o país. E em meio a fanfarra e publicidade em torno da chegada de ajuda dos EUA e do Reino Unido, centenas de médicos, enfermeiros e terapeutas cubanos chegaram discretamente. A maioria dos países foi embora em dois meses, novamente deixando os cubanos e os Médicos Sem Fronteiras como os principais prestadores de cuidados para a ilha caribenha.



Números divulgados na semana passada mostram que o pessoal médico cubano, trabalhando em 40 centros em todo o Haiti, tem tratado mais de 30.000 doentes de cólera desde outubro. Eles são o maior contingente estrangeiro, tratando cerca de 40% de todos os doentes de cólera. Um outro grupo de médicos da brigada cubana Henry Reeve, uma equipe especializada em desastre e em emergência, chegou recentemente, deixando claro que o Haiti está se esforçando para lidar com a epidemia que já matou centenas de pessoas.



Desde 1998, Cuba treinou 550 médicos haitianos gratuitamente na Escola Latinoamericana de Medicina em Cuba (Elam), um dos programas médicos mais radicais do país. Outros 400 estão sendo treinados na escola, que oferece ensino gratuito - incluindo livros gratuitos e um pouco de dinheiro para gastar - para qualquer pessoa suficientemente qualificada e que não pode pagar para estudar Medicina em seu próprio país.



John Kirk é um professor de Estudos Latino-Americanos na Universidade Dalhousie, no Canadá, que pesquisa equipes médicas internacionais de Cuba. Ele disse: "A contribuição de Cuba, como ocorre agora no Haiti, é o maior segredo do mundo. Eles são pouco mencionados, mesmo fazendo muito do trabalho pesado.".



Esta tradição remonta a 1960, quando Cuba enviou um punhado de médicos para o Chile, atingido por um forte terremoto, seguido por uma equipe de 50 a Argélia em 1963. Isso foi apenas quatro anos depois da Revolução.



Os médicos itinerantes têm servido como uma arma extremamente útil da política externa e econômica do governo, gahando amigos e favores em todo o globo. O programa mais conhecido é a "Operação Milagre", que começou com os oftalmologistas tratando os portadores de catarata em aldeias pobres venezuelanos em troca de petróleo. Esta iniciativa tem restaurado a visão de 1,8 milhões de pessoas em 35 países, incluindo o de Mario Terán, o sargento boliviano que matou Che Guevara em 1967.



A Brigada Henry Reeve, rejeitada pelos norteamericanos após o furacão Katrina, foi a primeira equipe a chegar ao Paquistão após o terremoto de 2005, e a última a sair seis meses depois.



A Constituição de Cuba estabelece a obrigação de ajudar os países em pior situação, quando possível, mas a solidariedade internacional não é a única razão, segundo o professor Kirk. "Isso permite que os médicos cubanos, que são terrivelmente mal pagos, possam ganhar dinheiro extra no estrangeiro e aprender mais sobre as doenças e condições que apenas estudaram. É também uma obsessão de Fidel e ele ganha votos na ONU."



Um terço dos 75 mil médicos de Cuba, juntamente com 10.000 trabalhadores de saúde, estão atualmente trabalhando em 77 países pobres, incluindo El Salvador, Mali e Timor Leste. Isso ainda deixa um médico para cada 220 pessoas em casa, uma das mais altas taxas do mundo, em comparação com um para cada 370 na Inglaterra.



Onde quer que sejam convidados, os cubanos implementam o seu modelo de prevenção com foco global, visitando famílias em casa, com monitoração proativa de saúde materna e infantil. Isso produziu "resultados impressionantes" em partes de El Salvador, Honduras e Guatemala, e redução das taxas de mortalidade infantil e materna, redução de doenças infecciosas e deixando para trás uma melhor formação dos trabalhadores de saúde locais, de acordo com a pesquisa do professor Kirk.



A formação médica em Cuba dura seis anos - um ano mais do que no Reino Unido - após o qual todos trabalham após a graduação como um médico de família por três anos no mínimo. Trabalhando ao lado de uma enfermeira, o médico de família cuida de 150 a 200 famílias na comunidade em que vive.



Este modelo ajudou Cuba a alcançar alguns índices invejáveis de melhoria em saúde no mundo, apesar de gastar apenas $ 400 (£ 260) por pessoa no ano passado em comparação com $ 3.000 (£ 1.950) no Reino Unido e $ 7.500 (£ 4,900) nos EUA, de acordo com Organização para a Cooperação Econômica e Desenvolvimento.



A taxa de mortalidade infantil, um dos índices mais confiáveis da saúde de uma nação, é de 4,8 por mil nascidos vivos - comparável com a Grã-Bretanha e menor do que os EUA. Apenas 5% dos bebês nascem com baixo peso ao nascer, um fator crucial para a saúde a longo prazo, e a mortalidade materna é a mais baixa da América Latina, mostram os números da Organização Mundial de Saúde.



As policlínicas de Cuba, abertas 24 horas por dia para emergências e cuidados especializados, é um degrau a partir do médico de família. Cada uma prevê 15.000 a 35.000 pacientes por meio de um grupo de consultores em tempo integral, assim como os médicos de visita, garantindo que a maioria dos cuidados médicos são prestados na comunidade.



Imti Choonara, um pediatra de Derby, lidera uma delegação de profissionais de saúde internacionais, em oficinas anuais na terceira maior cidade de Cuba, Camagüey. "A saúde em Cuba é fenomenal, e a chave é o médico de família, que é muito mais pró-ativo, e cujo foco é a prevenção. A ironia é que os cubanos vieram ao Reino Unido após a revolução para ver como o HNS [Serviço Nacional de Saúde] funcionava. Eles levaram de volta o que viram, refinaram e desenvolveram ainda mais, enquanto isso estamos nos movendo em direção ao modelo dos EUA ", disse o professor Choonara.



A política, inevitavelmente, penetra muitos aspectos da saúde cubana. Todos os anos os hospitais produzem uma lista de medicamentos e equipamentos que têm sido incapazes de acesso por causa do embargo americano, o qual que muitas empresas dos EUA de negociar com Cuba, e convence outros países a seguir o exemplo. O relatório 2009/10 inclui medicamentos para o câncer infantil, HIV e artrite, alguns anestésicos, bem como produtos químicos necessários para o diagnóstico de infecções e órgãos da loja. Farmácias em Cuba são caracterizados por longas filas e estantes com muitos vazios. Em parte, isso se deve ao fato de que eles estocam apenas marcas genéricas.



Antonio Fernandez, do Ministério da Saúde Pública, disse: "Nós fazemos 80% dos medicamentos que usamos. O resto nós importamos da China, da antiga União Soviética, da Europa - de quem vender para nós - mas isso é muito caro por causa das distâncias."



Em geral, os cubanos são imensamente orgulhosos e apóiam a contribuição no Haiti e outros países pobres, encantados por conquistar mais espaço no cenário internacional. No entanto, algumas pessoas queixam-se da espera para ver o seu médico, pois muitos estão trabalhando no exterior. E, como todas as commodities em Cuba, os medicamentos estão disponíveis no mercado negro para aqueles dispostos a arriscar grandes multas se forem pegos comprando ou vendendo.



As viagens internacionais estão além do alcance da maioria dos cubanos, mas os médicos e enfermeiros qualificados estão entre os proibidos de deixar o país por cinco anos após a graduação, salvo como parte de uma equipe médica oficial.



Como todo mundo, os profissionais de saúde ganham salários miseráveis em torno de 20 dólares (£ 13) por mês. Assim, contrariamente às contas oficiais, a corrupção existe no sistema hospitalar, o que significa que alguns médicos e até hospitais, estão fora dos limites a menos que o paciente possa oferecer alguma coisa, talvez almoçar ou alguns pesos, para tratamento preferencial.



Empresas internacionais de Cuba na área da saúde estão se tornando cada vez mais estratégicas. No mês passado, funcionários mantiveram conversações com o Brasil sobre o desenvolvimento do sistema de saúde pública no Haiti, que o Brasil e a Venezuela concordaram em ajudar a financiar.



A formação médica é outro exemplo. Existem atualmente 8.281 alunos de mais de 30 países matriculados na Elam, que no mês passado comemorou o seu 11 º aniversário. O governo espera transmitir um senso de responsabilidade social para os alunos, na esperança de que eles vão trabalhar dentro de suas próprias comunidades pobres pelo menos cinco anos.



Damien Joel Soares, 27 anos, estudante de segundo ano de New Jersey, é um dos 171 estudantes norte-americanos; 47 já se formaram. Ele rejeita as alegações de que Elam é parte da máquina de propaganda cubana. "É claro que Che é um herói, mas aqui isso não é forçado garganta abaixo."



Outros 49.000 alunos estão matriculados no "Novo Programa de Formação de Médicos Latino-americanos", a ideia de Fidel Castro e Hugo Chávez, que prometeu em 2005 formar 100 mil médicos para o continente. O curso é muito mais prático, e os críticos questionam a qualidade da formação.



O professor Kirk discorda: "A abordagem high-tech para as necessidades de saúde em Londres e Toronto é irrelevante para milhões de pessoas no Terceiro Mundo que estão vivendo na pobreza. É fácil ficar de fora e criticar a qualidade, mas se você está vivendo em algum lugar sem médicos, ficaria feliz quando chegasse algum."



Há nove milhões de haitianos que provavelmente concordariam.


Data de Publicação: 27.12.2010

(Uruguay - Derechos Humanos) - Aparece muerto y mutilado ex soldado "testigo clave" en causas de los DDHH

Julio Ruperto Ramírez. Le destrozaron la cara y el pecho, le arrancaron un brazo y le dieron una puñalada en el abdomen


Victor Carrato




Fuente: diário La Republica




Un ex soldado, de unos 60 años de edad, de los batallones 13 y 14 fue cruelmente asesinado. Se trata de Julio Ruperto Ramírez, de Colonia, que trabajaba en una explotación agropecuaria en la isla El Sauce, del río Uruguay, frente a la ciudad de Nueva Palmira.



Ramírez fue encontrado con la cara y el pecho destrozados, un brazo mutilado y con una puñalada en el abdomen, según relataron sus hermanos a LA REPUBLICA.



Su cadáver habría sido arrojado al río. El feroz asesinato se habría producido entre el 12 y el 13 de diciembre pasado y el cuerpo se habría encontrado alrededor del pasado martes 21 de diciembre en aguas del río Uruguay. Sin embargo la Prefectura argentina, responsable del hallazgo no permitió a los hermanos de Julio Ruperto Ramírez realizar el reconocimiento porque según argumentaron podría "impactarles demasiado". De todas maneras, no habría dudas acerca de que Julio Ruperto Ramírez fue asesinado y según fuentes muy allegadas, la causa sería el haber aportado información sobre enterramientos de desaparecidos en Uruguay, vinculados a los establecimientos militares en donde trabajó.



Julio Ruperto Ramírez trabajaba legalmente en el establecimiento de Diego Gómez y su causa se halla actualmente en el juzgado argentino de Paranacito, aunque los familiares fueron llevados hasta Gualeguaychú.



El juez de la causa está de feria hasta el próximo 15 de enero, fecha en la cual recién se podría realizar la autopsia del ex soldado uruguayo.



Julio Ramírez habría estado con un conocido quien al igual que su patrón fueron interrogados sobre el caso. Según trascendió, ambos coincidieron en que Ramírez se había caído de un pontón el domingo 12 de diciembre, aunque las condiciones en las cuales fue encontrado no responden a ese testimonio.



El ex soldado habría aportado datos y hasta un croquis que aún se conserva sobre enterramientos de desaparecidos en la cancha de fútbol del Batallón 13, conocido como "el Infierno (para los presos) o el "300 Carlos" (según la jerga militar).



Hacía pocos días, Ramírez se habría reunido con dos conocidos, uno de los cuales se ubica actualmente en la ciudad de Mercedes, y fue citado para declarar sobre el caso de desaparecidos recientemente encontrados en el departamento de Soriano.



Ramírez también prestó servicios como soldado en el Batallón 14 de Toledo, donde hay pistas sobre la existencia de un cementerio clandestino de desaparecidos, llamado "Arlington" y donde próximamente se reanudarán las excavaciones para encontrar cuerpos de desaparecidos.



Según el antropólogo José López Mazz, hay evidencias de movimientos de tierras en el Batallón 14 de Toledo, que delatarían la existencia de la denominada "operación Zanahoria". Allí se hallaron restos óseos que están siendo analizados. LA REPUBLICA consultó al antropólogo José López Mazz y al ministro de Defensa Nacional, Luis Rosadilla, pero ambos dijeron no tener noticias sobre el caso. Según fuentes contactadas por LA REPUBLICA, el ex soldado uruguayo habría sido asesinado por militares argentinos que, renovando el "Plan Cóndor", fueron informados por militares uruguayos de las declaraciones de Ramírez.



Fecha de Publicación: 26 de diciembre de 2010

domingo, 26 de dezembro de 2010

(Argentina - Derechos Humanos) - Ditador Videla condenado a una segunda porisión perpétua

El dinosaurio está vivo e habló. El miércoles Jorge Rafael Videla fue sentenciado a perpetua por segunda vez en 25 años. Antes desarrolló un alegato con siete mensajes políticos dirigidos al Gobierno y a la sociedad argentina.


Martín Granovsky

Fuente: Pagina 12

Al final tenía razón Susana Giménez. Ella preguntó una vez si un dinosaurio estaba vivo y se le rieron. Y resulta que esta semana apareció un dinosaurio vivo. Se llama Jorge Rafael Videla, tiene 85 años, era general hasta que fue degradado y acaba de recibir su segunda condena a reclusión perpetua en 25 años. En su alegato de defensa repitió antiguas falacias de la Guerra Fría con un condimento actual. “Ni sé si esta guerra, sin medios violentos, ha terminado”, se preguntó.



A principios de octubre de 1975, el entonces presidente interino Italo Luder, a cargo del Estado porque Isabel Perón había pedido licencia, convocó a los comandantes generales. Videla ya era jefe del Ejército. Este es el recuerdo que acaba de elegir para narrar ese momento: “Debí exponer y dije que habiéndose agotado la instancia de represión a cargo de las fuerzas de seguridad y la inoperancia de la Justicia, que por temor no había dictado ni una condena, parecía llegado el momento de apelar al uso de las Fuerzas Armadas para combatir el terrorismo subversivo”. Y agregó: “Eso implicaba reconocer un estado de guerra interna”. Para continuar, en un párrafo que conviene leer más de una vez: “Las Fuerzas Armadas no estaban preparadas para reprimir. No disponían de balas de goma, balines, carros hidrantes. Pero fundamentalmente no tenían entrenamiento para reprimir sino para hacer la guerra, en donde se muere o se mata”. Es decir que como no estaban preparadas para reprimir, mataron. Según Videla, Luder dio su acuerdo y el país se dividió en zonas bajo la responsabilidad de las Fuerzas Armadas.



Es bueno aclarar que cuando Videla habla de “guerra” no resulta muy preciso. Pero en general parece referirse a la guerra como una acción entablada por un enemigo que instaló “un conflicto bélico interno de profunda raíz ideológica y fomentado de manera internacional”. Esa guerra, según él de carácter “irregular”, esa guerra de cuyo fin tiene dudas ahora el dinosaurio, abarcó “operaciones militares” que “hicieron crisis en 1975 y 1976 y comenzaron a declinar a fines de 1977”.



Videla habló antes de que el miércoles último fuera condenado por el Tribunal Oral en lo Criminal Federal N0 1 de Córdoba por asesinatos y tormentos cometidos entre abril y septiembre de 1976. Ya había sido condenado a perpetua en el Juicio a las Juntas de 1985. Aquella sentencia de hace 25 años está firme porque en agosto la Corte Suprema declaró inconstitucional el indulto con que el ex presidente Carlos Menem benefició al dictador en 1990. Así, Videla tiene hoy dos perpetuas.



Siete novedades



El alegato fue impactante. Quienes recuerden, por edad, el tono de voz de Videla desde su anticipo del golpe de Estado en la Navidad de 1975, entonces un teniente general de 50 años, hasta sus discursos como presidente de facto entre 1976 y 1981, habrán notado que el timbre vocal suena idéntico pese al tiempo transcurrido y las canas. El resto puede constatar, en el YouTube o en www.eldiariodeljuicio.com.ar, el excelente site de H.I.J.O.S. filial Córdoba, que el tono de lectura fue firme y pausado. El ex general que en el juicio de 1985 fingía indiferencia ante la justicia humana leyendo textos sobre la guerra santa, esta vez lucía erguido.



¿Cuáles son las novedades que incorporó el dinosaurio en su alegato de Córdoba?



En primer lugar, los destinatarios: la sociedad argentina y “su juventud manipulada por la desinformación”.



También su idea primitiva de que existiría una continuidad demoníaca inmune al paso de la historia: “En aquellos años se decía que cuando llegue el tiempo de la política y sobrevenga en ellos (en los generales) el temor porque no saben practicarla, será el momento de derrotarlos porque no saben manejarse en ella. No hay duda de que cumplieron su palabra porque hoy gobiernan. No necesitan de la violencia porque ya están en el poder e intentan implementar un régimen marxista de base gramsciana anulando las instituciones”.



En tercer lugar, su autodefinición como “preso político”. ¿Quiénes lo mantienen preso? “Quienes después de ser militarmente derrotados se encuentran hoy ocupando los más diversos cargos del Estado.”



Cuarto, la noción de que existe sobre la década del ’70 “una versión sesgada de la realidad”.



Quinto, la justificación del robo de bebés cuando habla de la forma de operar del ERP y Montoneros: “Estos jóvenes cumplían de día sus funciones como estudiantes, hijos, obreros, y de noche, con una pastilla de cianuro y un arma escondida a veces en coches cuna, acompañados por sus parejas generalmente embarazadas para ser usadas como escudo, asaltaban, ponían bombas, etcétera”.



Sexta idea, la incorporación abierta de Sudáfrica como un país clave en medio de la Guerra Fría entre Estados Unidos y la Unión Soviética desatada después de la victoria de los aliados contra el nazismo en 1945. Dijo Videla: “Existían dos agrupamientos antagónicos desde el punto de vista ideológico. La imposibilidad de la destrucción masiva y simultánea dio lugar a la Guerra Fría y su equilibrio inestable, que nadie se atrevió a romper. La URSS ideó un subterfugio para romper ese equilibrio, alentando en Sudáfrica y en Sudamérica la toma del poder en aquellos países mediante formas violentas. La Argentina no fue ajena a esa situación”. La Marina, mientras estaba conducida por Emilio Eduardo Massera, el Mengele de los experimentos políticos, tomó a la Sudáfrica del apartheid como un aliado natural y concibió el territorio sudafricano como un aguantadero para el relax y los negocios de las patotas de la Escuela de Mecánica de la Armada, incluyendo por cierto al propio Alfredo Astiz. Es posible que el alegato de Videla marque la primera vez en que un jefe no perteneciente al ala masserista recuerde a la Sudáfrica de aquel momento dentro de una concepción estratégico-militar internacional de la que la Argentina formaba parte.



Y séptimo, la idea de que el terrorismo “es un crimen contra la humanidad”.



El comunista italiano Antonio Gramsci murió en las prisiones de Benito Mussolini en 1937. Mientras el Vaticano inventó la versión de que Gramsci pidió la extremaunción antes morir para atenuar su laicismo radical –-aplicable contra cualquier dogma, religioso o político–, distintas caricaturas del marxista italiano intentaron que perdiera su riqueza. Gramsci, por ejemplo, tenía claro que un Estado moderno debía limitar el poder del Vaticano pero a la vez advertía contra un anticlericalismo bobo y recogía los valores colectivos que muchos trabajadores mantenían como herencia, aún, del cristianismo primitivo.



En la Argentina, la caricatura que fue dibujando la extrema derecha integrista pintó un Gramsci astuto animando desde el más allá la conquista de las mentes y la toma del poder desde dentro de las instituciones. Como se ve, ese identikit simplote se conecta en estos tiempos con un republicanismo conservador que ya decretó, en la Argentina, la muerte institucional a manos de un populismo que demuele todos los días un artículo distinto de la Constitución.



El escrito que leyó Videla toma en cuenta esta dimensión y le suma un hilo argumental. Si los marxistas gramscianos que hoy gobiernan ya tomaron las instituciones y las liquidaron, esas instituciones no son legítimas. Naturalmente, Videla no tiene en cuenta el papel de una Argentina que vota y debate, pero no hay por qué pedírselo al primer presidente de un gobierno tiránico que hasta se autoasignó un papel fundacional en la transformación definitiva de la Argentina.



Al costado de ese hilo que procura quitar legitimidad y legalidad a la democracia, la mención del terrorismo como autor de crímenes contra la humanidad no suena ingenua. Tal vez apunte a sembrar sospechas que tiendan a igualar al Estado terrorista con la guerrilla, pero un juez debería probar que la guerrilla cometió actos masivos y sistemáticos de violaciones de derechos humanos contra la población civil. Más allá de la valoración histórica, política y moral que cada uno tenga de la guerrilla argentina, sus actos no se asemejan a los del Khmer Rouge camboyano o a los peruanos de Sendero Luminoso con sus matanzas de campesinos. Por otra parte, cuando las Fuerzas Armadas asumieron el poder, el 24 de marzo de 1976, Montoneros no tenía poder de fuego más allá de la posibilidad de cometer atentados y el Ejército Revolucionario del Pueblo ya había sufrido una masacre decisiva cuando fracasó en el intento de tomar el regimiento Viejobueno de Monte Chingolo, a fines de 1975.



La Guerra Fría



Quizá con la colaboración de algún periodista o abogado, o con la ayuda de alguien que reúne ambas asimetrías a la vez, Videla trató de presentar un esquema simple de aquellos años. Fue didáctico hasta el esquematismo cuando colocó a la Argentina viviendo su guerra dentro de la Guerra Fría. Como toda lectura tosca de la Guerra Fría –y conste que también hay lecturas toscas desde la izquierda, con la gran diferencia de que éstas no desembocaron en el terrorismo de Estado– el enfrentamiento entre Washington y Moscú aparece totalizador y omnipresente. Berlín oriental y Viena habrían tenido el mismo nivel de importancia que Tucumán o Villa Ortúzar.



La escala mundial le permite a Videla utilizar la misma sencillez aparente para describir fenómenos que sí merecen puntualizaciones más exactas. Dice en un momento: “A mediados de la década del ’70 los elementos terroristas habían proliferado. A ellos se sumaban las guardias sindicales y la Triple A, que operaba bajo la conducción de José López Rega”, ministro de Bienestar Social de Juan Perón y, a la muerte del líder, el 1 de julio de 1974, influyente secretario privado de Isabel Martínez.



Sin embargo, la guerrilla estaba en declinación y no en auge en 1975. Incluso su único ejercicio rural de entonces, encarnado por el ERP en Tucumán, terminó en un experimento de represión por izquierda que abarcó como blancos a los propios guerrilleros y a cientos de dirigentes sindicales sin relación con ellos.



Es cierto que los grandes sindicatos, como la Unión Obrera Metalúrgica, dispusieron de grupos organizados, pero su poder letal ya iba disminuyendo en el segundo semestre de 1975, justamente porque las diversas vertientes de la izquierda estaban diezmadas o en franca derrota.



En cuanto a la Triple A, sus comandos articulaban con el grupo de comisarios que dependían del jefe de Policía de Isabel Perón, el general Albano Harguindeguy, luego ministro del Interior de Videla. También la Triple A reduciría su intensidad a fines de 1975, en parte porque José López Rega había sido obligado a alejarse del país tras la tarea cumplida y en parte porque ya estaba claro que a la etapa de represión dispersa le seguiría una etapa de represión sistemática del mismo modo que, en economía, el intento ultraliberal de Celestino Rodrigo en 1975 sería continuado por un proceso de concentración y financierización persistente en 1976.



Videla, uno de los jefes políticos de aquella tiranía con vocación sistemática, terminó su alegato expresando su deseo de que la Argentina sea un país “reconciliado y pujante”.



El tribunal estableció que debe cumplir su condena en una cárcel común. Un lugar apropiado para profundizar sus conocimientos sobre la Guerra Fría y la guerra santa mientras, como el resto de los jefes, espera cumplir su objetivo: morir en medio del pacto de silencio, llevándose sus secretos a la tumba.

Fecha de Publicación: 26.12.2010

(Argentina - Derechos Humanos) - Los condenados, los absueltos, los cargos y las penas

Detalle de las condenas de algoozes del pueblo argentino responsables por varios asesinatos y torturas de opositores a la ditadura que instaló en marzo de 76 con la derubada de la  Presidenta Isabelita Perón

Fuente: casapueblos-AEDD /Para Kaos en la Red



1 Jorge Rafael Videla. Fue director del Colegio Militar, jefe del Estado Mayor del Ejército y comandante en jefe del Ejército. El 24 de marzo de 1976 encabezó, junto a Emilio Massera y Orlando Agosti, el golpe de Estado que derrocó a María Estela de Perón. Juzgado luego del retorno a la democracia cumplió sólo cinco años de prisión efectiva hasta que recibió un indulto del entonces presidente Carlos Menem. En 1998 volvió a la cárcel por una causa de robo de bebés, aunque días después se le concedió el arresto domiciliario. Hace dos años perdió aquel beneficio y fue trasladado a Campo de Mayo. Se lo consideró responsable de las torturas y homicidios de todas las víctimas de la causa UP1. Le dieron perpetua.





2 Luciano Benjamín Menéndez. Entre 1975 y 1979, fue el comandante del III Cuerpo de Ejército, con epicentro en Córdoba y presencia en diez provincias. Como tal, fue el máximo responsable de los delitos de lesa humanidad cometidos en estas jurisdicciones y de la existencia de los centros clandestinos en Cuyo y Noroeste. El propio Menéndez presidía la denominada Comunidad Informativa donde confluían las autoridades de todas las fuerzas de Defensa y Seguridad. Hasta ayer contaba con cuatro condenas a perpetua, que cumplía en el penal de Bouwer. Perpetua.



3 Vicente Meli. Fue jefe de Estado Mayor de la IV Brigada desde junio de 1976 y por lo tanto responsable en las decisiones que se tomaron en la provincia para “eliminar a la subversión”. También acusado de las torturas y homicidios de todas las víctimas de UP1, Meli cumple detención domiciliaria desde 2007. Perpetua.



4 Mauricio Carlos Poncet. Fue jefe de la División Personal (G1) de la IV Brigada de Infantería Aerotransportada. Desde allí dirigió la custodia y el trato de los presos políticos. Perpetua.



5 Jorge González Navarro. Como jefe del G5 (Asuntos Civiles) de la IV Brigada de Infantería Aerotransportada, participó en el diseño y coordinación de la represión en Córdoba. Perpetua.



6 Raúl Eduardo Fierro, alias “El Francés”. Fue jefe del grupo de Inteligencia (G2) de la IV Brigada de Infantería Aerotransportada y miembro del Estado Mayor. Algunos sobrevivientes recuerdan haberlo visto en los centros clandestinos La Perla y La Ribera. Perpetua.



7 Gustavo Adolfo Alsina. Fue uno de los jefes de las secciones de la Policía Militar. Participó de los levantamientos carapintadas de Semana Santa, beneficiándose luego con la ley de obediencia debida y con los indultos. Se lo juzgó por tormentos y por el asesinato de René Moukarzel. Perpetua.



8 Enrique Pedro Mones Ruiz. Miembro del Regimiento de Infantería Aerotransportada II, donde integraba la Compañía de Comando. Se retiró con el grado de teniente coronel. Fue acusado de torturas y por el asesinato dentro del penal de Raúl Bauducco. Perpetua.



9 Miguel Angel Pérez. Miembro del Regimiento de Infantería Aerotransportada II, es recordado por su testimonio autoincriminatorio en los juicios por la verdad histórica donde confesó haber asesinado a quemarropa a Bauducco en el patio de la cárcel. Perpetua.



10 Marcelo Luna, alias “Piruchín” o “Pibe Pedrota”. Fue parte de la patota del D2 y desde ahí responsable de numerosos casos de torturas y homicidios. También fue visto en el centro clandestino Chalet de Hidráulica. Perpetua.



11 Calixto Luis Flores, alias “Chato”. Hasta 1977 formó parte del personal del centro clandestino D2. Integró una de las brigadas operativas de La Ribera. El año pasado había sido absuelto en la causa Albareda. Perpetua.



12 Yamil Jabour. Policía retirado con grado de comisario mayor. Fue miembro del Comando Libertadores de América y de la patota del D2. Estaba acusado de cuatro casos de torturas y seis homicidios. Perpetua.



13 Alberto Luis Lucero, alias “Cara con Rienda” o “Chatarra”. Fue integrante de grupo calle de la patota del D2 y de la brigada operativa de Pilar. Fue visto también en el Chalet de Hidráulica. Estaba acusado por la aplicación de tormentos a diez detenidos y el asesinato de seis. Perpetua.



14 Carlos Alfredo Yanicelli, alias “Tucán”. Uno de los miembros más recordados de la patota del D2. Con la vuelta a la democracia llegó a conducir la policía provincial durante el gobierno de Ramón Mestre. Fue imputado por diez torturas y seis asesinatos. Perpetua.



15 Juan Eduardo Ramón Molina, alias “Negro”. Fue integrante de la patota de la D2 que torturó a los detenidos de la UP1 que llevaron hasta el centro para interrogarlos. Perpetua.



16 Carlos Hibar Pérez. Militar retirado, imputado por haber revistado en las filas del Regimiento de Infantería Aerotransportada II durante la dictadura. Acusado de torturar a presos políticos. Fue condenado a 14 años de prisión.



17 Juan Emilio Huber. Ex jefe de la Policía Militar 141, órgano que tomó el control de los pabellones de presos políticos en la UP1 a partir de abril de 1976. Se lo acusó por tormentos. 14 años.



18 Hermes Oscar Rodríguez, alias “Salame”. Entre 1976 y 1977 fue el segundo jefe del Destacamento de Inteligencia 141, además de ser un asiduo visitante de La Perla y de participar en las reuniones de oficiales en donde se decidía la suerte de los detenidos. El que culminó ayer fue el segundo juicio en su contra. 12 años.



19 Víctor Pino Cano. Fue jefe del Regimiento de Infantería Aerotransportada II, del que dependían las brigadas que participaron del traslado de los detenidos. Se lo acusó por la imposición de tormentos a todos los presos políticos de la penitenciaría y el homicidio de tres de ellos. Cumple detención domiciliaria en el country Tortugas. 12 años.



20 Fernando Martín Rocha, alias “El Tuerto” o “Dardo”. Era oficial principal en el Comando Radioeléctrico. Desde ahí participó en las torturas que sufrieron las seis víctimas de la causa Gontero. 8 años.



21 Miguel Angel Gómez, alias “Gato”. Durante la última dictadura integró el grupo de tareas que funcionó con epicentro en la D2. Los sobrevivientes del centro clandestino lo señalan como uno de los torturadores más feroces. Ya contaba con una condena a 16 años de prisión. 7 años.



22 Mirta Graciela Antón, alias “Cuca”. Señalada por los sobrevivientes del D2 como la encargada de darle el “tiro de gracia” a los policías que eran asesinados por sus propios compañeros, se convirtió ayer en la primera mujer condenada en Córdoba por delitos de lesa humanidad. 7 años.



23 José Eugenio San Julián. Durante la dictadura se desempeñó como jefe de la Región Noroeste de Gendarmería Nacional. Fue acusado de torturar a seis víctimas de la causa Gontero. 6 años.



24 Ricardo Cayetano Rocha. Fue integrante de la patota del D2. Se jubiló de la policía provincial por incapacidad, con el grado de sargento. Estaba acusado en las dos causas que integraron el juicio. Fue absuelto.



25 Osvaldo César Quiroga. Estuvo en las filas del Regimiento de Infantería Aerotransportada II, donde integraba la Compañía A. Dejó constancia de puño y letra del retiro de los presos políticos Miguel Vaca Narvaja, Arnaldo Toranzo y Gustavo de Breuil, quienes luego serían asesinados. Fue absuelto.



26 Francisco Pablo D’Aloia. Integró las filas del Regimiento de Infantería Aerotransportada II. Estaba acusado de haber participado del traslado de Vaca Narvaja, Toranzo y De Breuil. Fue absuelto.



27 José Antonio Paredes. También del Regimiento de Infantería Aerotransportada II, estaba acusado por tormentos. Unos días antes del inicio del juicio había sido encarcelado en la prisión de Bouwer. Fue absuelto.



28 Luis Alberto Rodríguez. Integró la patota de la D2 y se retiró de la policía con el grado de comisario mayor. Estaba acusado de imposición de tormentos a cuatro personas. Fue absuelto.



29 Gustavo Rodolfo Salgado. También formó parte de la patota del D2. Fue visto en el centro clandestino La Ribera. Se lo acusó de torturar a las seis víctimas de la causa Gontero. Fue absuelto.



30 Luis David Merlo. Llegó al juicio acusado de ser “El Moro” Merlo, un mítico represor del D2, ya muerto. Alegó que durante la instrucción de la causa se cometió un “error de identidad” entre él y el oficial principal Luis Ricardo Merlo, quien sí habría sido “El Moro”. Fue absuelto.



31 José Felipe Tavip. Médico. Fue el único civil imputado en este juicio, acusado de encubridor por haber fraguado el certificado de defunción de José René Moukarzel. Fue apartado del juicio por razones de salud.

El perfil de los principales condenados

Jorge Rafael Videla fue juzgado y declarado culpable en 1985 por numerosos homicidios calificados, 504 privaciones ilegales de la libertad calificada, aplicaciones de tormentos, robos agravados, falsedades ideológicas de documento público, usurpaciones, reducciones a servidumbre, extorsión, secuestros extorsivos, supresión de documento, sustracciones de menores, y tormentos seguidos de muerte.



Con el retorno de la democracia, Luciano Benjamín Menéndez acumuló centenas de causas. En 1988 fue procesado por 47 casos de homicidio, 76 de tormentos, 4 de ellos seguido de muerte y 4 sustracciones de menores.



Enrique Pedro Mones Ruiz, retirado con el grado de Teniente Coronel, participó de los levantamientos carapintadas de Semana Santa y recibió el indulto presidencial. Fue miembro del Regimiento de Infantería Aerotransportada 2, donde integraba la Compañía de Comando. Tiene 59 años y está acusado en todos los casos de torturas de la Causa UP1 y del asesinato dentro del penal de Raúl Augusto Bauducco.



Miguel Angel Pérez fue cabo del ejército, hasta su baja en 1990. También se dedicó a la fotografía. En 1989 recibió otra condena por otros delitos. Es recordado por su testimonio autoincriminatorio en los juicios por la verdad histórica donde confesó haber asesinado a Raúl Augusto “Paco” Bauducco. Era miembro del Regimiento de Infantería Aerotransportada 2, y cumplía funciones dentro de la penitenciaría. Los ex detenidos lo recuerdan por su brutalidad. Está preso desde el 30 de octubre de 2007.


Menéndez recibió la protección de la Corte Suprema de Justicia que lo desprocesó en algunas de esas causas invocando la Ley de Punto Final pero quedaron algunos procesos pendientes que conducirían, en 1990, a la elevación a juicio donde él era imputado. Fue entonces, pocos días antes del comienzo de las audiencias, que el presidente Menem lo indultó. Fue el único caso en que se aplicó un indulto a una persona que aún no tenía condena. En este caso el perdón presidencial no respetó la Constitución que indica que la figura del indulto sólo se puede aplicar a una persona condenada. Así se garantizó la impunidad por más de una década. Llega a su quinto juicio con 83 años y alojado en la cárcel de Bouwer. Está acusado por los delitos de imposición de tormentos y los homicidios de todas las víctimas.



Videla, por su parte, cumplió sólo cinco años de prisión efectiva. En 1990, el entonces presidente Carlos Saúl Menem hizo uso de la facultad presidencial de indulto para dictar su excarcelación mediante los decretos 2741/90 y 2742/90. En 1998 regresó a prisión, aunque brevemente, tras que un juez dictaminara que las causas por sustracción de menores durante la dictadura de 1976 constituían un crimen de lesa humanidad, y por lo tanto imprescriptible. Pasó 38 días en la cárcel de Caseros hasta que se le concedió el derecho al arresto domiciliario en atención a su edad. La causa se encuentra aún abierta. Posteriormente, el 10 de octubre de 2008 perdió el beneficio de la detención domiciliaria y fue trasladado a la cárcel que funciona en Campo de Mayo. Su extradición a Alemania es solicitada desde el 2003 por el Tribunal Territorial de Núremberg, por su responsabilidad en el homicidio Elisabeth Kaesemann, asesinada en la Argentina en mayo de 1977. En 2005 fue sobreseído, aunque la fiscalía de Nuremberg abrió otra causa en su contra en diciembre de 2009 tras la aparición en el país del cadáver del ciudadano alemán Thomas Stawowiok. Llega a este juicio con 84 años. Está acusado por los delitos de imposición de tormentos agravados a 32 personas; tormentos seguidos de muerte y homicidios calificados

Fecha de Publicación: 23.12.2010

(Uruguay - Política) -Entrevista con Jorge Zabalza sobre su libro sobre Raul Sendic, dirigente tupamaro, que explica la historia contemporanea uruguaya

Raúl Sendic habla en un acto del MLN luego de su liberación, atras quedaban 12 años de prisión, en condición de rehén de la dictadura; eran tiempos de replantear el tema de la tierra y el Frente Grande.


Fuente: Entrevista de blog "el muerto"

"El muerto" - Se ha anunciado la proxima aparicion de tu libro "Raul Sendic, el tupamaro. Su pensamiento revolucionario", que sera presentado en 22 de diciembre en la sede de la Asociacion Cristiana. Naturalmente debes de haber elegido el 22 de diciembre como recuerdo del 22 de diciembre de 1966. ? Que significado le das a esa fecha ?


Z - Es una fecha que tiene un alto valor simbólico para el movimiento tupamaro. Aunque la primer acción armada se produjo en 1963 –la expropiación de los fusiles del Tiro Suizo- el primer enfrentamiento con la policía ocurrió ese dia, significó la irrupción de la guerrilla en el escenario politico del Uruguay. Ese día la opinión publica conoció la existencia de un movimiento guerrillero, hasta ese momento desarrollado en la más absoluta clandestinidad. Fué un terremoto, un tsunami!

Por otra parte, en el tiroteo del 22 de diciembre de 1966 murió el primer combatiente tupamaro, Carlos Flores*, un joven trabajador de La Teja, que militaba socialmente en la Base “Eduardo Pinella” ubicada en la Cachimba del Piojo. Se da un hecho circunstancial pero paradójico: la presentación es en la Asociacion Cristiana de Jovenes y Carlos Flores vestía una camiseta de dicho instituto cuando cayó mortalmente herido. Estado público de la lucha guerrillera y primer compañero muerto, combinación que da relevancia y valor emotivo al 22 de diciembre, fecha que tupamaros y tupamaras homenajeaban de alguna manera, en Cabildo y en Punta Carretas, en Punta de Rieles y en el Penal de Libertad, muchas veces al costo de sanciones y persecuciones por parte de los verdugos.

Presentar un 22 de diciembre este ensayo sobre el pensamiento revolucionario de Raúl Sendic, implica entrelazar varios aspectos: 1) contribuir al rescate de la memoria histórica de las luchas movimiento popular y, dentro de dicho contexto, rescatar el rol y el significado de la guerrila tupamara; 2) de la misma manera es un homenaje a quienes perdieron la vida en ese período heroico de la historia del pueblo uruguayo, pero en particular, recuperar la perdida costumbre de los tupamaros de recordar a quienes, bajo la bandera de Artigas con la estrella y la “T”, dieron la vida por la revolución social; y 3) el postergado homenaje a las ideas elaboradas por Raúl Sendic, poniéndolas sobre la mesa de debate para salvarlas del bronce y mostrar palmariamente la vigencia del programa que proponía. Después de todo, aunque a veces no se le haga justicia, Raúl Sendic no sólo fue un luchador social, fundador de sindicatos de trabajadores rurales, sino que fueron sus ideas y sus músculos que hicieron trascender las luchas sociales de los sesenta para convocar a la lucha revolucionaria en el Uruguay.

"El Muerto" - ? Cual es la razon que te lleva, hoy en dia, a presentar un libro sobre Raul Sendic ? Te pregunto porque se han escrito ya varios libros sobre su vida y trayectoria y tambien ha sido mencionado en otros tantos libros de lo que se ha denominado la historia reciente. ? Por que razón hay que publicar un nuevo libro sobre Sendic ?



Z – Raúl Sendic sembró sus ideas en muchos medios. Artículos del semanario “EL SOL” del Partido Socialista –recojo uno de 1958, por ejemplo-, de “ASAMBLEA” y “LAS BASES” a la salida de la dictadura, también de “BRECHA” y “MATE AMARGO”, donde escribía una columna semanal. En el ensayo se transcriben entrevistas que le hicieron periodistas de Méjico, España y Argentina y fragmentos del libro sobre economía política que escribió en los calabozos de Paso de los Toros. Creo firmemente que la muerte le impidió sistematizar sus elaboraciones programáticas y los planteos sobre formas organizativas, para dejarnos un libro donde redondeara su crítica de las experienia socialistas y sus conclusiones para el desarrollo de un socialismo revolucionario.

Son varios los interrogantes que inquietan tanto a viejos luchadores que lo acompañaron, como a las nuevas generaciones que lo conocen por referencias: ¿qué pensaba Raul Sendic ?, ¿cuáles eran los pilares de su pensamiento revolucionario ?, ¿ cuáles eran sus visiones de futuro?. Si bien es cierto que expresaba sus ideas muscularmente, que condujo la lucha y la movilización de varios sectores de trabajadores rurales, que supo coordinar varias de las principales operaciones militares del MLN (T), como la toma del cuartel de la Marina, la práctica revolucionaria de Raúl Sendic se encuadraba en visiones de largo alcance, fruto del debate dado en los años ’60 sobre las revoluciones del siglo XX, principalmente la cubana, de la revisiónrealizada en esa misma época sobre la historia del Río de la Plata y del estudio de otros pensadores revolucionarios como Carlos Marx, Rosa Luxemburgo, Ernesto Guevara y Ernest Mandel.

Al dar el grito convocando a la lucha guerrillera en Uruguay, Raúl Sendic no se lanzó al vacío para ver que pasaba, por el contrario, tenia por delante un horizonte estratégico de largo alcance y, al mismo tiempo, poseía una visión general de qué clase de sociedad queríamos construir, qué tipo de mujeres y hombres pensábamos que serían las columnas humanas que construirían el edificio del socialismo, qué orden de principios morales sustentarían su vida y su lucha. Todo ese complejo entramado de ideas y reflexiones quedó bastante disperso, por eso parece muy fermental esta tentativa por hacerlas llegar, ordenadas en un ensayo, tanto a la juventud actual como a los historiadores que están escribiendo la historia reciente. Es una apuesta a incentivar el interés por el pensamiento de Raúl, seguros de la vigencia de su ideario y de que frutificará en nuevas ideas, una forma de darle vida a esa iniciativa para levantarle un monumento en la ciudad de Trinidad. Ojalá este insuficiente ensayo sirva de inspiracion para obras posteriores más completas. Parece haber llegado la hora de poner en la arena de la lucha de clases las ideas de Raúl Sendic.



"El Muerto" - Esto nos lleva al momento actual. Porque si consideras que las ideas de Raul Sendic deben de volver a ponerse "en la arena de la lucha de clases" como decis, estas partiendo de la base de que tienen actualidad. Sin embargo, ¿ no es una nueva situación la que se está viviendo?, ¿ no serían -digamoslo asi- "anticuadas" o insuficientes sus ideas del pasado?



Z - ¡De ninguna manera! La base de la reflexión política de Raúl es el análisis del funcionamiento del capital: el afán de lucro como motor de la inversión, la competencia entre empresarios, la rentabilidad de las inversiones y las relaciones del capital con el trabajo, con las víctimas humanas del lucro. Raúl Sendic transmite su visión de que el funcionamiento del capital degrada la condición humana, es creador de injusticia y desigualdad, divide la humanidad en víctimas y victimarios.

Las relaciones de poder son la otra base que empleó Raúl para analizar la realidad social, todos sus escritos transpiran la crítica de la democracia formal, de sus falsedades e hipocresías, de sus límites y de la tutela que ejerce el capital sobre las instituciones democráticas; Sendic hablaba de la careta formal del sistema (los derechos y las libertades) y de su cara real, la que conocen los trabajadores apenas reclaman mejores condiciones de vida y de distribución de la riqueza.

Con bases tan materiales, difícilmente el pensamiento de Raúl Sendic podría perder actualidad, pues el capital y el poder económico siempre son creadores de más desgracias a sus víctimas y la savia de la fisiología político-social. Como el capital está concentrado en pocas manos y el poder cada vez está más centralizado, son diferentes las formas actuales de funcionamiento del sistema, pero su naturaleza, su esencia, su contenido se mantiene idéntico a sí mismo desde que los burgueses crearon el parlamento británico y guillotinaron al rey de Francia. Se mantienen vigentes las bases que Raúl utilizaba para ver el mundo y por eso mismo sus escritos tiene un valor pedagógico insustituíble para la juventud que trabaja o estudia.

Dada su visión de la realidad y su compromiso con las víctimas del capitalismo, Raúl navegó contra la corriente, se opuso a las ideas y valores dominantes, emigró al litoral norte para organizar los trabajadores rurales en épocas en que la izquierda estaba concentrada en la labor urbana, se rebeló contra los dueños del Uruguay y buscó nuevos caminos para alcanzar el horizonte de la liberación social. Fué de los renovadores en el Partido Socialista, junto a Vivián Trías, Guillermo Chifflet, Carlitos Machado y José Díaz, postulando un socialismo revolucionario y latinoamericanista, oponiéndose a los vientos ideológicos conciliadores que soplaban desde el continente europeo. Se opuso a la corriente domianante en la izquierda uruguaya al considerar que el camino electoral y parlamentarista no conducía a ningun cambio real en las relaciones entre el capital y el trabajo. Su afiliación a los métodos guerrilleros no fué un antojo caprichoso, interpretaba el afán de cambio de los pobres, su necesidad de liberarse de la obligación de trabajar para otro y de la alienación de los valores y la conciencia que ella produce. Siempre sostuvo que la liberación social comienza por liberarse uno mismo de ambiciones y egoísmos, fue un dirigente siempre alejado de los lugares de poder que predisponen a hacer concesiones en principios y estrategias.

Raúl Sendic también navegó contra la corriente que sostenía la inviabilidad de la lucha revolucionaria en aquél Uruguay tan “democrático” y batllista, y contra las opiniones consagradas de que, por carecer de montañas y selvas, no seria

posible desarrollar ninguna guerrilla en estas tierras.

Salió de los calabozos con el mismo ímpetu de sus años juveniles, discutiendo a brazo partido con la opinión mayoritaria de los dirigentes de aquél MLN (T) de 1985, entre los cuales me encontraba. Planteó la necesidad de salir del “clóset” clandestino, apostar a la movilización más amplia de las bases populares (“hay tres partidos políticos pero sólo dos clases sociales”, afirmaba Raúl), para llevar adelante su Plan de Lucha por la Tierra y contra la Pobreza en primera instancia, y más tarde el Frente Grande para luchar por la Reforma Agraria, el No pago de la Deuda Externa, la estatización de la banca y las grandes propiedades del latifundio, por aumentos sustanciales del salario...una lucha que implicaba la transformación de los luchadores sociales en columnas humanas de la revolución socialista, la formación de mujeres y hombres nuevos que era, en realidad, el verdadero objetivo que Raúl buscaba.

No pueden verse la movilización social y el hombre nuevo por separado: la nueva moral y los nuevos valores se hacen carne y hueso en gente que está socialmente movilizada; la lucha electoral y parlamentaria no convoca al altruísmo y la solidaridad, sino todo lo contrario, son actividades que implican aceptar tácitamente los valores del sistema. En el mundo de las campañas electorales reinan las pujas por escalar y el cinismo inherente, las promesas que de antemano se sabe que no se pueden cumplir, un clima de hipocresía generalizada. La vida de Raúl es una lección práctica de cómo hacer política y dar la lucha de ideas bien lejos del parlamento, una rebelión contra el confomismo de aceptar lo que parece dado.



"El Muerto" – -Con tantos ex- guerrilleros en la conducción del Frente Amplio y del gobierno, es ineludible interrogarse sobre cómo estaría hoy ubicado Sendic con relación al actual proceso político.

Z- Nadie puede saber dónde estarían parados los compañeros y las compañeras que, por diferentes circunstancias, hoy no están con vida. Es un terreno farragoso, que se presta a especulaciones de diversa índole, porque es muy veleidosa la voluntad de las mujeres y los hombres, como podría decirse parafraseando a José Artigas. Sin embargo, también es cierto que en el último período de su vida, el que corre entre 1984, primer piso del Penal de Libertad y el 28 de abril de 1989 en París, Raúl Sendic escribió un montón de materiales en los que dejó esbozado el horizonte hacia el cual discurrían sus reflexiones pos-calabozos cuarteleros.

El programa que desarrolló para el Frente Grande, lo planteó´públicamente en reiteradas oportunidades, entre ellas en su recordado discurso del año 1987 en el Estadio Luis Franzini: expropiar las tierras que excedieran las 2.500 hectáreas sin pagar un solo peso de indemnización a los latifundistas, propiedades que quedarían en manos del Estado, encargado de repartirlas entre familias colonas seleccionadas entre las que viven en los barrios periféricos de Montevideo y otras ciudades; crear un frente de países deudores para no pagar la deuda externa, entendiendo que ya había sido suficientemente pagada y era inmoral restringir los ingresos de las clases populares para satisfacer las exigencias de los acreedores; congelar los grandes depósitos bancarios –un “corralito” exclusivo para ricos- y emplear esos fondos para crear fuentes de trabajo, al tiempo que se estatizaban los bancos sin indemnizar a sus propietarios, porque Raúl entendía que las ganancias que habían cosechado excedía con creces el capital invertido; aumento sustancial de los salarios para acrecentar la demanda en el mercado interno e incentivar el desarrollo de las pequeñas y medianas empresas que lo abastecen.

Raúl no apostó a los buenos sentimientos de los dueños del Uruguay sino que, por el contarios, cuando propuso llamarlos a colaborar por las buenas en una “economía de guerra”, como denominó las medidas que planteaba, los amenazaba con las “peores también”, las que expropiaban y estatizaban, las que luchaban contra la pobreza atacando la causa real de su existencia: las riquezas acumuladas en muy pocas manos. El principio moral del plan de Raúl Sendic obligaba a los más ricos a que pagaran la lucha contra la pobreza; una especie de ley de hierro de la justicia social: si hay pobres es porque hay ricos, luego, para que no haya más pobreza, hay que terminar con la riqueza, no queda otra.

Las propuestas de Raúl golpeaban frontalmente a los dueños del Uruguay, no apuntaba a conciliar intereses entre las clases sociales sino que privilegiaba las necesidades de los más empobrecidos, aunque los más privlegiados se enojaran. En ese plano, la reforma agraria y no pagar la deuda externa son medidas que tienden claramente a crear conciencia sobre la escisión esencial que provoca el capitalismo.

Sin temor a equivocaciones, se puede afirmar que el norte estratégico de lo que proponía o hacía Raúl Sendic era acumular fuerzas contra el sistema. Seguramente habría continuado impulsando o apoyando todas las luchas y movilizaciones cuyo objetivo medidas programáticas del tipo de las propuestas en el Franzini. Reitero: todas las luchas y movilizaciones populares, incluyendo las que fueran implementadas desde las instituciones de gobierno, por supuesto, que siempre y cuando ellas estuvieran dirigidas a concretar el programa del movimiento popular.

Con la retirada de la dictadura, se nos imponía un período de legalidad que obligaba al cambio en las formas de luchar, a un cambio en los métodos, “sin cartas en la manga” dijo, pero ninguno de los cien artículos y entrevistas que conforman su testamento político, permiten inferir que Raúl Sendic podría haberse enredado en la sutil telaraña tendida para atrapar incautos. Por muchos espacios legales que se abrieran, la prédica de Raúl Sendic nunca dejó de denunciar el sistema capitalista, de explicar su naturaleza injusta e inhumana, productora de desigualdad, marginación y exclusión social en la misma medida que produce privilegios para la clase dominante.

Sus firmes convicciones, la sólida estructura de su pensamiento revolucionario, nunca lo dejaron deslumbrarse con "las mieles del poder" como tan bien las definió hace un tiempo atrás Fidel Castro. Pese a ser dirigente de mucha importancia en un aparato armado, en una guerrilla, Raúl nunca se interesó demasiado por los aparatos partidarios, al con-

trario los rehuyó porfiadamente, les desconfiaba, los veia como herramientas muy peligrosas que bien podian servir para una cosa o la otra. Lo demostró en

toda su trayectoria, eligió siempre el camino de la gente, de las bases, nunca el de los aparatos. Por eso mismo, por esa rebeldía innata, ningún aparato político, ni el mismo MLN, pudo "controlarlo" y menos aun los aparatos del sistema, con sus sillones parlamentarios, puestos de ministros y las luces de la fama.

Raúl Sendic tenía un rumbo claro, y uno puede atreverse a pensar que si los gobiernos marchaban en la misma dirección, con toda seguridad los acompañaría; pero, si los gobiernos torcían el timón, nadie puede dudar que Raúl Sendic habría continuado luchando por la reforma agraria, el no pago de la deuda, la estatización de la banca, el aumento sustancial del salario y la lucha contra la impunidad de los criminales del terrorismo de Estado...

(*) El 22 de diciembre de 1966 murió Carlos Flores, el primer combatiente tupamaro que dió la vida por la revolución. Es posible que las fechas pierdan su significado emotivo, pero los muchos que pasaron por Punta Carretas y Libertad, recordabámos a tod@s l@s caíd@s con un homenaje muy sencillo: los 22 de diciembre no se hacía gimnasia, nadie se quitaba el mameluco gris, se “trillaba” en silencio alrededor del patio de recreo. Para algunos de nosotros este sencillo acto tuvo un alto valor subjetivo, pues nos ayudó a sostener la dignidad frente al enemigo. Sea como fuere, esa es la razón por la que hemos elegido el 22 de diciembre del 2010 para presentar, a las 19:30 horas, el ensayo “Raúl Sendic, el tupamaro. Su pensamiento revolucionario”. Se trata, en primera instancia, de un homenaje a todas y todos: los que fueron desaparecidos forzosamente, asesinados por las fuerzas represivas, murieron en prisión o cayeron combatiendo, pero también a quien, con su increíble decisión de pasar a la clandestinidad, nos convocó a revolucionar nuestras vidas personales y apretó el botón de inicio que modificó el proceso tal cual se venía desarrollando.

Fecha de Publición:  6 de deciembre de 2010

sábado, 25 de dezembro de 2010

(America Latina - Medios de Comunicación) - Una Alianza de Medios para la Democratización de la Comunicación

Avanza en America Latina la lucha por la democratización de la comunicación y las perspectivas para 2011 siguen otimistas


Osvaldo León

Fuente: Servicio Informativo Alai-amlatina
En el larvado proceso de la lucha por la democratización de la comunicación, el año 2010 se cierra con avances de importancia al tenor de los vientos de cambio que soplan en la región. En este contexto se
inscribe la decisión de avanzar hacia una Alianza de Medios para la Democratización de la Comunicación para aunar esfuerzos en tono a esta causa.

Esta iniciativa fue adoptada en el Encuentro "Construyendo una Agenda Democrática en Comunicación" (Quito, 13-15 diciembre 2010), convocado por la Agencia Latinoamericana de Información -ALAI- con el apoyo de la UNESCO, que contó con la participación de 24 medios y redes de comunicación procedentes de 14 países de Latinoamérica y el Caribe.

“En América Latina estamos reinventando la democracia. Transitamos una etapa inédita que recupera y actualiza las mejores tradiciones emancipatorias y de resistencia popular. La profundización de este
proceso exige el protagonismo de los espacios de participación colectiva para garantizar y robustecer las políticas públicas de integración regional, el reconocimiento de derechos y la justicia económica, social y cultural”, señala el acuerdo establecido.

Al mismo tiempo, acota, “es indispensable enfrentar los intentos restauradores del orden neoliberal que hoy se expresan con centralidad articuladora en las prácticas destituyentes y golpistas de los monopolios de la comunicación. Por eso creemos que es fundamental la democratización de la comunicación, la articulación de los medios populares y el fortalecimiento de los medios públicos. Es así que el afianzamiento de una agenda para una comunicación democrática requiere del impulso de los movimientos sociales, de los Estados nacionales y de las instancias regionales de integración”.

Para continuar haciendo camino al andar, se anotaron unas pistas básicas: acompañar las campañas de actores sociales desde la información; converger en coberturas en torno a ciertas fechas simbólicas o de eventos; hacer un trabajo informativo que contribuya a la unidad de los movimientos sociales; difundir pensamiento crítico y reforzar el sentido formativo de la información y comunicación.

También se estableció un consenso respecto a una inicial agenda informativa común cuya temática contempla: Derechos de la Madre Tierra, integración, soberanía, desmilitarización, democratización de la comunicación, descolonización, derechos humanos y solidaridad internacional.

Esta iniciativa es asumida e impulsada por medios, comunicadores y comunicadoras de América Latina y el Caribe que comparten estos principios y necesidades y que se asumen como “parte de las fuerzas
sociales que propugnan el cambio social, económico, cultural y también de comunicación en Nuestra América”.

Por ello, precisan, “Nos comprometemos a articular un esfuerzo conjunto en nuestra área de acción -la comunicación social- que aporte en ese proceso. Y también invitamos a sumarse a este núcleo inicial a quienes, desde la comunicación, se sientan interpelados por estos principios”.

Fecha de Publicación: 23.12.2010

(Inglaterra - Direitos Humanos) - O caso Assange e comprações

J'Accuse: Suécia, Inglaterra e a Interpol insultam as vítimas de violação de todo o mundo
Como sei que o tratamento dado pela Interpol, Inglaterra e Suécia a Julian Assange é uma forma de fazer teatro? Porque sei o que acontece em acusações de violação contra homens que não “atrapalham” governos poderosos.

Naomi Wolf*

Fonte: Huffington Post**



Julian Assange, o fundador da WikiLeaks esteve detido em isolamento na prisão de Wandsworth antes do interrogatório sobre acusações estatais de molestação sexual. Muita gente tem opiniões sobre as acusações. Mas cada vez mais acredito que só aqueles de entre nós que passaram anos trabalhando com sobreviventes de violação e agressão sexual por esse mundo afora e que conhecem a resposta legal padrão a acusações de crime sexuais, compreendem totalmente como esta situação é uma paródia contra aqueles que têm de conseguir viver com o modo como as acusações de crime sexual são vulgarmente tratadas - e como esta situação é um profundo e mesmo enojante insulto aos sobreviventes de violação e agressão sexual em todo o mundo.



O que quero dizer é isto: os homens praticamente nunca são tratados da maneira que Assange está a ser tratado face acusações de crimes sexuais.



Comecei a trabalhar como advogada num centro inglês de vítimas de violência sexual nos meados dos meus 20 anos. Também trabalhei como advogada num abrigo para mulheres vítimas de violência nos EUA, onde a violência sexual fazia muitas vezes parte dos padrões de abuso. Passei desde então duas décadas viajando pelo mundo fazendo relatos sobre sobreviventes de agressão sexual e entrevistando-as e aos seus advogados, em países tão diversos como Serra Leoa e Marrocos, Noruega e Holanda, Israel e Jordânia e os Territórios Ocupados da Palestina, Bósnia e Croácia, Inglaterra, Irlanda e Estados Unidos.



Digo isto na qualidade de pessoa que registrou relatos em primeira mão. Dezenas de milhares de meninas adolescentes foram raptadas sob a mira de armas e mantidas como escravas sexuais na Serra Leoa durante a guerra civil naquele país. Foram atadas a árvores e a estacas no solo e violadas por dúzias de soldados uma a uma. Muitas delas tinham apenas doze ou treze anos. Os seus violadores estão em liberdade.



Encontrei uma menina de quinze anos que arriscou a vida para fugir ao seu captor a meio da noite, levando o bebê que resultou da sua violação por centenas de homens. Caminhou da Libéria até um campo de refugiados na Serra Leoa, descalça e perdendo sangue, vivendo de raízes no mato. O seu violador, cujo nome ela conhece, está em liberdade.



Generais a todos os níveis instigaram esta agressão sexual duma geração de meninas por todo o país. Os seus nomes são conhecidos. Estão em liberdade. Na Serra Leoa e no Congo, os violadores usaram muitas vezes objetos contundentes ou afiados para penetrar a vagina. Rasgões e lesões vaginais, chamados fístulas vaginais, proliferam, como qualquer trabalhador da saúde naquela região pode certificar, mas a assistência médica muitas vezes não está disponível. Portanto as mulheres que foram violadas deste modo frequentemente sofrem com corrimentos constantes e mal odorosos por infecções que podiam ser tratadas com um antibiótico de baixo custo – estivesse ele disponível. Por causa das suas lesões, são evitadas pelas comunidades e rejeitadas pelos maridos. Os violadores estão em liberdade.



Mulheres – e meninas – são drogadas, raptadas e traficadas às dezenas de milhares para a indústria sexual na Tailândia e pela Europa Oriental afora. São mantidas como prisioneiras virtuais por proxenetas. Se se entrevistar as mulheres que passam as suas vidas a tentar resgatá-las e reabilitá-las, elas atestam o fato de que esses raptores e violadores de mulheres são bem conhecidos das autoridades locais e até nacionais – mas esses homens nunca são alvo de acusações. Esses violadores estão em liberdade.



No conflito na Bósnia, a violação era arma de guerra. As mulheres foram presas em barracas utilizadas para esta finalidade e violadas, novamente sob a ponta da espingarda, durante semanas uma a uma. Elas não podiam fugir. Audiências minimalistas depois do conflito resultaram em sentenças de leve admoestação para um punhado de violadores. A vasta maioria dos violadores, cujos nomes são conhecidos, não sofreu acusações. Os militares que perdoaram esses ataques, cujos nomes são conhecidos, estão em liberdade.



As mulheres que testemunhem ter sido violadas na Arábia Saudita, na Síria e em Marrocos arriscam-se a ser presas e espancadas e a ser abandonadas pelas famílias. Os seus violadores quase nunca sofrem acusações e estão em liberdade.



As mulheres que são testemunhas em casos de violação na Índia e no Paquistão foram sujeitas a homicídios de honra e a ataques com ácidos. Os seus violadores quase nunca sofreram acusações, quase nunca são condenados. Eles estão em liberdade. Um caso bem conhecido dum playboy nascido em berço de ouro na Índia acusado de violar uma empregada de mesa violentamente – que estava disposta a testemunhar contra ele – resultou em encobrimento aos níveis mais altos da investigação policial. Ele está em liberdade.



E que tal alguns casos mais típicos, mais perto de nós? Nos países ocidentais como a Inglaterra e a Suécia, que estão se unindo para manter Assange sem fiança, se efetivamente se entrevistar mulheres que trabalhem em centros de emergência para casos de violação, ouvir-se-á isto: é incrivelmente difícil conseguir-se uma condenação por um crime sexual, ou mesmo uma audiência séria. Os trabalhadores em centros de emergência para casos de violação na Inglaterra e na Suécia dirão que há atrasos enormes no trabalho com mulheres violadas durante anos por pais ou padrastos – que não conseguem que se faça justiça. As mulheres violadas por grupos de homens jovens bêbados, atiradas da parte de trás dos carros para fora, ou abandonadas depois de violação em grupo num beco – que não conseguem que se faça justiça. As mulheres violadas por conhecidos não conseguem uma audiência séria.



Nos EUA ouvi falar em dúzias de mulheres jovens que foram drogadas e violadas em cidades universitárias pelo país fora. Há quase inevitavelmente um encobrimento pela universidade – que é garantido se os seus violadores forem atletas destacados na universidade ou abastados – e os seus violadores estão em liberdade. Se se chegar a inquérito policial, ele raramente vai muito longe.



Violação num encontro? Esqueça. Se uma mulher tiver bebido algo, ou se tiver tido anteriormente sexo consensual com o seu atacante, ou se houver ambiguidade sobre a questão do consentimento, ela quase nunca consegue uma audiência séria ou uma verdadeira investigação.



Se a rara mulher de classe média que apresente queixa de violação contra um estrangeiro de fato for tratada seriamente pelo sistema legal – porque inevitavelmente esses são os poucos e raros casos que o estado se dá ao trabalho de ouvir – ainda assim vai encontrar barreiras inevitáveis a qualquer espécie de verdadeira audiência para não dizer a uma verdadeira condenação: «falta de testemunhas» ou problemas com as provas, ou então um discurso de que até um ataque claro é atingido por ambiguidades.



Se, ainda mais raramente, um homem for, de fato, condenado, será quase inevitavelmente uma condenação mínima, insultuosa na sua trivialidade, porque ninguém quer «arruinar a vida» de um homem, muitas vezes um homem jovem, que «cometeu um erro». (As poucas exceções tendem a considerar uma disparidade previsível de raças – homens negros realmente chegam a ser condenados por ataques a mulheres brancas de classe média que eles desconhecem).



Por outras palavras: nunca em vinte e três anos de relatos e apoio a vítimas de violência sexual pelo mundo fora alguma vez eu ouvi falar dum caso dum homem procurado por duas nações e mantido preso em isolamento sem fiança antes de ser interrogado – para qualquer alegada violação, mesmo a mais brutal ou mais fácil de provar.



Quanto a um caso que implica o tipo de ambiguidades e complexidades das queixas dessas pretensas vítimas – sexo que começou consensualmente e que alegadamente se tornou não-consensual quando a discussão surgiu em volta dum preservativo – por favor, encontre em qualquer parte do mundo, outro homem hoje na prisão sem fiança por alguma acusação que se lhe compare.



Claro que «não é não», até depois do consentimento ser dado, quer se seja homem ou mulher; e claro que os preservativos devem sempre ser usados se houve acordo quanto a isso. Como diria o meu rapaz de 15 anos: dah!



Mas para todas as dezenas de milhares de mulheres que foram raptadas e violadas, violadas sob a mira duma arma, violadas em grupo, violadas com objetos afiados, espancadas e violadas, violadas enquanto crianças, violadas por conhecidos – que ainda estão à espera dum mínimo sussurro da justiça – a reação altamente excepcional da Suécia e da Inglaterra a esta situação é uma bofetada na cara.



Parece dizer às a mulheres na Inglaterra e na Suécia que se alguma vez se quiser que alguém leve o crime sexual a sério, se deve assegurar que o homem que acusa do mal por acaso também tenha embaraçado o governo mais poderoso da Terra.



Mantenham Assange na prisão sem fiança até ser interrogado, dê por onde der, se estivermos de repente numa verdadeira epifania mundial feminista sobre a gravidade da questão do crime sexual: mas a Interpol, a Inglaterra e a Suécia devem, se não querem ser culpadas de manipulação detestável para fins políticos cínicos duma questão grave das mulheres, prendam também – de imediato – as centenas de milhar de homens na Inglaterra, na Suécia e pelo mundo fora que são acusados em termos muito menos ambíguos por formas muito mais graves de violência.



Alguém que trabalhe no apoio a mulheres que foram violadas sabe que com esta resposta grosseiramente desproporcional a Inglaterra e a Suécia, seguramente sob pressão dos EUA, estão a usar cinicamente a questão séria da violação como uma folha de parreira para cobrir a questão vergonhosa do conluio global para silenciar a discordância.



Não é o Estado a abraçar o feminismo. É o Estado a afrontar, agredir o feminismo.



(*)  autora do grande êxito editorial «The End of America: Letter of Warning to a Young Patriot»



(**)Traduzido por Esquerda.net

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

(Israel - Palestina) - Hace 6 años, el presidente palestino moría envenenado

Las circunstancias políticas que rodearon la muerte de Yaser Arafat indican que el fue asesinado en un complot de israelitas y palestinos

por Thierry Meyssan*

El 11 de noviembre de 2004 fallecía el presidente Yaser Arafat en un hospital militar francés. Su muerte dio lugar en aquel entonces a una polémica sobre el origen de su envenenamiento. Sólo mucho más tarde, cuando el movimiento Hamas descubre una serie de documentos en los archivos personales del ministro Mohamed Dahlan, logran reunirse las pruebas del complot. Yaser Arafat fue asesinado por orden de Israel y de Estados Unidos, pero el crimen fue cometido por palestinos. Thierry Meyssan describe las circunstancias políticas que dieron lugar a la eliminación del presidente palestino.

La llegada de George W. Bush al poder, en enero de 2001, y la del general Ariel Sharon, en marzo de 2001 y en plena Intifada, marcan un cambio radical en la política hacia los palestinos. Este periodo coincide con la entrega del informe del senador George Mitchell sobre las responsabilidades compartidas en la continuación del conflicto. El presidente Bush designa a un experimentado diplomático, William Burns, como su representante en el Medio Oriente. Junto al director de la CIA, George Tenet, Burns elabora un documento de 6 puntos para el alcance de un cese del fuego. El 26 de junio, Sharon y Bush analizan el plan en la Casa Blanca.

En realidad se trata de una simple puesta en escena. La reapertura de las vías de circulación en los territorios ocupados se subordina al cese inmediato y total de las hostilidades. En otros términos, las medidas represivas en los territorios ocupados no se suspenderán mientras los palestinos no renuncien incondicionalmente a la resistencia armada. Sharon y Bush se ponen de acuerdo sobre la adopción de un discurso que estigmatiza al presidente Yaser Arafat y lo hace responsable de la continuación de las hostilidades: es «el terrorista» por excelencia y los dos países tienen que unirse para enfrentar el «terrorismo».

Por consiguiente, el general Sharon decide aplicar en lo adelante la estrategia de los «asesinatos selectivos» contra los dirigentes políticos palestinos. El primero en ser eliminado será Abu Ali Mustafa, uno de los jefes de la OLP.

Se producen entonces los atentados del 11 de septiembre de 2001, la retórica anterior se incorpora sin problemas a la de la «guerra contra el terrorismo». En la mañana del 11 de septiembre los medios de difusión incluso divulgan una declaración en la que un grupo palestino reclama la autoría de los atentados mientras que Israel cierra todas sus representaciones diplomáticas a través del mundo. Imágenes de unos 15 palestinos que gritan de alegría antes los daños causados a Estados Unidos dan la vuelta al mundo. En definitiva, la responsabilidad de los palestinos será descartada durante el transcurso del día y los atentados serán atribuidos a un grupúsculo instalado en Afganistán.

Para cerrar este capítulo, Yaser Arafat se presentará en un hospital para donar su sangre para las víctimas estadounidenses. Pero la oportunidad es demasiado propicia para dejar de aprovecharla. Los dirigentes israelíes multiplican sus declaraciones de condolencia por las víctimas comparando los sufrimientos de los estadounidenses con los de los israelíes. Ariel Sharon califica a la Autoridad Palestina de «organización que apoya el terrorismo», mientras que el vocero de la Casa Blanca subraya que Israel tiene derecho a defenderse. Se recurre a la mezcolanza entre Resistencia y terrorismo.

Tel Aviv intensifica las acciones tendientes a aislar al «terrorista» Yaser Arafat. Pero los ministros de Relaciones Exteriores de la Unión Europea reafirman que el presidente de la Autoridad Palestina es un interlocutor favorable a la paz, mientras que Washington mantiene sus contactos con el viejo líder. Luego de haber comprobado que una solución militar es imposible, el general Sharon traza un plan que establece nuevos límites territoriales en Palestina y que garantiza la continuidad territorial de Israel y de sus colonias mientras que divide los territorios palestinos en dos zonas aisladas entre sí.

Discretamente, Sharon emprende labores de acondicionamiento, en especial la construcción de un muro que marcará la nueva frontera. El plan en su conjunto sólo será revelado posteriormente. El general Sharon se limita, primeramente, a anunciar la creación de «zonas de contención», robadas a los territorios ocupados.

Simultáneamente, una asociación de ex oficiales realiza una campaña de propaganda a favor de una separación entre judíos y árabes decidida unilateralmente por los judíos. Comienza la marcha hacia una forma de apartheid en la que Gaza y Cisjordania harán el papel de bantustanes.

Para desplazar las líneas en el terreno, el gobierno israelí emprende la operación «Muro de protección», traducida a veces como operación «Muralla», apelación que sólo se comprenderá posteriormente. El ejército israelí arrasa parte de Yenin y asedia, en Belén, la Basílica de la Natividad, donde la iglesia católica había dado refugio a varios miembros de la Resistencia palestina.

El general Sharon designa a Yaser Arafat como el «enemigo público de Israel», algo que muchos interpretan como signo de su inminente eliminación. En una solemne alocución televisiva, el primer ministro israelí declara: «El Estado de Israel está en guerra (…) Una guerra sin compromiso contra el terrorismo (…) actividad coordinada y dirigida por Yaser Arafat». Durante 5 meses, las fuerzas israelíes asedian el palacio presidencial en Ramala y declaran esa ciudad «zona militar prohibida». El viejo líder se ve sitiado en unas pocas habitaciones, sin agua ni electricidad. Sharon le propone la partida «sin pasaje de regreso».

Terminado el asedio, gracias a la presión internacional, Arafat sigue estando confinado, en prisión domiciliaria, entre las ruinas del palacio presidencial.

El príncipe Abdullah de Arabia Saudita propone un plan de paz razonable, que tiene en cuenta los intereses de todas las partes. Lo presenta en la cumbre de la Liga Árabe, en Beirut, en ausencia de Yaser Arafat, quien sigue prisionero en Ramala, y obtiene el apoyo de Estados árabes.

George W. Bush, quien se entrega a un doble juego con William Burns y Donald Rumsfeld por un lado y con Anthony Zini y Colin Powell por el otro, sabotea el plan árabe de paz. El 24 de junio de 2002, Bush se pronuncia por la creación de un Estado palestino, pero pone como condición previa la partida voluntaria del presidente Arafat y el establecimiento de una nueva dirección palestina que no esté «comprometida con el terrorismo».

Está en marcha la lógica que debe conducir al asesinato del viejo líder. Ya nada podrá detenerla.

Washington solicita inútilmente a sus socios del Cuarteto (ONU, Unión Europea, Rusia) que apoyen la partida de Arafat. Después de un atentado que ocasiona 7 muertos en Tel Aviv, el general Sharon ordena poner de nuevo bajo asedio el palacio presidencial. El ejército israelí destruye casi todo el complejo gubernamental y los dirigentes israelíes no esconden sus intenciones de acabar definitivamente con su «enemigo» Arafat. Toda la población palestina manifiesta su apoyo al viejo líder mientras que el Consejo de Seguridad de la ONU vota la resolución 1435 en la que ordena a Israel poner fin inmediatamente a la operación. El ejército israelí levanta el asedio.

En Israel se organizan elecciones anticipadas, cuyo resultado refuerza el poder de Ariel Sharon. Al conformar su nuevo gabinete, Sharon declara sin ambages que va a «llevar a su término la guerra contra el terrorismo, marginar la dirección palestina y crear las condiciones para la aparición de una nueva dirección con la que será posible llegar a una paz verdadera».

Rusia y Francia urgen a Arafat a ceder posiciones para evitar lo peor. El viejo líder acepta crear un puesto de primer ministro y ponerlo en manos de una personalidad que goce de la aceptación de Tel Aviv y de Washington y que pueda conversar con ambos gobiernos para romper el aislamiento. Designa a Mahmud Abbas.

Los dos dirigentes tienen problemas para ponerse de acuerdo sobre la formación del gobierno. Abbas quiere poner las relaciones con las organizaciones de la Resistencia militar en manos del general Mohamed Dahlan, proposición que Arafat rechaza. En definitiva, deciden nombrar a Dahlan como jefe de la policía.

En todo caso, la formación del gobierno palestino no cambia nada. La decisión de matar a Arafat ya está tomada. Ese es incluso el programa oficial del nuevo gobierno de Sharon. El embajador estadounidense William Burns y el primer ministro israelí Ariel Sharon organizan un encuentro secreto con el primer ministro palestino Mahmud Abbas y con el futuro ministro del Interior, Mohamed Dhalan.

Los conspiradores se ponen de acuerdo sobre los detalles del crimen. Acuerdan asesinar simultáneamente al viejo líder y a los jefes del Hamas, para evitar que estos últimos retomen la antorcha.

El Cuarteto acoge la formación del nuevo gobierno palestino con la publicación de la «hoja de ruta». El gobierno de Sharon aprueba públicamente ese paso, pero transmite secretamente a la Casa Blanca una nota en la que expone 14 reservas que vacían la «hoja de ruta» de su contenido.

Durante 6 meses, Mahmud Abbas participa en numerosos encuentros internacionales para poner en aplicación las recomendaciones del Cuarteto y es recibido con honores en la Casa Blanca. Pero se descubre que está aceptando compromisos que van más allá de sus competencias, como la promesa –durante la cumbre de Akaba– de poner fin a la resistencia armada sin pedir nada a cambio.

El complot acaba por llegar a oídos del presidente francés Jacques Chirac, quien alerta a su homólogo ruso Vladimir Putin. Francia y Rusia proponen al presidente Arafat evacuarlo inmediatamente de Ramala y darle asilo político en el país de su elección. El viejo líder no acepta. Sabe que si sale de Palestina, nunca podrá regresar.

Para garantizar su propia seguridad, Arafat crea el cargo de consejero de seguridad nacional, que interfiere con las prerrogativas de Abbas y de Dahlan, y lo pone en manos de Jibril Rajub. La tensión alcanza su punto culminante. Abbas presenta su renuncia, y se lleva a Dahlan.

Es en ese momento que Mohammed Dahlan envía una carta al ministro israelí de Defensa, Shaul Mofaz, documento del que se encuentra una copia en los archivos privados de Dahlan cuando este último se da a la fuga. Dahlan escribe:

«Tenga usted la seguridad de que los días de Arafat están contados. Pero déjenos acabar con él a nuestra manera, no a la de ustedes (…) cumpliré las promesas que hice ante el presidente Bush».

Yaser Arafat nombra primer ministro a Ahmed Qorei. El gobierno de Sharon responde con la adopción del principio de expulsión del presidente de la Autoridad Palestina fuera de Palestina. Los palestinos se manifiestan nuevamente a favor de su líder.

Siria pide al Consejo de Seguridad de la ONU que prohíba la expulsión de Arafat, pero Estados Unidos recurre al veto contra ese proyecto de resolución. Como represalia, los aviones israelíes sobrevuelan el palacio presidencial sirio y bombardean un antiguo campamento palestino cerca de Damasco.

En marzo de 2004, el ejército israelí asesina al jeque Ahmad Yasin, jefe espiritual del Hamas. Este asesinato puede interpretarse como el deseo de decapitar la rama musulmana de la Resistencia para que no pueda sustituir a la rama laica cuando esta sea también decapitada. En la ONU, Washington recurre al veto ante una resolución de condena contra ese crimen. Siguiendo la misma lógica, el ejército israelí asesina un mes después al jefe civil del Hamas, Abdel Aziz al-Rantisi.

Ariel Sharon viaja a Washington y da a conocer el nuevo plan de repartición de Palestina que ya viene aplicando desde hace 3 años. Insiste en que la continuidad territorial israelí exige el desmantelamiento de las colonias demasiado expuestas e indefendibles y en que las tropas israelíes se retirarán de los territorios destinados a los palestinos. Admite la existencia de un proyecto de separación de las poblaciones en entidades étnicamente homogéneas y revela todo el trazado del muro de separación. El presidente Bush le da por escrito la luz verde de Washington y agrega que, debido a «la nueva realidad [existente] en el terreno», el principio de regreso a las fronteras establecidas por la comunidad internacional es ya «irrealista».

El hecho consumado prevalece ante el derecho.

Como el Consejo de Seguridad de la ONU se niega a condenar las anexiones de territorios que se concretan con la construcción del muro de separación, la Asamblea General pone el caso en manos de la Corte de La Haya para que determine lo que establece el derecho.

En Ramala, Yaser Arafat teme que el ministro del Interior del gobierno de Qorei se haya sumado al complot y decide destituirlo. Ahmed Qormi, quien se siente rechazado, presenta su renuncia. Finalmente, Arafat deroga su decisión. Qormi y su equipo se quedan, incluyendo a los traidores.

Error fatal.

El 21 de octubre de 2004, Yaser Arafat presenta vómitos. Los médicos creen primeramente que se trata de una simple gripe. Su estado empeora rápidamente y su sistema inmunitario se debilita gravemente. A propuesta del presidente francés Jacques Chirac, Arafat acepta salir de Palestina para recibir tratamiento médico. Sabe que su vida corre peligro y que, incluso si se salva, ya no podrá volver a su tierra. En Francia, es internado en un hospital militar especializado. Los médicos no logran aislar el veneno debido a que sus asesinos le han inoculado además el retrovirus del sida, lo cual hace ilegibles todos los exámenes que se le realizan. Cae en estado de coma.

Se anuncia su muerte el 11 de noviembre de 2004, a las 3:30, hora de París. La presidencia de la República Francesa se ocupa de que en el acta de defunción se precise que el presidente de la Autoridad Palestina es una persona nacida en Jerusalén.

Al oponerse el gobierno de Sharon a que Yaser Arafat sea inhumado en Jerusalén, se realizan obsequias de nivel internacional en El Cairo y sus restos son enterrados en Ramala. Los colaboracionistas que habían conspirado con los ocupantes para matarlo no tardarán en apoderarse del poder.

(*) Periodista
 
Fecha de Publicación: 9.12.2010